<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, novembro 30, 2010

MECENATO COM DINHEIRO ALHEIO

Certamente porque começa a faltar dinheiro, foram feitos cortes nas verbas orçamentais destinadas ao Teatro de S. João no Porto. Ontem, a ministra da Cultura foi ao Porto para estar presente na assinatura de um protocolo, através do qual a ANA subsidiará o Teatro S. João com uma verba total de 200 mil Euros, em três tranches, até 2012.
A ministra declarou então, muito contente, que se congratulava com o dito protocolo, porque “nestes tempos de mudança do paradigma económico” estes complementos aos apoios financeiros do Estado adquirem particular relevância.
A ANA é uma empresa pública, operando em contexto de monopólio natural. Dando lucro, este reverte para os cofres do Estado. Dando prejuízo, o que frequentemente acontece com empresas públicas, quem cobre esse prejuízo é o Estado, ou seja, o dinheiro dos contribuintes. De maneira que acho muita graça a esta prática, aliás generalizada, de pôr empresas públicas a fazerem mecenato cultural. Os seus administradores ficam com uma charmosa auréola de pessoas muito generosas e muito dadas à cultura, quais validos do imperador da antiga Roma. Mas são-no com dinheiro alheio. Chamem-lhe tolos, queriam que fosse com dinheiro deles, não?
E também acho graça à ingenuidade da ministra ao pensar que tais verbas mecenáticas, como aquela concedida pela ANA, são “complementos” aos apoios financeiros do Estado. São, pura e simplesmente, apoios financeiros do Estado, e ponto.

AS COMPARAÇÕES NO CAE - 2

No tocante ao real balanço proveito-custo dos espectáculos propriamente ditos, envolvendo os cachês pagos e as partilhas dos apuros das bilheteiras, os números apontam efectivamente para uma significativa redução da despesa do 1º semestre de 2009 para o de 2010. Como de resto aqui já se assinalou e aplaudiu, embora com números (em milhares de euros-mE) ligeiramente diferentes:

1º semestre de 2009
Receitas : 134 mE
Despesas : 234 mE
--------------------------------------
Balanço – custo : 100 mE

1º semestre de 2010
Receitas : 30 mE
Despesas : 29 mE
-------------------------------------
Balanço-proveito : 1 mE

Como não há propriamente grandes e verdadeiros milagres, muita daquela inversão de 100 mE de custo (1º semestre de 2009) para 1mE de proveito (no 1º semestre de 2010) deve-se à simples circunstância de se terem verificado menos espectáculos e de ter havido menos espectadores. Os números apurados foram os seguintes:

Nº total de espectáculos
1º semestre de 2009 : 40
1º semestre de 2010 : 24

Nº espectáculos envolvendo cachês e receitas de bilheteira :
1º semestre de 2009 : 13
1º semestre de 2010 : 7

Nº total de bilhetes vendidos/pagos
1º semestre de 2009 : 13494
1º semestre de 2010 : 4894

Nº total de espectadores nos espectáculos realizados :
1º semestre de 2009 : 16907
1º semestre de 2010 : 9398 (Nota)

Mesmo que porventura não seja esse o desejo dos actuais responsáveis políticos, aquelas evoluções apontam para uma actividade do CAE a ser redimensionada para uma escala minimalista. Tendência que até poderia resvalar para a pura e simples hibernação quase total daquela estrutura, um autêntico “elefante branco” herdado dos tempos oníricos e delirantes da gestão de Santana Lopes. E por isso, nada tenho nem terei a objectar ou a censurar. Antes pelo contrário, aplaudo e aplaudirei.
Tenho defendido que o Município da Figueira não tem actualmente dimensão nem arcaboiço financeiro para a suportar. Quanto a este último, ainda menos o terá no sombrio futuro a curto/médio prazo. Se insistir em fingir que o tem, não vai poder pagar e amortizar aquilo que deve, nem concentrar os limitados recursos de que dispõe no exercício das suas verdadeiras missões, e em investimentos essenciais que urge fazer. Factos são factos. E os factos são muito teimosos.

Nota
O relatório apresentado pelo director artístico do CAE indica que o número total de espectadores no 1º semestre de 2010 terá sido de 13782. Não bate certo com o calculado, a partir de quadros preparados pelo próprio CAE. Ignoro como terá chegado a tal valor, nem que critérios utilizou para a contagem de “espectadores”.

LAPSO, CORRECÇÃO E PEDIDO DE DESCULPA

O anterior poste, “As comparações no CAE”, contem um lapso, do qual peço muita desculpa.
Na realidade, a soma das remunerações semestrais dos directores artístico e técnico perfaz 17 mil Euros (mE ) e não 35 mE, como nesse poste aparece indicado.
De qualquer forma, permanece a estranheza quanto ao valor total de remunerações de 32,1 mE , calculado a partir dos números do relatório, face ao valor de 104 mE indicado no mapa de execução orçamental e até mesmo face àquele corrigido montante de 17 mE.

segunda-feira, novembro 29, 2010

AS COMPARAÇÕES NO CAE - 1

No 1º semestre de 2009, a actividade do Centro de Artes e Espectáculos Dr. Santana Lopes (CAE) estava integrada na actividade da Figueira Grande Turismo (FGT). Deixou de o estar em parte do 1º semestre de 2010.
Desde logo, esta simples diferença é suficiente para tornar difícil uma comparação credível e fundamentada no mesmo CAE, entre os dois primeiros semestres indicados. Se não for observada uma cuidada cautela nos critérios utilizados, facilmente se estará a comparar maçãs com pêssegos. O perigo é sobretudo real no tocante a custos operacionais ou de funcionamento, isto é, excluindo os relativos aos espectáculos realizados, que tenham evolvido cachês, se os houver, ou partilha de receitas de bilheteira, entre o CAE e o promotor ou o manager do(s) artista(s).

Por isso, um primeiro balanço comparativo deveria ter sido feito de forma menos apressada e melhor rodeado de cuidados. Não foi aparentemente o caso. E nunca tal balanço deveria ter sido preparado e apresentado (em vistoso power-point ), pelo director artístico do CAE. O qual, decerto não disporá, pela sua formação, nem de muita sensibilidade, nem de experiência, para as técnicas e critérios de custeios e de contabilidade pública. Poderá não se ter apercebido das inevitáveis distorções de custos que têm lugar quando se realiza uma desagregação como a efectuada entre a FGT e o CAE, já com parte do 1º semestre de 2010 passada. Nem tão pouco que se não devem comparar despesas facturadas com despesas pagas.

Vejamos um simples exemplo, no tocante a comparações de custos de pessoal.

A despesa com pessoal no 1º semestre de 2009 na FGT foi de 177 mil Euros (mE), segundo o relatório da empresa. De resto, um valor estranhamente baixo para o pessoal que trabalhava então no conjunto FGT+CAE (corresponde a um total de remunerações de 147mE, ou seja cerca de 21 mE por mês).
Do relatório da FGT do 1º semestre de 2010, pode concluir-se que a despesa com pessoal ascendeu naquele período a 122 mE, quando o CAE já havia sido separado da FGT .
Quer isso dizer que na FGT do 1º semestre de 2009, apenas 177-122 = 55 mil Euros por semestre correspondiam à despesa com pessoal adstrito à actividade do CAE (equivalente a cerca de 45 mE do total de remunerações)? Pode ser-se levado a tal crer, pois na realidade, no “relatório” apresentado pelo director artístico do CAE, figura como despesa com pessoal no CAE no 1º semestre de 2009 o valor de 54,7 mE. Bate certo com o valor calculado acima por diferença. Terá sido assim que foi estimado ou calculado?
Segundo a execução orçamental camarária do 1º semestre de 2010, a despesa com pessoal do CAE, durante esse período, foi à roda de 104 mil euros.
Todavia, no tal “relatório” do director artístico do CAE refere-se que a despesa com pessoal no 1º semestre de 2010 teria sido somente de 32,1 mE. Ora, só a soma das remunerações semestrais do director artístico e do director técnico do CAE perfaz 35 mE.

Perante estes e outros números divergentes e não “encaixantes” entre si, não admira que possa irromper um clima de dúvida sobre se, de facto, não terão sido usados critérios discrepantes nas comparações feitas, levando a conclusões erróneas, pelo menos quanto à sua escala. E por isso impor-se-á um cabal esclarecimento daquelas dúvidas.

UMA PROPOSTA PORREIRA, PÁ ! …

Foi eleito o novo líder da Jota-esse-dê. É um jovem matulão de 29 anos. No congresso que o elegeu, teve a bênção do líder do pê-esse-dê, ele próprio, também, um ex-líder da mesma Jota.
É licenciado em “relações internacionais” (não sei todavia por que universidade privada ). Já foi assessor do ministro Morais Sarmento (pelos vistos, teria então os seus 23 a 24 anos…), por onde deve ter começado a sua “carreira “ política. Era agora assessor em Bruxelas.
Mas deve ir mais longe. Deve ir a deputado na próxima legislatura, pela quota obrigatória da respectiva Jota. Se não chegar lá, é muito capaz de passar por chefe de gabinete de algum ministro do futuro governo pê-esse-dê, ou então acaba nomeado para vogal do Conselho de Administração de uma qualquer empresa pública. Sei lá, talvez para a PT.
Uma das suas propostas mais “porreiras” é a do direito de voto para os maiores de 16 anos.
Eh pá!...Isso é pouco ambicioso. Se fosse eu, ia mais longe. Eu cá defendia a revisão do artigo 122º da Constituição, o qual diz que só são elegíveis para Presidente da República os cidadãos eleitores (…) maiores de 35 anos. Revista tão reaccionária norma, poderia ser permitido que o lugar não ficasse exclusivo dos cotas. Iria permitir que um chaval de, digamos, mais de 16 anos, também pudesse ser candidato. Talvez assim, digo eu, o Cristiano Ronaldo se pudesse candidatar às próximas eleições presidenciais. Ganhava pela certa. Era como cavacas….

domingo, novembro 28, 2010

OS ASSESSORES

Numa carta à directora do PUBLICO, na edição de hoje, escreve um leitor :

“Logo após o 25 de Abril, fui presidente da Câmara Municipal do Montijo(…). Não tinha assessores nem secretárias particulares e, para as diversas intervenções públicas, redigia os meus próprios discursos.
Eram genuínos, responsabilizava-me e, assim, tinha a consciência do que propunha.
(…)
O que se passou com as comunicações do ministro das Obras Públicas e do secretário dessa pasta, com a leitura do mesmo discurso na abertura e fecho de um encontro de alto nível, factos já largamente noticiados pelos jornais e televisão, é lamentável e de bradar aos céus.
Se estes (ir)responsáveis estão num congresso apenas para ler um papel, suponho tecnicamente bem elaborado pela assessoria, seria mais curial e legítimo serem substituídos, nesse encargo, pelos redactores que o pariram e sentiram as dores do acto (...) "

sábado, novembro 27, 2010

CÁLCULOS E ESTIMATIVAS DAS MULTIDÕES

Tenho cá um palpite que se esta manifestação fosse por aqui, em Lisboa, do Marquês de Pombal até aos Restauradores, as estimativas “oficiais” da CGTP-Intersindical ou da FENPROF seriam da ordem dos 150 a 200 mil manifestantes.
Logo os jornais e os media, todos eles, sem qualquer capacidade crítica para fazerem umas continhas simples, não deixariam decerto de, alegremente, divulgarem e repetirem essas “oficiais” sobre-estimativas. E havia muita gente que acreditava….

REGRAS DA TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO DA RES PUBLICA

Notícia lida no diário As Beiras da passada 5ª feira :

“As autarquias escondem, em regra, informações sobre contratação de pessoal que não faz parte do seu quadro de recursos humanos.
De acordo com um estudo de Rui Pedro Lourenço, investigador da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, realizado sobre todas as câmaras municipais do país, este tipo de dados sobre aquisição de serviços de pessoa singular quase nunca está disponível para consulta, nomeadamente nos sites dos municípios, ao contrário do que recomendam as regras da transparência da gestão pública.(…)
(…) mesmo tratando-se de situações de negócios com os privados, a ausência de informação disponível atinge 64 por cento das autarquias, de acordo com os dados do estudo “Transparência nas Câmaras Municipais Portuguesas”(…)
(…) assim, torna-se muito difícil aos cidadãos acederem a informação que devia ser pública e célere.(…)
(…) Só uma em cada cinco autarquias tem o orçamento disponível para consulta e só uma em cada quatro disponibiliza o relatório de gestão .
Rui Pedro Lourenço(…) conclui que nenhuma câmara tem a informação ou o link na primeira página sobre endividamento, transferências e subsídios e contratações. “Não é legítimo que um documento deste género se encontre escondido”, conclui o coordenador do estudo “

E no entanto a Lei que rege a matéria é clara e inequivocamente imperativa. Mas quem se preocupa em Portugal em cumprir a Lei ? Diz-se até que muitas delas são meramente indicativas e para união europeia ver…
Cumpre reconhecer que o site da Câmara Municipal da Figueira da Foz disponibiliza quer os orçamentos quer as contas anuais. Já o link para estes documentos não está feito com a forma expedita, evidenciada e visível como seria de desejar.

O INVERNO CONFORTÁVEL DA FORMIGA

Achei curioso cruzar esta notícia com este poste aqui publicado há uns dias.

TORRE DO TOMBO DO QUINTO PODER - 1

O primeiro poste do Quinto Poder foi em 6 de Agosto de 2003. Por esse tempo, o País ardia, num dos piores anos de incêndios florestais do século XXI.
Quarta-feira, Agosto 06, 2003
O custo da cultura...ou da vaidade?

Num dia de enorme angustia , vendo nas cadeias de televisão as terríveis imagens do desespero das pessoas que tudo perderam nos incêndios que varrem Portugal, e que não sabem como vão viver e sobreviver , dei de caras , um pouco por acaso , com o Orçamento das despesas correntes para 2003 , do Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz , recentemente baptizado com o nome do Dr. Pedro Santana Lopes .
Em linhas gerais, é o seguinte :

- Despesas com pessoal : 323,1 mil Euros
- Aquisição de bens e serviços : 484,2 mil Euros
- Outras despesas correntes : 1250,4 mil Euros
Total : 2057,7 mil Euros

O valor total , em moeda antiga , cuja escala melhor compreendemos, é de cerca de 410 mil contos ; dos quais , cerca de 250 mil contos parecem ser para pagar os “cachets” dos magníficos espectáculos a que o “jet set” da Figueira e de Coimbra têm tido a felicidade de assistir .
Como é possível continuar a afirmar-se que não há verbas e recursos públicos para tomar as medidas preventivas que minimizem os efeitos dos incêndios , ou para adquirir equipamentos de combate ?

Ver aqui

sexta-feira, novembro 26, 2010

MUITO CUSTO, ESCASSO PROVEITO

Fui hoje dar uma vistas de olhos a uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal da Figueira da Foz. À boa maneira portuga, começou com 20 minutos de atraso. Durou um pouco mais que uma hora. Nada que não fosse possível discutir e votar num quarto de hora de uma qualquer sessão ordinária. Tinha 3 simples pontos na Ordem de Trabalhos, relativos à fixação de uma taxa, do IMI e da derrama para 2011.
A Assembleia Municipal tem 45 membros, que se chamam entre eles de deputados municipais, e às vezes por V.Exª … O prémio de presença é de 75 Euros por deputado e por sessão. Uma destas custa por isso à roda de 3375 Euros.
No primeiro ponto, discutiu-se durante cerca de 20 minutos, com algumas trocas de piropos políticos pelo meio, a fixação da taxa municipal do direito de passagem: um aumento de cinco centésimas de ponto percentual. Alguém perguntou quanto é que isso ia valer a mais nas receitas de um ano. O Presidente da Câmara respondeu : cerca de 200 Euros!!...
Fiz as contas, por alto. O tempo de debate e de votação deste ponto da OT tinha custado 3375 Euros a dividir por 3. O que dá cerca de 1125 Euros. Ou seja, entre 5 a 6 vezes mais que a receita adicional que o Município vai ter durante um ano com o aumento autorizado para a dita taxa.

CONSULTORES E CONSULTORIAS - 2

Podem encontrar-se exemplos caricatos de recurso a consultorias e a consultores. Este é um deles.
Há uns meses, foi substituído o Conselho de Administração (CA) do Metropolitano de Lisboa, uma empresa pública que sobrevive à custa dos contribuintes. Não apenas dos de Lisboa, mas de todo o País. Mesmo daqueles que, por exemplo, por nunca terem ido a Lisboa, nunca obviamente dele fizeram uso.
Como de costume, verificou-se rotação de “cadeiras”, melhor dizendo de sinecuras, entre os membros da Nomenklatura dos chamados gestores públicos. Saltou para Presidente do CA o gestor que antes tinha estado a presidir à gestão da CP.
Feita a substituição, a primeira preocupação dos novos-velhos gestores públicos foi obviamente para a re-decoração dos respectivos gabinetes, contemplando em geral a substituição dos seus mobiliários.
Depois, como quem não sabe nada de gestão das organizações, e como desconheciam qual seria o melhor “modelo organizacional” para bem governar a empresa pública, vai daí, resolveram consultar os consultores de uma empresa de consultoria.
E visando o quê? Pois visando a “implementação de um modelo organizacional “ (já cá faltava a “implementação”….). Pelos vistos antes não havia. Pelos vistos não faziam a menor ideia de qual deva ser. Pelos vistos não era possível ir ali a Madrid, a Barcelona ou a Paris e ver o que lá se faz.
A feliz contemplada, por contrato de ajuste directo, foi uma consultoria com o majestoso nome de “Leadership Business Consulting”. A coisa custou tão somente 160 mil Euros. Uma pechincha.
Ver aqui.

UM POUCO MAIS DE PUDOR, POR FAVOR

Ao colocar em dia a leitura da imprensa regional dos dias em que andei a vadiar, dou com uma coluna de opinião do deputado Nuno Encarnação, no diário As Beiras da passada 3ª feira. Primeiro abri a boca de espanto. Depois dei uma gargalhada. Perceber-se-á porquê depois de se ler o seguinte respigo :

“(…)
Mas o País sabe mais, sabe que o Estado não controla os seus gastos nem tão pouco sabe quanto gasta no seu todo.
Ma isso também como se viu não preocupa o Ministro das Finanças Teixeira dos Santos. Como não é o Sr. Ministro a pagar, como mais uma vez somos todos nós, não há problema, “não custa nada”, pensará o próprio.
(…)
Qualquer empresa que promova o seu crescimento, que saiba que a competitividade é matéria fundamental, tem um controlo diário dos seus diversos sectores. É assim que funciona. E claro, quando não existe dinheiro para tudo, tem de definir prioridades e sobretudo cortar no que é desnecessário. O Estado podia seguir este exemplo.
Este Estado tem de rapidamente perceber o que se passa com ele. O poço sem fundo da despesa do Estado tem de acabar de uma vez, a bem do futuro deste País. “

Durante vários anos, o deputado Nuno Encarnação foi Administrador-Delegado da empresa municipal Figueira Grande Turismo (FGT). Nessa qualidade, foi o executor dócil, mas empenhado e entusiasta, de um incontinente despesismo feito com dinheiros transferidos dos cofres municipais. Citando e adaptando as próprias palavras que escreveu : como não foi o agora senhor deputado, e então Administrador da FGT, como fomos todos nós, não houve problema algum, “não custou nada”, pensará o próprio.
O menos que se lhe poderá pedir é algum esforço de memória e, sobretudo, um pouco mais de pudor, por favor.

quinta-feira, novembro 25, 2010


TEMPOS DE BEM ESTAR, PROGRESSO, VERDADEIRA DEMOCRACIA E DE AMPLAS LIBERDADES

Aqueles tempos, ali lembrados na imagem acima, esses sim, é que eram tempos de bem estar, de muito progresso, de verdadeira democracia e de amplas liberdades...
(clicar na imagem, para a ampliar)

CONSULTORES E CONSULTORIAS - 1

É um facto, reconheço. Tenho sempre um atávico preconceito e as maiores reservas quanto ao recurso a consultores e a consultorias, a não ser em condições de rara necessidade. Quer na gestão das organizações públicas ou privadas, quer na governação a nível nacional e local, a propensão para recorrer a consultorias e consultores atinge frequentemente a escala do despautério e de desbaratamento de dinheiro.
Não é que eu considere que a salvação da Pátria ou da terra fiquem asseguradas pela medida de reduzir ou mesmo acabar com tais consultorias. Em geral, os custos destas, face à dimensão imensa da despesa total, não são mais que trocos, é verdade. Mas troco a troco poupado se vai enchendo o mealheiro.
Por isso aplaudo com agrado a decisão tomada pela Câmara Municipal da Figueira (segundo notícia lida na imprensa regional da passada 2ª feira) em finalmente levar a cabo as revisões do PDM e do PU utilizando a “prata da casa”, ou seja, os técnicos e outros recursos humanos do Município. Um tal desafio assim a eles lançado será até um bom instrumento para a sua motivação profissional.
Não compreendo porém como é que se poderá definir como calendário para terminar o dossiê das duas revisões a expressão “até ao final do mandato” da actual Câmara Municipal, como anuncia o seu Presidente. Faltam três anos. E antes de decorridos estes 3 anos, não é possível terminar o trabalho? Como assim?

O meu aplauso é contudo amortecido porque, através da mesma notícia, venho também a saber que a elaboração de umas coisas meio esotéricas e académicas, para o contexto e prioridades dos tempos que vivemos, como a Carta 21 Local, um Atlas do Ambiente, e o muito badalado Plano de Desenvolvimento Estratégico, fazem parte de mais uma encomenda de serviço de consultoria, estando os trabalhos já em curso .
A menos que seja de borla; ou então que custe menos de 5 mil euros. Possibilidade que não excluo, pois se o trabalho está a ser feito, não há todavia contrato assinado. Pelo menos por enquanto. Com efeito, na página do Município da Figueira da Foz na Base - Portal dos Contratos Públicos não consigo descobrir referência a tal contrato de serviço de consultoria (Nota).

Nota
Recorda-se o que diz a Lei, ou seja o Código dos Contratos Públicos no seu artigo 127º :

Artigo 127.º do Código dos Contratos Públicos
Publicitação e eficácia do contrato
1) A celebração de quaisquer contratos na sequência de ajuste directo deve ser publicitada, pela entidade adjudicante, no portal da Internet dedicado aos contratos públicos através de uma ficha conforme modelo constante do anexo III do presente Código e do qual faz parte integrante.
2) A publicitação referida no número anterior é condição de eficácia do respectivo contrato, independentemente da sua redução ou não a escrito, nomeadamente para efeitos de quaisquer pagamentos

quarta-feira, novembro 24, 2010

CINCO REFLEXÕES SOBRE A GREVE GERAL

1.

Proclamar, com cara mais ou menos circunspecta, que sim senhor, se deve respeitar o direito dos trabalhadores em fazerem greve, e de aderirem à greve geral, é obviamente pouco mais que um verdadeiro truísmo, ou uma verdade de La Palice.
É mais que óbvio que qualquer cidadão tem esses direitos, de resto consagrados em normativo constitucional. Só um tolo poderá colocar isso em dúvida. É assim, forçosamente, numa democracia como aquela em que escolhemos viver, a que alguns apelidam de “burguesa”.
Não deixa de ser curioso e muito irónico que alguns dos mais denodados defensores da greve geral, enquanto manifestação de protesto de quem trabalha, sejam igualmente empenhadíssimos defensores (ou pelo menos como tal se apresentam ou fingem…) de um modelo político de sociedade, que se acaso estivesse implantado entre nós, não permitiria protestos, nem manifestações de indignação, nem greves. Nem greves gerais, nem qualquer outro tipo de greve, qual quê!….

2.
Uma greve geral, num contexto de maturidade cívica como ficou demonstrada hoje, não inorgânicamente promovida e conduzida, enquadrada por organizações sindicais com peso e responsabilidade institucional, poderá indiciar a existência de pulsões suicidárias mais ou menos inconscientes. Mas, por outro lado, poderá pelo menos servir como meio de “descarregar” tensões, cóleras, furores, frustrações e indignações acumuladas na psique colectiva.
As quais se compreenderão, no actual cenário sócio-político, face aos grandes sacrifícios que se anunciam, e face à derrocada das miragens e ilusões que durante anos a fio andaram a ser “vendidas” por dirigentes e por responsáveis políticos.
Será algo de semelhante ao que por vezes acontece quando alguém, atingido por um contratempo, ou uma desgraça, descarrega em casa dando uns pontapés e uns murros a uma mesa, ou partindo umas quantas peças de louça. A “descarga” alivia-o e faz-lhe bem.

3.
No tocante à dolorosa crise económica e social que se sente e de que se fala, a procissão ainda vai no adro. Por enquanto, os cortes salariais, os aumentos dos impostos, as retiradas de subsídios, os aumentos de desemprego, o fecho e falência de empresas, os sacrifícios, enfim, ainda estão no domínio do programado e do anunciado. Veremos como será daqui a uns 2 a 3 meses, lá para o final de Janeiro, a que mais sérias explosões e expressões de indignação, de cólera e de frustração iremos assistir.
Se o psique colectivo não resistir às ditas pulsões suicidárias, e como estamos todos a caminhar sobre uma camada de gelo muito fino, não será difícil imaginar o que poderá vir a ocorrer.

4.
Uma greve dita geral como a de hoje, é sobretudo uma greve geral dos transportes (na sua grande maioria a cargo de empresas públicas) e do conjunto do funcionalismo público. São, há-de reconhecer-se, aqueles a que maiores e mais dolorosos sacrifícios estão a ser anunciados. Parados os transportes, por adesão livre e consciente dos respectivos trabalhadores, ou como consequência do seu desejo de não quererem criar conflitos ou problemas com os seus colegas, todo o país marcha a meio gás, se não mesmo a menos.
De resto, numa empresa como o Metropolitano de Lisboa, por exemplo, bastaria que uma dúzia de trabalhadores da central de comando fizesse greve, para que toda a circulação de comboios do Metro ficasse paralisada.

5.
Terminado o dia da “greve geral”, amanhã começa um novo dia. Não estou a ver que algo vá mudar, pelo menos para o lado positivo. O que para aí se vai dizer, em jeito de gritos de vitória, será tão só conversa de treta. Por muitas culpas que lhe possam caber, por termos chegado ao estado a que chegamos, a margem de manobra deste Governo, como de qualquer outro que queira e o venha a substituir, é extremamente reduzida. E seria reduzidíssima, microscópica, se fosse, por exemplo, um governo presidido pelo deputado Jerónimo de Sousa com o deputado José Pureza como ministro das finanças…
Em todo o caso, e se ficarmos por aqui, o protesto social em Portugal passará para o exterior com uma imagem de muito menos violência que o ocorrido na Grécia ou em França. Já não será mau, e os chamados “mercados”, ou seja os nossos credores, não deixarão de reparar nisso. Talvez não se deixem assustar nem duvidar tanto da nossa capacidade de virmos a pagar o cacau que nos emprestam.

terça-feira, novembro 23, 2010

ACABOU A VADIAGEM

Pelo menos alguns dos leitores do QuintoPoder (QP) certamente já suspeitaram : o seu autor deve ter andado em vadiagem por uns dias. Andou, de facto. Regressou de novo à terra. Encontrou poucas novidades. Umas boas, outras más…Pouco a pouco, irá procurar a retoma da rotina do seu mal-dizer.
Perdi o debate autárquico. Tive mesmo pena. Na blogosfera paroquial, dei com uma réplica (mais uma!...) do prezado colega O Ambiente na Figueira da Foz (AnF) a um comentário do QP.
Para encerrar a troca de mimos, pela minha parte, porque há temas mais estimulantes para tratar, e porque os blogue-surfistas locais não devem ter pachorra para isto, junto apenas mais dois comentários.
Vamos ao primeiro.
O AnF não gosta da ironia, do sarcasmo, da “chacota” como ele lhes chama, no debate político. Deve estar mal habituado. Não se deverá, isso sim, ultrapassar os limites da boa educação. E lançar a acusação primária de que o contraditor está a ser “pouco sério e pouco honesto” está muito perto desse limite, se não mesmo já dentro dele. A verdade é que a ironia, a denúncia pelo ridículo, o sarcasmo, a “chacota” têm sido e são largamente usados no debate político mesmo por protagonistas bem educados de todos os quadrantes político-ideológicos. Conclusão : habitue-se, prezado colega local AnF. A democracia funciona assim mesmo.
E agora o segundo.
Pelos vistos, o prezado colega local AnF acredita sinceramente que o deputado Pureza “apresentou propostas sérias que poderiam poupar ao Estado mais de 8 mil milhões de euros”. Pronto, se acredita, que mais posso dizer? Como estamos já quase em época natalícia, apenas me ocorre lembrar que também há quem acredite no Pai Natal…

terça-feira, novembro 16, 2010

MERCADOS, ESPECULADORES E CREDORES

Alguns referem-se aos mercados, assim uma entidade colectiva sem rosto, mal definida, de que não se conhece o perfil nem as características, nem as especificações. Um pouco como aquilo que hoje em dia está em moda chamar-se “comunidade internacional”.
Outros, com ar mais façanhudo, para parecerem mais progressistas, ou para fingirem que têm um grande passado “anti-feichista”, falam nos especuladores, assim como um bando de criaturas, em geral caricaturadas com cartola alta, que se comportam como vampiros ou como abutres planando por sobre os países financeiramente moribundos.
Creio que tudo se tornaria mais claro e compreensível se lhes chamássemos simplesmente de nossos credores, actuais ou potenciais. Bem vistas as coisas, qualquer simples Zeca sabe o que é um credor : aquele que lhe empresta dinheiro, se, quando e enquanto nele confia. Quando passa a desconfiar, corta o crédito ou começa a cobrar mais caro.
Não estará esta última designação mais ao alcance de qualquer chefe de família, ou de uma sensata dona de casa? Mesmo que não percebam nada de finanças, e dos quais não conste que tenham biblioteca?....

segunda-feira, novembro 15, 2010

A CIGARRA E A FORMIGA

Por mais de uma vez tenho assinalado a existência de semelhanças entre os vizinhos municípios da Figueira da Foz e de Pombal. Relembro algumas :

População
Figueira da Foz : 63 mil
Pombal : 60 mil

Nº de freguesias
Figueira da Foz : 18
Pombal : 17

Contas municipais em 2009 (receitas totais arrecadadas)
Figueira da Foz : 45,8 milhões de Euros (ME), mas à custa de 10 ME da injecção do PREDE, sem o que a receita total seria de 35,8 ME.
Pombal : 33,7 ME

As áreas diferem significativamente :
Figueira da Foz : 379 km2
Pombal : 626 km2

Já nos desempenhos e situações da gestão municipal, são grandes as diferenças :

Índices de execução das previsões orçamentais em 2009
Figueira da Foz : 60% , mas à custa da injecção do PREDE, sem o que seria à roda de 46%
Pombal : 76%, sem recurso a PREDE

Superavits da gestão corrente em 2009
Figueira da Foz : 1,9 ME
Pombal : 7,8 ME

Dívidas a terceiro, de curto prazo
Figueira da Foz : 33,3 ME
Pombal : 2,4 ME

Dívidas a médio e longo prazo
Figueira da Foz : 29,0 ME
Pombal : 8,5 ME

Dívida total
Figueira da Foz : 62,3 ME
Pombal : 11,0 ME

Leio na imprensa regional que o Orçamento do Município de Pombal para 2011 deverá ascender a 70 ME. Não será de admirar. Sem ter dívidas asfixiantes, podendo obter recursos financeiros próprios para emparceirar com verbas disponíveis do QREN , irá possivelmente secar estes até ao tutano para investir e dar agora um pouco de oxigénio ao tecido social e económico local, nos tempos de crise que vivemos, e que ainda se irão inevitávelmente a gravar.
Isto é, como não andou a cantar e a cigarrear todo o verão, vai poder agora suportar um inverno rigoroso, de forma relativamente mais confortável.


O GRAU ZERO…

da dignidade e da imagem do poder judicial é atingido com o inqualificável texto acima reproduzido (Nota 1) de um juiz de Alenquer, descaradamente prantado num despacho sobre um processo judicial que estava a seu cargo. O sensacional facto foi largamente noticiado na semana passada, e severamente condenado por diversos comentadores.
Li ou ouvi que o Conselho Superior da Magistratura abriu um inquérito. Quero acreditar que será depois instaurado um processo disciplinar. Quero também crer que, perante a evidente gravidade da quebra de deontologia por parte daquele juiz de Alenquer, e estando documentalmente feita a necessária prova, com flagrante delito, o processo disciplinar seja rápido e expedito. E que só deva concluir pelo despedimento do juiz. Para exemplo, e para minimizar os estragos adicionais causados ao prestígio do poder judicial.
Isto sou eu a presumir, claro, convicto de que estarei num Estado de direito e não numa república de bananas. Mas não tenho muita convicção de que venha a ser assim como presumo…

Nota 1
Imagem colhida, com a devida vénia, do blogue Alias.
(teclar na imagem para a aumpliar)

domingo, novembro 14, 2010

O AMBIENTE NA FIGUEIRA , O DEPUTADO PUREZA E AS RECEITAS MILAGROSAS

Desde logo, começo por fazer uma declaração de interesses, o que fica sempre muito bem nestas coisas: não sou amigo do professor Pureza, nem o conheço pessoalmente.

Relativamente a uma crítica política que fiz a declarações suas, o prezado colega Ambiente na Figueira acusa o autor do QuintoPoder (QP) de umas tantas malfeitorias:
- de atacar e fazer troça do professor Pureza;
- de ser mesquinho
- de ser leviano
- de se limitar a fazer chacota face a propostas concretas.

O QP fez chacota! Oh intolerável ousadia! … Oh vituperiosa heresia!. Foi uma lamentável imprudência. O QP deveria saber que, no debate político, só têm direito a fazer chacota, com a sua divertidíssima irreverência, alguns sabichões, bem-falantes e diletantes dirigentes do BE.
Conheço, isso sim, o deputado e líder parlamentar Pureza. Conheço-o de o ouvir e ver nas televisões, intervindo e pregando na Assembleia da República. Muitas vezes a fazer chacota dos seus adversários políticos; com frequência a dizer banalidades, acompanhadas por muita demagogia. Por isso não tenho apreço político pelo deputado Pureza. Tenho algum por outros (poucos) deputados do BE.
Ora, em minha modestíssima opinião, que não pode ombrear, nem de perto nem de longe, com a do prezado colega Ambiente…., banalidades foi o que o seu amigo e líder do BE veio recitar na conferência de imprensa. Onde, com prosápia, pretendeu ter apresentado um plano com 5 medidas para reduzir o défice das contas públicas nacionais em mais de 8 mil milhões de Euros. Ou assim lá perto, grosso modo. Mais precisamente, 8250 +/- 100 ME, isto é, com um erro de 100 ME, ou seja de um pouco mais que 1%. É obra! Quando estudei, na Universidade do Porto, a cadeira de Probabilidades, Erros e Estatística (um grande pincel!...) apresentar um erro de 1% num universo e numa “população” daquela natureza, dava direito a chumbo.

Mas alguém de bom senso conseguirá acreditar que, se o deputado Pureza fosse Ministro das Finanças, poderia cometer a façanha de, com uma varinha mágica, e com aquelas “receitas milagrosas”, reduzir o défice para metade do verificado nas contas públicas de 2009? Aquilo que ele disse pode ser considerado como propostas concretas? Aquilo tem ponta por onde se lhe pegue? Referir como “medidas”, por exemplo, ideias e argumentos tão gastos, como o de “cortes em consultorias” (ao alcance de qualquer motorista de táxi…), ou como de uma putativa “política do medicamento”, representa alguma achega adicional substantiva para reduzir o défice? Minha nossa!....

Vejamos um outro exemplo.
Como é evidente, será da mais elementar justiça tributar as mais valias urbanísticas. Se tenho um terreno mais ou menos urbano ou urbanizável, e acontece o bambúrrio do Município construir uma nova avenida ali mesmo ao lado, o meu terreno fica valorizado. Com recursos municipais, sublinhe-se. Poderei vir a negociá-lo por melhor preço. Por essa mais valia deveria obviamente pagar um tributo. Isto é elementar. Não é preciso ser do BE para concordar com o princípio. Qualquer pessoa com inclinação mais conservadora ou mais neo-liberal (como agora soe dizer-se…) concordará com ele.

Agora, imaginarão o deputado Pureza e o seu amigo do prezado colega Ambiente… que será fácil, assim em dois tempos, montar um sistema, com critérios de equidade e de obediência aos princípios do Estado democrático de direito, para cálculo, registo, avaliação, controle, tributação, cobrança e não sei mais o quê, dessas mais valias? Ainda por cima, a tempo de poder ser eficaz no exercício orçamental de 2011? Era assim que, no próximo ano, conseguiam reduzir o défice (por aumento da receita) nuns tantos milhares de milhões de Euros? Ora valha-nos Deus!...
Acaso não sabem, por exemplo, o estado do registo e da informação cadastral que temos? Ou melhor, que não temos. E têm ideia de quanto tempo vai demorar até que essa informação cadastral venha a ser integralmente actualizada? E de quanto é que isso vai custar?

Uma pergunta final ao prezado colega Ambiente…. . Perante as banalidades e a demagogia, será possível usar argumentos que não estejam recheados de sarcasmo e de chacota?

sábado, novembro 13, 2010

A TRETA DA BANCARROTA...
" Temos políticos hi-tech, somos os maiores nos SMS e no Facebook.
Que treta é essa de bancarrota ? "
(Luís Pedro Nunes, in revista UNICA do EXPRESSO de hoje)

BACALHAU A PATACO

Ontem, em conferência de imprensa, o líder parlamentar do BE, José Pureza, apresentou uma proposta de não sei quantas medidas (creio que foram 5-medidas-5…) que, de uma penada, sublinhou sem se rir, iriam permitir uma poupança anual entre 8150 e 8350 mil milhões de Euros no Orçamento para 2011. Já agora, podia ter sido mais preciso e informar que a poupança seria de 8247 milhões e quarenta cêntimos. Pelo menos é o que dão as minhas contas.
É cerca de metade do défice das contas do Estado em 2009. Melhor que isto, só a promessa do bacalhau a pataco, dos tempos da 1ª República.
E perante aquela esmagadora prosápia, creio justificar-se fazer uma sugestão. Porque não convidar o professor Pureza para Ministro das Finanças?

LIDO NO “INIMIGO PÚBLICO” DE ONTEM

…estes três títulos de notícias :

“Bettencourt diz que vitória do Porto sobre Benfica é a prova que tinha razão quando disse que os sportinguistas ainda iriam ter muitas alegrias esta época”

“Estado deve 176 milhões às câmaras, câmaras devem 176 milhões aos fornecedores, fornecedores devem 176 milhões aos trabalhadores, e trabalhadores não devem nada aos bancos e à mercearia”

“Empregada de limpeza ucraniana descobriu por acaso défice escondido do SNS debaixo do tapete quando aspirava”

DESBARATAR RECURSOS

Na recente entrevista do Presidente da Câmara da Figueira da Foz ao diário As Beiras, a certa altura o jornalista perguntou;

“ O PSF foi aprovado sem se conhecerem os resultados da auditoria da câmara, solicitada pelo seu executivo. Este não seria um instrumento importante para aduzir ao plano?

Resposta :

“Os dados não fogem muito àquilo que estava consagrado (nos documentos contabilísticos da autarquia), e portanto não havia absoluta necessidade de esperar pelos resultados da auditoria”

E a seguir, nova pergunta :
“ Afinal, qual é a verdadeira dimensão da dívida da câmara? “
Resposta :
“ Aí, a auditoria pode ser mais esclarecedora. Mas, grosso modo, anda à volta de 90 milhões de euros (com as empresas municipais incluídas) “

Poderá portanto concluir-se que a auditoria não veio acrescentar nada ao que já se podia saber e apurar. Com muito mais exactidão do que o referido grosso modo…Como sublinhei neste post e neste , há alguns meses.
A auditoria custou 44800 euros. Claro está que quem ficou feliz foi a empresa de consultoria e auditoria contratada. Ficam sempre felizes quando conseguem sacar algum a uns patos. A autarquia desbaratou assim recursos financeiros para nada… Havia nexexidade?..Não havia.

sexta-feira, novembro 12, 2010

A ENTREVISTA E O ENTREVISTADOR

A entrevista ao Presidente da Câmara da Figueira da Foz, hoje publicada no diário As Beiras, é uma boa entrevista. Por parte do jornalista entrevistador, entenda-se. Fez perguntas pertinentes, incisivas, incómodas para o entrevistado. Não deu a este excessiva margem para fugir às questões difíceis, cujas respostas, algumas delas desconcertantes, não deixam de afectar negativamente a sua imagem e o seu desempenho políticos.

A QUE JUROS?

No Plano de Saneamento Financeiro (PSF) do Município da Figueira da Foz, há dias aprovado pela Câmara Municipal, indica-se que se aplicará ao putativo empréstimo de 31000 mil Euros (mE) uma taxa de juro variável, relativa à referência Euribor a 6 meses. Esta é hoje de 1,28% . Claro que faltará adicionar um spread , fixado pelo banco emprestador.
Não sei quanto irá ser. O juro total indicado no PSF-1ª versão era de 4,5% , enquanto no PSF-2ª versão já aumentou para 5%.
Com o Estado Português a só conseguir vender obrigações de divida a uma taxa de juro de 6,8% , a que juro conseguirão os bancos nacionais financiar-se, a um prazo de 12 anos, nos mercados internacionais ? E por isso, a que taxa global de juro se proporão emprestar os ambicionados 31000 mE ? Se for a 5%, nos 3 primeiros anos, terá de haver 1550 mE a incluir, como juros, nas despesas correntes. O que de resto está previsto nas linhas gerais do Orçamento para 2011 do PSF, no caso do empréstimo ser conseguido e autorizado, e no conjunto de uma despesa corrente total prevista de 26175 mE . Mas se o juro pular para os 6% (e o spread a aplicar é sempre função do risco pressentido pelo banco emprestador) , então o esforço anual em juros passa para 1860 mE, ou seja, mais cerca de 300 mE.

A TERRA A QUEM A TRABALHA

Não, não é o regresso à palavra de ordem gritada, e acenada com punho cerrado, durante o PREC de 1974 e 1975, quando o PCP se propunha passar o domínio da terra do Alentejo dos latifundiários para os funcionários do seu aparelho partidário.
O lema e porventura o seu slogan já foram utilizados por El-Rei D. Fernando, quando decerto neles se inspirou para ordenar a muito revolucionária Lei das Sesmarias.
Quem a eles agora se refere também é o Presidente da Câmara de Cabeceiras de Basto, terra de gente conservadora, concelho onde metade dos solos com vocação agrícola se encontram ao abandono, por cultivar. A sua Câmara Municipal tomou a iniciativa de promover a execução de um levantamento das terras abandonadas.
Multiplicam-se por vários municípios nacionais as iniciativas de criação de pequenas e médias hortas (em alguns casos comunitárias) em terrenos abandonados.
Neste post me referi há uns meses à hipótese de se aproveitar os terrenos da rica várzea de Tavarede, não para mais um parque urbano (como está há muitos anos ridiculamente indicado na sinalização à entrada da Figueira da Foz), mas para serem aproveitados, de novo, por quem se propusesse neles trabalhar para os colocar a produzir bens alimentares. Pelo menos numa grande parte dessa várzea, crescem agora por lá o mato, as silvas, os canaviais, umas árvores raquíticas e muito lixo.
A Câmara Municipal da Figueira mereceria o meu entusiástico aplauso se fizesse, pelo menos, o trabalho de arrancar e promover um tal projecto, talvez de forma coordenada com a delegação regional do Ministério da Agricultura. Não seria coisa que, pelo menos numa fase inicial, requeresse avultadas verbas dos orçamentos municipais.
Se aqueles solos, no PDM em vigor, não estão classificados para essa finalidade, pois que como tal se reclassifiquem.

quinta-feira, novembro 11, 2010

DISTO É O QUE O MEU POVO GOSTA !....

O Governo acaba de determinar que no próximo dia 19 de Novembro, ainda por cima uma 6ª feira, c’o caraças, vai dar tolerância de ponto ao funcionalismo público....Diz que é por causa da cimeira da NATO. Pode ser que tal dê um jeitinho para animar um pouco o turismo e a hotelaria no Algarve, agora na estação baixa.
Mas pelos vistos será só no concelho de Lisboa. Como os espaços do Parque das Nações já pertencem ao concelho de Loures, os funcionários públicos que aí trabalhem já não podem ter um fim de semana prolongado…Mas então, só calha a alguns? Ou há moralidade ou devem comer todos…
Já agora, porque não, também, determinar tolerância de ponto para o próximo dia 24 de Novembro? Ora poça… não calha a uma 6ª feira…

SOBRE O ORÇAMENTO MUNICIPAL PARA 2011

Depois de muitos anos de orçamentos municipais que mais não eram do que puros e divertidos exercícios de “faz de conta”, o orçamento para 2011, a apresentar (este mês, presumo…) pela Câmara Municipal da Figueira (CMFF) parecia que, finalmente, iria ter uma certa dose de credibilidade. Recordo que, por exemplo, o Orçamento para 2010 previa uma receita total de 68,1 ME e, na sua execução, não se deverá passar dos 35,2 ME .
Se o empréstimo de 31,0 milhões de Euros (ME) para “saneamento financeiro”, ontem aprovado, não tivesse outras vantagens, teria pelo menos esta: como o Plano de Saneamento Financeiro (PSF-2ª versão) tem de ir à apreciação do Tribunal de Contas, obriga a que se deixe de brincar aos orçamentos. Isto são reflexões minhas, claro está...
O Orçamento da CMFF para 2011 parece que pode, por isso, ser considerado como praticamente preparado, nas suas linhas gerais. Estas seriam as constantes do PSF, o qual todavia terá de obter ainda o parecer favorável do Tribunal de Contas, pelo menos.
Contudo, vejamos então.

Pelo que respeita ao orçamento corrente, as previsões orçamentais são as seguintes :

Receitas correntes : 28,95 ME
Despesa correntes : 26,18 (Nota 1)
------------------------------------------------------------------------------
Saldo (superavit ) da gestão corrente : 2,77 ME (Tabela 20 do PSF-2ª versão)

Este superavit corrente constitui fonte de financiamento para as despesas de capital e investimentos. Para aquelas e para estes, a fazer fé no dito PSF, as receitas de capital disponíveis serão por isso :

Superavit da gestão corrente : 2,77 ME
Receitas (não QREN) de capital : 3,03 ME (Tabela 17 do PSF-2ª versão)
Receitas QREN : 3,60 ME (Mapa 17 do PSF-2ª versão)
------------------------------------------------------------------------------
Total : 9,40 ME

Desta receita, terá de sair uma verba de 3,46 ME para amortização de empréstimos, incluindo os do PREDE (Tabela 16 do PSF – 2ª versão).

Sendo assim, restarão 9,40 ME – 3,46 ME = 5,94 ME
O PSF prevê uma verba de 1,26 ME em 2011 para transferências de capital para empresas municipais. Logo, restarão, para investimentos 5,94 – 1,26 = 4,68 ME.

Todavia, se do lado das receitas de capital se inscreverem 3,60 ME como receitas QREN, então do lado das despesas de capital/investimentos teriam de ser inscritos 6,21 ME como “investimentos QREN”, pois 3,60: 0,58 = 6,21.
Com efeito, os investimentos no Centro Escolar de S.Julião - Tavarede, já em execução, e na prometida requalificação do Mercado Municipal, têm uma taxa de comparticipação do QREN de 58%, calculada com os valores elegíveis indicados no Anexo 5 (Investimentos QREN) do PSF-2ª versão.
Mas se, como atrás se refere, das receitas de capital de 9,40 ME só restam 4,68 ME para investimentos, como cabem e encaixam aqueles 6,21 ME neste balanço? De assinalar que haverá ainda que prever algumas despesas de capital de natureza “corrente”, isto é as destinadas, por exemplo, a obras de manutenção geral das infra-estruturas já existentes.

Feitas as contas de outro modo, das tabelas do PSF-2ª versão pode concluir-se como balanço estimativo do Orçamento para 201, o seguinte:

Receitas correntes: 28,95 ME
Receitas de capital: 6,63 ME ( dos quais 3,60 ME são de receitas QREN)
------------------------------------------------------------------------------
Total de receitas : 35, 58 ME

Despesas correntes : 26,18 ME
Amortização de empréstimos : 3,46 ME
Transferências de capital : 1,26 ME
Investimentos QREN : 6,21 ME
Estimativa para despesa de manutenção das infra-estruturas existentes : 1,0 ME (Nota 2)
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Total de despesas: 38,11 ME

Saldo (deficit) : 38,11 – 35,58 = 2,53 ME

Ora, por definição, um orçamento municipal que não recorra a mais um empréstimo (ou seja, ao fiado…) tem de igualar o total das despesas com o total das receitas.
Como irá então ser feita a verdadeira quadratura do círculo que acima fica descrita no domínio das estimativas?...

Nota 1
Deste montante global estimado de 26,18 ME :
- 10,96 ME são de despesa com pessoal
- 8,54 ME são de despesa com aquisição de bens e serviços
A soma destes dois valores (19,50 ME) corresponde
a cerca de 75% do total da despesa corrente prevista.. Juros, transferências e subsídios terão por isso de caber nos restantes 6,7 ME

Nota 2
A estimativa (de minha responsabilidade) de 1,0 ME para aquelas finalidades, parece claramente subestimada. Tenha-se em conta, por exemplo, o valor contabilizado como correspondente despesa paga só no 1º semestre de 2010 : 1, 87 ME. O que tornará necessário, mais ainda, um enorme talento e uma grande imaginação para o exercício de fazer a referida quadratura do círculo…

Nota 3
Todas estas continhas são feitas não entrando em conta com os eventuais 31,0 ME que poderão vir a ser injectados em 2011 nas contas municipais. Se tal acontecer eles serão, como está garantido no PSF, imediatamente transferidos para terceiros, detentores de dívidas a curto prazo. As dificuldades relatadas, em fechar o anterior balanço, não sofrerão porém qualquer atenuação por esse efeito.

terça-feira, novembro 09, 2010

PARA NÃO SEREM SÓ MÁS NOTÍCIAS…

… aqui vai uma levemente mais animadora :

O valor da saída de bens de Portugal (antigamente designado por exportações - Nota 1) no 3º trimestre de 2010, aumentou em 15,5 % relativamente ao período homólogo de 2009. Uma taxa de variação com relevante significado. Deixa alguma esperança para que um aumento das ditas exportações possa compensar a inevitável e próxima grande redução no consumo interno, e desse modo atenuar um pouco a escala da recessão por que vamos ter de passar.

Nota 1
Actualmente, na realidade, só são chamadas de “exportações” as saídas para países terceiros, isto é, fora da União Europeia. No comércio intra-comunitário, as trocas comerciais são designadas por “expedições” e “chegadas”. O conceito de “saída” engloba por isso as “exportações” propriamente ditas ( para países terceiros fora da UE) e as "expedições" para os países membros da União Europeia.

RANKING DAS UNIVERSIDADES

Um pouco mais de esforço, e a Universidade do Porto pode ficar no lote das 100 melhores universidades europeias. Actualmente tem o lugar 106 no respectivo ranking. A nível mundial está na posição 250. Falta saber qual seria o lugar naquele ranking das universidades Independente e Internacional…

SERÁ O FMI…

“ (…) se há algum partido à espera que o outro tropece nesta matéria para ir para o Governo, está muito enganado: se isso acontecer não será ele a governar, será o FMI “

Quem o disse foi José Maria Ricciardi, presidente do BES Investimento . Estava a referir-se ao risco de bancarrota que corre o Estado Português.

É um banqueiro a falar, eu sei. Ainda por cima do BES. Mas não é por isso que deixa de ter razão.

segunda-feira, novembro 08, 2010

O PLANO DE SANEAMENTO FINANCEIRO – 2ª VERSÃO

A eventual aprovação do Plano de Saneamento Financeiro (PSF) , agendada para amanhã na Câmara Municipal da Figueira da Foz (CMFF) será feita sobre uma segunda versão do referido documento. As diferenças relativamente à primeira versão são algumas, mas de pouco significado e efeito.

1.
Assim, por exemplo, no tocante às estimativas das despesas correntes em 2011 :
- a da despesa com pessoal foi reduzida de 11,52 milhões de Euros (ME) (1ª versão) para 10,96 ME ( 2ª versão), porque foi tomada em consideração uma redução em 5% no nível de remunerações dos funcionários municipais, conforme previsto na proposta de OGE (Nota 1).
- a da despesa com aquisição de bens e serviços foi reduzida de 9,59 (1ª versão) para 8,54 ME (2ª versão).
- a da despesa corrente total foi reduzida de 27,61 ME(1ª versão) para 26,18 ME (2ª versão)

2.
Para os anos seguintes (2011 a 2020), a estimativa da receita corrente anual baixou, em média, à roda de 3,17 ME por ano, da 1ª para a 2ª versão ; a da despesa corrente anual baixou, em média, à roda de 31,38 ME por ano, da 1ª para a 2ª versão.

3.
Assim, a estimativa do superavit da gestão corrente, nesta 2ª versão do PSF, aumenta desde um valor de 2,78 ME em 2011 para 4,96 ME em 2014 (final do QREN), e até 8,60 ME em 2021. Mesmo tratando-se de valores a preços correntes, sobre os quais há os efeitos de uma alegada taxa de inflação de 2%, as estimativas dos superavits esperados parecem-me francamente sobrevalorizados tendo em conta os verificados nos anos anteriores recentes.

4.
Mantem-se o valor de 31,0 ME para o empréstimo a contrair. O montante da dívida não-bancária, à data de 30 de Junho de 2010, e indicada no Anexo 1 , é de 30,4 ME. A fazer fé no que se escreve na página 24/107 da 2ª versão do PSF, este montante refere-se a dívidas que estão vencidas e por liquidar. O que eu interpreto como sendo dívidas tituladas por facturas ou compromissos com mais de 60 dias. Importaria ser claramente conhecida, através do PSF, qual era a dívida total à mesma data, que possa ser comparada com o valor de 33,3 ME, dívida total no final de 2009, e que vem referida no PSF.

5.
Continuo sem entender o contexto e o significado da referência, no aludido Anexo 1, a uma “dívida” de 7946 mil Euros à empresa municipal Figueira Grande Turismo, incorporada na dívida global de 30,4 ME a que o empréstimo de saneamento financeiro pretende fazer face.

6.
A 2ª versão do PSF dá mais ênfase ao compromisso, em jeito de juramento solene, de destinar o empréstimo exclusivamente para pagar a dívida. Por exemplo, na página 45/107, assegura-se que:

“ a despesa deverá observar, na totalidade do plano, um equilíbrio efectivo com a receita angariada, por forma a não ser observada, em qualquer momento, a criação de dívidas a fornecedores e dívidas não creditícias que levem o Município a deter prazos médios de pagamento superiores a 60 dias, prazo alvo máximo de pagamento no Município para o futuro” .

Imposição que, acrescenta-se, “implica assim que despesa efectuada é despesa paga no imediato”. Jura semelhante é repetida no final da página 62/107.
O cumprimento deste compromisso necessitará de ser rigorosamente acompanhado por um escrutínio muito mais apertado por parte de todos os órgãos municipais e, porque não, também por parte dos munícipes. Para esse efeito, será imperioso que se criem, com força institucional, práticas e instrumentos de controlo periódico (mensalmente, decerto…) que assegurem uma total transparência.

7.
O PSF-2ª versão continua a contemplar a injecção dos 31,0 ME nas finanças municipais no exercício de 2010 (Tabela 18) o que manifestamente parece ser impossível de todo . Se o empréstimo acabar por receber o visto favorável do Tribunal de Contas (pelo menos…), do que eu tenho fortes dúvidas, já não seria mau de todo que a dita injecção ocorresse em data não posterior ao final do 1º semestre de 2011.

8.
O PSF prevê um superavit de 2,78 ME no Orçamento para 2011 (Tabela 20). Sendo assim, como é que aparece na Tabela 17 (Mapa de Investimento e Financiamento), no mesmo ano de 2011, uma “entrada” de 4,6 ME de receitas correntes como fonte de financiamento para os investimentos e despesas de capital desse ano?

Nota 1
Tanto quanto percebo, as remunerações da grande maioria do pessoal municipal sofrerão uma redução de 3,5%. A redução de 5% aplicada à despesa total parecerá assim levemente excessiva. Todavia, estamos a falar obviamente de trocos, de variações de uma ordem de grandeza dos erros naturais das estimativas.

domingo, novembro 07, 2010


POUPANÇAS EXEMPLARES…

O monumento a Santos Rocha, ali junto à escadaria para a Biblioteca Municipal, no mui figueirense Parque das Abadias, está de noite feericamente iluminado por potentes projectores (ver imagem acima - Nota 1).
Acendem logo que a tarde cai e ficam acesos por toda a noite e madrugada, durante as quais deve ser admirado por centenas de turistas que nessa altura visitam e passeiam pelo parque. Será possivelmente porque a terra vive muito do turismo, mas também porque a energia eléctrica é barata, o Município está rico e não deve à EDP.
Sobre tema semelhante comentei, vai para mais de 2 anos, aqui neste post.


Nota 1
Seja-me perdoada a má qualidade da foto. Mas foi o que se pôde arranjar.
(clicar na imagem para a ampliar)

sábado, novembro 06, 2010

NÃO FALAR LOGO A SEGUIR À SOBREMESA…

Os marajás e os titulares dos órgãos dirigentes nacionais do PSD deviam proibir o líder do partido de fazer discursos a quente, sobretudo se logo a seguir a uma sobremesa de um bom e animado jantar.
Estas inacreditáveis e esdrúxulas (para chamar o menos..) declarações revelam uma enorme falta de sensatez, uma clamorosa ignorância de básicos conhecimentos jurídicos (daqueles que qualquer Zeca conhece…) e uma preocupante falta de sentido de Estado.
Terá de reconhecer-se que a reacção do PS, pela voz de Vitalino Canas, foi surpreendentemente serena, contida e com o sentido de Estado que faltou e parece faltar ao actual líder do PSD e a alguns dos seus mais dilectos cortesãos.

Post Scriptum
Era de perguntar ao líder do PSD se aquele princípio que defende nas suas declarações será também aplicável à governação municipal. E se poderão ser aplicados com carácter retroactivo. É que se puderem, o Ministério Público e o Tribunal locais terão muito que fazer. Haverá muitos processos cíveis e criminais a abrir e a julgar…

GOSTAVA DE TER ESCRITO ISTO

Na vida das nações, como na vida das pessoas, as emergências têm de ser resolvidas segundo uma ordem eficaz de prioridades.
Nós estamos numa emergência e a prioridade agora não é de chorar sobre o leite derramado.
Nem sequer entrar no jogo das culpas. De há uns vinte anos para cá, todos os governos têm culpas e quase todos nós também temos.
(…)
Mas as coisas têm prioridades. Nós vivemos à conta há tempo demais, e um povo sério não gosta de viver à conta. Criámos um país de “direitos adquiridos”, onde todos se acham com direitos e ninguém reconhece deveres. Para satisfazer essa indolência moral, criámos um Estado que a todos acorre, tudo garante, tudo paga. Esse Estado, obviamente, não é sustentável nem é eticamente justo. Agora sabêmo-lo, ninguém de boa-fé pode dizer que não sabe. Agora, chegou a conta do merceeiro, a quem pedimos fiado, e não há dinheiro para pagar. Como não há dinheiro, como não produzimos o suficiente para pagar as contas do que gastamos, a solução é a clássica armadilha de pedir dinheiro emprestado. Só que os juros são cada vez mais caros e a dívida vai aumentando todos os meses – até chegar ao ponto, a que chegámos, em que parte substancial da riqueza produzida serve apenas para pagar juros…e manter a dívida.
(…)
Portanto, a ordem das prioridades é esta: descer o défice em 2011, em 2012, em 2013 e até quando for preciso, para atingir, não os 3% de Maastricht, mas os 0 % - ou seja, até atingirmos o ponto em que viveremos apenas com aquilo que temos (…)
(…)
Mas para já, só nos resta sobreviver e aprender a lição. Uma crise é sempre uma grande oportunidade para aprender lições: não interessa vencê-la se não aprendermos nada e logo voltarmos a cair noutra.
E só há uma maneira de o fazermos: falar verdade, falar toda a verdade. Dizer o que muitos não gostam que seja dito e o que outros têm medo de dizer. O tempo das promessas impossíveis já lá vai.

(Miguel Sousa Tavares, in EXPRESSO de hoje)

Escusado será salientar que tudo, mesmo tudo, do que acima foi escrito, com singular clareza, se aplica quer à escala nacional quer à escala local. Por exemplo, à escala aqui da nossa comunidade municipal da Figueira da Foz. Estou também a pensar, sim senhor, no muito badalado empréstimo para saneamento financeiro

sexta-feira, novembro 05, 2010

A AUDITORIA FINANCEIRA

Um contrato para uma auditoria financeira aos serviços do Município da Figueira da Foz foi assinado em 6 de Julho passado. Custa 48400 Euros. O prazo de execução contratado foi de 90 dias. Este prazo foi atingido há um mês. Amanhã completam-se não 90, mas 120 dias contados a partir da data da assinatura do dito contrato.
Desconheço se o relatório da auditoria já foi entregue; ou se, tendo acaso sido entregue ao executivo, já foi divulgado aos vereadores não executivos. E será que vai ser dado ao conhecimento público antes da preparação e divulgação da proposta de Orçamento municipal para 2011?. Alguém me saberá informar ? Ficava muito grato pelo obséquio…

O QUE ACHAM?

Com as coisas feias como estão, com o horizonte das finanças e da economia toldado de negras e ameaçadoras nuvens, com o Estado e o País a necessitarem do fiado para sobreviverem, como acham que iriam reagir os nossos credores e os bancos estrangeiros que ainda nos vão fiando algum, a preço alto, se um dia destes fossem conhecidos os resultados de uma sondagem, indicando que o candidato a Presidente da República entusiasticamente apoiado pelo Bloco de Esquerda, tinha hipótese de forçar uma segunda volta e vir a ganhar a eleição presidencial?

quinta-feira, novembro 04, 2010


ASSEMBLEIAS GERAIS E PLENÁRIOS

A imagem acima foi retirada do diário As Beiras da passada 2ª feira. Mostra um aspecto da audiência numa Assembleia Geral do chamado sindicato dos juízes, realizada em Coimbra.
Não fora a presença de dois cotas ali na fila da frente, a fotografia mais pareceria de um plenário de uma Associação de Estudantes nos idos dos anos sessenta…
(clicar na imagem para a ampliar)


REABILITAÇÃO URBANA

Aqui e além vão-se vendo alguns bons exemplos de reabilitação urbana no Bairro Nova da Figueira. Infelizmente, muito poucos.
Um deles, é o do prédio na esquina entre a rua da Fonte e a rua António Lopes Guimarães, ilustrado na imagem acima. Aliás com uma solução arquitectónica bem conseguida para o espaço de ângulo agudo no qual se insere essa edificação.
O promotor ou o proprietário mereciam estar uns anos sem pagar IMI.
(clicar na imagem para a ampliar)

quarta-feira, novembro 03, 2010

DICAS PARA O PEC MUNICIPAL DE 2011

A elaboração de um “orçamento participativo” para o ano de 2011, no Município da Figueira da Foz, necessita da “participação” dos munícipes. Quer para o Orçamento propriamente dito, quer para o PEC municipal, significando PEC o plano de emergência e corte.
E por isso acho que serão benvindas algumas dicas. Para o PEC, muito mais do que para o “plano estratégico”. Aí vão três, para já e para começar.

1.
A Câmara de Idanha-a-Nova vai cortar nas iluminações e no almoço de Natal. A Câmara de Évora não vai contribuir com um euro sequer para as iluminações de Natal, anunciando que com isso vai poupar 100 mil Euros. No caso da Figueira da Foz, vai a sua Câmara Municipal continuar a pagar iluminações de Natal e Ano Novo ?

2.
O Orçamento para 2011, vai continuar a contemplar umas dezenas de milhar de Euros para suportar parte do custo das festas e desfiles de Carnaval?

3.
A despesa anual de iluminação pública no concelho anda à roda de um milhão de Euros. Se, em média, se mandar apagar uma lâmpada de iluminação pública em cada 10 que costumam ficar acesas pela noite dentro, a poupança seria de 100 mil Euros. Dava para “emparelhar” com 400 mil Euros do QREN e fazer um investimento (com retorno..please!....) de um total de meio milhão de Euros.
O rácio de uma lâmpada em dez, é um valor médio. Apagando, por exemplo, os potentes holofotes das altas torres de iluminação do areal da praia, do “parque das gaivotas” , do interior do Parque das Abadias, dos parques de diversões ali mais para os lados de Buarcos, seria certamente obtida uma maior escala de poupança.

O ESTADO A QUE CHEGAMOS

O Estado Português está na situação em que está, endividado, quase falido, em risco de bancarrota, porque andou anos e anos a gastar muito mais do que podia e devia. E aqueles “anos e anos” levam-nos muito para trás, para os finais dos anos oitenta, a seguir à adesão de Portugal à União Europeia. Assim se criou a ilusão aos portugueses de que era possível fazer tal vida por muito tempo, cantando como a cigarra da fábula.

Será por isso muito redutor atribuir a responsabilidade pelo estado a que o Estado chegou, exclusivamente, ao actual e aos anteriores governos do PS, por muita razão que haja em se afirmar que estes deram para isso um relevantíssimo contributo.
Os municípios, são parte do Estado. Administração local e administração central fazem ambas parte da Administração pública.
A maioria dos 308 municípios portugueses foram e são ainda liderados por executivos eleitos pelo PSD. Ora muitos deles, mantendo ano após ano um nível de despesa muito acima das suas possibilidades, contribuíram, e de que forma, para a situação de descalabro financeiro a que o Estado chegou, no seu conjunto. Não será preciso ir longe, nem sair aqui da Figueira, para encontrar um exemplo.
Por isso, será de recomendar um pouco de pudor a alguns conhecidos responsáveis locais do PSD quando, com voz grossa e muito arreganho, atirarem pedras ao Governo actual, assacando-lhe toda a responsabilidade pelo estado a que chegamos.

Post Scriptum
Leio no Jornal de Negócios de hoje, na primeira página :

“ O PSD é o partido que gere maior número de empresas municipais.”

E numa página interior :

“ No final de 2009 (…) cada câmara social-democrata tinha 1,2 empresas ou serviços municipais na sua esfera de influência, contra 1,1 empresas a cargo do PS.
(…)
(…) no final do ano passado havia 312 empresas municipais e serviços municipalizados para 308 autarquias. Deste universo, 162 eram geridas por autarquias do PSD (coligado ou sozinho) e 142 estavam ligadas ao Partido Socialista (…)”

A Câmara da Maia, liderada pelo PSD, tem 7 empresas municipais e um serviço municipalizado.
A Câmara de Gaia, liderada por Luis Filipe Menezes, do PSD, tem igualmente 7 empresas municipais.
A Câmara de Lisboa, liderada pelo PS, tem 6 empresas municipais.
A Câmara de Sintra, liderada pelo PSD, tem 5 empresas municipais e um serviço municipalizado.

Entretanto, podia ler-se no documento entregue pelo PSD ao Governo :

(…)
[são necessárias] medidas drásticas de optimização a nível da Administração Local e Regional, incluindo empresas municipais. (…) .
Se e quando este Governo puser em acção as solicitadas "medidas drásticas", o PSD vai concordar? Ou irá tomá-las, com a valentia que agora exibe, se e quando estiver no Governo?

terça-feira, novembro 02, 2010

UM DEBATE E DUAS CONCLUSÕES

Num dia de tanta crispação (quase diria de tanta má educação...) no debate parlamentar sobre o Orçamento Geral do Estado, acabo de ver e ouvir, na SIC Notícias, o debate político entre Francisco Assis ( do PS) e Morais Sarmento (PSD).
Sabia que pensavam e pensam de forma diferente; em alguns casos, até de forma muito diferente.
Tirei duas conclusões: são ambos pessoas educadas, que sabem discutir de forma serena e educada; e têm ambos estofo de estadista.

QUEM DEVE O QUÊ, A QUEM…

Tem razão o colega Política de Choque quando neste post escreve que “ não é totalmente verdade que os maiores credores da CMFF, no curto prazo, sejam do tecido empresarial privado figueirense “.
De facto, na listagem do Anexo 1 do Plano de Saneamento Financeiro (PSF), incorporados nos 30365 mil Euros (mE) de dívidas já vencidas (isto é que deviam ter sido pagas há muito tempo…) e que aparentemente o empréstimo de saneamento financeiro (ESF) pretende saldar, aparecem :

- 2397 mE devidos ao Estado e outros entes públicos
- 7946 mE devidos à Figueira Grande Turismo E.M. (FGT), a título de subsídios concedidos, (leia-se prometidos…) segundo indicado
- 1073 mE devidos à Figueira Domus E.M. (FD), a título de subsídios ( leia-se prometidos…), segundo indicado
- 6876 mE devidos a várias instituições bancárias ( 5519 mE ao BPI) , segundo percebo por operações de factoring.

Tudo isto somado, temos 18 292 mE ; ou seja, 60% da dívida total de 30365 mE acima referida. Ou seja, na realidade, a dívida ao tecido económico local (a empresas, entidades públicas, autarcas e outras pessoas singulares), atingirá assim cerca de 12 milhões de Euros, “somente”...

Estou algo confuso quanto à razão e contexto da dívida de 7946 mE da CMFF à FGT. Não percebo a que diz respeito nem como encaixa nos documentos financeiros das duas entidades.
Tanto mais que, como já referi em anterior comentário, no balanço da FGT de 30 de Junho, do lado do activo, na conta “outras contas a receber, figura “apenas” um montante de 3484 mE.
Do lado do passivo do mesmo balanço da FGT, à mesma data, constam 833 mE de dívidas a fornecedores, 2698 mE de dívida a curto prazo por financiamentos obtidos (presumo que de instituições bancárias), 1480 mE igualmente de financiamentos obtidos, mas desta feita a médio longo prazo, e mais uns trocos: No total, à roda de 5 milhões de euros, mais os ditos trocos.
Se a FGT deve a terceiros cerca de 5 milhões de Euros, se a FGT depende financeiramente de transferências da CMFF, e se esta deve à FGT cerca de 8 milhões de Euros, onde andam ou para que se são, desta dívida de 8 ME, os sobrantes 3 milhões de euros?

segunda-feira, novembro 01, 2010

SESSÃO ALGO LONGA E UM POUCO MAÇADORA

Num modelo de democracia como o nosso, indirecta/delegada/representativa, os balanços, as contas, as explicações, os planos da “governação “ municipal devem ser prestadas pelos responsáveis desta (o órgão executivo), em primeira linha, no e ao “parlamento “ local, no caso a Assembleia Municipal. É óbvio que nada obsta, antes pelo contrário é desejável, que esse responsável comunique com os seus munícipes-eleitores, em contactos pessoais, dando conferências, concedendo entrevistas aos media, escrevendo e prestando esclarecimentos no site do Município, de entre outros instrumentos que poderá utilizar.
Mas tentativas de exercício de “democracia directa” entre governante e as “populações” (um termo horroroso, que me causa urticária…), como a da conferência “Dias de governação” de ontem à noite na ACIF, dão nisto : informações, esclarecimentos, pedidos de sugestões e de participação feitos a cerca de 100 pessoas (presentes muitas delas por dever de ofício, por amizade pessoal, por fidelidade partidária), um pouco mais que o simples dobro dos deputados municipais presentes numa sessão de Assembleia Municipal.

Um ilustre e prezado colega da nossa praça, o blogue Ambiente na Figueira, em reportagem engagé, refere que estavam presentes na sessão outros autores de blogues dessa dita praça. Fui um deles. Aguentei uma hora. Crescentemente ensonado, abandonei depois a sessão e fui fazer coisa mais útil e estimulante.

Diz estranhar que não “tivessem tido a capacidade de se levantar e dizer aquilo que muitas vezes escrevem”. A dita estranheza fica para alimentar alguma das suas angústias existenciais, se acaso as tiver. Algumas cogitações que parecem acompanhá-la suscitam-me quatro comentários. Vamos a eles.

1.
A que valentia e transcendente sabedoria seria necessário recorrer para se dizer em público aquilo que já se escreveu, e até em espaço público se deixou registado para memória futura? Serão maiores ou menores do que as necessárias para se escrever aquilo que se diz em público?

2.
Considerar que intervir em público, “olhos nos olhos” (de quem?...), numa sessão de propaganda daquela natureza, seria demonstrar coragem em democracia “aberta”, parece sinal de ingenuidade de quem não tem experiência do que seja viver e intervir em “democracia” fechada.

3.
Medo do microfone, não tenho. Tenho, isso sim, algum pudor em usá-lo para fazer perguntas em público cujas respostas já conheço ou quase nada me adiantam, só para que me vejam e reparem em mim.

4.
Ignorava de todo que as sessões de esclarecimento e propaganda como a referida ( e fiz várias, no final dos anos 70, embora sem recurso a power points…) podiam servir para que as opiniões eventualmente expressas por eventuais intervenientes pudessem ser “sufragadas ao vivo” , em jeito de plenário concelhio, numa prática de democracia directa, por uma audiência já meio adormecida, de composição mais ou menos definida, ansiosamente à espera de que aquilo terminasse depressa. É o próprio prezado colega bloguista que o reconhece, quando comenta : “a sessão foi algo longa e um pouco maçadora”. Ao que assisti e ao que me contaram, algo e pouco será favor.

Como disse, não aguentei até ao fim. Decorrida uma hora, tinha tirado as minhas conclusões, e tinha esclarecido parte das minhas dúvidas. E estava a dar-me o sono. Fragilidades próprias da idade, enfim.
Quanto ao tema que ia ser tratado na segunda parte, o do salvífico “plano estratégico”, que há-de colocar a Figueira num novo rumo de progresso e desenvolvimento, presumo que o prezado blog local deva conhecer a minha opinião. Pode relê-la aqui e aqui. Como possivelmente deduzirá, não tomo a coisa a sério. E por isso achei melhor não gastar nem um mililitro da minha saliva para o discutir e debater de viva voz.

DELÍRIOS
Esta notícia é do domínio da fantasia delirante. Parece não se ter aprendido nada com o que deu a panóplia de promessas, igualmente delirantes, ditas e escritas antes das eleições autárquicas do ano passado.
Não teria seria preferível começar por fazer um exercício de planeamento mais prosaico, com os pés mais bem assentes na terra e na crueza da realidade ? E apresentar aos figueirenses, já meio aprontado, ou pelo menos delineado, o Orçamento e Plano para 2011?. Para aqueles ficarem já a conhecer os dramáticos apertos que deve esperar a ""governação" municipal, e por via destes, os próprios munícipes.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?