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quinta-feira, outubro 08, 2009

NECESSIDADE E UTILIDADE DAS AUDITORIAS ÀS CONTAS

No conteúdo standard de um programa eleitoral autárquico que se preze ,é habitual entrar a litania das auditorias, a fim de se ficar a conhecer, diz-se, o estado das finanças locais. É muito mais uma forma dos candidatos se poderem refugiar em formulações vagas e não comprometedoras, ou para mais tarde se poderem desculpar das insensatas promessas que hajam feito.
Dos candidatos à Câmara da Figueira, quase todos disseram que iriam pedir auditorias às contas autárquicas. O candidato que ainda é Presidente da Câmara, obviamente que não o disse; não lhe ficava bem, seria muito de estranhar que a pedisse. Os candidatos Daniel Santos e João Ataíde anunciam e dão enfase às ditas auditorias precedendo a apresentação de planos de saneamento financeiro e logo a sua concretização efectiva.
Confesso não vislumbrar o que possa sair de útil de uma tal auditoria. Desde logo, é coisa para custar umas dezenas de milhares de euros; as empresas de auditorias ficarão deliciadas com a encomenda.
Os trabalhadores de Departamento Financeiro da Cãmara são perfeitamene capazes de prestar, rapidamente, detalhada e credível informação sobre o verdadeiro perfil da situação das contas municipais.
Para a dita e milagrosa auditoria, alguns jovens auditores e auditoras externos andarão pelo Departamento Financeiro a arrastar-se umas quantas semanas, pedindo livros e registos disto e daquilo, ocupando e exasperando os serviços e os funcionários, para descobrir coisas tão importantes como a falta de um qualquer carimbo e data neste documento, a deficiente identificação da assinatura posta naquele outro, que uma qualquer despesa de mil euros deveria ter sido contabilizada na rubrica 7.0302 e não na 7.14 , ou coisas parecidas. Ficar-se-à à espera do relatório mais umas tantas semanas. Entretanto, o tal plano de saneamento irá esperando, sabe-se lá até quando. Quanto ao Orçamento para 2010, ou vai tambem esperando, ou se faz sem conhecer as misteriosas conclusões da auditora, ou se começa o ano a trabalhar com o regime de duodécimos .Como de resto é provável que aconteça, por falta de OGE enquadrador, ainda não aprovado e ainda sem eficácia.
Era quanto a isso que eu gostava de saber as ideias dos candidatos. Não será de exigir que indiquem desde já como vai ser o Orçamento camarário ou qual vai ser o plano de saneamento que irão propor e executar. Mas pelo menos seria de esperar que apontassem algumas linhas - guia nesse sentido. Para o fazer, existem já elementos conhecidos, ainda que muito aproximados. Todavia, da parte dos candidatos, a ideia parece ser, uma vez mais, a de que “depois logo se vê” . Depois, quer dizer, depois da auditoria. Lá para o ano...

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