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domingo, março 30, 2008

CREDIBILIDADE E ESTADO DE PLASMA

Na sua primeira página, e com grande destaque, o PUBLICO exibia há dias uma fotografia de uma senhora, de olhar triste, entre umas mesas-carteiras de uma sala de aula . Junto da fotografia, o seguinte título, também com grande destaque : “ Docente do Porto faz queixa judicial contra toda a turma” .
Achei a coisa estranha. Mas pensei : bravo, temos heroina, a senhora professora resolveu corajosamente dar a cara e, depois de ter ficado calada tanto tempo, antes do famoso video ser exibido no YouTube, assumir uma atitude combativa na luta contra a indisciplina e a violência nas escolas portuguesas. Ou, pela positiva, na luta por uma escola pública portuguesa disciplinada, prestigiada e com bom desempenho no processo educativo.
Afinal, vim hoje a saber que a dita foto não era dessa senhora professora, mas tão só de uma distinta senhora jornalista que participou na reportagem e na elaboração da notícia. Na ânsia de mostrar ter um exclusivo, o PUBLICO não teve rebuço em enganar os seus leitores..
Pois é. É por estas e por outras que assim se vai evaporando a credibilidade noticiosa da imprensa, da rádio e da televisão. Da comunicação social em geral, o quarto poder. Quando se lêm, ouvem ou vêm certas notícias, importa estar sempre de pé atrás e desconfiar se não estará ali uma história mal contada, uma vigarice, um embuste, um acto de má fé, ou uma interpretação vesga.
Pela parte que me toca, essa credibilidade há muito que se encontra no estado gasoso.
Por efeito daquela vigarice, a do PUBLICO, em particular, quase passou ao estado de plasma.

sexta-feira, março 28, 2008

CASTIGAR NUNCA, COMBATER NÃO, EVITAR SIM...

Um director de um agrupamento de escolas da área da Damaia ( uma zona problemática para as escolas, concordarei...) escreve hoje no PUBLICO um curto artigo de opinião, a propósito do tema, ainda em debate, da falta de disciplina e de violência nas escolas portuguesas.
O texto está bem escrito, mas é assim uma espécie de despejo de trivialidades, quase diria retiradas de um compêndio-vulgata das teorias “pós modernas” das chamadas “ciências da educação” . Nota-se isso, por exemplo, nas expressões relativizantes e na terminologia usada.
Pelo meio, deixou todavia a proposta de um elenco de medidas que considera aconselháveis para fazer face à indisciplina e à violência verificados em certos espaços escolares. Todas parecem obviamente evidentes e obviamente necessárias. Mas todas obviamente insuficientes :

- acompanhamento preventivo dos alunos mais instáveis;
- regras precisas e claras quanto ao benefício do seu cumprimento;
- actuação de todo o corpo docente de forma semelhante perante a indisciplina;
- envolvimento e contacto imediato com as famílias
- responsabilização dos alunos mais problemáticos em tarefas de responsabilidade dentro do
espaço escolar;
- celeridade nas punições com recurso ao trabalho cívico

O mais sintomático vem no fim do texto, que termina com esta linda afirmação :

"A indisciplina não deve ser combatida mas evitada."

Trata-se de um mero truismo, cheio de charme “humanista”, de um lugar comum da tal filosofia pedagógica pós moderna, que parece impregnar o espírito e a cultura do seu autor.

Desde logo, decidiu usar o verbo soft de “combater”, evitando os verbos mais expressivos de “ castigar” ou “reprimir” , não fossem os leitores pensar que teria tiques de autoritarismo, que horror!... Depois, não terá reparado, ou terá tido complexos em sublinhar, que a melhor forma de evitar, ou seja de dissuadir, será precisamente castigar ou reprimir a indisciplina quando ela surgir, para que, precisamente ela tenha tendência a não surgir.

Post scriptum
Devo fazer justiça. Uma das medidas propostas é a da punição ( vá lá..sem papas na língua...) com recurso ao trabalho cívico.
Por acaso, reparei que numa foto no PUBLICO de hoje , mostrando os portões da Escola Carolina Michaelis, se pode ver muita pedra conspurcada com grafitis e restos de colagens de cartazes. Não teria sido possível punir, a turma inteira, com o trabalho cívico de limparem totalmente, com escovas de aço, aquelas pedras do portão?
Ou seria uma medida muito traumatizante para os matulões e matulonas da turma?

quinta-feira, março 27, 2008

ALGUMAS REFLEXÕES MAIS...

.... a juntar a outras, sobre o tema que actualmente ocupa a ribalta do debate político. Os telemóveis não têm só efeitos perversos nas escolas. Também acabam por ter, afinal, aspectos positivos como os que estão relacionados com a denúncia pública de situações como a descrita feita, malgré tout, através do famoso video divulgado no YouTube. Como é bem sabido, uma imagem vale por mil palavras...E no caso vertente, valeu pelo menos para desencadear acções correctivas, como a da intervenção do Procurador Geral da República, de que as escolas portuguesas certamente há muito andavam a necessitar.

“ As crianças não são seres angélicos que o mundo corrompe. São bicharocos nem sempre encantadores, muitas vezes crueis, que têm de ser educados para a vida e para se comportarem devidamente em sociedade”

(in Diário de Notícias de 25.Março.2008)

“(...) a escola portuguesa está a negar o futuro a milhões de cidadãos. Um adolescente formado sem o menor sentido de disciplina, esforço e desconhecedor de saberes como a própria língua ou a matemática, é um cidadão condenada a uma vida sem futuro(...)

(...) Nas escolas dos países mais democráticos e justos tal bandalheira não existe. Há prémios para quem se esforça e castigos para os alunos indisciplinados, como realizar trabalho cívico na escola (cortar a relva, lavar a loiça) ou até a expulsão ; e um pai que bata num professor é preso, e desprezado na comunidade. Parece que funciona.(...)

(in PUBLICO de 26.Março.2008)


(...) centrada nos interesses do aluno, a “escola moderna” é, por definição,um local giro, participativo e motivador onde a aprendizagem se apresenta como um exercício lúdico que dispensa o trabalho, o esforço e a dificuldade, sob pena de se tornar maçadora.
E nada justifica que um aluno se mace quando a sociedade em que vive se mede pelos seus níveis de distracção. Não fossem os cálculos da Matemática, as leis da Física, as regras da Gramática e outras chatices igualmente dispensáveis, e a escola poderia, enfim, cumprir dignamente o seu papel. Para sossego dos professores, reconhecimento dos pais e grande alegria dos alunos. “

(in PUBLICO de 27.Março.2008)

VALORES DA ESQUERDA

A verdadeira esquerda, progressista, isenta de teias de aranha ideológicas, que faz mais obra e menos discurso retórico, consciente da evolução da história e do mudar dos tempos, tem de libertar-se, de uma vez por todas, do preconceito de que a autoridade, a disciplina e o rigor são valores que pertencem ao património ideológico da direita. Deixando de oferecer a esta, de bararto, os louros devidos a quem tem a presunção de deter o monopólio desses valores. Louros que, ainda por cima, e sobretudo em tempos de crise, dão normalmente substanciais dividendos em termos de adesão da opinião pública, e logo eleitorais. É o que ensina a História e rezam os livros.

quarta-feira, março 26, 2008

UM EXERCÍCIO DE FLASH BACK

Seria curioso e um exercício estimulante fazer um flash back, uma marcha atrás no tempo, e ler a imprensa portuguesa de há 3 anos. Seguramente que nela se poderão ler muitas declarações de líderes e políticos de partidos da oposição em que manifestavam total desconfiança na capacidade do governo socialista de José Sócrates em reduzir o défice do Estado por forma a cumprir as regras da Eurolândia. Que não, que não ia conseguir, que ia ser um falhanço, que não seria possível...
Em muitos domínios, o desempenho do Governo, nesta legislatura, não tem passado do medíocre ou suficiente menos, bastante aquém do que seria necessário e da minha exigência. Que tenho o direito a colocar a nível elevado, pois votei pela escolha de José Sócrates.
Mas neste importantíssimo parâmetro do saneamento e reequilíbrio das contas públicas ( e quanto a mim revela ignorância dos mecanismos da economia quem decida desvalorizar a sua importância para um bom governo e para assegurar o futuro crescimento da economia), será injusto negar os parabéns ao Ministro Teixeira dos Santos.

A INDISCIPLINA

Em Portugal, há indisciplina nas escolas. Mas há também indisciplina no trânsito automóvel , no estacionamento urbano, no crescimento urbanístico, na falta de pontualidade, na forma de trabalhar. Há indisciplina no cumprimento dos prazos, nos pagamentos pelo Estado e pelas autarquias. Há indisciplina nos relvados e nas bancadas dos estádios de futebol. Há indisciplina no cumprimento da obrigação de pagar impostos. Tem havido indisciplina orçamental. Somos, portugueses, latino e culturalmente propensos a ser muito mais indisciplinados do que os povos de cultura anglo saxónica.
Que fazer? Como conseguir e impor um pouco mais de disciplina nos vários domínios da vida social portuguesa?
Há várias metodologias para alcançar melhorias. Umas suaves, outras bem mais duras. Utilizem-se primeiro as suaves, como a perssuasão, a motivação, a educação, o incentivo. Mas se não resultarem, como normalmente não resultam, utilizem-se as duras. Ou seja, à cachaporra...

A ESCOLA E O TELEMÓVEL

Um leitor enviou o seguinte comentário a um postal recente do QuintoPoder :

Sobre o artigo em causa, esclareço que o uso de telemóveis não é permitida nas salas de aula. A questão é que há quem não respeita a indicação. Porque:
1) também faz uso dele;
2) Não existem processos de averiguar quem o (s) traz;
3) Não existem multas ou castigos instituídos;
4) o telemóvel é, simultaneamente, relógio, agenda, meio de comunicação, máquima de calcular, etc.
Pessoalmente, sou contra a utilização do telemóvel na Escola (todo o recinto escolar).

Nota: no novo estatuto do aluno está esta "pérola": "O novo Estatuto do Aluno proíbe os alunos de levar telemóveis para as escolas e, sobretudo, usá-los de forma perturbadora do normal funcionamento das actividades lectivas."
Alguém me explique o significado de "proíbe" e da restante frase depois do advérbio "sobretudo", porque sou mesmo burro!
Ctos, João Moreira

Fazendo fé no texto que o leitor indica como constando do Estatuto do Aluno, tenho de estar inteiramente de acordo com ele. A frase a seguir a “sobretudo” é um disparate e porventura demonstrará os fracos conhecimentos de português de alguns dos senhores assessores e legisladores indígenas. Se é proibido, é proibido, e ponto final. Não há lugar a mais nenhum “sobretudo”.
O que então haveria a fazer seria , pura e simplesmente, dar cumprimento ao que pelos vistos já estará escrito no tal Estatuto do Aluno, embora de forma confusa e em mau português : que é proibido levar ( não apenas utilizar...) telemóveis para dentro do recinto escolar . A dissuasão e a repressão ( assim mesmo..repressão...não haja medo da palavra...) do incumprimento de tal norma, passaria pela apreensão, devidamente autorizada por regulamento aplicável, dos telemóveis dos meninos e das meninas, que fossem descobertos dentro da escola.

terça-feira, março 25, 2008

DESFOCAGENS

No decurso dos últimos dias, as televisões têm massacrado os espectadores com as chocantes imagens de uma menina Vanessa qualquer coisa, a puxar violentamente pelo braço da professora, em plena sala de aula. A cara da professora, vítima da agressão, aparece desfocada, e muito bem.
Mas porque carga de água é que a cara da menina Vanessa, ou lá como se chama, aparece também desfocada? Imagino porque seja. Os jornalistas, cumpridores de uma cínica deontologia, e em atitude de piedosa compaixão, devem achar que a menina, tadinha, ainda não foi constituida arguida, nem muito menos condenada com sentença transitada em julgado ( o que pode decerto levar muitos anos...), ainda só foi iniciado um processo de averiguações, devidamente passado a escrito, e assegurando todos os direitos constitucionais . Depois, tadinha, é ainda menor, logo ininputável. É vítima do “sistema”, e mesmo tendo telemóvel, não tem recebido o devido apoio da segurança social.
Exibir a sua face poderia deixar traumatizada a criancinha. É isso o que dizem os psicólogos, os pedopsiquiatras, o Dr. Eduardo Sá, e os doutores e doutoras em ciências da educação, tal como a genial Prof.Doutora Ana Benavente

A VIOLÊNCIA E A INDISCIPLINA

Vai acesa , na agenda mediática, a discussão em torno da violência nas escolas. Decerto vai passar em breve para as agendas politica e parlamentar, pois o tema presta-se a ser cavalgado por partidos que o queiram aproveitar e dele tirar alguns putativos dividendos políticos. Filipe Menezes e Paulo Portas devem estar mortinhos por isso.
Mas creio que importará fazer uma precisão na análise a fazer. Em vez de se falar num sério problema de violência nas escolas, deverá tomar-se consciência de que o que há, na realidade, é um sério problema de indisciplina. Esta, a indisciplina, será assim uma espécie de violência soft, latente, rastejante, não desencadeada..
Os casos de violência que normalmente aparecem relatados na comunicação social (versão tradicional...), ou no YouTube (versão modernista...) não serão mais que afloramentos agudos, mais visíveis, de um clima de indisciplina crónicamente latente nas escolas em geral, e nas salas de aula em particular.
Assim, a violência da menina Tânia Vanessa, ou lá como se chama, forçando tirar o telemóvel da mão da professora, agredindo-a, não terá sido nada mais do que um afloramento da parte da indisciplina que directamente resulta da presença e do uso dos telemóveis, por parte das amorosas criancinhas, nas salas de aula.
Então porque é que ainda não foi proibida, pura e simplesmente, a entrada de telemóveis nas salas de aula?. Digo a entrada, não apenas a utilização. As amorosas criancinhas não têm onde deixar os ditos telemóveis antes de entrarem para as salas de aula?. Paciência, o problema é delas. Têm uma boa solução : deixam-nos em casa. Para os usar fora do tempo da escola e no fim de semana. Os paizinhos até ficam a poupar nos custos das chamadas e das bué de msgs q n enviam x n terem tlm....
E telemóvel que fosse apanhado dentro da sala de aula, seria pura e simplesmente apreendido (dentro da aula, pelo professor ; ou fora dela, pelo Director da Escola....) , e só cedido aos papás da amorosa criancinha que viessem à escola inteirar-se de como ela se porta bem, para poderem recuperar o dito dispositivo, verdadeiramente emblemático do choque tecnológico....Se houvesse reincidência, os amorosos papás só poderiam recuperar o dito, colocando uma acção em tribunal.

segunda-feira, março 24, 2008

QUEM PAGA O QUÊ...

Como muito bem comentou esta tarde o fiscalista Leite de Campos, em geral, as festas de casamento (copo de água incluido...) são pagas pelos pais da noiva ( versão clássica...) ou repartida entre os pais da noiva e do noivo ( versão moderna...)
De modo que, nas mais das vezes, às perguntas feitas pelo fisco aos noivos de quanto custou e quem forneceu isto ou aquilo, os felizes noivos poderão e irão provavelmente responder : não sabemos, não fomos nós que pagamos...



A MINHA TRANSPARÊNCIA PERANTE O FISCO

Regresso a casa e fico muito assustado com a polémica paranoica que por aí começa a levantar-se sobre mais malfeitorias do fisco, que quer saber quem pagou os vestidos das noivas e coisas assim.
Ora eu dei um pulo até à Côte d’Azur. E depois, para tentar cumprimentar a prima Stephanie, fiz uma visitinha de um dia ao Mónaco/Monte Carlo. O que desde logo pode ser considerado como um sinal exterior de riqueza. Por isso, e não vá o diabo tecê-las, o melhor será pôr logo as coisas em pratos limpos, esclarecendo e contando já tudo ao fisco. Ainda corro o risco, eu sei, de ser chamado de pelintra e de pindérico pelos meus amigos. Mas paciência.
Em Nice, hospedei-me num modesto hotel de 2 estrelas, um IBIS, para que conste, e passe a publicidade (1) . Cuidadosamente, guardo a respectiva facturinha. A viagem de ida e volta para Montecarlo , fi-la num comboio regional, em 2ª classe. Custou-me 6 euros, e tambem guardo o tiquêzinho da praxe. Na luxuosa marina do Mónaco, rodeado por grandes e impressionates yates e barcos de recreio, almocei uma simples mas bem recheada salada niçoise, com uma coca cola e um café de sabor horroroso. Paguei por tudo um pouco mais do que pagaria junto da marina da Figueira, mas bastante menos do que pagaria junto da marina de Vila Moura . Lamentávelmente, não guardei o talãozinho que o diligente garçon me colocou na mesa logo depois de servir o prato da salada.
Mas o pior ainda não revelei.
À porta do grandioso Casino, depois de me ter fascinado com muitos Rolls Royces e Ferraris que estacionavam em frente ao Hotel de Paris, não resisti à vaidade de entrar . Admirei o monumental hall, do qual logo se tinha acesso à sala das máquinas de jogar. Passava um pouco da uma da tarde, e na pequena sala estava meia dúzia de jogadores. Mais uma vez, não resisti ao apelo da cobiça. Escolhi uma máquina e meti uma notita de 5 euros. Há bem mais de 20 anos que não metia um tostão numa máquina daquelas. Mas desta vez sempre era o Casino de Monte Carlo, co caneco. Andei para ali a carregar numa teclas, sem perceber como aquilo funcionava. De vez em quando a máquina tilintava. Até que, de repente começou a tilintar por ali fora, sem nunca mais se calar...Por fim calou-se, abriu-se uma luzinha a dizer “retrait” ( retirada, em francês) . Carreguei na tecla iluminada, e saiu-me um talão, no qual estava registada a verba de 81 euros...Abri a boca de espanto, até perceber que me tinha saido um prémio. Corri para a caixa, levantei os 81 euros, e saí pela porta fora. Dali a umas horas abandonava o Principado de Mónaco.

Assalta-me agora uma angústia. Não informei o fisco local da receita de 81 euros ganho ao jogo. Será que terei cometido algum ilícito fiscal face à legislação do Principado da Stephanie ? Mas muito mais grave : para cumprir o dever legal de colaboração, terei de informar o fisco portuga desta receita, na declaração do IRS que deverei preencher no próximo ano? Mas o pior é que não trouxe o talãozinho, o homem da caixa só me colocou o dinheiro à frente, eu peguei logo nele, e nem olhei para trás. Creio que terei balbuciado um nervoso merci beaucoup...De modos que estou assim um pouco pró aflito.

(1) Atenção! Esta publicidade foi mesmo de borla. Não recebi nem um cêntimo por ela. Por isso não emiti nenhuma factura, nem passei qualquer recibo...

terça-feira, março 18, 2008

AS REFORMAS

O ponto de vista de Correia de Campos, uma espécie de ministro maldito...

"A peregrina teoria de que não se podem fazer reformas contra alguns dos seus destinatários. Claro que não se podem, pelo menos não se devem tentar reformas contra o que o legítimo poder, eleito pelo Povo, considera o interesse público, o interesse do País, mesmo quando demora algum tempo até que se conjugue a percepção da união entre estes dois interesses. Um ilustre articulista regular de um dos nossos diários acha que não se fazem reformas contra as corporações. Se fosse verdade, não teria o Marquês reformado a Universidade de Coimbra, não teria Joaquim António de Aguiar abatido os foros e morgadios, não teria Fontes Pereira de Melo construído estradas e linhas de comboio contra proprietários fundiários e agrários retrógrados que receavam a drenagem das produções agrícolas para benefício de outras regiões, não teria Duarte Pacheco construído a marginal, não teria o PS feito aprovar a lei da delimitação dos sectores, não teria sido privatizada a comunicação social que caiu no regaço do Estado com as nacionalizações, não teria Vieira da Silva realizado a reforma da Segurança Social, não teria Maria de Lurdes Rodrigues aberto a escola pública todo o dia, concentrado o ensino do primeiro ciclo em locais onde as crianças socializem mais cedo, criado aulas de substituição, instalado o ensino do inglês desde cedo, ou colocado os professores por três anos. Refiro os últimos exemplos para que não se argumente que, reformas a sério, só com regimes autoritários. Não há registo de que as corporações tenham apoiado qualquer destas reformas desde o início. Quando muito deixaram de lhes ser hostis quando ponderaram melhor o que perdiam em credibilidade. Se convenho em aceitar que as reformas se não devem fazer contra ninguém, prefiro admitir, como se tem demonstrado, que é possível fazer reformas apesar das corporações."

PAZ E REDENÇÃO NA SEMANA SANTA...

Perante a atmosfera de paz e reconciliação a que, em plena Semana Santa, assistimos na vida política do PSD local , ou eu me engano muito ou, um dia destes, o vereador Pereira Coelho, que tem faltado às reuniões camarárias ( porque será?...) ainda vai voltar e retomar o seu lugar de Vice-Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz...

DITADURA DEMOCRÁTICA...

“ Ditadura democrática da maioria” foi, segundo o diário As Beiras de hoje, uma expressão usada por um vereador da oposição socialista, na reunião camarária de ontem, a propósito da nova delegação de competências conferidas ao Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Até compreendo que haja membros da Câmara Municipal ( um orgão executivo de natureza colegial) que considere não deverem delegar certas competências no seu Presidente. Face ao seu desempenho político concreto, haveria algumas que eu não delegaria. Mas a Câmara Municipal é isso mesmo: um orgão colegial, colectivo, cujo processo decisório se faz pela determinação da sua maioria. Falar em “ ditadura democrática da maioria” é de topete.
As oposições, a nível nacional como local, também ganham credibilidade pelos disparates que não dizem...

SEMPRE A MESMA HISTÓRIA

Há uma frase feita, um clichê, um lugar comum, que dá um certo glamour de bondoso “humanismo” a quem a pronuncia com ar erudito, no contexto da actual contestação corporativa dos professores . Reza mais ou menos assim : “ não é possível fazer reformas na educação contra os professores”.
É claro que a frase é bonita. Mas é também aplicável para muitos e muitos outros casos de classes profissionais ligadas à Administração do Estado. Troquemos educação por sistema judicial, e professores por funcionários judiciais ou juizes, e a frase resulta. Troquemos educação por funcionalismo público, e professores por funcionários públicos, e a frase resulta. Troquemos educação por forças armadas e professores por militares, e a frase resulta . Resulta sempre, porque reacção dos atingidos pelas reformas, há sempre. De forma que a circunspecta frase quase parece sugerir, a quem governa, a sábia prudência de não fazer reformas nenhumas, não fazer ondas e deixar andar tudo como está. Ou seja, mal...
Vai ser hoje anunciado um novo mapa judiciário, e um conjunto de alterações do funcionamento do sistema judicial. Representantes das corporações dos magistrados e dos funcionários judiciais já vieram anunciar que colocam as maiores reservas àquelas alterações. Daí a começarem a contestá-las, porventura na rua, e a “indignarem-se” com elas, irá um pequeno passo.
Está previsto que a produtividade dos juizes também irá ser fiscalizada e avaliada por um Juiz presidente, em cada circunscrição judicial. Vai cair o Carmo e a Trindade, estou mesmo a ver. Os juizes vão protestar, é claro, clamar que aqui d’El Rei que a classe dos juizes está a ser agredida, perseguida, injuriada. Talvez, quem sabe, venham novamente a fazer greve...

segunda-feira, março 17, 2008

REFLEXÕES...

de Daniel Bessa, no EXPRESSO deste fim de semana, ainda a propósito da indignação e da crispação dos professores....

“(...)
Quem conhecer um pouco de temas como a gestão da mudança, sabe que não há mudança sem dor, sem vontade de romper com o "statuo quo", sem iniciativa e sem risco. O sistema de ensino português necessita urgentemente de uma ordem nova, com mais rigor, mais responsabilidade, maior capacidade de distinguir entre o que é bom e o que é menos bom, mais avaliação.
Não gostam do sistema de avaliação proposto pelo Ministério ? Então, digam como querem ser avaliados. O que não parece certo é que se recuse a avaliação por princípio : logo nós, professores, de quem se espera o exemplo. O que vamos dizer aos nossos alunos?”

sábado, março 15, 2008






AS CAMPANHAS DA LUSITANEA
As notícias acima reproduzidas foram publicadas em reportagem de página inteira, no suplemento de Economia do EXPRESSO de hoje. A fotografia é de data incerta de 2004
O QuintoPoder comentou por diversas vezes a campanha da Lusitanea, alegadamente de promoção turística. A primeira foi logo em 1 de Junho de 2004, neste postal.
(Clicar nas imagens para as ampliar)


AVALIAÇÕES , CRISPAÇÕES E REFLEXÕES (3)

Podem ouvir-se e ler-se muitas senhoras e senhores professores dizer que não são contra a avaliação, não senhor, que ideia...são, isso sim, contra este modelo concreto de avaliação.
Caso realmente assim seja, do que muito duvido, as organizações “ espontâneas” de professores e os militantes sindicalistas, se estiverem de boa fé, têm a obrigação de apresentar um modelo alternativo. Que fosse suportado por experiência colhida noutros países ( como em Espanha aqui mesmo ao lado, por exemplo) onde se faz avaliação dos professores. Mas um modelo que permitisse realmente distinguir ( também salarialmente...) os bons dos maus professores . Não um modelo de faz de conta, uma palhaçada, em que todos os professores são avaliados como muito bons e excelentes.
Não sendo apresentado esse modelo alternativo, será legítimo retirar uma conclusão : os sindicatos e os professores querem é que não se faça avaliação alguma. Para continuarem , todos eles, a ser promovidos automaticamente, no seu confortável regime, até ao topo da carreira.

ENCENAÇÕES COM ESFEROVITE

Aparentemente, está ou vai estar em curso um conjunto de operações mediáticas para suavisar, adocicar, “humanizar” a imagem do Prmeiro-Ministro.
Como aqui já assinalei, não me parece que seja uma boa ideia.
A solidez e a espessura políticas de António Guterres pareciam ser construidas com gelatina, vamos dizer com plasticina, para não sermos muito crueis. José Sócrates tem tiques comportamentais que por vezes parecem resultar de uma solidez e espessura políticas feitas de esferovite. Para construir encenações, prefiro, obviamente, a esferovite à plasticina. Muito melhor do que a encenação será todavia a autenticidade e a genuinidade .
Pode ser considerado um bom exemplo do que refiro a entrevista televisiva dada anteontem pelo Primeiro-Ministro à SIC Notícias. Comentando-a, escreve hoje Miguel Gaspar no PUBLICO :
“(...)Sócrates não exibiu nenhuma espécie de informalidade: parecia um autómato programado para ser espontâneo”

sexta-feira, março 14, 2008

SUPERIORES REMUNERAÇÕES...

Ouvi há pouco uma entrevista de Vítor Constâncio à SIC Notícias . Em resposta a uma frontal pergunta do jornalista, confirmou que, efectivamente, a remuneração do Governador do Banco de Portugal é superior, em termos absolutos, à do Presidente da Reserva Federal americana.
Acrescentou que a sua remuneração era do mesmo nível da dos responsáveis superiores das outras entidades reguladoras nacionais.
Está portanto configurado um cenário ainda mais indecoroso do que eu imaginava.
Vítor Constâncio declarou também não ter sido ele a fixar a sua elevada remuneração. O valor já estava já estabelecido quando tomou posse do lugar. E que, como já referira muitas vezes, aceitará com naturalidade que esse nível venha a ser corrigido em baixa, por quem tem capacidade política para o fazer.
De que estará então o Governo à espera para efectuar as acções correctivas que a decência e a ética política exigem?

quinta-feira, março 13, 2008

DE PESADELO!...

Os estados maiores do PPD/PSD que são vistos por aí a rodear, apoiar e assessorar Filipe Menezes, estão constituidos por figuras políticas como : Mendes Bota, Pedro Pinto, Santana Lopes, Ângelo Correia, Miguel Almeida, Zita Seabra, Ribau Esteves, Gomes da Silva, Pereira Coelho...
Muitos deles iriam certamente ser membros do governo de Filipe Menezes caso o PPD/PSD de Filipe Menezes ganhasse as eleições legislativas de 2009.
Um painel e um cenário hipotético de verdadeiro pesadelo!....

CEM MIL MANIFESTANTES?

Apenas vi em diferido as imagens transmitidas pelas televisões da manifestação de sábado passado. Onde, segundo rezam as crónicas, terão estado cerca de 100 mil manifestantes.
Uma das imagens aéreas, era a de um Terreiro do Paço razoável mas dispersamente preenchido por manifestantes.
O Terreiro do Paço, em Lisboa, é praticamente um quadrado com cerca de 150 jardas de largura ( estimativa feita através de
http://maps.live.com) . Uma jarda equivale a 0,9 metros. Ou seja, o Terreiro do Paço tem cerca de 135 metros de largura e portanto uma área à roda de 18 mil metros quadrados. Arredondemos para 20 mil metros quadrados, mesmo não descontando uns quantos ocupados pela imponente estátua equestre d’el-Rei Dom José....
Para conter 100 mil manifestantes, seria então necessário que, estando completamente cheio, a abarrotar, a taxa de ocupação fosse de 5 manifestantes por metro quadrado. Pela minha parte, não acredito que isso fosse possível, a menos que estivessem uns às cavalitas dos outros, e a bater com as bandeiras nas cabeças uns dos outros.
Para caberem 2 manifestantes por metro quadrado, já será necessário eles ficarem um pouco encostados e apertaditos...

quarta-feira, março 12, 2008

AVALIAÇÕES , CRISPAÇÕES E REFLEXÕES (2)

É possível que o actual clima crispado vivido na corporação dos professores possa ter algumas consequências negativas no resultado eleitoral do PS nas eleições legislativas de 2009 . É apenas possível. Não estou muito seguro disso, e até tenho um palpite que não terá, bem pelo contrário.
Mas estou quase certo de uma coisa. Um recuo radical e muito visível do Governo e do Primeiro-Ministro neste confronto com os sindicatos dos professores, que por exemplo envolvesse a demissão da Ministra da Educação, teria efeitos eleitorais para o PS e para José Sócrates muito mais negativos do que os eventualmente resultantes da permanência por mais uns tempos deste clima de crispação corporativa.

REFLECTIR SOBRE OS ERROS
O porta voz do PS declarou hoje que :
"Quando se fazem balanços é, certamente, para realçar aquilo que se fez bem. E, foram tantas as coisas que fizemos bem, que não temos de perder tempo com o que fizermos mal"
Ora aqui está um exemplo de desnecessária, gratuita e tonta arrogância. Não fica mal alguém reconhecer ter feito alguma coisa mal. Pelo contrário, só se dignifica e ganha credibilidade. Reflectir sobre os erros cometidos ( e no caso vertante, até foram muitos...) não é perder tempo, antes é um exercício de sabedoria que pode induzir e desenvolver um indispensável processo de melhoria, e evitar que erros semelhantes se cometam no futuro.

O DIREITO À MANIFESTAÇÃO...
Esta notícia traz-me à memória os tempos do comício do CDS no Palácio de Cristal, a cuja porta também se foram "manifestar" umas quantas organizações "esquerdelho-infantililistas", nos idos de 1975. Ou até a concentração "popular" nas entradas de Lisboa, para os "populares" se indignarem com o comício do PS na Alameda Afonso Henriques. Também nos idos de 1975...
Post scriptum
Curioso é um dos comentários a esta notícia :
"Não é tolerável notícias com base em rumores. Estou com a sensação que este jornal está a promover uma manifestação sob o pretexto de estar a dar notícia."
Muito típico de uma grande parte da comunicação social portuga; quer escrita, quer da rádio, quer da TV...

terça-feira, março 11, 2008

AVALIAÇÕES , CRISPAÇÕES E REFLEXÕES (1)

A avaliação de desempenho dos professores não se deve destinar, em primeira linha, a melhorar o desempenho dos mesmos, ou a qualidade do ensino prestado pelas escolas, como alguns dizem com alguma hipocrisia ou falsa ingenuidade. Destina-se, em primeiro lugar, isso sim, a diferenciar , salarialmente também, os bons dos maus professores. Essa diferenciação, premiando o mérito, poderá mobilizar alguns dos maus professores a melhorarem o seu desempenho. E, por via disso, é que poderá melhorar a qualidade média do ensino ministrado pela escola pública. Mas a criteriosa distinção entre bons e maus, com consequências no nível remuneracional, ou na ascenção na carreira, é uma necessidade instrumental determinante para o efeito.

A DÚVIDA METÓDICA...
Não fica nada mal adoptar uma muito científica atitude de dúvida metódica (ver aqui) quando se analizam e se discutem as chamadas alterações climáticas e o efeito estufa. Sobretudo quando por vezes o debate aparece inquinado pela política...
Afinal, o princípio da precaução, que certos "ambientalistas" tanto gostam de invocar, deve aplicar-se em todos os sentidos e direcções. Ou não será assim?...


Uma manif à moda antiga, em Milão, a celebrar em 8 de Março o chamado dia internacional da mulher.
Mais parecia uma "marcha ao fulambó...", mas enfim...é sempre divertido de ver...

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Com o Duomo de Milão já quase todo recuperado, ressalta a beleza da sua fachada, e a luz da sua pedra calcárea muito branca e limpa.

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quinta-feira, março 06, 2008

ÁGUA LIGEIRAMENTE SECA...

Poderá ser-se firme, determinado, quase obstinado, sem se correr o risco de ser acusado de ser autocrático e do pecado da soberba ? Talvez, mas não é nada fácil . Menos difícil, é certo, do que pedir água ligeiramente seca ou gelo levemente aquecido.
Como muita gente mais, irrita-me frequentemente o estilo e a forma como o Primeiro-Ministro fala em público, auto-elogiando-se arrogantemente do alto de uma tribuna ou de um púlpito, como por exemplo no Parlamento.
Preferiria um José Sócrates ligeiramente “aguterrado”, no sentido de, mantendo a sua firmeza e a sua determinação, o fazer com um toque da bonomia que caracterizava António Guterres.
Mas cada um é como é. Ao procurar “aguterrar-se”, forçando e torcendo a sua própria natureza pessoal, José Sócrates certamente perderia muita da sua genuina firmeza e determinação. E estas são mesmo indispensáveis para levar até ao fim as reformas que foram iniciadas, e para muitas mais que ainda é necessário realizar. Contra interesses corporativos, mentalidades resignadas, vícios atávicos, interesses instalados, fantasmas obscurantistas.
E entre a firmeza arrogante de José Sócrates, e a bonomia vacilante e gelatinosa de António Guterres, prefiro a primeira à segunda . Sem quaisquer dúvidas.

quarta-feira, março 05, 2008


MARCAÇÕES ELEITORAIS...

O diário As Beiras publicou hoje, lado a lado, as duas notícias acima mostradas. Começa a cheirar a eleições, é bem de ver ; falta ano e meio. Eu percebo muito pouco de futebol, mas de vez em quando ouço assim umas expressões bem imaginativas . E tenho dúvidas se, em bom jargão futebolístico, a propósito de um confronto daquele tipo, se deverá dizer que há “marcação homem a homem”, ou “marcação à zona”...

domingo, março 02, 2008

O SUCESSO ESCOLAR

A imprensa de hoje publica estatísticas animadoras sobre a qualidade do ensino público e o sucesso escolar. A taxa de retenção e desistência do ensino básico ( vulgo percentagem de chumbos no antigo 5º ano do Liceu...) terá evoluido nos últimos anos da seguinte forma :

- 2004/2005 : 11,5 %
- 2005/2006 : 10,6%
- 2006/2007 : 10,0%

Segundo as mesmas estatísticas, a taxa de chumbos no 1º ciclo do ensino básico ( vulgo antiga 4ª classe), terá evoluido assim :

- 2004/2005 : 5,2 %
- 2005/2006 : 4,3 %
- 2006/2007 : 3,9 %

Seria para se ficar contente e se felicitar o Ministério da Educação e os professores. Não fora uma dúvida que assalta o meu espírito. A qual é a de saber se tal redução se ficará ou não a dever a um eventual abaixamento médio dos níveis de exigências tendencialmente aplicadas pelos professores na avaliação final dos conhecimentos dos alunos . Ou dito de outro modo, a um aumento médio de facilitismo e “generosidade” dos critérios de avaliação, para os professores não se chatearem muito, e para que não os chateiem muito. Tanto mais que, não havendo exames nacionais no final do mesmo ensino básico, ou do seu 1º ciclo, os níveis de exigência de avaliação ficam a critério dos próprios professores que são responsáveis pelo ensino das matérias.
Bem gostaria de estar absolutamente seguro de não ser essa a explicação. Mas compreende-se que, conhecendo o que a casa gasta, eu tenha essa dúvida.

Após o 12º ano há exames nacionais, e portanto aquela dúvida sobre uma possível variância de critérios, não será de considerar. Os valores das “taxas de chumbo” nos exames do 12º ano variaram da seguinte forma :

- 2004/2005 : 49,1 %
- 2005/2006 : 46,5 %
- 2006/2007 : 36,7 %

Aparentemente, há também uma acentuada melhoria. Faltará confirmar se a mesma não se pode dever igualmente a um abaixamento da dificuldade dos exames nacionais. O que um estudo comparativo, feito por uma entidade acreditada para o efeito, poderá confirmar ou não.
E se não confirmar...óptimo!...Estaremos mesmo perante um caso de melhoria do sucesso escolar, confirmando-se o optimismo e a auto-satisfação da Ministra da Educação...

sábado, março 01, 2008

BRANDOS COSTUMES

Este tipo de vigarices dá só direito a processos de contra-ordenação ?. Porque não processos crime? E , pelo menos, não se deveria dar publicidade aos nomes dos vigaristas? Na cultura anglo saxónica, mentir sob juramento, ou prestar falsas declarações, são considerados como crime. E como tal tratados, ou seja , podendo dar direito a dias de prisão.

AS RAZÕES DE UMA MÁ IMAGEM...

Da crónica de Pacheco Pereira da revista SABADO desta semana, destaco este trecho, pela lucidez da análise :

(...)
Os professores no seu conjunto eram tidos como os grandes responsáveis pelo que se passava nas escolas e embora houvesse outros alvos, o Ministério, o laxismo, o “eduquês”, os sindicatos, acabava sempre por sobrar para os professores. Os professores tinham uma óbvia responsabilidade por esta situação e tinham-se posto a jeito. Embora houvesse professores que individualmente expressassem o seu descontentamento com o “eduquês”, o facilitismo, a falta de hierarquia de mérito entre os próprios professores, o absentismo, o desleixo e a má preparação de muitos profissionais, a ausência de avaliação digna desse nome, a sindicalização do Ministério, não havia um sólido movimento de opinião entre os professores que exigisse reformas e isso permitiu a demonização dos professores enquanto classe profissional.
(...)


Destaco tambem a parte final de um depoimento de um professor de Matemática do Ensino Secundário, divulgado no blogue ABRUPTO :

(...)
Sejamos claros, a reforma em curso na educação é difícil, com óbvios custos políticos, e envolve mudanças profundas na cultura das nossas escolas que, sem margem de dúvida, afectam os interesses e expectativas dos professores. Contudo, são reformas imperativas a bem do país, que só não foram feitas há muitos anos por falta de coragem política dos governos anteriores.

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