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segunda-feira, março 24, 2008



A MINHA TRANSPARÊNCIA PERANTE O FISCO

Regresso a casa e fico muito assustado com a polémica paranoica que por aí começa a levantar-se sobre mais malfeitorias do fisco, que quer saber quem pagou os vestidos das noivas e coisas assim.
Ora eu dei um pulo até à Côte d’Azur. E depois, para tentar cumprimentar a prima Stephanie, fiz uma visitinha de um dia ao Mónaco/Monte Carlo. O que desde logo pode ser considerado como um sinal exterior de riqueza. Por isso, e não vá o diabo tecê-las, o melhor será pôr logo as coisas em pratos limpos, esclarecendo e contando já tudo ao fisco. Ainda corro o risco, eu sei, de ser chamado de pelintra e de pindérico pelos meus amigos. Mas paciência.
Em Nice, hospedei-me num modesto hotel de 2 estrelas, um IBIS, para que conste, e passe a publicidade (1) . Cuidadosamente, guardo a respectiva facturinha. A viagem de ida e volta para Montecarlo , fi-la num comboio regional, em 2ª classe. Custou-me 6 euros, e tambem guardo o tiquêzinho da praxe. Na luxuosa marina do Mónaco, rodeado por grandes e impressionates yates e barcos de recreio, almocei uma simples mas bem recheada salada niçoise, com uma coca cola e um café de sabor horroroso. Paguei por tudo um pouco mais do que pagaria junto da marina da Figueira, mas bastante menos do que pagaria junto da marina de Vila Moura . Lamentávelmente, não guardei o talãozinho que o diligente garçon me colocou na mesa logo depois de servir o prato da salada.
Mas o pior ainda não revelei.
À porta do grandioso Casino, depois de me ter fascinado com muitos Rolls Royces e Ferraris que estacionavam em frente ao Hotel de Paris, não resisti à vaidade de entrar . Admirei o monumental hall, do qual logo se tinha acesso à sala das máquinas de jogar. Passava um pouco da uma da tarde, e na pequena sala estava meia dúzia de jogadores. Mais uma vez, não resisti ao apelo da cobiça. Escolhi uma máquina e meti uma notita de 5 euros. Há bem mais de 20 anos que não metia um tostão numa máquina daquelas. Mas desta vez sempre era o Casino de Monte Carlo, co caneco. Andei para ali a carregar numa teclas, sem perceber como aquilo funcionava. De vez em quando a máquina tilintava. Até que, de repente começou a tilintar por ali fora, sem nunca mais se calar...Por fim calou-se, abriu-se uma luzinha a dizer “retrait” ( retirada, em francês) . Carreguei na tecla iluminada, e saiu-me um talão, no qual estava registada a verba de 81 euros...Abri a boca de espanto, até perceber que me tinha saido um prémio. Corri para a caixa, levantei os 81 euros, e saí pela porta fora. Dali a umas horas abandonava o Principado de Mónaco.

Assalta-me agora uma angústia. Não informei o fisco local da receita de 81 euros ganho ao jogo. Será que terei cometido algum ilícito fiscal face à legislação do Principado da Stephanie ? Mas muito mais grave : para cumprir o dever legal de colaboração, terei de informar o fisco portuga desta receita, na declaração do IRS que deverei preencher no próximo ano? Mas o pior é que não trouxe o talãozinho, o homem da caixa só me colocou o dinheiro à frente, eu peguei logo nele, e nem olhei para trás. Creio que terei balbuciado um nervoso merci beaucoup...De modos que estou assim um pouco pró aflito.

(1) Atenção! Esta publicidade foi mesmo de borla. Não recebi nem um cêntimo por ela. Por isso não emiti nenhuma factura, nem passei qualquer recibo...

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