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sexta-feira, agosto 29, 2003

Vou de férias...
Não vou para a Quinta do Lago , nem para Vilamoura , nem para o Nepal , nem para Salzburgo .
Apeteceu-me ir de férias para Bagdad , a terra das mil e uma noites ...
E aí vou eu , a bordo de um tapete voador .

Análise política e contabilidade fotográfica
Chegou hoje às minhas mãos o número 6 do Figueira INforma , editado pela Câmara Municipal da Figueira da Foz .
Distribuição gratuita , esclarece-se na contracapa .
A tiragem foi de 10 000 exemplares . Seja-me permitida uma estimativa do custo total desta edição : entre 8 a 10 mil contos .
É uma mera estimativa ; poderei estar enganado .
Com 64 páginas , mais capa e contracapa , a publicação contem um total de 219 fotografias .
Há um grande número de fotos de paisagens e vistas gerais .
Personalidades locais conhecidas aparecem em 84 fotografias .
Destas, o Sr. Presidente da Câmara figura em 67 fotos ( 80% daquelas 84 com personalidades conhecidas ) . Nada a estranhar . O sistema de gestão política das autarquias locais é de cariz marcadamente presidencialista.
Outros Vereadores, aparecem em cerca de 15 a 20 fotos . Continuo a achar normal.
Já o mesmo não poderei dizer de outra “contabilidade” .
O Dr. Santana Lopes aparece em 6 fotos .
E só consigo observar o Sr. Vice Presidente da Câmara em 4 fotografias , sendo uma delas no friso de todos os Srs. Vereadores , e outra a uma mesa do festival de peixes tradicionais da Figueira .
Conhecido como é o peso político que o Sr. Vice Presidente da Câmara tem tido e ainda tem no executivo camarário , poderá ser atribuído algum significado político àquele tão limitado número de aparecimentos na galeria fotográfica da Figueira INforma ?

O sítio da Câmara Municipal
Está em remodelação o site da internet da Câmara Municipal da Figueira da Foz .
Congratulo-me com o facto . Já não era sem tempo .
Como estava, era uma colecção de trivialidades e quase - inutilidades.
Continha sobretudo propaganda e publicidade, das festas , festivais , happenings e outros eventos de maior ou menor conteúdo cultural , com que por aqui se vai entretendo as nossas gentes .
Aquilo a que os espanhóis chamam o cachondeo...Enfim, os cantares da cigarra .
Ora , o interesse de um site , para uma organização da administração pública , local ou nacional, está muito , mas mesmo muito , para alem da comunicação dessas trivialidades.
Deve , acima de tudo, ser uma interface de interactividade entre a estrutura administrativa da autarquia local e o munícipe/cidadão , facilitando a relação deste com aquela , actualmente quase sempre lenta , inelástica, burocrática, confusa e exasperante .
Não fica obviamente excluído que possa e deva também conter outra informação sobre o lazer e a vida corrente da terra . Ou de promoção desta , no plano turístico ou económico .
Um site de uma Câmara Municipal só terá efectiva e acrescida utilidade quando, por exemplo ,um munícipe , acedendo a ele e consultando-o , puder com isso poupar muito do seu tempo , não tendo de se deslocar fisicamente aos serviços municipais para receber uma informação , conhecer uma minuta para um requerimento, ou saber as condições de um concurso público.
Um site útil ao cidadão deverá por isso incluir no seu conteúdo , com acesso prioritário, fácil e expedito, tais coisas como : actas e reuniões camarárias , regulamentos municipais, relatórios anuais e contas e gerência , planos ordenamento urbanístico , formulários, avisos, editais , concursos públicos .
Será assim também um instrumento para se conseguir maior transparência na gestão política da vida autárquica , que bem necessária e desejável é.
Importa que seja de descarga rápida ( não demorando uma eternidade , que no ciber espaço se mede em alguns segundos... ) , com uma página de entrada leve e bem arrumada , sem cores demasiado pesadas , sem mariquices e imaginosas fantasias de bonequinhos a mexer e a faiscar .
De alguns sites de Câmaras Municipais que tenho tido a oportunidade de consultar , refiro dois exemplos.
O primeiro, francamente bom, é o da Câmara Municipal de Pombal : prático , rápido a descarregar , bem ordenado , sem fantasias pictóricas , com acesso directo a mais de quatro dezenas de endereços internos de e-mail .
Já o segundo , o da Câmara Municipal de Coimbra , contem muitas fantasias logo à entrada
( é necessário um segundo clique para entrar ) , é pesado a descarregar ( por ter muitas fotografias) , tem côres pesadas e demasiado quentes , ao estilo latino americano... O conteúdo mais útil ( PDM , Legislação urbana , concursos, impressos etc) está todavia acessível e bem arrumado .
Fico a aguardar , com expectativa, o site remodelado da Câmara Municipal da Figueira da Foz.

quinta-feira, agosto 28, 2003

O fim do Flash back
O Abrupto anuncia : o flash back acabou mesmo . O novo homem de mão da TSF , Emídio Rangel , deu cabo dele . Não fazia bem o seu estilo ; o gosto do ilustre jornalista e homem de negócios inclina-se mais para programas do nivel do Big Brother , embora relativamente a este tenha lamentado a sua perda em favor da outra TV- tabloide concorrente.
Perde-se assim aquele que era , a meu ver , o melhor , o mais estimulante e o mais plural programa de debate e análise política da rádio portuguesa . Fui , ao longo de muitos anos , seu dedicado ouvinte .
Não haverá mesmo outra estação de rádio que queira recuperar o programa ? Ainda que possivelmente tenha de ser com outro nome?

quarta-feira, agosto 27, 2003

Vilas e cidades...
No Diário da República de ontem , dia 26 de Agosto , vinham publicadas nada mais nada menos do que 29 Leis da Assembleia da República , da maior transcendência e importância para o progresso de Portugal.
Sete dessa Leis elevavam outras tantas vilas à categoria de cidades .
Passam a ser cidades, por exemplo, terras como Rebordosa e Lordelo que , positivamente, não faço nenhuma idéia onde ficam .
Nas 23 Leis restantes, foram elevadas à categoria de vilas , outras tantas povoações , incluindo algumas com nomes tão sonoros como Palhaça , Pico das Regalhadas e Santa Maria da Sardoura .
É já habitual o nosso Parlamento ser acometido de semelhante diarréia legislativa no final de cada ano político . Trata-se quase sempre do cumprimento de promessas mais ou menos eleiçoeiras , de manobras de promoção político-partidária deste ou daquele deputado , ou do pagamento de favores devidos a um ou outro cacique local .
A coisa fica barata , as populações ( como se diz em politiquês...) gostam e ficam contentes , e vão logo mudar as placas de entrada nas suas terras.
E o país , obviamente , fica mais rico e próspero .

O extraordinário comício...
Afinal , a propagandeada ( o termo é mesmo este...) reunião extraordinária da Câmara Municipal , para a qual eu fora convidado por carta pessoal do Sr. Presidente da Câmara , não foi uma conferência de imprensa , como eu me tinha posto a adivinhar . A avaliar pelo relato que dela é feito por alguma da comunicação social terá sido mesmo um verdadeiro comício . Com direito a intervenção política de fundo , como é da praxe . E também com algumas oratórias facadas pelo meio , o que já não é tanto assim da praxe...

segunda-feira, agosto 25, 2003

A análise de uma reunião
Surpreendido , leio num órgão da imprensa regional um edital , assinado pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal , anunciando uma reunião extraordinária da Câmara Municipal com um único ponto na Ordem de Trabalhos : Análise do Processo “ Centro de Formação Profissional “ . Que esquisito, pensei eu . Uma reunião extraordinária para realizar “uma análise “... ? Pensava eu que as reuniões da Câmara Municipal seriam , acima de tudo , para tomar decisões , depois de discussão e debate .
As “análises” fazem-se em colóquios, seminários, debates , congressos , e outros eventos do estilo . Ou então , fazem-se em “conferências de imprensa” , que é o que parece dever vir a ser esta anunciada “Reunião Extraordinária” .
Estupefacto fiquei porém quando , ao abrir o correio, dou de caras com uma carta , aliás sem data, provinda do Gabinete do Sr. Presidente da Câmara , a convidar-me pessoalmente a estar presente à dita reunião . A carta é assinada pelo Sr. Vice Presidente da Câmara , Dr Paulo Pereira Coelho ( o Dr. vem por baixo do nome, entre parêntesis ) .
O convite deve-se , no dizer do Sr. Vice Presidente da Câmara , o facto dele saber do “ seu (neste caso meu...) natural interesse neste assunto “ . O “ neste “ está erradamente mal aplicado , como é óbvio . Presumo que quisesse dizer “ por este” .
De uma forma ou de outra, a verdade é que nunca tive nem manifestei interesse “neste” ou “por este “ assunto . Conheço-o vagamente pela imprensa. Muito vagamente .
Não tinha interesse, mas confesso que vou passar a ter . O edital e a carta aguçaram-me a curiosidade . Espero poder passar a seguir o assunto com mais atenção pela Comunicação Social .
À dita e redita reunião , obviamente não vou , agradecendo contudo o convite .
Como referi , deverá tratar-se de uma conferência de imprensa .
E eu não sou jornalista . Às reuniões da Câmara Municipal , quando forem públicas , vou quando muito bem quiser , sem necessitar de convite .

Revisões...
Depois de ler no opalhinhas o comentário crítico sobre a última edição do “ Figueira inForma” , chamado oficialmente de “Boletim da Câmara Municipal “ , assaltou-me uma curiosidade nostálgica do passado recente da Figueira da Foz , e fui rever a 3ª edição do “Figueira inForma” (distribuída gratuitamente em Março de 1999) , dos tempos do Dr. Santana Lopes e do Ministro João Cravinho , em que se movimentavam milhões e se anunciavam dezenas de milhões .
Na sua capa , podia ler-se : “ A Figueira fez-se ouvir . Ministro João Cravinho anunciou a Santana Lopes 56 milhões de contos de investimento na Figueira da Foz “
Ao longo de 30 páginas , podem contar-se 28 fotografias do Sr. Presidente, Dr. Santana Lopes . Mas ao que eu achei mais piada foi a uma delas, em particular .
É uma em que o Dr. Santana Lopes é recebido , em audiência privada , pelo Presidente da República, para se queixar e tratar de um assunto privado , da sua vida privada . Claro que a entrevista-queixa privada , para tratar de assunto privado da sua vida privada , foi devidamente fotografado , e depois publicado no Boletim oficial da Câmara Municipal .
A legenda da fotografia reza assim :
O Presidente da Câmara Municipal, Dr. Pedro Santana Lopes , foi recebido por Sua Excelência o Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, na sequência de um episódio televisivo infeliz. A audiência , que decorreu da melhor forma , proporcionou ao nosso Presidente da Câmara a oportunidade de transmitir ao Presidente da República a sua preocupação pela forma como alguns meios de comunicação social tratam algumas figuras públicas ligadas à política”....

Boas vindas à crítica livre...
Saudo naturalmente o aparecimento de opalhinhas . Sou dos que "apoiam o projecto e sou dele fan"...Estou seguro que os seus autores o saberão manter em obediência a um princípio que li há tempos no Abrupto , de Pacheco Pereira .
Escrevia ele mais ou menos o seguinte : havia optado e prometido a si mesmo que escreveria no seu blog como se na imprensa escrita estivesse a escrever .

domingo, agosto 24, 2003

Repressão e tolerância zero...
No rescaldo do furacão de fogo que varreu Portugal , e de cujas consequências e dimensões reais ainda muita gente não terá tido plena consciência , valerá a pena recuperar duas pequenas cartas recentemente endereçadas ao director do "Público" , e que deverão merecer reflexão . Mas estou em crer que , passado o verão , caidas as primeiras chuvas, retomados os caseiros escandalos para os tabloides, iniciada mais uma edição do "Big Brother" , entretidos os políticos com o dificil orçamento para 2004 , indignados os autarcas com o pouco dinheiro que lhes é atribuido , a análise e a correcção das causas da tragédio passarão para segundo plano da agenda política e noticiosa . Para o próximo verão haverá mais...

Aqui ficam os dois citados textos .

" (...)não vale a pena insistir no eufemismo da "negligência" para designar a principal causa dos incêndios florestais, quando do que se trata, como todos sabemos, é de comportamentos incívicos por parte de muitas pessoas que convivem com a floresta durante o Verão.
E, como não se pode pedir a alguém que durante o Verão tenha um comportamento razoável, quando tudo lhe é permitido e tolerado durante os restantes meses do ano, não há remédio para atalhar a tragédia dos fogos que não seja a tolerância zero para o aviltamento do meio ambiente. "

"Incumprimento de regras de limpeza da floresta, criar parques de sucata e lixeiras no meio dos campos agrícolas e florestais, deitar lixo para a rua, vandalismo urbano, deitar beatas acesas para o chão, deitar lixo nas estradas, incúria na limpeza das bermas das estradas, incúria na limpeza dos vãos dos viadutos, colagem selvagem de cartazes, são tudo comportamentos a banir urgentemente. Para todos eles uma 21ª medida: repressão e tolerância zero.


"(..) No mesmo dia em que li as 20 medidas propostas pelo PÚBLICO, vi, na televisão, alguns bombeiros, algures na serra algarvia, comendo umas sanduíches e bebendo algum líquido. Um deles segurava numa mão uma lata da bebida, enquanto a repórter o entrevistava. Ao pé outros bombeiros faziam o mesmo. De repente, um outro, acabando de beber, lançou para a borda da estrada o recipiente vazio! Não deu para ver se era uma lata (não combustível) ou outro vasilhame (combustível?) (...)

(...) O gesto de lançar uma lata para o chão é o mesmo gesto de quem atira uma garrafa, um saco de plástico ou um maço de tabaco vazio pela janela fora. É o mesmo gesto de quem lança uma beata de cigarro acesa para as bermas de caminhos e estradas (...) "




Ainda a festa e os foguetórios...
A notícia do fogo de artifício na Figueira da Foz não foi objecto de muitas referências na imprensa local ou regional . E a que li , não fazia uma abordagem crítica ao acontecimento . Deram mesmo relato do êxito da iniciativa , e do contentamento geral obtido entre os veraneantes que olharam para o fogo no céu , como no exemplo seguinte .

“ Pirotécnicos dizem-se “ vítimas” dos incêndios .
A Associação Portuguesa de Industriais de Pirotecnia (APIPE) ofereceu, na Figueira da Foz , um espectáculo piro-musical . Com um cunho solidário , esta acção teve ainda por objectivo alertar para os efeitos negativos da directriz do Governo que proíbe o lançamento de fogos nas festas populares .
(...) de forma geral as milhares de pessoas gostaram do espectáculo que foi , de certa forma , prejudicado pela falta de vento que se fez sentir na praia .
In Diário As Beiras de 14 de Agosto 2003

Este fenómemo da independência ( ou da falta dela) dos meios de comunicação de escala regional , relativamente ao poder e aos governantes locais , merecia um estudo sociológico aprofundado e desmistificador . Não haverá nenhum estudioso de sociologia política interessado em preparar uma tese sobre o assunto ?

quinta-feira, agosto 14, 2003

O foguetório e os incêndios...
Aquilo que eu me recusava a tomar como verdadeiro, afinal aconteceu.
Na noite de ontem , a Figueira da Foz foi brindada , durante uns bons 20 minutos, com um feérico e estrondoso fogo de artifício.
Como em desafio às intenções de se pôr cobro ao lançamento de foguetório durante os meses de verão , timidamente anunciadas por alguns governantes , nos ultimos dias da vaga de incêndios que transforma Portugal num monte de cinza , os industriais de pirotecnia conseguiram pelos vistos sacar a necessária autorização das autoridades locais .
Com o Algarve ainda a arder intensamente , com grande parte da floresta do interior centro devastada e reduzida a cinza , com a angústia e o medo a encherem as almas das pessoas , não se poderia encontrar melhor demonstração de insensibilidade e de irresponsabilidade. Quase se pode considerar ter sido um insulto aos bombeiros exaustos e a quem, neste momento , viu os seus bens destruidos e tem de ganhar coragem para recomeçar a sua vida a partir do nada .
Na inauguração do estádio do Sporting , a SAD decidiu cancelar o lançamento de fogo de artifício . O Duque de Bragança decidiu, por respeito para com as vítimas da tragédia , cancelar um convívio monárquico marcado para a Figueira da Foz na semana passada . As autoridades locais , desejosas de ter festa de borla para gáudio dos veraneantes, decidem autorizar o lançamento dos foguetes.
Está aberto um precedente . A partir de agora, na parte restante deste verão cheio de festas e romarias ( e o martírio do tempo quente e dos fogos poderá ainda não ter chegado ao fim ) , não haverá comissão de festas que não reivindique ser o “seu” caso um caso especial , para que deva ser autorizado o lançamento de foguetório .
A ser assim, para o ano, vamos continuar a ter o país a arder e a ver destruída a sua floresta , alegremente , com muita festa e animação .
Nunca mais serve de lição a fábula da cigarra e da formiga.

terça-feira, agosto 12, 2003

Nos noticiários desta manhã , um industrial de pirotecnia relativizava a relação causal entre fogos de artifício e os incêndios nas nossas florestas.
Para demonstrar que os foguetes , quando lançados com obediência a regras específicas , não faziam mal nenhum , anunciava que esta noite, seriam lançadas na Figueira da Foz , à noite , umas não sei quantas toneladas de fogo de artifício .
Pura e simplesmente , recuso-me a acreditar que tal vá acontecer .

segunda-feira, agosto 11, 2003

A caça...
Só no Diário da República de hoje , contei 26 Portarias do Ministério da Agricultura criando 26 zonas municipais de caça .
De há uns tempos a esta parte ,o número diário de diplomas identicos não foi muito inferior a este .
O Ministério da Agricultura não terá mais nada sobre que legislar ?

sábado, agosto 09, 2003

Juizes caros...
Reparo agora . No post que escrevi sobre os caros juizes, saiu-me Tribunal..onde queria escrever Hospital . Fui arrastado pelos juizes...

...um dia bem quente !..:))))))
Vaporosa , cabelos longos compridos , pendentes sobre um peito fresco , no qual brilham uns tantos colares de cores reluzentes , a locutora do Telejornal das 8 horas da RTP , serviu de pivot , ao longo de 40 minutos , a uma interminável sequência de deprimentes reportagens sobre os incêndios , feitas por meninos e meninas estagiários , ambiciosos por um lugar ao sol no mundo dos media , que insistentemente violentam as pessoas aterradas com o fogo que lhes ronda a casa , o quintal , a sua mata , o seu gado.

Chega o momento de mudar de tema , e a vaporosa locutora passa à previsão meteorológica para o domingo seguinte .
A imagem percorre um mapa do país , de sul a norte , e vai mostrando os 38, 39 , 40 ºC que novamente irão martirizar as pessoas do interior , já exaustas .

A vaporosa locutora termina com...” como se pode ver , um dia bem quente... “ , e por fim , com um largo e deliciado sorriso....

Aviz

Aviz

Sera que assim se faz um link? Vou experimentar...um link para o Abrupto...

Caros juizes....
Sera mesmo verdade o que hoje noticia o Expresso? Segundo li, os 3 juizes do tribunal arbitral que dirimiu o contencioso Estado-Tribunal Amadora/Sintra vao cobrar , cada um deles, uns "honorarios" superiores a 150 mil Euros ? 30 mil contos? Nao posso, nao quero acreditar....Deve haver uma gralha . Tal quantia nao ganha o Primeiro Ministro num ano inteiro de trabalho. Fico esperando o desmentido .

As imagens deram na RTP1 , a tal do serviço publico...Vi-as ao tempo da sobremesa e logo o almoço me caiu mal . Nestes dias depressivos, fizeram-me aumentar a depressao . J.Pacheco Pereira deve te-las visto ao mesmo tempo que eu , pois nao demorou a reagir, comentando-as no Abrupto : "(...) um grupo de estudantes duma Tuna de uma faculdade técnica da Universidade de Coimbra, a elite da nação, de capa e batina negras à torreira do sol, cantam alegremente “é o branco, é o tinto que me faz levantar de manhã” e fazem umas piruetas por cima uns dos outros. É difícil mostrar tão bem todo o esplendor do nosso atraso." . Nao poderia estar mais de acordo .

sexta-feira, agosto 08, 2003

Bombeiros de bancada
Portugal já tinha milhares de treinadores de futebol de bancada. Agora parece que tem tambem numerosos "bombeiros de bancada" . Jornalistas, comentadores, engenheiros florestais, ecologistas, autarcas ...todos peroram e bolsam sentenças , com o país ainda a arder . Já cansa ! Não haverá ninguem que dê um grito : calem-se por favor !...Deixem quem dá a cara e o litro apagar os incêndios. Depois haverá muito tempo para reflectir, opinar , justificar, identificar causas, botar bitates, acusar, responsabilizar , sugerir . Mas para já , por favor , não façam os portugueses entrar em maior depressão do que aquela de que já sofrem neste momento .

quinta-feira, agosto 07, 2003

O IRS , o IRC e a contribuição de condomínio
Li no Abrupto ( o já famoso blog de Jose Pacheco Pereira) que o seu autor propõe
( ou em tempos propôs) o “acesso generalizado às declarações de rendimentos , como acontece nalguns países nórdicos” .
Não posso estar mais de acordo.
Nunca entendi qual era o fundamento do chamado “segredo fiscal” .
Já percebo qual é o do “segredo bancário” . Se vou a um banco e deixo o meu dinheiro à sua guarda , contra o pagamento de um juro, o contrato e a relação são meramente de ambito bilateral . São entre mim e o banco e , tirando casos especiais que a lei contemplará , mais ninguem tem nada a ver com isso .
O mesmo não sucede com a relação fiscal . Esta não é só entre mim e o fisco .
É de dimensão multilateral , entre mim e os restantes concidadãos .
Todos , através do nosso direito de intervenção nos negócios do Estado ,acordamos que eu ganho tanto e portanto pago tanto ; e tu , se ganhares isto, deveras pagar aquilo.
Sendo assim, eu tenho o direito de saber e verificar em que medida o meu parceiro de cidadania estará ou não a cumprir o acordado .
Será um pouco como aquilo que se passa no meu condominio . Eu desejo saber ,
tenho o direito de saber , quanto de condomínio paga o meu vizinho do 5º andar , e se paga .
O desaparecimento do “segredo fiscal “ seria, só por si, um mecanismo desincentivador de alguma evasão fiscal . O acesso livre poderia ser obviamente limitado à parte onde estivessem escritos os rendimentos .
Não seria remédio para esta vergonha nacional , mas seria um passo para mitigar os seus efeitos .
Alguns , porventura os menos desavergonhados, pensariam duas vezes antes de preencherem as respectivas declarações ( de IRS ou de IRC) com os valores ridiculamente diminutos que hoje declaram .
A sanção social , aquela que não necessita de policia ou tribunais para ser aplicada ,
é a mais eficaz nos paises cultural e civicamente mais avançados da Europa.

José Pacheco Pereira também escreve, no Abrupto , estar ainda hesitante se deve ou não tornar pública a sua declaração de rendimentos .
Penso que , unilateralmente, não tem nem deve fazê-lo . A criar-se uma regra , como propôs , e para que tem o meu singelo aplauso, ela tem de ser para todos.
Mas talvez possa desafiar o jornal tabloide que o insulta , propondo que tornará publica a sua declaração se o Director do pasquim fizer o mesmo .

Portugal deve ter diversos records... Um deles será seguramente o do país onde mais legislação é publicada sobre caça e "actividades de carácter venatório" , como costuma constar do Diário da República. São às centenas , se não mesmo aos milhares , as portarias a autorizar, renovar ou suspender o exercício da caça por esse país fora. Há mesmo edições da 1ª série do Diário da República que não trazem outro conteúdo que não sejam portarias sobre esse assunto . Que significado atribuir a tais diarreias legislativas? Ao peso social ( leia-se eleitoral..) dos trezentos e tal mil caçadores em Portugal ? Ao facto de até agora estar tudo por legislar e regulamentar nessa matéria?

quarta-feira, agosto 06, 2003

O custo da cultura...ou da vaidade?
Num dia de enorme angustia , vendo nas cadeias de televisão as terríveis imagens do desespero das pessoas que tudo perderam nos incêndios que varrem Portugal, e que não sabem como vão viver e sobreviver , dei de caras , um pouco por acaso , com o Orçamento das despesas correntes para 2003 , do Centro de Artes e Espectaculos da Figueira da Foz , recentemente baptizado com o nome do Dr. Pedro Santana Lopes .
Em linhas gerais , é o seguinte :

- Despesas com pessoal : 323,1 mil Euros
- Aquisição de bens e serviços : 484,2 mil Euros
- Outras despesas correntes : 1250,4 mil Euros
Total : 2057,7 mil Euros

O valor total , em moeda antiga , cuja escala melhor compreendemos, é de cerca de 410 mil contos ; dos quais , cerca de 250 mil contos parecem ser para pagar os “cachets” dos magníficos espectáculos a que o “jet set” da Figueira e de Coimbra têm tido a felicidade de assistir .
Como é possível continuar a afirmar-se que não há verbas e recursos públicos
para tomar as medidas preventivas que minimizem os efeitos dos incêndios , ou para adquirir equipamentos de combate ?

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