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domingo, agosto 24, 2003

Repressão e tolerância zero...
No rescaldo do furacão de fogo que varreu Portugal , e de cujas consequências e dimensões reais ainda muita gente não terá tido plena consciência , valerá a pena recuperar duas pequenas cartas recentemente endereçadas ao director do "Público" , e que deverão merecer reflexão . Mas estou em crer que , passado o verão , caidas as primeiras chuvas, retomados os caseiros escandalos para os tabloides, iniciada mais uma edição do "Big Brother" , entretidos os políticos com o dificil orçamento para 2004 , indignados os autarcas com o pouco dinheiro que lhes é atribuido , a análise e a correcção das causas da tragédio passarão para segundo plano da agenda política e noticiosa . Para o próximo verão haverá mais...

Aqui ficam os dois citados textos .

" (...)não vale a pena insistir no eufemismo da "negligência" para designar a principal causa dos incêndios florestais, quando do que se trata, como todos sabemos, é de comportamentos incívicos por parte de muitas pessoas que convivem com a floresta durante o Verão.
E, como não se pode pedir a alguém que durante o Verão tenha um comportamento razoável, quando tudo lhe é permitido e tolerado durante os restantes meses do ano, não há remédio para atalhar a tragédia dos fogos que não seja a tolerância zero para o aviltamento do meio ambiente. "

"Incumprimento de regras de limpeza da floresta, criar parques de sucata e lixeiras no meio dos campos agrícolas e florestais, deitar lixo para a rua, vandalismo urbano, deitar beatas acesas para o chão, deitar lixo nas estradas, incúria na limpeza das bermas das estradas, incúria na limpeza dos vãos dos viadutos, colagem selvagem de cartazes, são tudo comportamentos a banir urgentemente. Para todos eles uma 21ª medida: repressão e tolerância zero.


"(..) No mesmo dia em que li as 20 medidas propostas pelo PÚBLICO, vi, na televisão, alguns bombeiros, algures na serra algarvia, comendo umas sanduíches e bebendo algum líquido. Um deles segurava numa mão uma lata da bebida, enquanto a repórter o entrevistava. Ao pé outros bombeiros faziam o mesmo. De repente, um outro, acabando de beber, lançou para a borda da estrada o recipiente vazio! Não deu para ver se era uma lata (não combustível) ou outro vasilhame (combustível?) (...)

(...) O gesto de lançar uma lata para o chão é o mesmo gesto de quem atira uma garrafa, um saco de plástico ou um maço de tabaco vazio pela janela fora. É o mesmo gesto de quem lança uma beata de cigarro acesa para as bermas de caminhos e estradas (...) "




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