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sexta-feira, agosto 31, 2007

A FUGA À RESPONSABILIDADE...

Felicito o colega local Confraria das Bifanas por ter disponibilizado o acesso ao video-clip com a totalidade da entrevista feita, na SIC Notícias, por Mário Crespo a Gualter Baptista, licenciado e doutorando em ciências ambientais pela Universidade Nova de Lisboa (UNL).
Vale a pena vê-lo, todo ele, do princípio ao fim.

Mário Crespo fez um excelente trabalho de entrevistador. Incisivo, bem documentado, incómodo para o entrevistado. Ao melhor estilo de um jornalista da BBC.
A entrevista é documentalmente muito útil, por revelar, à perfeição, o jaez e o carácter de Gualter Baptista, licenciado e doutorando em ciências ambientais pela Universidade Nova de Lisboa (UNL), e do bando de selvagens de que se declarou porta voz.
A este propósito, Gualter Baptista, licenciado e doutorando em ciências ambientais pela UNL, teve a lata de, com inqualificável cinismo, procurar desresponsabilizar-se, declarando a Mário Crespo que “...eu não estava na acção..eu estava simplesmente a dar voz a essa acção...".

Ser porta voz de uma acção, é participar na acção, logo ser co-responsável por ela.Será que é muito difícil compreender isto? Está ao alcance, creio, de qualquer pessoa com a antiga 4ª classe. Penso que também poderá ser percebido por um licenciado e doutorando em ciencias ambientais pela Universidade Nova de Lisboa .

Coloquemos a questão numa outra escala, por redução ao absurdo, para vermos a que conduziria tal cínica lógica.
Seguindo a lógica e a linha de raciocínio de Gualter Baptista, licenciado e doutorando em ciências ambientais pela Universidade Nova de Lisboa , teríamos então que Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, que arengava pela rádio em defesa do nazi-fascismo, poderia ter-se declarado mero porta voz do governo de Hitler, afirmando nada ter a ver com as acções criminosas do mesmo. Não havia necessidade de se ter suicidado, e seguramente escaparia à forca.

quinta-feira, agosto 30, 2007

COMPROMISSOS E MAIS VALIAS

Conheço apenas por alto o processo que conduziu (ou vai conduzir) à venda, pela Universidade Católica (UC) de um terreno situado nas Abadias, na Figueira da Foz, a fim de nele ser alegadamente construido um hotel de 5 estrelas.
Parte desse terreno, pelo menos, pertencia ao erário público. Como a UC anunciou planos para construir no local um campus universitário, o terreno foi-lhe cedido, julgo que a tíulo gracioso, ou quase, atendendo aos estimáveis propósitos anunciados.

Segundo a comunicação social, veio agora o Magnífico Retor da UC esclarecer que quando aquele terreno foi cedido para um campus universitário, não ficou estabelecido nenhum compromisso, escrito ou verbal, de que o polo da UC na Figueira da Foz se manteria aberto.
Ou seja, o encerramento daquele polo poderia vir a ter lugar. Como veio. O que significava , dito de outro modo, que encerrado o polo, não haveria obviamente instalação do campus universitário. Como não haverá.

No plano dos rigorosos formalismos jurídicos, o Magnífico Reitor é bem capaz de ter razão.
Na escritura de cessão é bem capaz de nada ter ficado estipulado, preto no branco, que o terreno era para esse destino, e só para esse. Nem tão pouco uma clausula de reversão, a ser accionada no caso de não haver campus universitário.
Se assim houver sido, importará apurar porquê, e quem, na Administração Pública, deve ser responsabilizado por essa falha ou por esse “esquecimento”.

Todavia, parece-me que ao lidar com uma instituição prestigiada como a Universidade Católica, e com uma pessoa respeitável como o seu Magnífico Reitor, a coisa não se pode ficar pelo tratamento no mero plano do formalismo jurídico. Cabe aqui introduzir tambem uma dimensão ética. Daquela ética que, em tempos já antigos, assegurava que um aperto de mão valesse tanto como uma escritura no notário.
A Universidade Católica não pode fingir e pretender ignorar que o terreno fora cedido somente porque se pretendia ajudar uma instituição que manifestava o meritorio propósito de instalar um campus universitário.
Se foi para esse fim, e mesmo que não tenha ficado claramente passado a escrito o compromisso da sua contrapartida, e se não pode instalar o campus que prometeu, não poderá agora dar-lhe outro destino, vendendo-o e realizando mais valias com o negócio.
Em nome dos princípios e da ética.
Ou será que estará fora de moda respeitar estes valores, até mesmo no caso de uma Universidade ligada à Igreja Católica?

FASCISMO ISLÂMICO

A todas as generosas e dialogantes almas que, com encantador chic humanista, minimizam os perigos do fascismo islâmico, e que relativizam a supremacia da chamada “civilização” ocidental, moldada no caldo cultural greco-judaico-cristão, face ao Islão medieval e totalitário, recomendo a leitura desta notícia. E já agora, um pouco de reflexão sobre ela.

quarta-feira, agosto 29, 2007

O ESTILO E OS TÍTULOS

Bem ao jeito do dário “ 24 Horas” , é o título do Diário As Beiras de hoje, com notícia da Figueira da Foz :

“Menor usa...e abusa de prostitutas com arma branca
O rapaz faz-se passar por cliente, mas acaba por lhes exigir dinheiro”

Expressivamente picante são aquelas reticências a seguir ao “menor abusa”.
Consola a alma verificar que a Figueira da Foz continua a estar no mapa!

CURSOS PROFISSIONAIS

Como já tenho escrito, é por vezes muito divertido ler a 1ª série do Diário da República.
Na edição de ontem, através de 3 Portarias do Ministério da Educação, com muito texto explicativo, e de forma prolixa, ou seja , com abundante palha, foram criados os seguintes cursos profissionais:

Técnico de organização de eventos ;
Técnico de vendas
Técnico de vitrionismo

Este último curso, por exemplo, comporta um total de 3100 horas. Com disciplinas tais como como História da Cultura e das Artes (200 horas), Geometria Descritiva (200 horas ) e Vitrionismo e Exposição ( 380 horas).
Trata-se , é bem de ver, de cursos profissionais de que há grande carência para o desenvolvimento da competitividade das empresas industriais portuguesas e da economia nacional.
Faltará agora regulamentar as licenciaturas e até os doutoramentos naquelas complexas matérias.

ESTILOS

No direito criminal português existe a figura de “associação criminosa”.
Os brasileiros são mais expressivos e mais práticos. Chamam-lhe “ formação de quadrilha”.

terça-feira, agosto 28, 2007

A ETA EM PORTUGAL...

Assisti hoje à tarde ao programa Opinião Pública da SIC Notícias. O tema era “ A ETA em Portugal”.
Confesso ter ficado enojado e envergonhado. Se aquilo que por lá se ouviu representasse de facto a opinião pública portuguesa, seriamos então um povo de patetas e de cobardes.
O comentador convidado, que dava pelo nome de Rui Pereira (não, não era o ministro...) , num jeito pesporrente de “intelectual”, tratou de relativizar as acções terroristas e assassinas dos etarras, chamando-lhes sistematicamente independentistas e “explicando” que era tudo um problema politico, exigindo diálogo...bla-bla-bla, patati-patatá, o paleio habitual e conhecido de alguns senhoritos.
Muitas das opiniões dos espectadores que telefonavam eram no sentido de que Portugal não tinha nada que apoiar Espanha no controle e no combate a terroristas da ETA com eventuais bases logisticas em Portugal. O problema é do ambito da política interna espanhola, e Portugal não tinha nada com isso, diziam. Houve mesmo um que alertou para o facto de Portugal poder vir a sofrer tambem atentados se acaso se metesse nisso.
O comentador ia concordando com quase todas aquelas declarações repugnantes.

Na habitual sondagem perguntava-se :
Deve Portugal colaborar com Espanha no combate à ETA ?

E no final:
Responderam Sim : 47 %
Responderam Não : 53 %

Não, de todo.
Não penso que este resultado reflicta a opinião pública do povo português sobre o tema.
Seria deprimento demais se tal fosse verdade. Como povo, poderemos ter muitos defeitos.
Mas não somos cobardes para, por medo ou por feio calculismo, recusarmos solidariedade a um país vizinho cuja democracia é chantangeada, desafiada e colocada em causa por umas centenas de malfeitores sem escrúpulos, disfarçados de patriotas vascos. Por muitas razões de agravo e de queixa que possamos ter para com esse país vizinho.

SOBRE O BCP...

...reflexão própria, sobre texto alheio, extraido do editorial de hoje do PUBLICO :

“ O problema existe e é profundo, quase freudiano.
Deixa transparecer a desilusão do princípe perante a emancipação e posterior rebeldia do delfim, ou o rancor do herdeiro perante as tentativas do patrono em resumir a sua acção aos limites de um títere.
(...)
Algum dos contendores terá, por acaso, lido alguma coisa sobre a ascensão e a queda do Império Romano? “

quarta-feira, agosto 22, 2007

A SILLY SEASON

O presidente do PSD exprime todo o seu apoio ao presidente da Câmara Municipal da Figueira, no grave e latente conflito político que este mantem com o seu ex vice-presidente, vereador e deputado Pereira Coelho.
O qual, por sua vez, no processo eleitoral interno no PSD, dá inequívoco e empenhado apoio ao candidato Filipe Meneses, adversário de Marques Mendes, e o tal que, sem pinta de vergonha, escreveu no seu blogue textos plagiados, através do cómodo método de fazer copy-paste com textos alheios.
Segundo informa hoje o diário As Beiras, o vereador deputado Pereira Coelho diz de Marques Mendes o que Maomé não diria do toucinho.
Se Marques Mendes vencer as eleições internas a nível nacional, Pereira Coelho vai ter dificuldades em voltar a ter o seu nome inscrito como candidato a deputado nas eleições legislativas de 2009 . Ficará assim desempregado, no plano político e provavelmente no plano profissional ; mas talvez isso não o preocupe demasiado.
Se Pereira Coelho for eleito para presidente da Comissão Concelhia do PSD, no que decerto acredita, derrotando Lídio Lopes, indefectível apoiante de Duarte Silva, então estará em condiçoes de se candidatar a Presidente da Câmara da Figueira da Foz, nas eleições autárquicas, que igualmente terão lugar em 2009.
Mas não é que ele afirma que, em tal cenário, apoiará uma terceira candidatura de Duarte Silva, o actual Presidente da Cãmara, de cuja gestão autárquica diz actualmente cobras e lagartos ?
Faltará depois verificar se assim sendo, Duarte Silva o não irá incluir na sua lista, em segundo lugar...

O leitor está confuso?...Deixe lá, olhe que estamos na silly season...


CELEBRAÇÃO EM REGISTO CARNAVALESCO

Não teria sido possível recordar a visita do rei D. Luís, chegado por caminho de ferro à Figueira da Foz, sem recorrer a um espectáculo e uma coreografia em registo de festejo carnavalesco?
Não sou monárquico...cruzes..canhoto!...
Mas sou português, e não acho de bom gosto representar aquele rei e chefe de Estado, por sinal um bom e avisado monarca, vestido naquele preparo, com vestes do século XV, como se fora um rei mono chegado para ir desfilar num carro alegórico no Carnaval de Buarcos.

Para além disso, deveria saber-se que, depois do rei D. João IV, mais nenhum rei português foi coroado ou usou coroa.

terça-feira, agosto 21, 2007

SEBASTIANISMO
Grande acontecimento , de relevo nacional, no dia de hoje.
A SIC Notícias transmite, em directo, imagens do primeiro treino equipa da bola do Sport Lisboa e Benfica orientado pelo Sr. Camacho.
Diz o locutor, com ar sério : " está uma impressionante moldura humana a assistir ao treino". Estima a coisa em 2500 adeptos.O sebastianismo portuga no seu melhor.
O Sr. Camacho hoje é considerado bestial pelo povo benfiquista. Tenho cá um palpite que dentro de 2 meses, ainda antes do Natal, vai passar a ser chamado de besta.

FINANCIAMENTOS
Esta é uma notícia, sobre factos envolvendo a Somague nos finais de 2001 e princípios de 2002, que não me deixa nada surpreendido.


FLAGRANTE DELITO - 2
Ó pra eles, os militares da GNR, como estão activos! Com imensa actividade a escoltar os meninos e meninas "ambientalistas", depois destes e destas terem praticado um heroico feito de destruir um campo de milho a um agricultor.


FLAGRANTE DELITO

Como mostraram algumas imagens transmitidas pelas televisões, o líder do PSD tem razão quando acusa a GNR de ter agido com incrível passividade perante o crime da destruição de uma plantação de milho, por umas dezenas de selvagens arvorados em “ambientalistas”, e aparentemente com a benção do inefável e apatetado diácono Miguel Portas, da Igreja do Bloco de Esquerda. Há uma rádio, cuja redacção se sabe estar contaminada por aquela gente bloquista, que lhes chama “activistas”...

A reacção do Ministro da Administração Interna foi tardia, frouxa, titubeante, num comunicado de linguagem pífia . Foi a reboque da acusação do líder do PSD, o qual certamente lhe agradece o atraso e a frouxidão...
Não era necessário o frouxo ministro vir anunciar que o Ministério Público iria intervir, levando os autores do acto de banditismo a tribunal. Isso não era nem é mais do que a elementar obrigação do MP, obviamente, nos termos do estado de direito democrático, e tratando-se de um crime público.

O que o titubeante ministro deveria ter feito de imedaito era mandar abrir um rigoroso inquérito à actuação da própria GNR, a fim de apurar como e porquê um crime testemunhado em “flagrante delito” pela autoridade, ali mesmo nas barbas dos militares da GNR, apenas implicou a identificação de alguns dos criminosos, e não a sua imediata prisão, pura e simplesmente. Em flagrante delito.

segunda-feira, agosto 20, 2007

A FIGUEIRA, ENTRE A FICÇÃO E A REALIDADE

Depois de mais de uma semana a saltar de ilha em ilha, a ler o “Açoriano Oriental” ( o mais antigo diário português...) e a ver somente os telejornais das 7 da tarde ( hora local...) regresso à Figueira e eis que dou com polémica acesa em parte da blogosfera figueirense, a propósito de comentários feitos por Joaquim Sousa num programa televisivo de culinária.
Ainda ontem, lera o post assinado por Jorge Cristino no colega Amicus Ficaria.
Desconfiado, fiquei de pé atrás, como costumo ficar muitas vezes.
Já estou habituado a ver, ouvir e ler, em especial na comunicação social, histórias muito mal contadas que, depois de bem esclarecida a verdade dos factos, se revelam totalmente desconformes com aquilo que se começou por contar e relatar.
Depois de hoje ler o post do colega À Beira Mar, sobre o mesmo assunto, reproduzindo textualmente alguns dos comentários feitos por Joaquim Sousa, as minhas suspeitas acentuaram-se.
As críticas avinagradas e mal humoradas do post do Amicus Ficaria, quanto a mim, não se justificam, de todo. (Nota 1).

Acontece-me estar por vezes em desacordo com Joaquim Sousa. Às vezes até em conflituoso desacordo. Quase sempre muito mais quanto à forma do que quanto ao conteúdo

Mas desta feita, não. Compartilho por inteiro das opiniões expressas por ele nos seus comentários, tais como reproduzidas no blogue À Beira Mar. Assino-os por baixo, a traço grosso, com toda a determinação.
Em particular estas três seguintes, a título de exemplo:

"Não gosto de discutir a Figueira da Foz só a propósito do turismo. Mas turisticamente tem de se dizer a verdade: a Figueira da Foz não passa hoje de uma praia de proximidade. Será talvez desagradável a alguns figueirenses ouvir isto, talvez os choque, mas a verdade é que hoje somos, meramente, uma praia de proximidade. As pessoas vêm de manhã e vão à noite, outras passam cá o fim de semana"

"A Figueira tem, na realidade, poucas tradições gastronómicas"


"Não sou a pessoa indicada para fazer propaganda na Figueira nesse particular, porque sou muito céptico. Há uns anos havia o slogan "Na Figueira come-se bem" e eu sou muito céptico relativamente a isso. Acho que vale mais dizer a verdade do que metermos a cabeça na areia"

Não nasci na Figueira da Foz, nem aqui passei a minha infância ou a minha adolescência. Vim para cá já tinha 25 anos.
Gosto e sempre gostei de viver na Figueira. Fui várias vezes testemunha de alguma “inveja” de amigos e conhecidos por aqui viver . A meu ver, é uma das cidades portuguesas com melhor qualidade de vida. Não a trocava para ir viver para Lisboa, Porto e sobretudo Coimbra.
Quando foi da celebração do centenário da cidade, o Professor José Hermano Saraiva veio fazer uma conferência no Auditório Municipal. Recordo-me bem dele ter dito então qualquer coisa como isto: “ A Figueira é uma cidade sem grande passado, mas pode vir a ser uma terra com muito futuro””.

Ora o futuro não se constroi olhando para o umbigo, metendo a cabeça na areia, ou estando sempre a tecer hossanas de louvor a um património histórico ou cultural que não possui. Não percebo por isso como se pode ficar tão enxofrado e ofendido quando alguem diz que a Figueira, no domínio da gastronomia, não tem património significativo.

De resto, parece-me exdrúxulo insistir na tese de que a chamada “gastronomia regional”, de onde quer que seja, constitua, hoje em dia, um vector de dinamização e promoção da actividade turística.
Ao fim e ao cabo, uma boa alheira ou um saboroso enchido pode comprar-se ou comer-se em Lisboa, tanto ou mais que em Trás-os-Montes. Não fui a Munique para beber cerveja. Nem é para comer uma espetada que tanta gente vai à Madeira. Em geral, come-se melhor marisco e melhores mexilhões em Madrid do quem Vigo.

De uma vez por todas, a Figueira tem de perder a ilusão de ser terra orientada para o turismo.
Já foi, agora já não é. Espinho e Sines, por exemplo, também já foram. Também já não o são.
A Figueira é hoje o maior centro produtor e exportador da indústria de pasta e papel de todo o país, e de toda a Europa, se exceptuarmos a Escandinávia. Dentro de alguns meses, será também o primeiro centro produtor nacional de electricidade.
Tem condições naturais, geográficas e ambientais que lhe permitem ser muito mais que isso na actividade industrial. O seu “encravamento” na rede de acessos rodoviários nacionais irá desaparecer dentro de alguns meses.

A Figueira só terá por isso a ganhar quando perder a imagem de terra de “diversão” e “cachondeo” que actualmente ainda tem, e que o consulado de Santana Lopes e seus descendentes insistiram e insistem em reforçar, à custa de muito e muito dinheiro injectado, sem retorno, na chamada animação, traduzida por exemplo nos “carnavais”, “ nos desfiles de sambas” ou no fogo de artifício.

Meta-se isto no espírito e na cabeça dos figueirenses, e as gerações vindouras da nossa terra poderão vir a viver numa grande cidade, moderna e virada ao futuro.

A melhor maneira de fazer com que mais gente venha viver para a Figueira ( viver mesmo, a tempo inteiro, e não num contexto de segunda habitação...) e que mais visitantes ( turistas-banhistas, ou não...) venham à Figueira, será torná-la ainda mais agradável para quem cá viva, para os seus proprios habitantes.
Em especial através da melhoria da qualidade das suas infra-estruturas, dos seus arruamentos, dos seus passeios, da sua segurança, do estado de conservação dos seus edifícios, dos serviços prestados pelo Município, do seu meio ambiente, do seu ordenamento urbanístico, do bom estado dos acessos e das zonas de lazer ; bem como , obviamente, através do aumento das oportunidades de emprego, e da competitividade das unidades industriais criadoras de riqueza.
Mas sempre a pensar e com o enfoque colocado nos seus habitantes, mais do que na “animação” e nas "condições" proporcionadas aos tais putativos turistas.


Nota 1 – Os comentários ao post do blogue, mesmo que alguns não sejam imbecis de todo, não os costumo comentar, por serem anónimos. Tambem não costumo escrever comentários aos “escritos” que em Portugal aparecem com frequência nas portas das casas de banho de alguns espaços públicos.

sexta-feira, agosto 10, 2007

A ECONOMIA

Economia tradicional
Tens duas vacas. Vendes uma, e com o dinheiro compras um touro.A tua manada multiplica-se e a tua situação económica melhora. Vendes a manada, e reformas-te com os lucros obtidos.

Economia à americana
Tens duas vacas. Vendes uma, e com o dinheiro distribuis dividendos para elevar artificialmente o valor das acções. Forças a outra vaca a produzir o leite de quatro vacas.Ficas surpreendido quando a pobre morre, extenuada. Roubas a vaca de alguem mais pobre e débil, e repetes a jogada.

Economia à chinesa
Tens duas vacas. Pões 300 pessoas a ordenhá-las. Orgulhas-te de não ter ninguem desempregado, de alta produção bovina, e prendes o jornalista que publicou os números.

Economia à japonesa
Tens duas vacas. Re-desenha-as para que tenha a décima parte do seu tamanho e produzam 20 vezes mais leite. Então, crias uma série de uns desenhos animados chamada “Vakemon” e vendes a todo o mundo ambas as coisas.

Economia à hindu
Tens duas vacas. Ficas a adorá-las.

Economia à russa
Tens duas vacas. Contas bem e chegas à conclusão que tens 5 vacas. Voltas a contar e acreditas que tens quarenta e duas. Conta-las outra vez, e contas doze. Deixas de contar vacas e abres outra garrafa de vodka.

Economia à suiça
Tens 5 mil vacas, nenhuma das quais te pertence. Cobras a outros para as guardar e para não declararem ao fisco que são suas.

Economia à alemã
Tens duas vacas. Fazes uma re-engenharia das vacas, para que vivam 100 anos, vão à formatura uma vez por mês, e que se ordenhem a elas próprias.

Economia à francesa
Tens duas vacas. Fazes greve porque queres ter três.

Economia à inglesa
Tens duas vacas. Ambas estão loucas.

Economia à italiana
Tens duas vacas. A da esquerda é boa “comó milho”.

Economia à espanhola
Tens duas vacas, mas não sabes por que raio de sítio andam, e estás-te a cagar para isso. Vais mas é beber um copo.

O COMENDATORE EM ACÇÃO

Tive oportunidade de ver anteontem a inqualificável entrevista dada pelo Comendatore Joe Berardo à SIC Notícias.
Posso dar testemunho que, relativamente a alguns dos específicos relatos que fez sobre as decisões tomadas pelo atarantado Presidente da Assembleia Geral do BCP do passado dia 6 de Agosto, se trata de falsidades, se não mesmo de descaradas e dolosas mentiras.
O jornalista Crespo foi dizendo sempre que sim. Por ignorância ou por incompetência, não se deu ao incómodo de alguma vez contrariar o Comendatore, nem de o questionar sobre o fundamento de algumas das patacoadas bolsadas, nem de tentar fazer uma tentativa de contraditório.

Sobre o mesmo sinistro personagem, escrevia-se no editorial do PUBLICO de hoje:

“Quem já ultrapassou esses limites foi Joe Berardo, que parece não conhecer as regras sociais não escritas, as boas práticas da civilidade e da convivência.
Essa é uma evidência que cresce na propororção da sua expedição mediática, que, aliás, o próprio adora.
Foi assim quando lançou a OPA ao Benfica e insultou os jogadores.
Foi assim na inauguração do museu com o seu nome no CCB, em Lisboa, quando foi grosseiro com Mega Ferreira.
E agora volta a sê-lo no BCP, dizendo que o banco é um ninho de ratos”
(...)
O país dispensa um novo Alberto João Jardim, agora na área dos negócios : muito eficaz na sua actividade, que é ganhar dinheiro – não confundir com acrescentar valor à economia- mas não conhecendo mais nenhuma regra para além do número de zeros da conta bancária.


O Comendatore é um demagogo e usa uma repugnante estratégia populista para conseguir os seus objectivos. Pode vir a ser um perigo para o tecido económico e empresarial português.
Dê-se-lhe muita trela e veremos onde vamos ter.
Ainda a propósito do mesmo Comendatore, proponho a re-leitura deste post do QuintoPoder.

quarta-feira, agosto 08, 2007


IN MEMORIAM
Amanhã, pelas 18 horas, vai ter lugar na sede da Misericórdia-Obra da Figueira o lançamento de um pequeno opúsculo com o título “ Cerqueira da Rocha – O Advogado e o Cidadão “, homenagem daquela Instituição àquele que foi um notável e exemplar cidadão da Figueira da Foz, e cuja memória importa manter viva.

terça-feira, agosto 07, 2007

FLASHES DA ASSEMBLEIA GERAL

1.
Deprimento, é o melhor adjectivo que me ocorre para classificar a primeira parte da Assembleia Geral do BCP que ontem se realizou no Porto, e cujo prosseguimento foi adiado para o próximo dia 27 de Agosto.

2.
Não foi só o sistema informático que terá falhado na Assembleia Geral . As condições logísticas propriamente ditas eram também francamente insatisfatórias.
Estavam presentes para cima de 600 accionstas, todavia correspondentes a somente 63,2 % do universo accionista. Muitos pequenos accionistas não terão comparecido por estarmos em Agosto e se encontrarem de férias.
Os assentos que preenchiam a sala estavam quase todos ocupados. A sala estava praticamente cheia de cadeiras até ao fundo. Não imagino como poderá vir a estar, se no recomeço da Assembleia , em 27 de Agosto, comparecer um número ainda maior de pequenos accionistas.
As condições de ventilação eram deficientes, o que, nos longos tempos de espera por suspensão da Assembleia, obrigava muita gente a abanar-se com umas folhas de papel.
A entrada e saída de accionistas eram muito condicionadas pelo sistema de emissão de boletins de voto, com códigos de barras identificando o nome do accionista e o número de votos a que tinha direito.
Quando alguém precisava de sair da sala, entregava o seu boletim de voto, que era ali mesmo destruido.
Querendo reentrar, uns dois ou três terminais da rede informática, localizados junto da única porta de entrada, tinham de emitir novo boletim de voto, operação que demorava entre 1 a 2 minutos por accionista.
Agora imagine-se o que acontecia quando, ao fim de 3 horas de Assembleia recheada de chicana jurídica entre advogados, o pessoal tinha mesmo necessidade de ir lá fora para fazer xixi...

3.
Reconheço que não deve ser fácil colocar de pé um sistema logístico-informático totalmente fiável para uma Assembleia de accionistas de 600 a 700 pessoas, com variáveis capacidades de voto, e com os complicados sistemas de blindagem de que os estatutos do BCP está recheado, e em que qualquer requerimento à mesa, como ontem aconteceu, tenha de ser colocado à votação. Sucedeu numa simples votação de um requerimento à Mesa feito por um accionista , para que se passasse imediatamente à ordem de trabalhos. Foi quanto bastou para aparentemente se ter concluido que o sistema não era seguro . O que levou a uma suspensão que durou para cima de uma hora, e ao posterior adiamento da assembleia.

4.
Para as votações, umas gentis meninas assistentes, vestidas da cor de cereja do Millennium, iam de fila em fila, lendo os códigos de barras que cada votante lhe apresentava, apontando uma pistola de laser. À minha beira, uma assistente ia perdendo a paciência, pois não conseguia, após várias tentativas, que a pistola fizesse a leitura. Por fim lá conseguiu, depois de mais de 30 segundos.

5.
A Assembleia Geral foi pessimamente dirigida pelo seu presidente, Germano Marques da Silva.
Dizem ser um prestigiado mestre de direito ( eu sempre desconfio do “prestígio” dos mestres de direito indígenas...). Pode ser que seja. Até poderá ser muito bom e ser muito decorativo a mandar numa Assembleia Geral de sociedades , daquelas muito pacíficas e sonolentas, com muitos salamaleques para um lado e para outro.
Naquela Assembleia concreta, conflituosa e por vezes com uma atmosfera de cortar à faca, foi um desastre.

6.
Lá para o fim da Assembleia, quando se sabia já que ela iria ser suspensa, e depois de mais umas cenas de picardias, litigância e chicana jurídica entre os advogados, um accionista, Pinho Cardão pediu a palavra e declarou : “ Pensei que vinha para uma assembleia de accionistas, mas afinal vim para uma assembleia dos advogados dos accionistas” . Soaram aplausos na sala.
Tinha toda a razão. O tempo útil ( de jogo, dir-se-ia em linguagem futebolística...) das quatro horas e meia que durou a Assembleia foi quase totalmente preenchido com incidentes de autêntica chicana jurídica, protagonizados por uns 3 a 4 jovens advogados , com fatos de bom corte, cinzento escuro, e com gravatas coloridas. Sempre bem falantes. Certamente sempre pagos a peso de ouro.
Uma verdadeira praga, esta a dos advogados e escritórios de advogados, muito chico-espertos, mais parecendo os meninos do MRPP nas RGA’s das Universidades, nos gloriosos tempos do PREC, e que se prestam a ser “as vozes dos donos” dos accionistas mais pesados.
Deu sobretudo nas vistas o advogado representante de Joe Berardo

7.
Como sempre vem acontecendo, este distinto “comendatore” fez declarações a um bando de jornalistas, perante o qual parecia gozar de evidente popularidade.
Disse que era uma vergonha o que tinha passado. Concordo que foi.
Todavia, para essa vergonha, muito contribui ele próprio, o “comendatore”, e os seus capangas advogados. Feito o balanço, parece ter conseguido os seus objectivos.

8.
Terminados os trabalhos da suspensa Assembleia, à saída, uma chusma de fotógrafos, operadores de câmara, e jornalistas de microfone desembainhado, parecia um bando de abutres famintos.
À espera de sangue.

segunda-feira, agosto 06, 2007
















FLASHES DE MUNIQUE (2)

O Museu Alemão
Numa pequena ilhota do rio Isar, em Munique, está instalado o Museu Alemão, um dos melhores museus de ciência e tecnologia do mundo. Ocupa uma superfície à roda de 45000 metros quadrados, contendo para cima de 18 000 peças.
Um dia inteiro, das 11 às 17 horas, com um breve almoço na cantina do Museu, não chegou nem para visitar metade do que nele se pode admirar.
Admirar, ver, pesquisar, recordar as velhas leis da mecânica, do electromagnetismo, da óptica, ou da acústica ; examinar , com detalhe, modelos à escala, ou a escala reduzida, como são por dentro e como funcionam máquinas, bombas, motores, turbinas, as primitivas máquinas a vapor, transformadores, turboreactores, engrenagens, caixas redutoras, comboios, oficinas, laboratórios, minas...


São centenas os kits de demonstração e experimentação de leis da física, e de reacções químicas, com os quais os visitantes ( e não apenas as crianças...) podem “brincar” e interagir.
Lamentavelmente, a grande maioria apenas tinha legendas explicativas em alemão. E um grande número de kits estavam avariados...

Tudo aquilo tem a ver com verdadeira cultura, no seu sentido mais autêntico.
Não está muito divulgada e reconhecida entre nós, portugueses, essa concepção. E muito menos entre a “intectualidade” e a inteligentsia indígenas.
Faz por isso muita falta em Portugal um grande museu da ciência e tecnologia daquele tipo. Mais não seja, à escala nacional.
Para já, talvez não fosse má ideia que algumas viagens de fim de curso , do ensino secundário ou universitário, fossem de preferência feitas a Munique, em vez de se dirigirem, como agora é hábito, a destinos com oferta tão "cultural" como Lloret del Mar, as praias do Brasil, Cuba, Cancun, ou Palma de Miorca.


sábado, agosto 04, 2007


FLASHES DE MUNIQUE (1)

Entre Munique e Istambul...

Desde há uns bons 3 anos que não visitava, com tempo, o centro de uma grande cidade da Alemanha.
Em Munique, ao passear pelo longo e central arruamento pedonal que passa pela conhecida MarienPlatz, notei agora o que não se via há 3 anos.
Chama a atenção o elevadíssimo número de jovens muçulmanas que se passeavam com o negro veu islâmico cobrindo por completo o cabelo, vestidas de negro até aos pés, quase roçando o pavimento. Os dias estavam todavia soleados e quentes.
Eram também muitas as mulheres muçulmanas, com aparência de jovens, que circulavam com a cara tapada, só deixando entrever os olhos.
Não deixa de, a meu ver, ser chocante e preocupante. Assustador, poderei mesmo dizer, sabendo embora que corro o risco de tal ser considerado como politicamente incorrecto.

Temos assim o comprido vestido negro, mas sobretudo o veu tapando o cabelo ou a cara, não meramente uma simples questão de moda, ou de identidade cultural. Está verdadeiramente transformado num símbolo, num emblema e numa bandeira do fascismo islâmico.
De forma totalmente livre, amplamente permissiva, mas irresponsávelmente generosa, deixa-se assim fazer a apologia daquela ideologia, enquanto corpo de valores tais como : a dominação medieval da mulher pelo homem, a concepção do corpo feminino como fomentador do pecado, a completa fusão entre o poder temporal e o poder dos líderes religiosos.
Valores que estão em oposição , que se chocam e conflituam gravemente com os nossos valores europeus, conquistados a custo no processo histórico desenvovido sobre o caldo cultural greco-judaico-cristão.

Com a força daquela livre apologia, feita através dos “inocentes” veus islâmicos, é de temer que em breve a diáspora turca vivendo na Alemanha ( onde já representa 3 a 4% da população) vá ficando contaminada pelo fascismo islâmico.
Talvez não seja já para o tempo do resto da minha vida, mas em futuro a médio prazo, poder-se-à assistir a graves conflitos socio-religiosos ( como hoje ainda ocorrem nos Balcãs), bem dentro das fronteiras europeias.
Kemal Ataturk, que ainda vai sendo venerado como heroi nacional na Turquia, modernizou-a à força, por vezes até com métodos pouco “humanistas”..., impôs o laicismo e a separação entre Estado e religião, e lutou contra o obscurantismo da sociedade feudal existente no final da 1ª Guerra Mundial.
Kemal Ataturk, se observasse o que observei, e se assistisse à indolente pusilanimidade com que uma grande parte da sociedade europeia olha para estes fenómenos, daria várias voltas no seu imponente túmulo, na europeia Istambul.

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