sábado, agosto 04, 2007
Desde há uns bons 3 anos que não visitava, com tempo, o centro de uma grande cidade da Alemanha.
Em Munique, ao passear pelo longo e central arruamento pedonal que passa pela conhecida MarienPlatz, notei agora o que não se via há 3 anos.
Chama a atenção o elevadíssimo número de jovens muçulmanas que se passeavam com o negro veu islâmico cobrindo por completo o cabelo, vestidas de negro até aos pés, quase roçando o pavimento. Os dias estavam todavia soleados e quentes.
Eram também muitas as mulheres muçulmanas, com aparência de jovens, que circulavam com a cara tapada, só deixando entrever os olhos.
Não deixa de, a meu ver, ser chocante e preocupante. Assustador, poderei mesmo dizer, sabendo embora que corro o risco de tal ser considerado como politicamente incorrecto.
Temos assim o comprido vestido negro, mas sobretudo o veu tapando o cabelo ou a cara, não meramente uma simples questão de moda, ou de identidade cultural. Está verdadeiramente transformado num símbolo, num emblema e numa bandeira do fascismo islâmico.
De forma totalmente livre, amplamente permissiva, mas irresponsávelmente generosa, deixa-se assim fazer a apologia daquela ideologia, enquanto corpo de valores tais como : a dominação medieval da mulher pelo homem, a concepção do corpo feminino como fomentador do pecado, a completa fusão entre o poder temporal e o poder dos líderes religiosos.
Valores que estão em oposição , que se chocam e conflituam gravemente com os nossos valores europeus, conquistados a custo no processo histórico desenvovido sobre o caldo cultural greco-judaico-cristão.
Com a força daquela livre apologia, feita através dos “inocentes” veus islâmicos, é de temer que em breve a diáspora turca vivendo na Alemanha ( onde já representa 3 a 4% da população) vá ficando contaminada pelo fascismo islâmico.
Talvez não seja já para o tempo do resto da minha vida, mas em futuro a médio prazo, poder-se-à assistir a graves conflitos socio-religiosos ( como hoje ainda ocorrem nos Balcãs), bem dentro das fronteiras europeias.
Kemal Ataturk, que ainda vai sendo venerado como heroi nacional na Turquia, modernizou-a à força, por vezes até com métodos pouco “humanistas”..., impôs o laicismo e a separação entre Estado e religião, e lutou contra o obscurantismo da sociedade feudal existente no final da 1ª Guerra Mundial.
Kemal Ataturk, se observasse o que observei, e se assistisse à indolente pusilanimidade com que uma grande parte da sociedade europeia olha para estes fenómenos, daria várias voltas no seu imponente túmulo, na europeia Istambul.