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quinta-feira, setembro 23, 2010

PLANOS, PLANEAMENTOS E PLANEADORES

Deve ser por eu já estar um kota meio jarreta . Mas sempre que, na vida política municipal, vejo ou ouço falar em “planeamento estratégico” e em “não-sei-quê estruturante”, tipo projecto ou investimento, dá-me logo um achaque de urticária nas meninges.
Um orçamento municipal anual, é um documento de planeamento. Se se quiser, estratégico. Define-se nele a estratégia da despesa do Município durante um ano. O PDM é também, obviamente, um documento de planeamento. Estratégico, se se quiser. Define-se nele a estratégia e o modelo do desenvolvimento urbanístico ( e não só..) durante um período de vários anos.
Quando não se consegue preparar um orçamento anual credível, e antes se faz um plano previsional da receita e da despesa com valores superiores em 90% aos valores que depois vêm a ser executados, quando se passam anos e anos, e sabe-se lá quantos mais anos passarão, para se rever e actualizar um PDM, que sentido fará vir agora acenar com mais um instrumento de “planeamento”, pomposamente chamado “plano estratégico” para a Figueira da Foz ?
Com o devido respeito, atrevo-me a adiantar um palpite quanto ao que isto vai dar. Um grosso volume de umas centenas de páginas, com muitos e muitos diagnósticos, muitos cenários, muitas opções alternativas, muitas propostas dos tais projectos e investimentos “estruturantes”, muitos gráficos, bolinhas e setinhas coloridas, esforçadamente preparado por um académico ou um consultor. Assim do tipo professor Luís Tadeu , do IST, que também andou aqui pela paróquia, há uns anos atrás.
Depois, teremos uns quantos seminários, conferências e colóquios, para analisar e discutir o dito plano com as forças vivas, os parceiros da sociedade civil e as gentes do “empreendedorismo”, com formulação de umas propostas para umas “parcerias público-privadas”. Com painéis de participantes, assim como muitos e bonitos power-points.

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