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quarta-feira, novembro 03, 2010

O ESTADO A QUE CHEGAMOS

O Estado Português está na situação em que está, endividado, quase falido, em risco de bancarrota, porque andou anos e anos a gastar muito mais do que podia e devia. E aqueles “anos e anos” levam-nos muito para trás, para os finais dos anos oitenta, a seguir à adesão de Portugal à União Europeia. Assim se criou a ilusão aos portugueses de que era possível fazer tal vida por muito tempo, cantando como a cigarra da fábula.

Será por isso muito redutor atribuir a responsabilidade pelo estado a que o Estado chegou, exclusivamente, ao actual e aos anteriores governos do PS, por muita razão que haja em se afirmar que estes deram para isso um relevantíssimo contributo.
Os municípios, são parte do Estado. Administração local e administração central fazem ambas parte da Administração pública.
A maioria dos 308 municípios portugueses foram e são ainda liderados por executivos eleitos pelo PSD. Ora muitos deles, mantendo ano após ano um nível de despesa muito acima das suas possibilidades, contribuíram, e de que forma, para a situação de descalabro financeiro a que o Estado chegou, no seu conjunto. Não será preciso ir longe, nem sair aqui da Figueira, para encontrar um exemplo.
Por isso, será de recomendar um pouco de pudor a alguns conhecidos responsáveis locais do PSD quando, com voz grossa e muito arreganho, atirarem pedras ao Governo actual, assacando-lhe toda a responsabilidade pelo estado a que chegamos.

Post Scriptum
Leio no Jornal de Negócios de hoje, na primeira página :

“ O PSD é o partido que gere maior número de empresas municipais.”

E numa página interior :

“ No final de 2009 (…) cada câmara social-democrata tinha 1,2 empresas ou serviços municipais na sua esfera de influência, contra 1,1 empresas a cargo do PS.
(…)
(…) no final do ano passado havia 312 empresas municipais e serviços municipalizados para 308 autarquias. Deste universo, 162 eram geridas por autarquias do PSD (coligado ou sozinho) e 142 estavam ligadas ao Partido Socialista (…)”

A Câmara da Maia, liderada pelo PSD, tem 7 empresas municipais e um serviço municipalizado.
A Câmara de Gaia, liderada por Luis Filipe Menezes, do PSD, tem igualmente 7 empresas municipais.
A Câmara de Lisboa, liderada pelo PS, tem 6 empresas municipais.
A Câmara de Sintra, liderada pelo PSD, tem 5 empresas municipais e um serviço municipalizado.

Entretanto, podia ler-se no documento entregue pelo PSD ao Governo :

(…)
[são necessárias] medidas drásticas de optimização a nível da Administração Local e Regional, incluindo empresas municipais. (…) .
Se e quando este Governo puser em acção as solicitadas "medidas drásticas", o PSD vai concordar? Ou irá tomá-las, com a valentia que agora exibe, se e quando estiver no Governo?

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