segunda-feira, janeiro 31, 2005
AS ELEIÇÕES NO IRAQUE
Salvas as devidas proporções, as imagens das eleições no Iraque que ontem via nas diversas televisões, fizeram-me lembrar as colhidas pela RTP no dia 25 de Abril de 1975, quando das eleições para a Assembleia Constituinte .
Também então, aqui em Portugal, havia “esquerdistas” (com muitas aspas…) a afirmarem que as eleições iriam ser um fracasso, uma farsa, e para nada serviriam, pois o povo português não era nem estava esclarecido, e iria votar muito condicionado pelos caciques locais e por anos seguidos de ditadura.
Recordo-me, por exemplo, de Fernando Balsinha, jornalista da RTP, andar de microfone em punho, com pose diletante e voz desdenhosa, por entre as intermináveis filas de homens e mulheres que pacientemente esperavam a sua vez para votar, a interrogar algumas pessoas com ar mais humilde, sobre se sabiam o que era uma Constituição.
Até que um, mais atrevido, lhe respondeu : e o senhor, sabe como ordenhar uma vaca ou lavrar um campo?
Salvas as devidas proporções, as imagens das eleições no Iraque que ontem via nas diversas televisões, fizeram-me lembrar as colhidas pela RTP no dia 25 de Abril de 1975, quando das eleições para a Assembleia Constituinte .
Também então, aqui em Portugal, havia “esquerdistas” (com muitas aspas…) a afirmarem que as eleições iriam ser um fracasso, uma farsa, e para nada serviriam, pois o povo português não era nem estava esclarecido, e iria votar muito condicionado pelos caciques locais e por anos seguidos de ditadura.
Recordo-me, por exemplo, de Fernando Balsinha, jornalista da RTP, andar de microfone em punho, com pose diletante e voz desdenhosa, por entre as intermináveis filas de homens e mulheres que pacientemente esperavam a sua vez para votar, a interrogar algumas pessoas com ar mais humilde, sobre se sabiam o que era uma Constituição.
Até que um, mais atrevido, lhe respondeu : e o senhor, sabe como ordenhar uma vaca ou lavrar um campo?
LIDO NO PORTUGAL DOS PEQUENINOS
Com a devida vénia, transcrevo do Portugal dos Pequeninos, cujo autor , noutro post, se confessa um cavaquista empedernido:
DA SARJETA
Como previ há dias, Santana Lopes já está confortavelmente instalado na sarjeta. Ontem, rodeado de cerca de mil minhotas, Lopes não resistiu ao seu impulso maior, o de vedeta de "revistas do coração". Apesar da localização do evento, a coisa ressumou "américa latina" por todos os poros. Só faltaram os fadistas marialvas do PPM para o ramalhete ser perfeito. Uma "doméstica" não resistiu a expôr a "natureza sedutora" daquele homem. E uma "funcionária pública" jurou que "ele ainda é do tempo em que os homens escolhiam as mulheres para suas companheiras". Terminou, espera-se que a pensar no marido, dizendo que "bem haja os homens que amam as mulheres". Lopes, babado e inspirado por aquela corte de indigentes, "avisou" que "não quer fazer chicana política". Mas lá foi deixando cair que "estes colos sabem bem", presumivelmente os das minhotas, e que "o outro candidato tem outros colos". Esta nota de tão intenso bom gosto diz tudo acerca do carácter do personagem. Estaria ele porventura a lembrar-se do "colo" do dr. Portas sem o qual não estaria onde presentemente está? Sabemos o que a sua campanha, não por acaso "tropical", anda por aí a espalhar miseravelmente. Sabemos que, na vertigem do afundamento anunciado, vai valer tudo. Com uma clareza cristalina, excitada pelo ambiente cobarde de aviário em que se encontrava, a natureza reles do argumentário populista de Santana Lopes veio naturalmente à superfície. É para isto que os tolos e alguns comentadores querem os "debates"? Acham mesmo que há alguma coisa séria na cabeça do ainda primeiro-ministro para "debater"?
Com a devida vénia, transcrevo do Portugal dos Pequeninos, cujo autor , noutro post, se confessa um cavaquista empedernido:
DA SARJETA
Como previ há dias, Santana Lopes já está confortavelmente instalado na sarjeta. Ontem, rodeado de cerca de mil minhotas, Lopes não resistiu ao seu impulso maior, o de vedeta de "revistas do coração". Apesar da localização do evento, a coisa ressumou "américa latina" por todos os poros. Só faltaram os fadistas marialvas do PPM para o ramalhete ser perfeito. Uma "doméstica" não resistiu a expôr a "natureza sedutora" daquele homem. E uma "funcionária pública" jurou que "ele ainda é do tempo em que os homens escolhiam as mulheres para suas companheiras". Terminou, espera-se que a pensar no marido, dizendo que "bem haja os homens que amam as mulheres". Lopes, babado e inspirado por aquela corte de indigentes, "avisou" que "não quer fazer chicana política". Mas lá foi deixando cair que "estes colos sabem bem", presumivelmente os das minhotas, e que "o outro candidato tem outros colos". Esta nota de tão intenso bom gosto diz tudo acerca do carácter do personagem. Estaria ele porventura a lembrar-se do "colo" do dr. Portas sem o qual não estaria onde presentemente está? Sabemos o que a sua campanha, não por acaso "tropical", anda por aí a espalhar miseravelmente. Sabemos que, na vertigem do afundamento anunciado, vai valer tudo. Com uma clareza cristalina, excitada pelo ambiente cobarde de aviário em que se encontrava, a natureza reles do argumentário populista de Santana Lopes veio naturalmente à superfície. É para isto que os tolos e alguns comentadores querem os "debates"? Acham mesmo que há alguma coisa séria na cabeça do ainda primeiro-ministro para "debater"?
CRISE DE REPRESENTAÇÃO – LER NO ABRUPTO
Vale a pena, vale muito a pena ler os posts intitulados “Crise de representação” publicados no ABRUPTO .
Com a devida vénia, faço de um deles uma curta mas oportuna transcrição
1.
Vale a pena, vale muito a pena ler os posts intitulados “Crise de representação” publicados no ABRUPTO .
Com a devida vénia, faço de um deles uma curta mas oportuna transcrição
1.
O que se passou nos últimos dois dias na campanha eleitoral do PSD por responsabilidade directa de Santana Lopes, as afirmações baixas nos comícios, o cartaz sub-reptício cheio de insinuações sobre quem é que os portugueses conhecem ou desconhecem, um mundo de insinuações morais transformado em campanha eleitoral, levantam a suspeição sobre se não haverá uma campanha organizada de boatos que sirva de pano de fundo a esta guinada de campanha negativa tão pouco habitual em Portugal.
2.
É tudo demasiado grave e está a atingir um nível de insuportabilidade que todos, a começar pela gente séria e honesta do PSD, sentem indignação. Entre ontem e hoje muitas mensagens que recebi têm esse tom de revolta: “ponto de saturação”, diz-se numa delas.
“Creio que se chegou ao ponto de saturação acerca do 1º ministro português em exercício (!!!). Acabou-se. Não vou perder nem mais um minuto a debruçar-me sobre o que ele disse e o que fez e por onde andou. Os limites foram já ultrapassados por mais de uma vez.” (E.P.)
“Sou militante do PSD há 30 anos (…) , resolvi dar um grito de revolta. Basta. “ (O. M.)
E há muitas mais e mais duras.
TRAJECTÓRIAS E AMBIÇÕES POLÌTICAS
Sempre desconfio das súbitas viragens de 180º no arco da vida política, realizadas através de trajectórias mais ou menos meteóricas.
Certamente que todos têm o direito, talvez até o dever, de evoluir, de mudar, de se arrepender, de bater com a mão na testa e descobrir que estava enganado.
O fixismo em politica é também sinal de rigidez intelectual, a que se poderá dar até outro nome, e que não é nada abonatória para quem a revela.
Mas certas evoluções e atitudes dão mesmo para desconfiar, por não ser muito claro quanto interesseiras elas efectivamente possam ser.
É esse o caso, em minha opinião, do recente protagonismo mediático avidamente procurado por Freitas do Amaral.
Não é necessária muita sagacidade para se poder conjecturar que o que o fará correr, e tanto dar nas vistas, seja a sua revelada aspiração em ser candidato a Presidente da República.
Sucede que Freitas do Amaral praticou uma acção feia ao elaborar o parecer (certamente bem remunerado, como são geralmente os pareceres dos doutores de leis…) sobre a utilização do fundo de pensões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para tapar parte do deficit do Estado em 2004.
Bem pode Freitas do Amaral vir dizer que ele é Presidente da Assembleia Geral da CGD, e que a acção judicial sobre a qual deu parecer foi, não contra a CGD, mas sim contra o Estado.
No plano jurídico, até parece certo este argumento. Não fora a relevante circunstância de ser o Estado o patrão da CGD. Ou seja, o patrão do patrão de Freitas do Amaral. No plano ético, era recomendável que pedisse a demissão do lugar ocupado e depois elaborasse o parecer. Numa linha de maior coerência com o que foi inicialmente feito, mas logo contraditoriamente desfeito, por alguns membros do Conselho de Administração da CGD.
O gesto de Freitas do Amaral configura assim uma deslealdade contra a entidade patronal.
Ou seja, um gesto feio, para além de condenável no plano laboral e até no plano da ética sindical.
Porventura um gesto intencionalmente desafiante, inserido numa tentada estratégia de vitimização, visando ganhar auréolas de que necessitará para concretizar as suas ambições políticas.
Por tudo isto, não creio que o declarado e público apoio de Freitas do Amaral a José Sócrates traga por si só ao Partido Socialista mais do que umas escassas dúzias de votos. Desengane-se quem pensar que trará muitos mais.
Mas num ponto terá Freitas do Amaral alguma razão, independentemente de qual seja a sua íntima intenção ao declará-lo.É quando afirma que Santana Lopes não tem perfil para 1º Ministro, por claramente não ter revelado nem revelar sentido de Estado (e um 1º Ministro tem de ser acima de tudo um estadista…).
E que terá perfil para Presidente de Câmara, comentador desportivo, ou dirigente de um clube de futebol.
Sublinho alguma razão, porque, quanto a mim, e no contexto indicado, o seu perfil dará só mesmo para comentador de futebol. As provas efectivamente dadas nas outras duas funções não o recomendam para qualquer uma delas.
Sempre desconfio das súbitas viragens de 180º no arco da vida política, realizadas através de trajectórias mais ou menos meteóricas.
Certamente que todos têm o direito, talvez até o dever, de evoluir, de mudar, de se arrepender, de bater com a mão na testa e descobrir que estava enganado.
O fixismo em politica é também sinal de rigidez intelectual, a que se poderá dar até outro nome, e que não é nada abonatória para quem a revela.
Mas certas evoluções e atitudes dão mesmo para desconfiar, por não ser muito claro quanto interesseiras elas efectivamente possam ser.
É esse o caso, em minha opinião, do recente protagonismo mediático avidamente procurado por Freitas do Amaral.
Não é necessária muita sagacidade para se poder conjecturar que o que o fará correr, e tanto dar nas vistas, seja a sua revelada aspiração em ser candidato a Presidente da República.
Sucede que Freitas do Amaral praticou uma acção feia ao elaborar o parecer (certamente bem remunerado, como são geralmente os pareceres dos doutores de leis…) sobre a utilização do fundo de pensões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para tapar parte do deficit do Estado em 2004.
Bem pode Freitas do Amaral vir dizer que ele é Presidente da Assembleia Geral da CGD, e que a acção judicial sobre a qual deu parecer foi, não contra a CGD, mas sim contra o Estado.
No plano jurídico, até parece certo este argumento. Não fora a relevante circunstância de ser o Estado o patrão da CGD. Ou seja, o patrão do patrão de Freitas do Amaral. No plano ético, era recomendável que pedisse a demissão do lugar ocupado e depois elaborasse o parecer. Numa linha de maior coerência com o que foi inicialmente feito, mas logo contraditoriamente desfeito, por alguns membros do Conselho de Administração da CGD.
O gesto de Freitas do Amaral configura assim uma deslealdade contra a entidade patronal.
Ou seja, um gesto feio, para além de condenável no plano laboral e até no plano da ética sindical.
Porventura um gesto intencionalmente desafiante, inserido numa tentada estratégia de vitimização, visando ganhar auréolas de que necessitará para concretizar as suas ambições políticas.
Por tudo isto, não creio que o declarado e público apoio de Freitas do Amaral a José Sócrates traga por si só ao Partido Socialista mais do que umas escassas dúzias de votos. Desengane-se quem pensar que trará muitos mais.
Mas num ponto terá Freitas do Amaral alguma razão, independentemente de qual seja a sua íntima intenção ao declará-lo.É quando afirma que Santana Lopes não tem perfil para 1º Ministro, por claramente não ter revelado nem revelar sentido de Estado (e um 1º Ministro tem de ser acima de tudo um estadista…).
E que terá perfil para Presidente de Câmara, comentador desportivo, ou dirigente de um clube de futebol.
Sublinho alguma razão, porque, quanto a mim, e no contexto indicado, o seu perfil dará só mesmo para comentador de futebol. As provas efectivamente dadas nas outras duas funções não o recomendam para qualquer uma delas.
domingo, janeiro 30, 2005
CONTAS MACACAS SOBRE O JOELHO
Uma das mais delirantes promessas, ou “metas aspiracionais” ( como lhes chama o imaginativo ministro António Mexia) anunciadas no verdadeiro leilão de ilusões a que assiste o eleitorado português, foi feita pelo PPD-PSD de Santana Lopes : aumentar o valor das exportações de 30% para 40% do PIB nacional.
Feitas umas simples contas de aritmética, verificava-se facilmente que para ser alcançada uma tão pateta meta aspiracional, seria necessário que o valor das exportações crescesse 15 % ao ano!...
Foi gralha!!...vieram clamar o ministro António Mexia e os responsáveis do PPD-PSD .
Uma das mais delirantes promessas, ou “metas aspiracionais” ( como lhes chama o imaginativo ministro António Mexia) anunciadas no verdadeiro leilão de ilusões a que assiste o eleitorado português, foi feita pelo PPD-PSD de Santana Lopes : aumentar o valor das exportações de 30% para 40% do PIB nacional.
Feitas umas simples contas de aritmética, verificava-se facilmente que para ser alcançada uma tão pateta meta aspiracional, seria necessário que o valor das exportações crescesse 15 % ao ano!...
Foi gralha!!...vieram clamar o ministro António Mexia e os responsáveis do PPD-PSD .
Pois sim, acredite quem quiser nesta história da gralha. Se tivesse sido, o desmentido deveria aparecido logo a seguir à apresentação pública do programa, o que obviamente não aconteceu.
Sendo assim, só resta concluir que aquelas contas macacas foram feitas sobre os joelhos, no modelo de meia bola e força a que nos habituou Santana Lopes.
SELECÇÕES DO FIM DE SEMANA
Pedro Santana Lopes está a preparar o lançamento de um livro com as suas crónicas desportivas no jornal “ A Bola”
(in EXPRESSO de 29.Jan.2005)
“ O maior defeito dos programas eleitorais é misturarem compromissos com intenções”
“O que muitos eleitores esperam, e aquilo por que anseiam (...) pode ser pouca coisa , e não vem nos programas eleitorais. Um simples gesto, uma frase ou uma atitude que, pela positiva ou pela negativa, faça o clique para a escolha de alguns líderes, ou para a rejeição dos outros” .
(Fernando Madrina, in EXPRESSO de 29.Jan.2005)
(...) o PSD supera-se. Quer poupar 100 milhões de euros na educação, “ajustando a oferta escolar às necessidades do ensino actuais”. Como? Reduzindo as aulas de 50 para 45 minutos. Os miúdos estão mais espertos e, já sabemos, cada minuto conta para o rigor orçamental .
(Daniel Oliveira, in EXPRESSO de 29.Jan.2005)
Pedro Santana Lopes está a preparar o lançamento de um livro com as suas crónicas desportivas no jornal “ A Bola”
(in EXPRESSO de 29.Jan.2005)
“ O maior defeito dos programas eleitorais é misturarem compromissos com intenções”
“O que muitos eleitores esperam, e aquilo por que anseiam (...) pode ser pouca coisa , e não vem nos programas eleitorais. Um simples gesto, uma frase ou uma atitude que, pela positiva ou pela negativa, faça o clique para a escolha de alguns líderes, ou para a rejeição dos outros” .
(Fernando Madrina, in EXPRESSO de 29.Jan.2005)
(...) o PSD supera-se. Quer poupar 100 milhões de euros na educação, “ajustando a oferta escolar às necessidades do ensino actuais”. Como? Reduzindo as aulas de 50 para 45 minutos. Os miúdos estão mais espertos e, já sabemos, cada minuto conta para o rigor orçamental .
(Daniel Oliveira, in EXPRESSO de 29.Jan.2005)
A linguagem fechada, mesmo a pretensamente culta, como todo o calão, é a língua dos que querem esconder, enganar.
Há três anos, o colunista Pedro Norton, na revista Visão, mostrou o teste de uma escola superior de educação(formadora de professores) em que todos os 8 pontos valiam este ponto 2:“(..) Sem irrelevar o subjacente, atípico e ágrafo património-genético, material e espiritual- a montante e a jusante do aluno, teça um comentário sinóptico( corroborante ou repudiante) ancorado em dimensão axiológica e argumentos, empíricos ou especulativos, minimamente válidos “
Ou este ponto 5 :
“Frise as indúbias preocupações-matrizes da variada tipicidade das morais, tempestivamente passadas em revista ( religiosa, estóica, epicurista, naturalista e formalista) “
(Ferreira Fernandes, in SÁBADO de 29.Jan.2005)
"Cada vez mais numa eleição, os programas são abstractos, as pessoas são reais"
(Judite de Sousa, in JORNAL DE NOTICIAS de 29.Jan.2005)
sexta-feira, janeiro 28, 2005
ELES SÃO COMO SÃO E NÓS SOMOS O QUE SOMOS…
Com a devida vénia, transcrevo do Portugal dos Pequeninos :
Deve o Reino Unido aprovar o Tratado que estabelece uma Constituição para a União Europeia?
Com a devida vénia, transcrevo do Portugal dos Pequeninos :
Deve o Reino Unido aprovar o Tratado que estabelece uma Constituição para a União Europeia?
Com esta clareza e simplicidade, a Inglaterra resolveu o "problema" da pergunta do referendo sobre a Constituição Europeia. Nós, com o nosso saloio barroquismo jurídico, inventámos uma pergunta para a qual era preciso meter explicador. Por isso eles são como são e nós somos o que somos.
OS INTERESSES INTERMÉDIOS
Com a devida vénia, e pensando muito na nossa paróquia da Figueira da Foz, transcrevo do ABRUPTO :
Na parte inicial da entrevista na Dois, Marçal Grilo descreveu com grande exactidão a situação actual do sistema partidário. Chamou a atenção para a semelhança dos critérios de recrutamento, promoção e escolha das pessoas nas estruturas intermédias do PS e PSD, e o modo como os partidos foram "tomados por dentro" por "interesses intermédios", de que o imobiliário é exemplo. A ascensão nos aparelhos partidários dos autarcas e de todo um mundo de pessoas deles dependentes, nas vereações, nas empresas municipalizadas, nos empregos municipais, ocupou e estiolou todo o espaço político das secções dos partidos e dos órgãos locais e regionais. Estas vivem à volta dos empregos e dos favores com origem no poder local.
Com a devida vénia, e pensando muito na nossa paróquia da Figueira da Foz, transcrevo do ABRUPTO :
Na parte inicial da entrevista na Dois, Marçal Grilo descreveu com grande exactidão a situação actual do sistema partidário. Chamou a atenção para a semelhança dos critérios de recrutamento, promoção e escolha das pessoas nas estruturas intermédias do PS e PSD, e o modo como os partidos foram "tomados por dentro" por "interesses intermédios", de que o imobiliário é exemplo. A ascensão nos aparelhos partidários dos autarcas e de todo um mundo de pessoas deles dependentes, nas vereações, nas empresas municipalizadas, nos empregos municipais, ocupou e estiolou todo o espaço político das secções dos partidos e dos órgãos locais e regionais. Estas vivem à volta dos empregos e dos favores com origem no poder local.
METAS ASPIRACIONAIS
Agora já não se diz “promessa” . António Mexia, sempre modernaço e inventivo, prefere falar em “meta aspiracional” . Deve tratar-se de uma nova “buzzword” , que deve fazer moda e pegar.
Agora já não se diz “promessa” . António Mexia, sempre modernaço e inventivo, prefere falar em “meta aspiracional” . Deve tratar-se de uma nova “buzzword” , que deve fazer moda e pegar.
Não tarda e será adoptada intensivamente no léxico do politiquês kitsch, tal como já aconteceu com empreendedorismo, palavra que para ser bem pronunciada se tem de fazer uma pausa a meio, para respirar.
Temos assim que António Mexia e Santana Lopes prometeram aumentar a produtividade de 64 para 75 por cento da média europeia no período da próxima legislatura . Imagino que aludam ao conjunto dos 25 actuais membros da União Europeia, e que a referência de partida seja o ano de 2005, depois da adesão dos novos dez membros. De outro modo, teríamos batota na comparação. Vindo daquela gente nunca se sabe.
Temos assim que António Mexia e Santana Lopes prometeram aumentar a produtividade de 64 para 75 por cento da média europeia no período da próxima legislatura . Imagino que aludam ao conjunto dos 25 actuais membros da União Europeia, e que a referência de partida seja o ano de 2005, depois da adesão dos novos dez membros. De outro modo, teríamos batota na comparação. Vindo daquela gente nunca se sabe.
Vai ser obra, um verdadeiro milagre económico nunca antes visto, cumprir esta promessa...perdão ..atingir esta meta aspiracional...
PASSOU-SE !...
Decididamente, Santana Lopes passou-se.
A surpreendente ameaça de colocar em tribunal as empresas de sondagens, caso os resultados eleitorais se afastem muito das previsões por elas realizadas, seria de fazer rir à gargalhada, se ela não configurasse um grande desequilíbrio emocional, que vem confirmar quanto perigoso seria para a estabilidade política e social da democracia portuguesa a continuidade de Santana Lopes como 1º Ministro.
Perante tais intempestivas e ridículas ameaças, poderão agora as empresas de sondagens retorquir que também intentarão uma acção judicial a Santana Lopes, por declarações caluniosas, caso ele e o seu PPD-PSD venham a perder as eleições.
A brincadeira de Carnaval, é legítimo responder com brincadeira de Carnaval .
Decididamente, Santana Lopes passou-se.
A surpreendente ameaça de colocar em tribunal as empresas de sondagens, caso os resultados eleitorais se afastem muito das previsões por elas realizadas, seria de fazer rir à gargalhada, se ela não configurasse um grande desequilíbrio emocional, que vem confirmar quanto perigoso seria para a estabilidade política e social da democracia portuguesa a continuidade de Santana Lopes como 1º Ministro.
Perante tais intempestivas e ridículas ameaças, poderão agora as empresas de sondagens retorquir que também intentarão uma acção judicial a Santana Lopes, por declarações caluniosas, caso ele e o seu PPD-PSD venham a perder as eleições.
A brincadeira de Carnaval, é legítimo responder com brincadeira de Carnaval .
PREOCUPANTE...
Enquanto as autarquias vão dando carnaval e circo ao pessoal , e a cigarra continua a cantar por esse Portugal fora, prevê-se que até 2010 , a indústria têxtil e do vestuário deve perder mais 73 mil trabalhadores. Não sei se e como este número encaixa na meta colocada pelo PS de criar 150 mil novos postos de trabalho nos próximos quatro anos ...
Enquanto as autarquias vão dando carnaval e circo ao pessoal , e a cigarra continua a cantar por esse Portugal fora, prevê-se que até 2010 , a indústria têxtil e do vestuário deve perder mais 73 mil trabalhadores. Não sei se e como este número encaixa na meta colocada pelo PS de criar 150 mil novos postos de trabalho nos próximos quatro anos ...
ENSINAR O EXITO
Escrito ontem no “Diário de Notícias” por Sarsfield Cabral :
“ O êxito de empresas e de profissionais estrangeiros em Portugal poderá ensinar nas coisas decisivas, como ser pontual, organizado, cumpridor, ou apostar na qualidade e no longo prazo”
Escrito ontem no “Diário de Notícias” por Sarsfield Cabral :
“ O êxito de empresas e de profissionais estrangeiros em Portugal poderá ensinar nas coisas decisivas, como ser pontual, organizado, cumpridor, ou apostar na qualidade e no longo prazo”
quinta-feira, janeiro 27, 2005
ESTAMOS BEM CHOCADOS !...
A anedota-adivinha tem barbas e deveria ser contada em francês, para ter mais piada .
Mas aqui vai mesmo assim, e em português.
Pergunta-se qual será a diferença entre rapariga de 8 anos e uma de 18 anos.
Se o interpelado disser que não sabe, responde-se então: a de 8 anos gosta de “chocolat”, enquanto a de 18 anos gosta de “choc au lit”...
Para além destes dois choques, já desde há muito se falava no choque eléctrico, no choque emocional, no choque em cadeia numa auto estrada, ou no choque perfeitamente elástico quando estudei dinâmica, em Mecânica Racional...
Muito mais recentemente, houve o anúncio do choque fiscal . Foi apenas anúncio, ou seja, publicidade. Na realidade, não houve nenhum choque fiscal e a promessa foi para o caixote do lixo. Era irresponsável, e o lixo costuma ser o destino das promessas irresponsáveis.
Aparecem agora as promessas do choque tecnológico e, como resposta, em marcação cerrada de promessas, veio logo a seguir a promessa do choque de gestão.
Já também li ou ouvi referências a um choque cultural e a um choque de cidadania.
Os comentadores, nos media, decidiram igualmente avançar com propostas para outros choques. Só a título de exemplo:
(...)Mas o choque da concorrência é o que, lentamente e com custos, poderá fazer-nos mudar. É mesmo um choque, não é uma bela intenção.”
(Sarsfield Cabral, in “Diário de Notícias “ de 26.Jan.2005)
“Mais do que um choque tecnológico ou de gestão, o que o país necessita é de um choque de responsabilidade: de obrigar os políticos a concretizar o que oferecem e a responsabilizá-los pelo cumprimento da palavra dada”
( Pedro Valido,in “Diário Económico” de 26.Jan.2005)
A anedota-adivinha tem barbas e deveria ser contada em francês, para ter mais piada .
Mas aqui vai mesmo assim, e em português.
Pergunta-se qual será a diferença entre rapariga de 8 anos e uma de 18 anos.
Se o interpelado disser que não sabe, responde-se então: a de 8 anos gosta de “chocolat”, enquanto a de 18 anos gosta de “choc au lit”...
Para além destes dois choques, já desde há muito se falava no choque eléctrico, no choque emocional, no choque em cadeia numa auto estrada, ou no choque perfeitamente elástico quando estudei dinâmica, em Mecânica Racional...
Muito mais recentemente, houve o anúncio do choque fiscal . Foi apenas anúncio, ou seja, publicidade. Na realidade, não houve nenhum choque fiscal e a promessa foi para o caixote do lixo. Era irresponsável, e o lixo costuma ser o destino das promessas irresponsáveis.
Aparecem agora as promessas do choque tecnológico e, como resposta, em marcação cerrada de promessas, veio logo a seguir a promessa do choque de gestão.
Já também li ou ouvi referências a um choque cultural e a um choque de cidadania.
Os comentadores, nos media, decidiram igualmente avançar com propostas para outros choques. Só a título de exemplo:
(...)Mas o choque da concorrência é o que, lentamente e com custos, poderá fazer-nos mudar. É mesmo um choque, não é uma bela intenção.”
(Sarsfield Cabral, in “Diário de Notícias “ de 26.Jan.2005)
“Mais do que um choque tecnológico ou de gestão, o que o país necessita é de um choque de responsabilidade: de obrigar os políticos a concretizar o que oferecem e a responsabilizá-los pelo cumprimento da palavra dada”
( Pedro Valido,in “Diário Económico” de 26.Jan.2005)
terça-feira, janeiro 25, 2005
DAQUI...JÁ ESTÁ GANHO !...
Com a devida vénia, transcrevo do blog de Santana Lopes :
Daqui... já está ganho!
Aqui na Ilha da Madeira o PSD já ganhou!
Com a devida vénia, transcrevo do blog de Santana Lopes :
Daqui... já está ganho!
Aqui na Ilha da Madeira o PSD já ganhou!
Como sempre...
O Dr. Alberto João é o maior!
Força Dr Pedro Santana Lopes!
Você também vai ganhar!
Os madeirenses estão consigo:)
Um abraço de uma Laranja verdadeira!
Um abraço de uma Laranja verdadeira!
Élia LaranjaFunchal-Madeira
Delicioso, não acham ?
PROTOCOLOS E POLÍTICA ESPECTÁCULO
Está anunciado mais um protocolo ! A celebrar desta vez entre a Câmara Municipal da Figueira da Foz e a PSP local. Com direito a cerimónia solene no salão nobre dos Paços do Concelho, em mesa decorada com um arranjo floral, fotografias, jornalistas dos media locais e regionais, e umas tantas fotografias na página web da Câmara ...
Ainda um dia me dará pachorra para fazer um inventário das resmas e resmas de protocolos celebrados pelo actual executivo camarário. Levará muito tempo, pois são mesmo muitos e muitos.
Segundo leio na dócil imprensa local e regional, o tal protocolo visa um objectivo tão transcendente como a cedência da cartografia do concelho para reconhecimento do território de actuação.
A PSP , no âmbito deste protocolo, vai ser obrigada a esta coisa importantíssima : “fornecer à Câmara a localização e zonas de influência das suas esquadras, e os dados estatísticos sobre criminalidade denunciada”.
Como se pode inferir, este protocolo vai permitir dar à acção política municipal uma outra dimensão e uma qualidade até agora ainda não atingidas !... O protocolo até prevê, vejam lá, um grupo de trabalho, com um técnico de cada uma das instituições.
O executivo camarário tem todo o direito de fazer política no modelo de acção que quiser. Pode ser ética ou politicamente contestável e condenável, mas isso é outra história.
Já a PSP, não deveria, a meu ver, deixar-se envolver em acções de política espectáculo, sobretudo em tempos pre-eleitorais .
E já agora. Porque não celebrarem também a Câmara Municipal e a PSP um protocolo para se acabar , de uma vez por todas, com a pouca vergonha do estacionamento em dupla fila na Rua da República ? .
Está anunciado mais um protocolo ! A celebrar desta vez entre a Câmara Municipal da Figueira da Foz e a PSP local. Com direito a cerimónia solene no salão nobre dos Paços do Concelho, em mesa decorada com um arranjo floral, fotografias, jornalistas dos media locais e regionais, e umas tantas fotografias na página web da Câmara ...
Ainda um dia me dará pachorra para fazer um inventário das resmas e resmas de protocolos celebrados pelo actual executivo camarário. Levará muito tempo, pois são mesmo muitos e muitos.
Segundo leio na dócil imprensa local e regional, o tal protocolo visa um objectivo tão transcendente como a cedência da cartografia do concelho para reconhecimento do território de actuação.
A PSP , no âmbito deste protocolo, vai ser obrigada a esta coisa importantíssima : “fornecer à Câmara a localização e zonas de influência das suas esquadras, e os dados estatísticos sobre criminalidade denunciada”.
Como se pode inferir, este protocolo vai permitir dar à acção política municipal uma outra dimensão e uma qualidade até agora ainda não atingidas !... O protocolo até prevê, vejam lá, um grupo de trabalho, com um técnico de cada uma das instituições.
O executivo camarário tem todo o direito de fazer política no modelo de acção que quiser. Pode ser ética ou politicamente contestável e condenável, mas isso é outra história.
Já a PSP, não deveria, a meu ver, deixar-se envolver em acções de política espectáculo, sobretudo em tempos pre-eleitorais .
E já agora. Porque não celebrarem também a Câmara Municipal e a PSP um protocolo para se acabar , de uma vez por todas, com a pouca vergonha do estacionamento em dupla fila na Rua da República ? .
De forma a não se assistir mais a situações desprestigiantes para o estado democrático, como seja a de agentes da PSP a passearem tranquilamente pela rua fora, com esta cheia de viaturas estacionadas em descarada contravenção , e sem mexerem uma palha , assobiando para o lado e fingindo nada verem .
INAUGURAÇÕES E POLÍTICA ESPECTÁCULO
No dia 18 de Dezembro último, com a habitual pompa e circunstância, foguetes, e descerramento da inevitável placa, e ainda com a presença de um membro do Governo, candidato a deputado pelo PPD-PSD às próximas eleições legislativas, foi inaugurada a extensão de saúde de Vila Verde, no concelho da Figueira da Foz.
Quando se inaugura qualquer coisa, espera-se e é suposto que ela comece logo a funcionar.
Mas não será assim quando a acção política se orienta pela tentação populista e por uma obsessiva propensão para a política espectáculo, sobretudo quando há eleições à vista.
Curioso e desconcertante para mim, é que pessoas inteligentes, como aquelas que integram o actual executivo camarário, se iludam pensando que desse modo iludem e convencem um eleitorado já bastante amadurecido politicamente e que sorri , ou ri mesmo , dessas tentativas pueris de deitar poeira aos olhos das pessoas.
Decorrido mais de um mês, a extensão de saúde ainda não funciona. Falta não sei que ligação do sistema informático à rede nacional, o que deve demorar entre 30 a 60 dias.
Deixo aqui uma sugestão ao executivo camarário.
Porque não acelerar o mais possível essa ligação em falta, mediante intervenções dos candidatos do PPD-PSD às próximas eleições, como Pereira Coelho ou Miguel Almeida, e lá para o meio de Fevereiro, a uma semana do dia das eleições, fazer uma nova inauguração, desta feita da ligação informática à rede nacional? Dava mesmo muito jeito, não?
Talvez não fosse necessária uma nova placa comemorativa. Quem sabe, poderia descerrar-se apenas uma simples placa gráfica...
No dia 18 de Dezembro último, com a habitual pompa e circunstância, foguetes, e descerramento da inevitável placa, e ainda com a presença de um membro do Governo, candidato a deputado pelo PPD-PSD às próximas eleições legislativas, foi inaugurada a extensão de saúde de Vila Verde, no concelho da Figueira da Foz.
Quando se inaugura qualquer coisa, espera-se e é suposto que ela comece logo a funcionar.
Mas não será assim quando a acção política se orienta pela tentação populista e por uma obsessiva propensão para a política espectáculo, sobretudo quando há eleições à vista.
Curioso e desconcertante para mim, é que pessoas inteligentes, como aquelas que integram o actual executivo camarário, se iludam pensando que desse modo iludem e convencem um eleitorado já bastante amadurecido politicamente e que sorri , ou ri mesmo , dessas tentativas pueris de deitar poeira aos olhos das pessoas.
Decorrido mais de um mês, a extensão de saúde ainda não funciona. Falta não sei que ligação do sistema informático à rede nacional, o que deve demorar entre 30 a 60 dias.
Deixo aqui uma sugestão ao executivo camarário.
Porque não acelerar o mais possível essa ligação em falta, mediante intervenções dos candidatos do PPD-PSD às próximas eleições, como Pereira Coelho ou Miguel Almeida, e lá para o meio de Fevereiro, a uma semana do dia das eleições, fazer uma nova inauguração, desta feita da ligação informática à rede nacional? Dava mesmo muito jeito, não?
Talvez não fosse necessária uma nova placa comemorativa. Quem sabe, poderia descerrar-se apenas uma simples placa gráfica...
domingo, janeiro 23, 2005
VOTAR POR EXCLUSÃO DE PARTES
Confesso que me desgosta e preocupa um certo pendor para uma atitude derrotista do género dos “Vencidos da Vida” do final de século XIX , que transparece de escritos de comentadores talentosos e lúcidos como António Barreto ou Vasco Pulido Valente.
No PUBLICO de ontem ,António Barreto , entre muitas coisas que evidentemente merecem o meu acordo, cai todavia num desespero e num estado de angústia que não levam a lado nenhum, e só contribuiem para acentuar o presente estado de depressão nacional.
A certo ponto escreve que:
“Nunca vi tanta gente a pensar em votar por exclusão de partes, contra um e não a favor de outro(...)”
Não vejo nisso nada que cause muita admiração. Em política , as escolhas fazem-se com frequência pelo menos mau, ou seja, pelo mal menor, raramente pelo bom e quase nunca pelo óptimo.
Pela parte que me toca, é assim que tenho votado de há uns 15 anos a esta parte, pelo menos.
E desta vez, por maioria de razão, assim voltarei a fazê-lo .
Confesso que me desgosta e preocupa um certo pendor para uma atitude derrotista do género dos “Vencidos da Vida” do final de século XIX , que transparece de escritos de comentadores talentosos e lúcidos como António Barreto ou Vasco Pulido Valente.
No PUBLICO de ontem ,António Barreto , entre muitas coisas que evidentemente merecem o meu acordo, cai todavia num desespero e num estado de angústia que não levam a lado nenhum, e só contribuiem para acentuar o presente estado de depressão nacional.
A certo ponto escreve que:
“Nunca vi tanta gente a pensar em votar por exclusão de partes, contra um e não a favor de outro(...)”
Não vejo nisso nada que cause muita admiração. Em política , as escolhas fazem-se com frequência pelo menos mau, ou seja, pelo mal menor, raramente pelo bom e quase nunca pelo óptimo.
Pela parte que me toca, é assim que tenho votado de há uns 15 anos a esta parte, pelo menos.
E desta vez, por maioria de razão, assim voltarei a fazê-lo .
SANTANISMO EM VERSÃO AINDA MAIS KITSCH QUE NA FIGUEIRA
é o da letra do hino oficial da campanha eleitoral do PPD-PSD de Santana Lopes
Guerreiro Menino (um homem também chora)», de Gonzaguinha, letra de Gabriel o Pensador.
Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura
Guerreiros são pessoas
São fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
Que os tornem refeitos
É triste ver este homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que traz no peito
Pois ama e ama
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E a vida é trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz
O menino homem deve ser obviamente Santana Lopes...
é o da letra do hino oficial da campanha eleitoral do PPD-PSD de Santana Lopes
Guerreiro Menino (um homem também chora)», de Gonzaguinha, letra de Gabriel o Pensador.
Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura
Guerreiros são pessoas
São fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
Que os tornem refeitos
É triste ver este homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que traz no peito
Pois ama e ama
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E a vida é trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz
O menino homem deve ser obviamente Santana Lopes...
DEBATES DE FRENTE A FRENTE
José Sócrates não aceita expor-se muito, indo a debates de frente a frente com Santana Lopes, Paulo Portas ou Francisco Louçã .
A meu ver, faz muito bem .
É evidente que num debate no palco televisivo, com qualquer dos citados bons actores, perderia quanto ao desempenho teatral.
E daí? O que está em causa é escolher um 1º Ministro, não é provar quem é melhor actor de teatro ou de telenovelas televisivas.
Santana Lopes já há muito demonstrou que o era, como aconteceu há uns anos atrás, num programa televisivo chamado “ A Cadeira do Poder” produzido por um fulano de que não recordo o nome , só sei que é careca. Lembram-se?
Se Cavaco Silva fosse a debate com qualquer um deles, ladinos e manhosos como os três são em truques de teatro, perderia pela certa, também.
Num plano inferior de análise, eu próprio perderia, não tenho dúvida, se fosse a debate de frente a frente com Celeste Russa, por exemplo, sobre a magnificiência da obra de Santana Lopes na Figueira da Foz, ou até mesmo sobre as problemáticas do desenvolvimento sustentado da Figueira e a dinâmica dos projectos estruturantes do eixo estratégico do hinterland Figueira-Montemor-Coimbra...
Era sem espinhas.
José Sócrates não aceita expor-se muito, indo a debates de frente a frente com Santana Lopes, Paulo Portas ou Francisco Louçã .
A meu ver, faz muito bem .
É evidente que num debate no palco televisivo, com qualquer dos citados bons actores, perderia quanto ao desempenho teatral.
E daí? O que está em causa é escolher um 1º Ministro, não é provar quem é melhor actor de teatro ou de telenovelas televisivas.
Santana Lopes já há muito demonstrou que o era, como aconteceu há uns anos atrás, num programa televisivo chamado “ A Cadeira do Poder” produzido por um fulano de que não recordo o nome , só sei que é careca. Lembram-se?
Se Cavaco Silva fosse a debate com qualquer um deles, ladinos e manhosos como os três são em truques de teatro, perderia pela certa, também.
Num plano inferior de análise, eu próprio perderia, não tenho dúvida, se fosse a debate de frente a frente com Celeste Russa, por exemplo, sobre a magnificiência da obra de Santana Lopes na Figueira da Foz, ou até mesmo sobre as problemáticas do desenvolvimento sustentado da Figueira e a dinâmica dos projectos estruturantes do eixo estratégico do hinterland Figueira-Montemor-Coimbra...
Era sem espinhas.
AS CONTAS DO CESTEIRO
De um prezado leitor do Quintopoder , lá de longe de terras do Brasil , recebi o seguinte comentário :
Ao percorrer com o olhar o seu excelente "blog", deparei-me com uma "gaffe" que me fez lembrar as versões hilariantes dos ditados populares que, depois de habilidosamente enxertados de parte doutros, resultam em ditos de piada garantida ...
Ora preste atenção a um período do seu "Mais Uma" de 20 de Janeiro: "Como um cesteiro que faz um cento faz cem, duvido, até prova em contrário, que a nomeação de João Gonçalves para o IA tenha sido realmente feita por José Sócrates com o governo em gestão" (O itálico sublinhado é meu).
A menos que tenha decidido imprimir à escrita a tonalidade alegórica dos tempos políticos que vão correndo, o que só por si justificaria a “boutade”, quereria dizer, presumo, como um cesteiro que faz um cesto faz um cento, em vez da la Paliciana aritmética.
Trata-se de facto de um verdadeiro erro, aparentemente causado por um novo tipo de dislexia...
Porventura dislexia “digital” de quem tecla apenas com dois dedos.
Ou talvez não, talvez seja mesmo dislexia mental, o que será bem pior, mas terá de ser levado a débito da idade, que vai pesando...
Devo confessar que, como boutade, estaria bem achada. A fazer lembrar aqueles ditados da sabedoria popular como “ Chuva em Novembro, Natal em Dezembro...” , ou “Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem é...” . Mas não foi boutade, não senhor. Foi mesmo “gaffe” , disparate com “Lapalissada” aritmética.
De um prezado leitor do Quintopoder , lá de longe de terras do Brasil , recebi o seguinte comentário :
Ao percorrer com o olhar o seu excelente "blog", deparei-me com uma "gaffe" que me fez lembrar as versões hilariantes dos ditados populares que, depois de habilidosamente enxertados de parte doutros, resultam em ditos de piada garantida ...
Ora preste atenção a um período do seu "Mais Uma" de 20 de Janeiro: "Como um cesteiro que faz um cento faz cem, duvido, até prova em contrário, que a nomeação de João Gonçalves para o IA tenha sido realmente feita por José Sócrates com o governo em gestão" (O itálico sublinhado é meu).
A menos que tenha decidido imprimir à escrita a tonalidade alegórica dos tempos políticos que vão correndo, o que só por si justificaria a “boutade”, quereria dizer, presumo, como um cesteiro que faz um cesto faz um cento, em vez da la Paliciana aritmética.
Trata-se de facto de um verdadeiro erro, aparentemente causado por um novo tipo de dislexia...
Porventura dislexia “digital” de quem tecla apenas com dois dedos.
Ou talvez não, talvez seja mesmo dislexia mental, o que será bem pior, mas terá de ser levado a débito da idade, que vai pesando...
Devo confessar que, como boutade, estaria bem achada. A fazer lembrar aqueles ditados da sabedoria popular como “ Chuva em Novembro, Natal em Dezembro...” , ou “Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem é...” . Mas não foi boutade, não senhor. Foi mesmo “gaffe” , disparate com “Lapalissada” aritmética.
sexta-feira, janeiro 21, 2005
SANTANISMO , VERSÃO KITSH
é como me ocorre classificar a deliciosa jornada de propaganda eleitoral disfarçada de contacto com as queridas “ populações” , com inaugurações de umas garagens da Casa do Povo à mistura, que o executivo camarário da Figueira da Foz irá desenvolver neste fim de semana , segundo informa o blogue A Beira Mar , no já conhecido e brilhante estilo literário do seu autor .
Para quem não saiba, kitsh quer dizer parolo, provinciano, pechisbeque ...
AMEAÇA E GESTÃO DA SECA
Muita gente ainda não terá tomado inteira consciência do que se está a passar.
Muita gente ainda não terá tomado inteira consciência do que se está a passar.
Mas estamos próximos de uma verdadeira calamidade climática este ano em Portugal, com o extenso período de seca que se prolonga, sem sinais de chuva nas previsões meteorológicas. Já se fala na maior seca dos últimos 40 anos. Mais uns dias sem chuva e não estaremos longe da maior seca dos últimos 100 anos.
Os efeitos serão desastrosos na agricultura, sobretudo na alentejana, em muitas indústrias , no turismo algarvio . Logo virão depois sérias consequências na situação económica , já de si tão ameaçadora e preocupante. E, possivelmente, também se irão sentir efeitos no abastecimento de água a muitas localidades .
Já era por isso mais que tempo para começarem a ser tomadas as primeiras medidas de sensibilização da opinião pública e de redução dos consumos. Em particular por parte das autarquias locais.
Preparar e accionar essas primeiras medidas, visando, de forma pro activa , enfrentar a situação catastrófica que nos ameaça a todos , cabe , obvia e inteiramente , nos poderes de um governo demissionário dito de gestão .
No entanto, o actual, chefiado por Santana Lopes, procura e prefere continuar a fazer política espectáculo , anunciando com espavento e demagogia promessas de projectos grandiosos , fantasistas e megalómanos , para um futuro das calandas gregas de 2012 (!!!...) , fingindo estar
a preparar o futuro de Portugal .
Quando o que nos ameaça, de momento, são os difíceis desafios do presente, e os de já de amanhã.
Sirvam ao menos os tempos difíceis por que iremos passar para, cidadãos consumidores e certos dirigentes políticos, ganharem todos consciência da importância estratégica da água na vida de todos os portugueses, sobretudo num futuro já assim não muito distante.
Os efeitos serão desastrosos na agricultura, sobretudo na alentejana, em muitas indústrias , no turismo algarvio . Logo virão depois sérias consequências na situação económica , já de si tão ameaçadora e preocupante. E, possivelmente, também se irão sentir efeitos no abastecimento de água a muitas localidades .
Já era por isso mais que tempo para começarem a ser tomadas as primeiras medidas de sensibilização da opinião pública e de redução dos consumos. Em particular por parte das autarquias locais.
Preparar e accionar essas primeiras medidas, visando, de forma pro activa , enfrentar a situação catastrófica que nos ameaça a todos , cabe , obvia e inteiramente , nos poderes de um governo demissionário dito de gestão .
No entanto, o actual, chefiado por Santana Lopes, procura e prefere continuar a fazer política espectáculo , anunciando com espavento e demagogia promessas de projectos grandiosos , fantasistas e megalómanos , para um futuro das calandas gregas de 2012 (!!!...) , fingindo estar
a preparar o futuro de Portugal .
Quando o que nos ameaça, de momento, são os difíceis desafios do presente, e os de já de amanhã.
Sirvam ao menos os tempos difíceis por que iremos passar para, cidadãos consumidores e certos dirigentes políticos, ganharem todos consciência da importância estratégica da água na vida de todos os portugueses, sobretudo num futuro já assim não muito distante.
E se deixarem de fantasias criminosas e irresponsáveis, como foi a de suspender a conclusão da barragem de Fozcoa, ou de entravar a barragem prevista para o rio Sabor .
O REGRESSO DO GUTERRISMO ?
Sou dos que têm e mantêm esperança que José Sócrates como 1º Ministro não represente o regresso do guterrismo . Acompanho por isso o Bloguitica, quando este blogue escreve :
“ (…)para se saber se há um regresso ao Guterrismo, é necessário definir o que se entende por Guterrismo. Suspeito que o conceito tem diferentes significados.A leitura mais comum será aquela que associa Guterrismo a consensos bloqueadores de decisões reformistas. Se se entender o Guterrismo nesta lógica, então duvido que se vá assistir a um regresso ao Guterrismo com José Sócrates. Por diversas razões.
[1] Por uma questão de aprendizagem.
[2] Por uma questão de perfil psicológico.
[3] Por uma questão de contexto."
Sou dos que têm e mantêm esperança que José Sócrates como 1º Ministro não represente o regresso do guterrismo . Acompanho por isso o Bloguitica, quando este blogue escreve :
“ (…)para se saber se há um regresso ao Guterrismo, é necessário definir o que se entende por Guterrismo. Suspeito que o conceito tem diferentes significados.A leitura mais comum será aquela que associa Guterrismo a consensos bloqueadores de decisões reformistas. Se se entender o Guterrismo nesta lógica, então duvido que se vá assistir a um regresso ao Guterrismo com José Sócrates. Por diversas razões.
[1] Por uma questão de aprendizagem.
[2] Por uma questão de perfil psicológico.
[3] Por uma questão de contexto."
O POVO, OS BANQUEIROS, E OS OUTROS PODEROSOS
Aí está Santana Lopes, no seu melhor, enchendo a boca com a palavra povo, diabolizando banqueiros e outros poderosos que, conduzidos por obscuros interesses, conspiram e actuam em poderosa cabala contra ele, Santana Lopes, o grande amigo dos descamisados e do povo.
Quem tem uma certa idade, lembra-se deste estilo e desta linguagem das bocas de Juan Peron e de Evita Peron , na Argentina dos anos cinquenta . Ou de Vasco Gonçalves no famoso e patético discurso de Almada . Ou de Hugo Chavez , na Venezuela dos tempos de hoje .
Aí está Santana Lopes, no seu melhor, enchendo a boca com a palavra povo, diabolizando banqueiros e outros poderosos que, conduzidos por obscuros interesses, conspiram e actuam em poderosa cabala contra ele, Santana Lopes, o grande amigo dos descamisados e do povo.
Quem tem uma certa idade, lembra-se deste estilo e desta linguagem das bocas de Juan Peron e de Evita Peron , na Argentina dos anos cinquenta . Ou de Vasco Gonçalves no famoso e patético discurso de Almada . Ou de Hugo Chavez , na Venezuela dos tempos de hoje .
quinta-feira, janeiro 20, 2005
CORRUPÇÃO NO PODER LOCAL ?
Mário Soares disse há dias: “ faz-se muito elogio do poder local, mas passa hoje muita corrupção por ele”.
Fernando Ruas, dirigente do PPD-PSD de Viseu, santanista indefectível, Presidente da Câmara de Viseu, e Presidente da Associação Nacional dos Municípios, parece ter ficado muito enxofrado.
Reagiu, exigindo que fossem divulgados casos e nomes.
Co’s diabos. Querem exemplos? Aí vão alguns : Fátima Felgueiras, em Felgueiras, Valentim Loureiro em Gondomar, Abílio Curto na Guarda, Carrapatoso na Nazaré, Nuno Cardoso no Porto, Isabel Damasceno em Leiria, Cruz Silva em Anadia, e alguns mais de que agora não recordo os nomes das pessoas. Chegam?
Estes são alguns dos que foram investigados até à prestação de contas com a Justiça.
A julgar por tantos sinais que por aí vamos todos vendo, muitos mais haverá que até ao momento têm escapado a Ela. À Justiça.
Mário Soares disse há dias: “ faz-se muito elogio do poder local, mas passa hoje muita corrupção por ele”.
Fernando Ruas, dirigente do PPD-PSD de Viseu, santanista indefectível, Presidente da Câmara de Viseu, e Presidente da Associação Nacional dos Municípios, parece ter ficado muito enxofrado.
Reagiu, exigindo que fossem divulgados casos e nomes.
Co’s diabos. Querem exemplos? Aí vão alguns : Fátima Felgueiras, em Felgueiras, Valentim Loureiro em Gondomar, Abílio Curto na Guarda, Carrapatoso na Nazaré, Nuno Cardoso no Porto, Isabel Damasceno em Leiria, Cruz Silva em Anadia, e alguns mais de que agora não recordo os nomes das pessoas. Chegam?
Estes são alguns dos que foram investigados até à prestação de contas com a Justiça.
A julgar por tantos sinais que por aí vamos todos vendo, muitos mais haverá que até ao momento têm escapado a Ela. À Justiça.
MAIS UMA…
Ai está, se preciso fosse, mais uma demonstração do nível intelectual e na natureza do carácter de Santana Lopes : a falsa acusação de José Sócrates ter nomeado o Inspector Geral do Ambiente, já com o Governo em gestão.
O principal conselheiro do ainda 1º Ministro parece ser de facto Miguel Almeida , figura bem conhecido dos figueirenses, e que chega a causar ataques de urticária, até a alguns dirigentes locais do PPD-PSD . E estará tudo dito sobre a categoria humana e política de Santana Lopes.
Em declarações à rádio, Miguel Almeida confessou ter sido ele a “soprar” a Santana Lopes o “escândalo” da nomeação de Filipe Baptista como Inspector Geral do Ambiente , por José Sócrates , quando este estava como Ministro do Ambiente em gestão , já depois da vitória eleitoral do PSD em 2002.
A demagogia que Santana Lopes fez em redor deste tema, quando arengou ontem em comício partidário realizado em Almada!..
Veio também o mesmo Miguel Almeida reconhecer que tal acusação era falsa.
Enganou-se, trocou os nomes, explicou. Santana Lopes confiou na sabedoria sem limites do seu conselheiro e fez por conseguinte afirmações falsas. Muito feio para um 1º Ministro. Mas não irá pedir desculpa, não senhor.
É que, ainda segundo o conselheiro Miguel Almeida, o nome que ele queria referir era o de João Gonçalves. Não era à Inspecção Geral do Ambiente que ele desejava aludir, mas sim ao Instituto do Ambiente (IA). Muito provavelmente, confunde as duas organizações, e não saberá reconhecer as diferenças de competências entre uma e outra.
Como um cesteiro que faz um cento faz cem, duvido, até prova em contrário, que a nomeação de João Gonçalves para o IA tenha sido realmente feita por José Sócrates com o governo em gestão. Mas admitamos que assim tenha sido. Por princípio, acharia errado e politicamente condenável.
Em todo o caso, convirá lembrar um pequeno-grande pormenor.
Ai está, se preciso fosse, mais uma demonstração do nível intelectual e na natureza do carácter de Santana Lopes : a falsa acusação de José Sócrates ter nomeado o Inspector Geral do Ambiente, já com o Governo em gestão.
O principal conselheiro do ainda 1º Ministro parece ser de facto Miguel Almeida , figura bem conhecido dos figueirenses, e que chega a causar ataques de urticária, até a alguns dirigentes locais do PPD-PSD . E estará tudo dito sobre a categoria humana e política de Santana Lopes.
Em declarações à rádio, Miguel Almeida confessou ter sido ele a “soprar” a Santana Lopes o “escândalo” da nomeação de Filipe Baptista como Inspector Geral do Ambiente , por José Sócrates , quando este estava como Ministro do Ambiente em gestão , já depois da vitória eleitoral do PSD em 2002.
A demagogia que Santana Lopes fez em redor deste tema, quando arengou ontem em comício partidário realizado em Almada!..
Veio também o mesmo Miguel Almeida reconhecer que tal acusação era falsa.
Enganou-se, trocou os nomes, explicou. Santana Lopes confiou na sabedoria sem limites do seu conselheiro e fez por conseguinte afirmações falsas. Muito feio para um 1º Ministro. Mas não irá pedir desculpa, não senhor.
É que, ainda segundo o conselheiro Miguel Almeida, o nome que ele queria referir era o de João Gonçalves. Não era à Inspecção Geral do Ambiente que ele desejava aludir, mas sim ao Instituto do Ambiente (IA). Muito provavelmente, confunde as duas organizações, e não saberá reconhecer as diferenças de competências entre uma e outra.
Como um cesteiro que faz um cento faz cem, duvido, até prova em contrário, que a nomeação de João Gonçalves para o IA tenha sido realmente feita por José Sócrates com o governo em gestão. Mas admitamos que assim tenha sido. Por princípio, acharia errado e politicamente condenável.
Em todo o caso, convirá lembrar um pequeno-grande pormenor.
João Gonçalves era Director Geral do Ambiente pelo menos desde finais de 2000. A Lei Orgânica do Instituto do Ambiente foi publicada no Diário da República em 9 de Janeiro de 2002, depois de promulgada pelo Presidente da República em 19 de Dezembro de 2001, depois de aprovada em Conselho de Ministros em 21 de Novembro de 2001. Muito antes, portanto, das eleições autárquicas que levaram António Guterres à demissão. Melhor dizendo, à fuga, para não se atolar no pântano.
A Direcção Geral do Ambiente deu directamente origem ao Instituto do Ambiente, nome com que de certo modo foi rebaptizada.
Seria pois natural que, com a mudança de nome, se mantivesse o mesmo dirigente.
Sucede ainda que João Gonçalves é um quadro técnico superior de indesmentível competência, de larga experiência em matérias de Ambiente, e sem conhecida actividade partidária, se é que terá filiação alguma. Não é nenhum Miguel Almeida.
A Direcção Geral do Ambiente deu directamente origem ao Instituto do Ambiente, nome com que de certo modo foi rebaptizada.
Seria pois natural que, com a mudança de nome, se mantivesse o mesmo dirigente.
Sucede ainda que João Gonçalves é um quadro técnico superior de indesmentível competência, de larga experiência em matérias de Ambiente, e sem conhecida actividade partidária, se é que terá filiação alguma. Não é nenhum Miguel Almeida.
quarta-feira, janeiro 19, 2005
A TEORIA DA CABALA , MAIS UMA VEZ ?
Faço ardentes votos para que o Partido Socialista e José Sócrates , não caiam na tentação de dar suporte e solidariedade partidária às incríveis declarações de Nuno Cardoso , esta tarde proferidas em conferência de imprensa , na qual não adiantou um milímetro de justificações sobre os negócios em que andou envolvido com Pinto da Costa . Um verdadeiro tiro no pé , uma fuga para a frente , retomando a velha e deja vu teoria da cabala que alem do mais soa como espertalhona pressão sobre a justiça .
Faço ardentes votos para que o Partido Socialista e José Sócrates , não caiam na tentação de dar suporte e solidariedade partidária às incríveis declarações de Nuno Cardoso , esta tarde proferidas em conferência de imprensa , na qual não adiantou um milímetro de justificações sobre os negócios em que andou envolvido com Pinto da Costa . Um verdadeiro tiro no pé , uma fuga para a frente , retomando a velha e deja vu teoria da cabala que alem do mais soa como espertalhona pressão sobre a justiça .
AS CENAS DO COSTUME , PELOS CROMOS DO COSTUME
As próximas 2 a 3 semanas vão ser de autêntico frenesim para Santana Lopes e muitos ( quase todos?..) dos seus ministros ,
Vão ser inaugurações de coisas a funcionar desde há muitos meses, algumas delas até já inauguradas antes ; vão ser assinaturas de protocolos , muitos comprometendo dinheiros que
outros terão de pagar mais tarde ; vão ser anúncios de planos e projectos de obras públicas grandiosas , para as quais ainda não estão garantidos os recursos financeiros necessários, mas isso pouco importa.
Nada que outros governos não tenham feito , no passado , antes ou durante campanhas eleitorais .
Mas Santana Lopes e os seus companheiros de governo em gestão , exageram em lata e falta de decoro. Quase aposto : aqui por esta Babilónia da Foz , vamos assistir a parecido frenesim lá para o verão, antes das eleições autárquicas previstas para Outubro deste ano .
O pessoal já está habituado a isto. Está suficientemente ladino, e se pensam que o enganam, desenganem-se. Por isso não vai ligar muito às cenas do costume, pelos cromos do costume.
Encolhe os ombros, ri-se e vai mas é discutir futebol .
As próximas 2 a 3 semanas vão ser de autêntico frenesim para Santana Lopes e muitos ( quase todos?..) dos seus ministros ,
Vão ser inaugurações de coisas a funcionar desde há muitos meses, algumas delas até já inauguradas antes ; vão ser assinaturas de protocolos , muitos comprometendo dinheiros que
outros terão de pagar mais tarde ; vão ser anúncios de planos e projectos de obras públicas grandiosas , para as quais ainda não estão garantidos os recursos financeiros necessários, mas isso pouco importa.
Nada que outros governos não tenham feito , no passado , antes ou durante campanhas eleitorais .
Mas Santana Lopes e os seus companheiros de governo em gestão , exageram em lata e falta de decoro. Quase aposto : aqui por esta Babilónia da Foz , vamos assistir a parecido frenesim lá para o verão, antes das eleições autárquicas previstas para Outubro deste ano .
O pessoal já está habituado a isto. Está suficientemente ladino, e se pensam que o enganam, desenganem-se. Por isso não vai ligar muito às cenas do costume, pelos cromos do costume.
Encolhe os ombros, ri-se e vai mas é discutir futebol .
RECICLAGEM E ENERGIA
O Ministro Nobre Guedes veio ontem perorar sobre tratamento de resíduos sólidos .
Categórico, declarou-se totalmente contra a co-incineração de resíduos industriais perigosos ( RIP’s) e a queima de resíduos industriais banais (RIB’s) ou de resíduos sólidos urbanos (RSU’s) .
Reclama-se fervoroso admirador das soluções de reciclagem . Fica-lhe muito bem .
Nobre Guedes é homem de leis . Ilustre , ao que dizem. Apesar de ter andado pelo mundo dos negócios do tratamento dos resíduos sólidos, antes de ser ministro, deve porém desconhecer, em absoluto, o 2º princípio da termodinâmica, o seu significado físico e, vamos lá , metafísico.
Tal como acontece, de resto, com a generalidade dos ambientalistas amadores portugueses, tribo que costuma albergar sociólogos, poetas, jornalistas , homens de letras, botânicos e gente do estilo.
Ouve-os muito e, no seu charme blasé , é sensível às suas adulações . Adulador também, chama “amigos do ambiente “ a esses “ambientalistas” . Por isso emprenha facilmente pelos ouvidos em matérias ambientais.
O Ministro Nobre Guedes veio ontem perorar sobre tratamento de resíduos sólidos .
Categórico, declarou-se totalmente contra a co-incineração de resíduos industriais perigosos ( RIP’s) e a queima de resíduos industriais banais (RIB’s) ou de resíduos sólidos urbanos (RSU’s) .
Reclama-se fervoroso admirador das soluções de reciclagem . Fica-lhe muito bem .
Nobre Guedes é homem de leis . Ilustre , ao que dizem. Apesar de ter andado pelo mundo dos negócios do tratamento dos resíduos sólidos, antes de ser ministro, deve porém desconhecer, em absoluto, o 2º princípio da termodinâmica, o seu significado físico e, vamos lá , metafísico.
Tal como acontece, de resto, com a generalidade dos ambientalistas amadores portugueses, tribo que costuma albergar sociólogos, poetas, jornalistas , homens de letras, botânicos e gente do estilo.
Ouve-os muito e, no seu charme blasé , é sensível às suas adulações . Adulador também, chama “amigos do ambiente “ a esses “ambientalistas” . Por isso emprenha facilmente pelos ouvidos em matérias ambientais.
Em linguagem simples, pode dizer-se que decorre do 2º princípio da termodinâmica o seguinte.
Quando há um sistema dentro do qual acontecem processos de transformação , com realização de trabalho ( no sentido físico do termo) , a sua entropia , medida da escala da sua desordem interna , é uma função crescente com o tempo .
A ordem interna só poderá ser reposta, ou melhor, a caminhada para a desordem só pode ser contrariada, injectando energia nesse sistema. Uma pilha de resíduos sólidos urbanos, indiferenciadamente misturados, é um todo em desordem. Separar as suas fracções será repor um pouco de ordem, o que nunca será feito sem gastar energia , mais não seja energia braçal e humana para fazer a separação . Ou energia eléctrica para mover os equipamentos de transporte, os tapetes, os rolos, os separadores, os hidrociclones, as prensas , de uma instalação de separação e tratamento de lixos.
O processo de separação e reciclagem nunca é portanto de borla. Nem financeiramente, medida em Euros ; nem ambientalmente, medida em unidades de impacte ambiental.
Isto é : a reciclagem de resíduos, envolvendo obviamente a realização de trabalho , é sempre consumidora de energia . Tanto mais quanto maior o trabalho realizado nos processos de separação das fracções dos resíduos sólidos.
Um balanço ambiental, de custo – benefício, entre duas soluções alternativas para o tratamento ( ou valorização , como se queira) de resíduos sólidos , nem sempre resulta favorável à solução da reciclagem . Pode, pelo contrário, levar à conclusão de que incinerar será , do ponto de vista meramente ambiental , a melhor solução .
Vejamos um exemplo simples, muito embora construído num cenário limite.
Numa grande cidade , tem lugar uma recolha selectiva de mil toneladas por dia de papel .
A sua utilização como combustível, ali nessa mesma cidade, para produção de energia, poderá muito bem ser ambientalmente preferível à alternativa da sua reciclagem, se esta apenas puder ter lugar, em local distante mil a 2 mil quilómetros . Para onde esse papel teria de ser transportado, gastando energia, consumindo combustíveis fosseis, e consequentemente aumentando as emissões gasosas, nomeadamente de gases com efeito estufa.
terça-feira, janeiro 18, 2005
CONVITE EM MAU PORTUGUÊS
Com a devida vénia , reproduzo uma imagem publicada no colega figueirense O Navegante .
O colega O Navegante queixa-se que lhe foi difícil decifrar o teor deste convite para mais um dos já incontáveis protocolos assinados pelo actual executivo camarário figueirense , quase sempre com pompa e circunstância .
Esteja tranquilo o colega , a mim aconteceu-me o mesmo .
Um único parágrafo , com uma única frase , reunindo nada mais nada menos que 96 palavras, com inúmeras vírgulas semeadas lá pelo meio , é obra!...
Num exame de Português , nos velhos tempos do 5º ano do Liceu , uma redacção com esta confusão e com esta falta de qualidade , dava chumbo, pela certa .
Com a devida vénia , reproduzo uma imagem publicada no colega figueirense O Navegante .
O colega O Navegante queixa-se que lhe foi difícil decifrar o teor deste convite para mais um dos já incontáveis protocolos assinados pelo actual executivo camarário figueirense , quase sempre com pompa e circunstância .
Esteja tranquilo o colega , a mim aconteceu-me o mesmo .
Um único parágrafo , com uma única frase , reunindo nada mais nada menos que 96 palavras, com inúmeras vírgulas semeadas lá pelo meio , é obra!...
Num exame de Português , nos velhos tempos do 5º ano do Liceu , uma redacção com esta confusão e com esta falta de qualidade , dava chumbo, pela certa .
PROMESSAS EM 2002 , PROMESSAS EM 2005
Em 2002 , na liderança de Durão Barroso , o PSD havia prometido baixar significativamente os impostos se ganhasse as eleições . Miguel Frasquilho , uma espécie de jovem turco dos economistas do PSD , mais ousado mas mais insensato , defendia e prometia mesmo um “choque fiscal “ de redução de impostos .
Não houve choque fiscal nenhum, como se sabe . O IRC teve uma leve redução, mas o IVA aumentou para 19%.
Santana Lopes vem agora jurar que se o PPD-PSD ganhar as próximas eleições, não haverá aumento de impostos, mas também não haverá redução. Muito embora o mesmo Miguel Frasquilho ( parece não haver melhor economista no partido que aceite alinhar com Santana Lopes …) anunciasse num recente debate na televisão que , sim senhor , o IRC iria ter nova redução .
Face ao não cumprimento das irrealistas e insensatas promessas de 2002, que razões poderá haver para desta vez um eleitor de boa fé acreditar nas novas promessas de 2005, feitas pela mesma gente de 2002 ?
Em 2002 , na liderança de Durão Barroso , o PSD havia prometido baixar significativamente os impostos se ganhasse as eleições . Miguel Frasquilho , uma espécie de jovem turco dos economistas do PSD , mais ousado mas mais insensato , defendia e prometia mesmo um “choque fiscal “ de redução de impostos .
Não houve choque fiscal nenhum, como se sabe . O IRC teve uma leve redução, mas o IVA aumentou para 19%.
Santana Lopes vem agora jurar que se o PPD-PSD ganhar as próximas eleições, não haverá aumento de impostos, mas também não haverá redução. Muito embora o mesmo Miguel Frasquilho ( parece não haver melhor economista no partido que aceite alinhar com Santana Lopes …) anunciasse num recente debate na televisão que , sim senhor , o IRC iria ter nova redução .
Face ao não cumprimento das irrealistas e insensatas promessas de 2002, que razões poderá haver para desta vez um eleitor de boa fé acreditar nas novas promessas de 2005, feitas pela mesma gente de 2002 ?
segunda-feira, janeiro 17, 2005
O SINDROMA BANANA
Alguns dedicados prosélitos de Santana Lopes têm tentado fazer passar para a opinião pública a ideia de que José Sócrates como Primeiro-Ministro reproduzirá o modelo de acção política de António Guterres, caracterizado por uma manifesta falta de coragem , por constantemente hesitar , por promover o facilitismo a todos os níveis , por muito falar e dialogar e muito pouco realizar.
Essa foi, reconheço, a imagem de marca do chamado guterrismo , ao longo de 6 anos em que muitas oportunidades se desperdiçaram para arrumar as contas públicas , fazer reformas indispensáveis , fazer convergir a economia portuguesa face aos outros países da União Europeia – 15 .
É todavia destituída de qualquer bom senso , razoabilidade e inteligência , insinuar que José Sócrates irá comportar-se como mero clone de António Guterres .
De cujo estilo muito se distinguiu na acção política desenvolvida no Ministério do Ambiente , em que mostrou coragem , determinação e dinamismo . Tanto bastou para deixar obra feita . Poderá não ter sido perfeita, mas foi obra .
Sobretudo se a compararmos com a nulidade absoluta da levada a cabo nos quase 3 anos de governo do PSD , caracterizados por uma instabilidade confrangedora . Nada se fez , nada se decidiu, bem ao contrário do que havia sido prometido no programa eleitoral do PSD .
Em 2002 , e depois de uma cruzada recheada de obscena demagogia ( protagonizada em Coimbra por uma santa aliança entre uma parte da intelectualidade burguesa coimbrã , e alguns caciques locais do PSD , interessados no acesso ao poleiro do poder ) , foi deitada ao lixo a hipótese da co-incineração de resíduos industriais perigosos (RIP’s) .
É totalmente falso que os defensores desta solução estejam completamente isolados do mundo científico , como declarou há tempos Nobre Guedes , homem de leis arvorado em Ministro do Ambiente . Talvez isolados, isso sim, no mundo blasé de homens de letras , académicos , sociólogos , poetas e artistas coimbrãos .
José Sócrates bateu-se valentemente por aquela solução , mas não foi acompanhado na sua firmeza pela moleza beática e atávica de António Guterres .
Qual foi a alternativa adoptada depois para os RIP’s ? Três anos de completa paralisia , a débito vergonhoso de quatro ministros do Ambiente e nove secretários de Estado , com resmas de medidas estudadas e re-estruturadas que acabaram por não sair do papel .
Tem por isso razão José Sócrates quando declarava aqui há uns tempos :
“ Há três anos que estamos sem solução. Os governos PSD-PP têm tido a “síndroma banana” : “ built absolutely nothing anywhere near anyone “ . Ou seja, “ não construir absolutamente nada em lado nenhum , perto de ninguém” ...
Alguns dedicados prosélitos de Santana Lopes têm tentado fazer passar para a opinião pública a ideia de que José Sócrates como Primeiro-Ministro reproduzirá o modelo de acção política de António Guterres, caracterizado por uma manifesta falta de coragem , por constantemente hesitar , por promover o facilitismo a todos os níveis , por muito falar e dialogar e muito pouco realizar.
Essa foi, reconheço, a imagem de marca do chamado guterrismo , ao longo de 6 anos em que muitas oportunidades se desperdiçaram para arrumar as contas públicas , fazer reformas indispensáveis , fazer convergir a economia portuguesa face aos outros países da União Europeia – 15 .
É todavia destituída de qualquer bom senso , razoabilidade e inteligência , insinuar que José Sócrates irá comportar-se como mero clone de António Guterres .
De cujo estilo muito se distinguiu na acção política desenvolvida no Ministério do Ambiente , em que mostrou coragem , determinação e dinamismo . Tanto bastou para deixar obra feita . Poderá não ter sido perfeita, mas foi obra .
Sobretudo se a compararmos com a nulidade absoluta da levada a cabo nos quase 3 anos de governo do PSD , caracterizados por uma instabilidade confrangedora . Nada se fez , nada se decidiu, bem ao contrário do que havia sido prometido no programa eleitoral do PSD .
Em 2002 , e depois de uma cruzada recheada de obscena demagogia ( protagonizada em Coimbra por uma santa aliança entre uma parte da intelectualidade burguesa coimbrã , e alguns caciques locais do PSD , interessados no acesso ao poleiro do poder ) , foi deitada ao lixo a hipótese da co-incineração de resíduos industriais perigosos (RIP’s) .
É totalmente falso que os defensores desta solução estejam completamente isolados do mundo científico , como declarou há tempos Nobre Guedes , homem de leis arvorado em Ministro do Ambiente . Talvez isolados, isso sim, no mundo blasé de homens de letras , académicos , sociólogos , poetas e artistas coimbrãos .
José Sócrates bateu-se valentemente por aquela solução , mas não foi acompanhado na sua firmeza pela moleza beática e atávica de António Guterres .
Qual foi a alternativa adoptada depois para os RIP’s ? Três anos de completa paralisia , a débito vergonhoso de quatro ministros do Ambiente e nove secretários de Estado , com resmas de medidas estudadas e re-estruturadas que acabaram por não sair do papel .
Tem por isso razão José Sócrates quando declarava aqui há uns tempos :
“ Há três anos que estamos sem solução. Os governos PSD-PP têm tido a “síndroma banana” : “ built absolutely nothing anywhere near anyone “ . Ou seja, “ não construir absolutamente nada em lado nenhum , perto de ninguém” ...
domingo, janeiro 16, 2005
BABILÓNIA DA FOZ
Numa grandiosa produção sobre a memorável saga de Santana o Grande , esta semana transmitida pelo Contra Informação da RTP 1 , o homérico heroi , depois de abandonar a sua aventurosa incursão pelo reino do Esporting , lançara-se à conquista da Babilónia da Foz .
Um bom nome para passar a designar a nossa paróquia . Muito bem achado , até pelos inúmeros blocos habitacionais polvilhados pela paisagem , a que se pretende juntar mais um babilónico edifício de 16 andares para aí pretensamente instalar um babilónico hotel com a babilónica capacidade de 600 camas .
Numa grandiosa produção sobre a memorável saga de Santana o Grande , esta semana transmitida pelo Contra Informação da RTP 1 , o homérico heroi , depois de abandonar a sua aventurosa incursão pelo reino do Esporting , lançara-se à conquista da Babilónia da Foz .
Um bom nome para passar a designar a nossa paróquia . Muito bem achado , até pelos inúmeros blocos habitacionais polvilhados pela paisagem , a que se pretende juntar mais um babilónico edifício de 16 andares para aí pretensamente instalar um babilónico hotel com a babilónica capacidade de 600 camas .
O SEGREDO FISCAL
Segundo li na imprensa do fim de semana , o Partido Socialista prepara-se para incluir no seu programa que serão tornados do conhecimento público as situações fiscais de todos os contribuintes , de certo modo adoptando o modelo usado nalguns países nórdicos .
Trata-se de uma medida concreta , à qual concederei todo o meu aplauso . Não encontro de facto nenhuma justificação para que a relação contributiva entre cada pessoa , singular ou colectiva , e o sistema fiscal , não possa ser do inteiro conhecimento de todas as outras pessoas contribuintes .
À semelhança , já aqui o escrevi , do que acontece com a contribuição de cada condómino para as despesas do condomínio no qual vive e pelo qual é co-responsável .
Segundo li na imprensa do fim de semana , o Partido Socialista prepara-se para incluir no seu programa que serão tornados do conhecimento público as situações fiscais de todos os contribuintes , de certo modo adoptando o modelo usado nalguns países nórdicos .
Trata-se de uma medida concreta , à qual concederei todo o meu aplauso . Não encontro de facto nenhuma justificação para que a relação contributiva entre cada pessoa , singular ou colectiva , e o sistema fiscal , não possa ser do inteiro conhecimento de todas as outras pessoas contribuintes .
À semelhança , já aqui o escrevi , do que acontece com a contribuição de cada condómino para as despesas do condomínio no qual vive e pelo qual é co-responsável .
AINDA SOBRE A VIAGEM DO MINISTRO MORAIS SARMENTO , ...
escrevia o “Independente “ da passada 6ª feira :
“Os mergulhos de Morais Sarmento não são excepção à regra .
Todos os políticos gostam de divertir-se nas visitas de Estado . "
e podia ler-se no Expresso de ontem :
“ O caso Bom-Bom confirma os habituais tiques de novo-riquismo na governação de um país pobre”
Estando de acordo com as duas afirmações , espero e faço sinceros votos que estas maus hábitos mudem , no caso do Partido Socialista ganhar as eleições e José Sócrates passar a liderar o Governo de Portugal .
escrevia o “Independente “ da passada 6ª feira :
“Os mergulhos de Morais Sarmento não são excepção à regra .
Todos os políticos gostam de divertir-se nas visitas de Estado . "
e podia ler-se no Expresso de ontem :
“ O caso Bom-Bom confirma os habituais tiques de novo-riquismo na governação de um país pobre”
Estando de acordo com as duas afirmações , espero e faço sinceros votos que estas maus hábitos mudem , no caso do Partido Socialista ganhar as eleições e José Sócrates passar a liderar o Governo de Portugal .
Até porque o escrutínio da opinião pública e dos media sobre estas práticas dos governantes no futuro , vai decerto aumentar muito . E ainda bem .
sexta-feira, janeiro 14, 2005
A ESTABILIDADE FISCAL
A estabilidade fiscal não será um valor importante para conferir aos agentes económicos e aos cidadãos confiança e credibilidade no Estado, que deve ser uma pessoa de bem, independentemente de quem está no poder ? A meu ver, é sim senhor. Mesmo que às vezes isso signifique uma redução da equidade fiscal e até uma relativa incoerência formal face a opiniões ou posições anteriormente expressas.
Com efeito, faria algum sentido, lá para Abril de 2005 , que é quando um eventual orçamento rectificativo poderá ser aprovado , virar do avesso o regime fiscal fixado , mal ou bem , para o ano de 2005 ?
A estabilidade fiscal não será um valor importante para conferir aos agentes económicos e aos cidadãos confiança e credibilidade no Estado, que deve ser uma pessoa de bem, independentemente de quem está no poder ? A meu ver, é sim senhor. Mesmo que às vezes isso signifique uma redução da equidade fiscal e até uma relativa incoerência formal face a opiniões ou posições anteriormente expressas.
Com efeito, faria algum sentido, lá para Abril de 2005 , que é quando um eventual orçamento rectificativo poderá ser aprovado , virar do avesso o regime fiscal fixado , mal ou bem , para o ano de 2005 ?
O REGISTO NECESSÁRIO E ADEQUADO
Acabo de ver e ouvir António Vitorino a discursar esta tarde num dos encontros da Novas Fronteiras .
Aplaudo com entusiasmo o registo e o teor das suas declarações .
Falou sem complexos na necessidade de serem tomadas medidas algo impopulares , de sacrifício e muita disciplina. Creio que são os adequados para o momento presente . São os que conferem a uma candidatura credibilidade face à desconfiança já bem consolidada nos eleitores, que já não acreditam em mais promessas .
Importa agora , a meu ver , atenuar uma certa falta de consonância verificada entre o registo de António Vitorino e o de José Sócrates . Ainda se irá a tempo, creio . Faço votos que tal aconteça .
Acabo de ver e ouvir António Vitorino a discursar esta tarde num dos encontros da Novas Fronteiras .
Aplaudo com entusiasmo o registo e o teor das suas declarações .
Falou sem complexos na necessidade de serem tomadas medidas algo impopulares , de sacrifício e muita disciplina. Creio que são os adequados para o momento presente . São os que conferem a uma candidatura credibilidade face à desconfiança já bem consolidada nos eleitores, que já não acreditam em mais promessas .
Importa agora , a meu ver , atenuar uma certa falta de consonância verificada entre o registo de António Vitorino e o de José Sócrates . Ainda se irá a tempo, creio . Faço votos que tal aconteça .
quinta-feira, janeiro 13, 2005
LÁ VAMOS CANTANDO E RINDO
LEVADOS , LEVADOS , SIM!....
Nas minhas agora frequentes deambulações pela imprensa local da Figueira da Foz dos anos 60 , dei há dias com a seguinte deliciosa notícia ( “A Voz da Figueira “ de 30.Maio.1963 ) :
(...) foram inaugurados , no domingo, no nosso concelho , os seguintes melhoramentos : 1 lavadouro no lugar do Casal da Robala ( Tavarede) ; um troço de 200 metros de caminho nas Regalheiras de Lavos ; 1 Escola com duas salas , na Costa de Lavos ; 1 Escola, com 2 salas , nas Matas do Louriçal (Marinha das Ondas ) (...) ao som de música e do rebentar de foguetes , o Sr. Governador Civil cortou a fita simbólica colocada à entrada do lavadouro , e a assistência aplaudiu com entusiásticas palmas .
(...) Nesta laboriosa e piscatória povoação a sul do Concelho , a comitiva foi recebida pelas crianças das escolas , e por elementos da Mocidade Portuguesa , que abriram alas , arremessando sobre as autoridades oficiais , pétalas de flores .
Como se vê , o estilo dos tempos de hoje , em particular na Figueira da Foz , não mudou muito relativamente àquele distante antigamente .
Ao menos, em Maio de 1963 , foram inauguradas obras novas, tangíveis .
Não foram meras inaugurações de início de obras de remodelação ou primeiras pedras , como hoje aconteceu aqui nesta nossa animada paróquia da Figueira da Foz , com a presença de Pereira Coelho , ilustre membro do Governo de Santana Lopes, candidato pelo PPD-PSD às próximas eleições legislativas pelo círculo de Coimbra .
Naqueles salazarentos tempos , raramente as singelas inaugurações metiam Secretário de Estado . Vinha só , em geral, o Governador Civil.
Também é verdade que na altura não era preciso . Não havia eleições. Nem governos de gestão .
LEVADOS , LEVADOS , SIM!....
Nas minhas agora frequentes deambulações pela imprensa local da Figueira da Foz dos anos 60 , dei há dias com a seguinte deliciosa notícia ( “A Voz da Figueira “ de 30.Maio.1963 ) :
(...) foram inaugurados , no domingo, no nosso concelho , os seguintes melhoramentos : 1 lavadouro no lugar do Casal da Robala ( Tavarede) ; um troço de 200 metros de caminho nas Regalheiras de Lavos ; 1 Escola com duas salas , na Costa de Lavos ; 1 Escola, com 2 salas , nas Matas do Louriçal (Marinha das Ondas ) (...) ao som de música e do rebentar de foguetes , o Sr. Governador Civil cortou a fita simbólica colocada à entrada do lavadouro , e a assistência aplaudiu com entusiásticas palmas .
(...) Nesta laboriosa e piscatória povoação a sul do Concelho , a comitiva foi recebida pelas crianças das escolas , e por elementos da Mocidade Portuguesa , que abriram alas , arremessando sobre as autoridades oficiais , pétalas de flores .
Como se vê , o estilo dos tempos de hoje , em particular na Figueira da Foz , não mudou muito relativamente àquele distante antigamente .
Ao menos, em Maio de 1963 , foram inauguradas obras novas, tangíveis .
Não foram meras inaugurações de início de obras de remodelação ou primeiras pedras , como hoje aconteceu aqui nesta nossa animada paróquia da Figueira da Foz , com a presença de Pereira Coelho , ilustre membro do Governo de Santana Lopes, candidato pelo PPD-PSD às próximas eleições legislativas pelo círculo de Coimbra .
Naqueles salazarentos tempos , raramente as singelas inaugurações metiam Secretário de Estado . Vinha só , em geral, o Governador Civil.
Também é verdade que na altura não era preciso . Não havia eleições. Nem governos de gestão .
MAIS FESTAS...
As festas de Natal e Ano Novo terminaram faz agora uns cinco ou seis dias .
Mas já há novas e divertidas festas na calha . Agora os folguedos de Carnaval , estão aí já à bica .
Os cofres municipais vão nelas gastar 225 mil Euros ( 45 mil mocas na moeda antiga ).
Ainda pensei que desta vez o rei do Carnaval na Figueira viesse a ser José Castelo Branco .
Afinal não . Para tão “estruturante” desempenho vem um jovenzito , chamado não sei bem como , apresentador de um programa da SIC , não me lembro bem qual...
O diário “As Beiras” refere-se àquelas despesas como ...investimento . Investimento, vejam só!...
Poderá ser mera ignorância da jornalista, ou sua criativa liberdade poética . E daí talvez não . Talvez os responsáveis pela Figueira Grande Turismo ou mesmo da Câmara Municipal tenham designado aqueles gastos como investimentos . Já nada me espanta .
Se fossem fazer exame da cadeira de Economia para engenheiros , eventualmente dada por Cavaco Silva , e utilizassem aquela terminologia , tinham chumbo pela certa .
As festas de Natal e Ano Novo terminaram faz agora uns cinco ou seis dias .
Mas já há novas e divertidas festas na calha . Agora os folguedos de Carnaval , estão aí já à bica .
Os cofres municipais vão nelas gastar 225 mil Euros ( 45 mil mocas na moeda antiga ).
Ainda pensei que desta vez o rei do Carnaval na Figueira viesse a ser José Castelo Branco .
Afinal não . Para tão “estruturante” desempenho vem um jovenzito , chamado não sei bem como , apresentador de um programa da SIC , não me lembro bem qual...
O diário “As Beiras” refere-se àquelas despesas como ...investimento . Investimento, vejam só!...
Poderá ser mera ignorância da jornalista, ou sua criativa liberdade poética . E daí talvez não . Talvez os responsáveis pela Figueira Grande Turismo ou mesmo da Câmara Municipal tenham designado aqueles gastos como investimentos . Já nada me espanta .
Se fossem fazer exame da cadeira de Economia para engenheiros , eventualmente dada por Cavaco Silva , e utilizassem aquela terminologia , tinham chumbo pela certa .
quarta-feira, janeiro 12, 2005
CONHECEM?...RECORDAM-SE?....
ACABOU-SE O GALHETEIRO
Foi publicada recentemente a importantíssima Portaria 24/2005 , conjunta entre os Ministros de Estado, das Actividades Económicas e do Emprego, da Agricultura , Pescas e Florestas , da Saúde e do Ambiente e Ordenamento do Território , sobre a magna problemática do uso do galheteiro . É mais uma das grandes reformas "estruturantes" de que Santana Lopes se vai reclamar e orgulhar de ter realizado!...
Não. Não é piada de Carnaval . A dita Portaria existe mesmo e dela transcrevo estes deliciosos nacos de prosa .
Nesta linha, importa dar continuidade à estratégia de qualidade assumida pelo Governo e envolver toda a fileira no mesmo propósito, pelo que se considera oportuno e necessário definir algumas regras relativas à utilização do azeite como tempero de prato nos estabelecimentos de hotelaria, de restauração e de restauração e bebidas. Com efeito, a tradicional utilização do galheteiro nestes estabelecimentos não só não contribui para esta valorização, uma vez que não permite ao consumidor identificar a origem do azeite, como se revela manifestamente inadequada em termos de higiene e segurança alimentar e de protecção da saúde dos consumidores.
(…)Nestes termos (…) manda o Governo (bla bla bla….…) o seguinte :
1.º O azeite posto à disposição do consumidor final como tempero de prato, nos estabelecimentos de hotelaria, de restauração e de restauração e bebidas, deve ser acondicionado em embalagens munidas de um sistema de abertura que perca a sua integridade após a primeira utilização e que não sejam passíveis de reutilização, ou que disponham de um sistema de protecção que não permita a sua reutilização após esgotamento do conteúdo original referenciado no rótulo.
(…)
Foi publicada recentemente a importantíssima Portaria 24/2005 , conjunta entre os Ministros de Estado, das Actividades Económicas e do Emprego, da Agricultura , Pescas e Florestas , da Saúde e do Ambiente e Ordenamento do Território , sobre a magna problemática do uso do galheteiro . É mais uma das grandes reformas "estruturantes" de que Santana Lopes se vai reclamar e orgulhar de ter realizado!...
Não. Não é piada de Carnaval . A dita Portaria existe mesmo e dela transcrevo estes deliciosos nacos de prosa .
Nesta linha, importa dar continuidade à estratégia de qualidade assumida pelo Governo e envolver toda a fileira no mesmo propósito, pelo que se considera oportuno e necessário definir algumas regras relativas à utilização do azeite como tempero de prato nos estabelecimentos de hotelaria, de restauração e de restauração e bebidas. Com efeito, a tradicional utilização do galheteiro nestes estabelecimentos não só não contribui para esta valorização, uma vez que não permite ao consumidor identificar a origem do azeite, como se revela manifestamente inadequada em termos de higiene e segurança alimentar e de protecção da saúde dos consumidores.
(…)Nestes termos (…) manda o Governo (bla bla bla….…) o seguinte :
1.º O azeite posto à disposição do consumidor final como tempero de prato, nos estabelecimentos de hotelaria, de restauração e de restauração e bebidas, deve ser acondicionado em embalagens munidas de um sistema de abertura que perca a sua integridade após a primeira utilização e que não sejam passíveis de reutilização, ou que disponham de um sistema de protecção que não permita a sua reutilização após esgotamento do conteúdo original referenciado no rótulo.
(…)
Tive que ler o texto várias vezes.
Confesso que dou voltas à cabeça para tentar perceber o que é aquela coisa de “ embalagem munida de um sistema de abertura que perca a sua integridade após a primeira utilização” .
Se bem entendo, aquilo que os gajos querem é dizer : eh pá…tá proibido usar o galhetêro ; o azête tem de vir em piquininos saquinhos de plástico.
Faltará saber depois o que fazer com estes. Vão para lixo ? Para o contentor dos plásticos do ecoponto ? Levando restos do azête?
Os governantes portugueses e os de Bruxelas não terão mais nada em que se entreter ?
terça-feira, janeiro 11, 2005
OS OPTIMISTAS
Santana Lopes enquanto pessoa , e o santanismo enquanto modelo de acção política , são por feitio e por natureza muito optimistas . E não acham que afinal a situação de Portugal esteja assim muito preocupante .
Preferem por regra adoptar o discurso que agrada ao pessoal . O pessoal não gosta de quem lhe vem acenar com perigos, desafios , ou com a necessidade de rigor e austeridade . Não gosta daquilo a que Santana Lopes chama os profetas da desgraça .
Santana Lopes enquanto pessoa , e o santanismo enquanto modelo de acção política , são por feitio e por natureza muito optimistas . E não acham que afinal a situação de Portugal esteja assim muito preocupante .
Preferem por regra adoptar o discurso que agrada ao pessoal . O pessoal não gosta de quem lhe vem acenar com perigos, desafios , ou com a necessidade de rigor e austeridade . Não gosta daquilo a que Santana Lopes chama os profetas da desgraça .
Gosta de circo , de gastar , de passear e de quem lhe traz boas notícias . Santana Lopes e o santanismo dão-lhe por isso circo e boas notícias .
O pessoal gosta de previsões optimistas , de orçamentos ambiciosos , para consolo dos espíritos. O que significa fantasiosas e irrealistas previsões de receitas , para que , do lado das despesas , se possam fazer previsões de muitas obras , anúncios de muitas festas , promessas de muitos subsídios , tudo claramente inscrito com visíveis e confortáveis dotações orçamentais .
Através do seu orçamento para 2005, a Câmara Municipal da Figueira da Foz promete ir dispender um total de 84,4 milhões de Euros (ME) , entre despesas correntes, obras e investimentos .
Obviamente que não vai . E o executivo camarário sabe-o. Mas mesmo assim orçamenta e promete. Transforma o orçamento municipal, que deveria ser uma ferramenta séria e credível para orientar a gestão dos recursos municipais durante um ano, num programa eleitoral, num exercício de faz de conta para cumprir calendário e fingir que se cumpre a lei .
E não vai por uma razão muito singela. Porque não vai ter recursos financeiros para tanto.
Porque sabe que em 2005 as receitas cobradas se vão situar muitíssimo aquém dos tais 84,4 ME .
Em 2000, previu e prometeu 55,9 ME e realizou 35,6 ME – um desvio de 36% .
Em 2001, previu e prometeu 83,1 ME e realizou 54,6 ME – um desvio de 34 % .
Em 2002, previu e prometeu 77,0 ME e realizou 60,5 ME – um desvio de 14%
Em 2003, previu e prometeu 64,5 ME e realizou 42,1 ME – um desvio de 35%
Para 2004 , previu e prometeu 85,0 ME . Devia estar á espera de um milagre económico sem precedentes , para acreditar que iria cobrar em 2004 um volume de receita igual ao dobro (!!!...) do efectivamente cobrado no ano anterior ! Já foi anunciado ter havido em 2004 uma quebra acentuada de receitas correntes, tal como na derrama e na sisa , pelo que me interrogo se o volume de receitas cobrado em 2004 não terá ainda ficado inferior ao de 2003 (42,1 ME) .
Com semelhante desempenho passado, no cumprimento de promessas e na capacidade de fazer estimativas credíveis, alguém irá acreditar que em 2005 a Câmara Municipal vai recolher 84,4 ME de receitas e, consequentemente , poder dispender outro tanto?
Semelhante desempenho, em matéria de desvio entre o previsto e o realizado, se ocorresse nas contas nacionais, já teria desencadeado uma onda de protestos e recriminações por parte de economistas, comentadores, dirigentes políticos , Paralamento, Tribunal de Contas e meios de comunicação em geral .
Numa empresa privada, já teria provocado o despedimento puro e simples dos responsáveis por tão ilusórias e fantasiosas estimativas.
Não parece ser assim no tão glorificado, adorado e incensado poder local .
UM ACORDO QUE NÃO SE CUMPRE PODE SEMPRE SER REVISTO
Assinala com oportuna intuição o Blasfémias :
Mais cedo ou mais tarde, os países incumpridores terão em relação ao Protocolo de Quioto a mesma atitude que agora estão a ter em relação ao Pacto de Estabilidade e Crescimento: um acordo que não se cumpre pode sempre ser revisto.
Assinala com oportuna intuição o Blasfémias :
Mais cedo ou mais tarde, os países incumpridores terão em relação ao Protocolo de Quioto a mesma atitude que agora estão a ter em relação ao Pacto de Estabilidade e Crescimento: um acordo que não se cumpre pode sempre ser revisto.
É o que porventura poderá também vir a suceder , digo eu , ao rebuscadíssimo esquema de comércio de emissões ( ETS = Emission Trading Scheme) “implementado” na União Europeia , por vontade e muita diligência dos académicos ambientalistas europeus .
segunda-feira, janeiro 10, 2005
O REGISTO NECESSÁRIO PARA O ACTUAL DISCURSO POLÌTICO
Para o site do fórum Novas Fronteiras enviei o seguinte contributo
Começo a ficar um pouco intranquilo perante os sinais que me vão chegando das intervenções políticas de José Sócrates e de outros líderes do Partido Socialista .
Ouvem-se as primeiras promessas eleitorais , surgem as primeiras formulações de objectivos muito ambiciosos , despertam-se as primeiras expectativas e ilusões ao eleitorado , sentem-se aqui e além alguns primeiros sinais de tentações eleitoralistas .
Mais do que receber promessas , conhecer longas e detalhadas listagens de objectivos , e criar ilusões , eu e muitos e muitos mais portugueses preferíamos ouvir o Secretário Geral do PS e candidato a Primeiro-Ministro , adoptar um discurso político mais ou menos no seguinte registo :
“Não queremos criar ilusões nos espíritos dos portugueses. E não as criaremos.
Portugal tem pela frente, nos próximos tempos, desafios muito difíceis e esforços muito exigentes.
Os quais vão requerer de todos os portugueses muito trabalho, muito rigor, muita paciência, austeridade e até algum sacrifício. A começar pelos governantes e dirigentes, e tendo sempre presentes preocupações de justiça, ajuda e solidariedade social para com os economicamente mais desfavorecidos.
O governo do Partido Socialista irá dar o exemplo, moralizar a vida política, recusar o facilitismo e as visões imediatistas, reforçar a autoridade do estado democrático, para assim mobilizar e motivar os portugueses.
Eu e o meu governo iremos governar pensando em Portugal e no seu futuro, e não no Partido Socialista.
Se acaso , dentro de quatro anos , o eleitorado vier a estar eventualmente descontente connosco , agastado por causa da nossa política de rigor , de exigência e de verdade e , como consequência , perdermos as seguintes eleições legislativas , e outros vierem a seguir colher os frutos da nossa coragem e do nosso trabalho , paciência .
Não nos importaremos, se tivermos governado para bem de Portugal.”
Tenho o forte palpite que haverá muita ingenuidade neste meu contributo e que ele não valerá de muito . Talvez nem venha a ser mesmo escolhido para publicação.
Para o site do fórum Novas Fronteiras enviei o seguinte contributo
Começo a ficar um pouco intranquilo perante os sinais que me vão chegando das intervenções políticas de José Sócrates e de outros líderes do Partido Socialista .
Ouvem-se as primeiras promessas eleitorais , surgem as primeiras formulações de objectivos muito ambiciosos , despertam-se as primeiras expectativas e ilusões ao eleitorado , sentem-se aqui e além alguns primeiros sinais de tentações eleitoralistas .
Mais do que receber promessas , conhecer longas e detalhadas listagens de objectivos , e criar ilusões , eu e muitos e muitos mais portugueses preferíamos ouvir o Secretário Geral do PS e candidato a Primeiro-Ministro , adoptar um discurso político mais ou menos no seguinte registo :
“Não queremos criar ilusões nos espíritos dos portugueses. E não as criaremos.
Portugal tem pela frente, nos próximos tempos, desafios muito difíceis e esforços muito exigentes.
Os quais vão requerer de todos os portugueses muito trabalho, muito rigor, muita paciência, austeridade e até algum sacrifício. A começar pelos governantes e dirigentes, e tendo sempre presentes preocupações de justiça, ajuda e solidariedade social para com os economicamente mais desfavorecidos.
O governo do Partido Socialista irá dar o exemplo, moralizar a vida política, recusar o facilitismo e as visões imediatistas, reforçar a autoridade do estado democrático, para assim mobilizar e motivar os portugueses.
Eu e o meu governo iremos governar pensando em Portugal e no seu futuro, e não no Partido Socialista.
Se acaso , dentro de quatro anos , o eleitorado vier a estar eventualmente descontente connosco , agastado por causa da nossa política de rigor , de exigência e de verdade e , como consequência , perdermos as seguintes eleições legislativas , e outros vierem a seguir colher os frutos da nossa coragem e do nosso trabalho , paciência .
Não nos importaremos, se tivermos governado para bem de Portugal.”
Tenho o forte palpite que haverá muita ingenuidade neste meu contributo e que ele não valerá de muito . Talvez nem venha a ser mesmo escolhido para publicação.
Paciência. Deus queira que esteja enganado.
De qualquer forma, ficou o meu contributo, assim a jeito de voto de braço no ar.
domingo, janeiro 09, 2005
RECORTES...DO FIM DE SEMANA
“ (...) só o facto de uma figura como Pôncio Monteiro aparecer num destacadíssimo segundo lugar da lista do Porto era já revelador do ponto a que desceu a exigência política e a que subiu o populismo eleitoralista deste PPD/PSD de Santana Lopes ( que até Margarida Rebelo Pinto convidou , só faltando oferecer um lugar à excentricidade plastificada de José Castelo Branco . “
( José António Lima , in Expresso de 8.Jan.2005)
“ (...) Ora o problema é que este PSD dos interesses está entregue a si próprio – e agarrou-se com unhas e dentes a Pedro Santana Lopes . Santana e este PSD voraz e videirinho têm os destinos ligados “
( José António Saraiva , in EXPRESSO de 8.Jan.2005 )
“ O Parlamento vai tornar-se o último e indestrutível refúgio dos náufragos do santanismo”
( José António Lima , in Expresso de 8.Jan.2005)
“ Mau ambiente no balneário
O PS ia galvanizado para a partida no Estádio do Dragão , contando com o decisivo Pinto da Costa . O PSD reforçou o seu plantel, e fez entrar Pôncio Monteiro para o 11 inicial . Ainda o jogo estava nos primeiros minutos e já Pôncio , numa entrada por trás , derrubava o capitão da sua própria equipa . O treinador manda Pôncio para o balneário . Mau prenúncio para a equipa laranja “
( Daniel Oliveira , EXPRESSO de 8.Jan.2005 )
“ Ao eleitorado, os candidatos nada têm a provar . Nem competência a exibir . Nem confiança política a demonstrar. Muito menos responsabilidade pessoal . Nada! Pelo contrário, é nos cicuitos estreitos dos partidos que têm de exibir talentos . Agradar aos chefes. Saber sempre qual é a linha justa, isto é, reconhecer quem manda . Negociar com os autarcas . Conquistar os funcionários . Arrranjar dibheiro para o partido. Lubrificar o aparelho . E não fazer ondas.
O fabrico das listas ditas de candidatos , mas na verdade de nomeados , é um exercício agitado. Cada vez mais controverso. E este ano, patético , a roçar o ridículo . “
( António Barreto , PUBLICO de 9 de Jan.2005 )
“ (...) só o facto de uma figura como Pôncio Monteiro aparecer num destacadíssimo segundo lugar da lista do Porto era já revelador do ponto a que desceu a exigência política e a que subiu o populismo eleitoralista deste PPD/PSD de Santana Lopes ( que até Margarida Rebelo Pinto convidou , só faltando oferecer um lugar à excentricidade plastificada de José Castelo Branco . “
( José António Lima , in Expresso de 8.Jan.2005)
“ (...) Ora o problema é que este PSD dos interesses está entregue a si próprio – e agarrou-se com unhas e dentes a Pedro Santana Lopes . Santana e este PSD voraz e videirinho têm os destinos ligados “
( José António Saraiva , in EXPRESSO de 8.Jan.2005 )
“ O Parlamento vai tornar-se o último e indestrutível refúgio dos náufragos do santanismo”
( José António Lima , in Expresso de 8.Jan.2005)
“ Mau ambiente no balneário
O PS ia galvanizado para a partida no Estádio do Dragão , contando com o decisivo Pinto da Costa . O PSD reforçou o seu plantel, e fez entrar Pôncio Monteiro para o 11 inicial . Ainda o jogo estava nos primeiros minutos e já Pôncio , numa entrada por trás , derrubava o capitão da sua própria equipa . O treinador manda Pôncio para o balneário . Mau prenúncio para a equipa laranja “
( Daniel Oliveira , EXPRESSO de 8.Jan.2005 )
“ Ao eleitorado, os candidatos nada têm a provar . Nem competência a exibir . Nem confiança política a demonstrar. Muito menos responsabilidade pessoal . Nada! Pelo contrário, é nos cicuitos estreitos dos partidos que têm de exibir talentos . Agradar aos chefes. Saber sempre qual é a linha justa, isto é, reconhecer quem manda . Negociar com os autarcas . Conquistar os funcionários . Arrranjar dibheiro para o partido. Lubrificar o aparelho . E não fazer ondas.
O fabrico das listas ditas de candidatos , mas na verdade de nomeados , é um exercício agitado. Cada vez mais controverso. E este ano, patético , a roçar o ridículo . “
( António Barreto , PUBLICO de 9 de Jan.2005 )
sexta-feira, janeiro 07, 2005
INGRATIDÃO…
Leio e compreendo agora qual poderá ter sido a intenção de Santana Lopes ao forçar ( será o termo?..) a colocação de Miguel Almeida em 5º lugar na lista do PPD-PSD pelo círculo de Coimbra às próximas eleições legislativas : que aquela figura pública , a qual aliás também aparece muitas vezes na televisão , representasse a Figueira da Foz , na dita lista, primeiro , e depois , eventualmente , na Assembleia da República ? .
Tento compreender a indignação e o desgosto de muitas figuras publicas e dirigentes locais do PPD-PSD local . Mas não consigo .
Afinal, não é Miguel Almeida membro da Comissão Política do PPD-PSD , prestigiado gestor , e Presidente do Conselho de Administração de uma importante empresa pública?
Que queriam mais os figueirenses descontentes ? Serem representados no Parlamento por simples autarcas locais ou assessores ?
Ora vá lá, não sejam ingratos .
Leio e compreendo agora qual poderá ter sido a intenção de Santana Lopes ao forçar ( será o termo?..) a colocação de Miguel Almeida em 5º lugar na lista do PPD-PSD pelo círculo de Coimbra às próximas eleições legislativas : que aquela figura pública , a qual aliás também aparece muitas vezes na televisão , representasse a Figueira da Foz , na dita lista, primeiro , e depois , eventualmente , na Assembleia da República ? .
Tento compreender a indignação e o desgosto de muitas figuras publicas e dirigentes locais do PPD-PSD local . Mas não consigo .
Afinal, não é Miguel Almeida membro da Comissão Política do PPD-PSD , prestigiado gestor , e Presidente do Conselho de Administração de uma importante empresa pública?
Que queriam mais os figueirenses descontentes ? Serem representados no Parlamento por simples autarcas locais ou assessores ?
Ora vá lá, não sejam ingratos .
quinta-feira, janeiro 06, 2005
VENEZUELA OU COREIA DO NORTE
No site do PSD , abrindo em “Biografia” , aparece uma foto de Santana Lopes com a seguinte frase por cima :
No site do PSD , abrindo em “Biografia” , aparece uma foto de Santana Lopes com a seguinte frase por cima :
“Por detrás de um grande partido há sempre um grande Presidente “
Digamos que este slogan me faz lembrar a Venezuela , talvez mesmo a Coreia do Norte .
UMA FALTA DE APOIO
Esse grande e íntegro vulto político nacional , verdadeiro pilar da democracia portuguesa , coração de pomba capaz de se desfazer em lágrimas num Congresso , Luís Filipe Menezes , declarou-se ontem muito agastado com a atitude de Cavaco Silva .
Não lhe dará apoio , acrescentou, na sua candidatura a Presidente da República.
Cavaco Silva deve ter respirado de alívio . Pronto, pensou, deste já me livrei.
Preocupante para ele era a hipótese, isso sim , de Filipe Menezes lhe poder vir a manifestar entusiástico apoio .
Esse grande e íntegro vulto político nacional , verdadeiro pilar da democracia portuguesa , coração de pomba capaz de se desfazer em lágrimas num Congresso , Luís Filipe Menezes , declarou-se ontem muito agastado com a atitude de Cavaco Silva .
Não lhe dará apoio , acrescentou, na sua candidatura a Presidente da República.
Cavaco Silva deve ter respirado de alívio . Pronto, pensou, deste já me livrei.
Preocupante para ele era a hipótese, isso sim , de Filipe Menezes lhe poder vir a manifestar entusiástico apoio .
E daí nunca se sabe . O homem já demonstrou ter jeito e ginástica para dar cada cambalhota!
PARAQUEDISMO
Na composição das listas para deputados , sempre houve candidatos paraquedistas .
Desta vez , deverá ter-se batido o record do ridículo em matéria de paraquedismo .
Há lançamentos verdadeira assombrosos , e que fazem abrir a boca de espanto , para logo dela se soltarem umas sonoras gargalhadas .
Rosário Águas , aterra em Vila Real , lançada de foguetão a partir da Figueira da Foz . Pereira da Costa é projectado para sul , e vai aterrar em Faro . Um dos saltos mais acrobáticos é o daquele patusco Presidente da Câmara de Ourique , que dedica a Santana Lopes uma fidelidade canina , e que voa do Alentejo para ir cair no Porto .
O pessoal ri-se , encolhe os ombros e vai mas é ver a bola .
Na composição das listas para deputados , sempre houve candidatos paraquedistas .
Desta vez , deverá ter-se batido o record do ridículo em matéria de paraquedismo .
Há lançamentos verdadeira assombrosos , e que fazem abrir a boca de espanto , para logo dela se soltarem umas sonoras gargalhadas .
Rosário Águas , aterra em Vila Real , lançada de foguetão a partir da Figueira da Foz . Pereira da Costa é projectado para sul , e vai aterrar em Faro . Um dos saltos mais acrobáticos é o daquele patusco Presidente da Câmara de Ourique , que dedica a Santana Lopes uma fidelidade canina , e que voa do Alentejo para ir cair no Porto .
O pessoal ri-se , encolhe os ombros e vai mas é ver a bola .
quarta-feira, janeiro 05, 2005
A NAUSEA DE OUVIR LUIS DELGADO
Causou-me verdadeira náusea ouvir Luís Delgado , na SIC Notícias , com abjecto descaramento, acusar Cavaco Silva de arrogância , por não ter permitido que a sua fotografia aparecesse lado a lado com Santana Lopes nos cartazes de campanha do PPD-PSD .
É o cúmulo da sabujice perante o querido líder .
Já antes , Alberto João bolsara uma das suas habituais bojardas , dizendo que Cavaco Silva deveria demitir-se ou ser demitido do partido.
Causou-me verdadeira náusea ouvir Luís Delgado , na SIC Notícias , com abjecto descaramento, acusar Cavaco Silva de arrogância , por não ter permitido que a sua fotografia aparecesse lado a lado com Santana Lopes nos cartazes de campanha do PPD-PSD .
É o cúmulo da sabujice perante o querido líder .
Já antes , Alberto João bolsara uma das suas habituais bojardas , dizendo que Cavaco Silva deveria demitir-se ou ser demitido do partido.
O REFEM
Nos últimos dias da sua curta passagem de quatro meses por 1º Ministro, após a demissão de Henrique Chaves e antes do Presidente da República ter perdido a paciência , era bem evidente que Santana Lopes estava refém de todos e de cada um dos seus ministros.
Bastaria que um deles , mais caprichoso , lhe apresentasse a demissão , e seria o fim do seu governo.
Nos últimos dias da sua curta passagem de quatro meses por 1º Ministro, após a demissão de Henrique Chaves e antes do Presidente da República ter perdido a paciência , era bem evidente que Santana Lopes estava refém de todos e de cada um dos seus ministros.
Bastaria que um deles , mais caprichoso , lhe apresentasse a demissão , e seria o fim do seu governo.
Ele sabia-o bem .Mas não teve afinal que esperar muito por isso.
Agora , enquanto querido líder do PPD-PSD , parece igualmente evidente que Santana Lopes está desta feita refém de algumas figuras do seu partido , tais como Rui Rio e Aguiar Branco .
Mas apenas neste momento . Pois se acaso não sair humilhantemente derrotado em 20 de Fevereiro , outro galo cantará… .
Nesta altura do campeonato , seria verdadeiramente desastroso para o estado de ânimo do PPD-PSD qualquer conflito ou processo de ruptura com um ou vários daqueles companheiros . Isso explica o desfecho do caso Pôncio Monteiro . Que Santana Lopes queria levar para a lista do Porto só porque era figura conhecida do futebol e da televisão, seu ex-camarada de debates televisivo-futebolísticos .
Nalguns casos , chega a ser penoso e desconcertante ver algumas daquelas personalidades , aparentemente com alguma qualidade política , alinharem com a “tralha” santanista que Santana Lopes foi espalhando , lançada em altos voos de para-quedas , pelas diversas listas dos círculos eleitorais por esse País fora .
Agora , enquanto querido líder do PPD-PSD , parece igualmente evidente que Santana Lopes está desta feita refém de algumas figuras do seu partido , tais como Rui Rio e Aguiar Branco .
Mas apenas neste momento . Pois se acaso não sair humilhantemente derrotado em 20 de Fevereiro , outro galo cantará… .
Nesta altura do campeonato , seria verdadeiramente desastroso para o estado de ânimo do PPD-PSD qualquer conflito ou processo de ruptura com um ou vários daqueles companheiros . Isso explica o desfecho do caso Pôncio Monteiro . Que Santana Lopes queria levar para a lista do Porto só porque era figura conhecida do futebol e da televisão, seu ex-camarada de debates televisivo-futebolísticos .
Nalguns casos , chega a ser penoso e desconcertante ver algumas daquelas personalidades , aparentemente com alguma qualidade política , alinharem com a “tralha” santanista que Santana Lopes foi espalhando , lançada em altos voos de para-quedas , pelas diversas listas dos círculos eleitorais por esse País fora .
CAMPANHA ELEITORAL AQUI NA PARÓQUIA
Vai ser curioso e divertido , durante a próxima campanha eleitoral , observar o entusiasmo e a convicção com que alguns ( serão muitos?...) militantes do PPD-PSD da Figueira da Foz vão acompanhar e aplaudir Pereira Coelho e Miguel Almeida , assim mesmo , lado a lado , candidatos a deputados do Parlamento , nas suas digressões e arengadas eleiçoeiras através da paróquia concelhia .
De muitos imagino que , por decoro , consideração própria e auto estima , irão talvez meter baixa ou assobiar para o ar .
Vai ser curioso e divertido , durante a próxima campanha eleitoral , observar o entusiasmo e a convicção com que alguns ( serão muitos?...) militantes do PPD-PSD da Figueira da Foz vão acompanhar e aplaudir Pereira Coelho e Miguel Almeida , assim mesmo , lado a lado , candidatos a deputados do Parlamento , nas suas digressões e arengadas eleiçoeiras através da paróquia concelhia .
De muitos imagino que , por decoro , consideração própria e auto estima , irão talvez meter baixa ou assobiar para o ar .
terça-feira, janeiro 04, 2005
IMPARÁVEL!
Santana Lopes está verdadeiramente imparável . Embora com as costas cheias de facadas .
Desta vez mais duas, dadas por Cavaco Silva e por Poncio Monteiro , ao qual aliás também espetara antes uma idêntica facada , como já fizera a Henrique Chaves .
Creio que Santana Lopes anda mesmo psicológicamente perturbado . E essa perturbação , perante esta série imensa de trapalhadas , é muito possível que se vá transmitir tambem ao próprio partido PPD - PSD .
A NEGA
Tem iniludível significado político a nega de Cavaco Silva à chico-espertice de Santana Lopes de querer rodear-se de antigos líderes do PPD-PSD em "outdoors" já preparados para a campanha eleitoral .
Tem iniludível significado político a nega de Cavaco Silva à chico-espertice de Santana Lopes de querer rodear-se de antigos líderes do PPD-PSD em "outdoors" já preparados para a campanha eleitoral .
Se eu não soubesse que Cavaco Silva é pessoa bem educada , quase poderia dizer que a nega assume dimensões de um claro e expressivo manguito .
Instado a pronunciar-se sobre o facto político , Santana Lopes lá conseguiu lata para dizer : “ No comments”...
Instado a pronunciar-se sobre o facto político , Santana Lopes lá conseguiu lata para dizer : “ No comments”...
segunda-feira, janeiro 03, 2005
AINDA O PROCESSO DA PONTE DO GALANTE...UM PONTO DE ORDEM
Já o escrevi por mais de uma vez . O processo da venda do terreno da Ponte do Galante e do respectivo plano de pormenor , antes de ser uma questão urbanística , paisagística ou estratégica , começa por ser e é em primeiro lugar uma questão que tem a ver com a lisura negocial e com o devido cumprimento das regras da concorrência . A cuja rigorosa obediência está obrigada a Administração Pública .
Num post aqui publicado em 12 de Dezembro último , escrevi :
“ (...) E haverá outra velha questão a esclarecer, porventura em sede de Tribunal Administrativo . Que é esta .
Pode uma autarquia local colocar à venda um bem ( neste caso um terreno) através de hasta pública , com condições limitativas do seu futuro uso , e depois de feita a venda ao único interessado que concorreu , alterar ao gosto deste e às conveniências de melhor negócio por parte deste , as condições de uso desse terreno ? “.
Creio que terá toda a oportunidade transcrever parte de um artigo de opinião por mim escrito sobre o mesmo assunto , e publicado em 8 de Junho de 2004 pelo Diário de Coimbra :
“(...) Atenho-me então , para já , aos aspectos de decência política e de ética negocial , que relevam do mais prosaico senso comum . Evito lucubrações jurídicas , para as quais não tenho competência .
E vou-me limitar ao factos que julgo estarem bem confirmados .
Em 11 de Dezembro 2001 , com o anterior executivo camarário já de saída , o Município vendeu em hasta pública os terrenos de que era proprietário na zona da Ponte do Galante . O preço de venda foi de 600 mil contos ( 3 milhões de Euros) , a pagar em duas tranches , e o comprador foi a IMOFOZ , imobiliária do grupo Amorim .
Segundo as condições da hasta pública , o comprador ficava obrigado a construir no terreno um hotel de 4 estrelas .
A construir , obviamente que em obediência às condicionantes urbanísticas , mesmo que de natureza genérica , vigentes naquela altura para o local . E que decerto o comprador conhecia .
Nem de outra forma poderia ser . Ninguém compra nada , e muito menos um terreno, sem saber o que nele pode fazer.
Na hasta pública só terá aparecido a imobiliária que licitou e arrematou o terreno .
Muito provavelmente porque o negócio , nas condições fixadas , não apresentava rendibilidade bastante para atrair outros investidores .
Mas logo a seguir à escritura , ou mesmo antes dela , o comprador, a IMOFOZ , vendeu o terreno a outro investidor chamado FozBeach .
No negócio de intermediação por compra e venda , a IMOFOZ realizou , do dia para a noite , avultadas mais valias . Um verdadeiro negócio da China.
Vi referidos vários valores , como por exemplo de 300 mil contos ( 1,5 milhões de Euros) ou mesmo 600 mil contos ( 3 milhões de Euros) . O valor exacto pouco importa para o caso .
O Município não podia impedir o negócio . Poderia , quando muito, exercer o direito de preferência . Mas , citando palavras do seu Presidente , “ a Câmara não estava em condições financeiras de o fazer “ . Feitas as contas , seria enorme o rombo na tesouraria municipal , pese embora o facto desta ter sido confortada alguns meses antes com a injecção de 20 milhões de Euros ( 4 milhões de contos) provenientes de empréstimos destinados , em grande parte , a tapar buracos deixados pelo anterior executivo de Santana Lopes .
Admito pois que a Câmara não tivesse de facto tais condições , ávida como andava ( e anda..) em arranjar liquidez para gastar em despesas correntes .
Na altura, não atribui muita gravidade à omissão . Ao fim e ao cabo , o que interessava era ter um hotel de 4 estrelas ; a obrigação de o construir e as condicionantes urbanísticas vigentes na altura da hasta pública , deveriam manter-se . A operação de compra e venda transferira também para o novo proprietário aquelas obrigações . Assim determinava e determina o simples senso comum .
Ora , ao novo proprietário não podem agora ser concedidas condições e regras urbanísticas mais favoráveis do que aquelas em cujo contexto foi feita a hasta pública .
Com efeito, a esta hasta pública teriam decerto concorrido outros investidores interessados
( e não unicamente a IMOFOZ) se estes soubessem que as condições contratuais eram afinal aquelas , mais atractivas, e com maior rendibilidade económica , que agora aparecem proporcionadas pelo novo plano de pormenor da Ponte do Galante .
As regras do jogo não podem ser alteradas a meio dele .
E de duas uma . Ou o actual proprietário do terreno cumpre aquelas obrigações fixadas para a hasta pública , que se encontram “coladas” ao direito de posse do terreno ; ou , em alternativa , a hasta pública teria de ser repetida , desta feita tendo como limitações e condicionantes urbanísticas as que resultam do novo plano de pormenor agora apresentado .
Esta última solução é impossível , por ser uma grande trapalhada jurídica?
Acredito bem que o seja.
Resta então a outra alternativa .
Para se cumprirem as regras da concorrência . A bem da decência política e da ética negocial “ .
Já o escrevi por mais de uma vez . O processo da venda do terreno da Ponte do Galante e do respectivo plano de pormenor , antes de ser uma questão urbanística , paisagística ou estratégica , começa por ser e é em primeiro lugar uma questão que tem a ver com a lisura negocial e com o devido cumprimento das regras da concorrência . A cuja rigorosa obediência está obrigada a Administração Pública .
Num post aqui publicado em 12 de Dezembro último , escrevi :
“ (...) E haverá outra velha questão a esclarecer, porventura em sede de Tribunal Administrativo . Que é esta .
Pode uma autarquia local colocar à venda um bem ( neste caso um terreno) através de hasta pública , com condições limitativas do seu futuro uso , e depois de feita a venda ao único interessado que concorreu , alterar ao gosto deste e às conveniências de melhor negócio por parte deste , as condições de uso desse terreno ? “.
Creio que terá toda a oportunidade transcrever parte de um artigo de opinião por mim escrito sobre o mesmo assunto , e publicado em 8 de Junho de 2004 pelo Diário de Coimbra :
“(...) Atenho-me então , para já , aos aspectos de decência política e de ética negocial , que relevam do mais prosaico senso comum . Evito lucubrações jurídicas , para as quais não tenho competência .
E vou-me limitar ao factos que julgo estarem bem confirmados .
Em 11 de Dezembro 2001 , com o anterior executivo camarário já de saída , o Município vendeu em hasta pública os terrenos de que era proprietário na zona da Ponte do Galante . O preço de venda foi de 600 mil contos ( 3 milhões de Euros) , a pagar em duas tranches , e o comprador foi a IMOFOZ , imobiliária do grupo Amorim .
Segundo as condições da hasta pública , o comprador ficava obrigado a construir no terreno um hotel de 4 estrelas .
A construir , obviamente que em obediência às condicionantes urbanísticas , mesmo que de natureza genérica , vigentes naquela altura para o local . E que decerto o comprador conhecia .
Nem de outra forma poderia ser . Ninguém compra nada , e muito menos um terreno, sem saber o que nele pode fazer.
Na hasta pública só terá aparecido a imobiliária que licitou e arrematou o terreno .
Muito provavelmente porque o negócio , nas condições fixadas , não apresentava rendibilidade bastante para atrair outros investidores .
Mas logo a seguir à escritura , ou mesmo antes dela , o comprador, a IMOFOZ , vendeu o terreno a outro investidor chamado FozBeach .
No negócio de intermediação por compra e venda , a IMOFOZ realizou , do dia para a noite , avultadas mais valias . Um verdadeiro negócio da China.
Vi referidos vários valores , como por exemplo de 300 mil contos ( 1,5 milhões de Euros) ou mesmo 600 mil contos ( 3 milhões de Euros) . O valor exacto pouco importa para o caso .
O Município não podia impedir o negócio . Poderia , quando muito, exercer o direito de preferência . Mas , citando palavras do seu Presidente , “ a Câmara não estava em condições financeiras de o fazer “ . Feitas as contas , seria enorme o rombo na tesouraria municipal , pese embora o facto desta ter sido confortada alguns meses antes com a injecção de 20 milhões de Euros ( 4 milhões de contos) provenientes de empréstimos destinados , em grande parte , a tapar buracos deixados pelo anterior executivo de Santana Lopes .
Admito pois que a Câmara não tivesse de facto tais condições , ávida como andava ( e anda..) em arranjar liquidez para gastar em despesas correntes .
Na altura, não atribui muita gravidade à omissão . Ao fim e ao cabo , o que interessava era ter um hotel de 4 estrelas ; a obrigação de o construir e as condicionantes urbanísticas vigentes na altura da hasta pública , deveriam manter-se . A operação de compra e venda transferira também para o novo proprietário aquelas obrigações . Assim determinava e determina o simples senso comum .
Ora , ao novo proprietário não podem agora ser concedidas condições e regras urbanísticas mais favoráveis do que aquelas em cujo contexto foi feita a hasta pública .
Com efeito, a esta hasta pública teriam decerto concorrido outros investidores interessados
( e não unicamente a IMOFOZ) se estes soubessem que as condições contratuais eram afinal aquelas , mais atractivas, e com maior rendibilidade económica , que agora aparecem proporcionadas pelo novo plano de pormenor da Ponte do Galante .
As regras do jogo não podem ser alteradas a meio dele .
E de duas uma . Ou o actual proprietário do terreno cumpre aquelas obrigações fixadas para a hasta pública , que se encontram “coladas” ao direito de posse do terreno ; ou , em alternativa , a hasta pública teria de ser repetida , desta feita tendo como limitações e condicionantes urbanísticas as que resultam do novo plano de pormenor agora apresentado .
Esta última solução é impossível , por ser uma grande trapalhada jurídica?
Acredito bem que o seja.
Resta então a outra alternativa .
Para se cumprirem as regras da concorrência . A bem da decência política e da ética negocial “ .
Na polémica em curso , impõe-se a meu ver colocar este ponto de ordem.
domingo, janeiro 02, 2005
A ANIMAÇÃO TURISTICA
Em especial a partir do tempo de Santana Lopes na Câmara Municipal da Figueira da Foz , têm sidodispendidas muitas centenas de milhares de contos e muitos milhões de euros na chamada animação turística , o que terá servido para reforçar uma imagem da Figueira da Foz mais como terra de lazer , de folguedos e de cachondeo , e menos como terra de trabalho industrial e portuário .
O mesmo modelo de acção política e de gestão municipal foi e é seguido pelo actual executivo camarário , com o fundamento de que é indispensável “investir” ( com aspas...) dessa maneira para fazer crescer o negócio turístico na Figueira da Foz , considerado como “estruturante” para o seu desenvolvimento .
Em números redondos , foram transferidos os seguintes montantes para a Figueira Grande Turismo (FGT) :
- em 2001 : 2,5 ME (milhões de euros )
- em 2002 : 3,5 ME
- em 2003 : 3,8 ME
Para 2004 , ficaram previstas no Orçamento municipal transferências correntes para as empresas municipais da ordem de 4,6 ME , verba da qual estimo que 90% tenha sido para a FGT
( ou seja, 4,1 ME ) .
No orçamento para 2005 , segundo foi anunciado, a transferência corrente para a FGT ascende a 4,9 ME ( qualquer coisa como 900 mil contos na moeda antiga) .
Um tamanho volume de recursos financeiros gastos na animação (“investidos “ para alguns espíritos mais simplistas e mais dados a festas...) deve certamente estar a dar retorno e frutos substantivos .
Era essa avaliação que era imperioso fazer-se . Através do cálculo e divulgação de indicadores .
Quantificando, por exemplo , a taxa de ocupação agregada anual dos estabelecimentos de hotelaria da cidade , e comparando o valor actual com o verificado por volta de 1998 ou 1999 .
De momento, conheço apenas o valor deste indicador referente a 2002 , que foi de 24% , inferior ao valor agregado nacional ( 41 % ) apurado para o mesmo ano , assim como ao de Coimbra ( 39% ) , para não comparar já com o de Albufeira ( 50% ) . Números sobre os quais valerá a pena reflectir .
A FGT ou a Câmara Municipal devem seguramente conhecer os valores daquele indicador e a sua evolução no decorrer dos últimos 5 ou 6 anos .
Têm por isso obrigação de lhes dar ampla divulgação , para os munícipes poderem avaliar da bondade e da eficácia das opções tomadas naquele domínio.
Se acaso o aludido indicador não apresentasse uma evolução no sentido crescente , tal significaria que as vultuosas verbas gastas não têm contribuído para alcançar os objectivos alegadamente visados . E que a dita “animação” teria apenas servido para manter entretidas e animadas as gentes indígenas .
Objectivo que por vezes parece orientar a acção política de muito conceituados responsáveis , ao jeito do modelo de política espectáculo adoptado por Santana Lopes , primeiro na Figueira da Foz , depois na Câmara de Lisboa e por fim, durante 4 meses, como Primeiro Ministro .
Em especial a partir do tempo de Santana Lopes na Câmara Municipal da Figueira da Foz , têm sidodispendidas muitas centenas de milhares de contos e muitos milhões de euros na chamada animação turística , o que terá servido para reforçar uma imagem da Figueira da Foz mais como terra de lazer , de folguedos e de cachondeo , e menos como terra de trabalho industrial e portuário .
O mesmo modelo de acção política e de gestão municipal foi e é seguido pelo actual executivo camarário , com o fundamento de que é indispensável “investir” ( com aspas...) dessa maneira para fazer crescer o negócio turístico na Figueira da Foz , considerado como “estruturante” para o seu desenvolvimento .
Em números redondos , foram transferidos os seguintes montantes para a Figueira Grande Turismo (FGT) :
- em 2001 : 2,5 ME (milhões de euros )
- em 2002 : 3,5 ME
- em 2003 : 3,8 ME
Para 2004 , ficaram previstas no Orçamento municipal transferências correntes para as empresas municipais da ordem de 4,6 ME , verba da qual estimo que 90% tenha sido para a FGT
( ou seja, 4,1 ME ) .
No orçamento para 2005 , segundo foi anunciado, a transferência corrente para a FGT ascende a 4,9 ME ( qualquer coisa como 900 mil contos na moeda antiga) .
Um tamanho volume de recursos financeiros gastos na animação (“investidos “ para alguns espíritos mais simplistas e mais dados a festas...) deve certamente estar a dar retorno e frutos substantivos .
Era essa avaliação que era imperioso fazer-se . Através do cálculo e divulgação de indicadores .
Quantificando, por exemplo , a taxa de ocupação agregada anual dos estabelecimentos de hotelaria da cidade , e comparando o valor actual com o verificado por volta de 1998 ou 1999 .
De momento, conheço apenas o valor deste indicador referente a 2002 , que foi de 24% , inferior ao valor agregado nacional ( 41 % ) apurado para o mesmo ano , assim como ao de Coimbra ( 39% ) , para não comparar já com o de Albufeira ( 50% ) . Números sobre os quais valerá a pena reflectir .
A FGT ou a Câmara Municipal devem seguramente conhecer os valores daquele indicador e a sua evolução no decorrer dos últimos 5 ou 6 anos .
Têm por isso obrigação de lhes dar ampla divulgação , para os munícipes poderem avaliar da bondade e da eficácia das opções tomadas naquele domínio.
Se acaso o aludido indicador não apresentasse uma evolução no sentido crescente , tal significaria que as vultuosas verbas gastas não têm contribuído para alcançar os objectivos alegadamente visados . E que a dita “animação” teria apenas servido para manter entretidas e animadas as gentes indígenas .
Objectivo que por vezes parece orientar a acção política de muito conceituados responsáveis , ao jeito do modelo de política espectáculo adoptado por Santana Lopes , primeiro na Figueira da Foz , depois na Câmara de Lisboa e por fim, durante 4 meses, como Primeiro Ministro .
sábado, janeiro 01, 2005
FELIZ ANO DE 2005
Para começar o ano com uns pingos de optimismo aqui fica uma poesia de Vasco de Lima Couto que descobri publicada no semanário A Voz da Figueira de 9 de Junho de 1960 .
Serra da Boa Viagem
Anda amor , ver esta serra
Onde o vento se oculta e se desfaz
A clara maravilha deste sol
Que atira um emigrante sonho para o mar
(e o mar enterra o sonho pelas vagas
que se deixam prender e naufragar)
daqui poderei ver a tua altura
dentro dos nossos voos à distância
e, de mãos dadas , pela serra adiante
- Como folhas que Deus fosse colher!
Nós poderíamos amar , ainda mais ,
Esta imensa alegria de viver.
E o teus cabelos caíam para os seios.
E em teu anseio longo, a minha imagem...
Oh meu amor
É o nosso despertar
Na fuga onde riscamos a saudade
Que vai da serra ao céu e deste ao mar .
Para começar o ano com uns pingos de optimismo aqui fica uma poesia de Vasco de Lima Couto que descobri publicada no semanário A Voz da Figueira de 9 de Junho de 1960 .
Serra da Boa Viagem
Anda amor , ver esta serra
Onde o vento se oculta e se desfaz
A clara maravilha deste sol
Que atira um emigrante sonho para o mar
(e o mar enterra o sonho pelas vagas
que se deixam prender e naufragar)
daqui poderei ver a tua altura
dentro dos nossos voos à distância
e, de mãos dadas , pela serra adiante
- Como folhas que Deus fosse colher!
Nós poderíamos amar , ainda mais ,
Esta imensa alegria de viver.
E o teus cabelos caíam para os seios.
E em teu anseio longo, a minha imagem...
Oh meu amor
É o nosso despertar
Na fuga onde riscamos a saudade
Que vai da serra ao céu e deste ao mar .