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domingo, abril 20, 2008

AVALIAÇÕES E ESTATÍSTICAS...

O professor de Matemática Nuno Crato dá uma excelente entrevista ao PUBLICO de hoje .
Transcrevo uns curtos excertos, sobre os quais não poderia estar mais de acordo .

“(...)
O actual sistema [ de avaliação dos professores] tem , contudo, problemas. O primeiro é a sua enorme complexidade e burocracia. O segundo, e mais importante, é que não existe avaliação dos professores sem uma avaliação externa dos alunos. Se dizemos aos professores que vamos avaliá-los pelos resultados, e se estes são as notas dadas pelos professores, estamos a aumentar a pressão para que as notas sejam inflaccionadas. Isso só se evita com exames externos, que quase não existem.

(...)
O ano passado o tempo para realizar a prova de Matemática do 12º ano passou de duas horas para duas horas e meia e os exames eram idênticos. Este ano vai passar-se para três horas. Como é possível comparar os resultados?
Mas não é só esse o problema. Entre 2006 e 2007 as notas do 9º ano a Português permitiram passar a percentagem de aprovação de 54 para 86 por cento. É um salto incompreensivel, sobretudo se pensarmos que a Matemática houve mais reprovações e havia um plano especial para tentar recuperar os alunos com dificuldades. O que é que aconteceu a Português? Foi muito simples : tiraram a gramática, o exame tornou-se mais fácil, as estatísticas do ministério ficaram mais bonitas. (...) “

UM REMAKE SOBRE O CHARME DO PAÇO DE MAIORCA

A mim bem me queria parecer, como comentei neste postal . A recente notícia sobre o muito próximo aproveitamento do Paço de Maiorca como “hotel de charme” ( o que quer que a coisa seja..) parece mesmo um remake, um dejà-vue, de algo que já lera antes.
Com efeito, o diário As Beiras publicou há tempos uma notícia, sob o título “Hotel de charme no Paço de Maiorca”, da qual transcrevo os seguintes excertos :

O projecto de arquitectura para a transformação do Paço de Maiorca em hotel de charme já deu entrada na Câmara Municipal da Figueira da Foz e está a ser apreciado pelo departamento de urbanismo. Duarte Silva frisou que foi feita uma “análise prévia pelo IPPAR de Coimbra, pelo que não haverá grandes problemas na sua aprovação”(...)
(...)
Ainda de acordo com Duarte Silva “ a empresa responsável pela exploração daquele hotel de charme – composta pela FGT e pela empresa Belver, proprietária de hoteis em Lisboa, Évora e Curia – deverá ser formalmente constituida antes do Natal. Quanto à operação financeira assumida pelo BPI, já está aprovada”

O diário As Beiras noticiava isto, repito, em 16 de Dezembro de 2004 . Há mais de 3 anos...

sábado, abril 19, 2008

A SAPIÊNCIA AMBIENTALISTA...

Sub-título de uma notícia do suplemento de economia do EXPRESSO de hoje :

“Os cereais faltaram na Europa pela primeira vez em 62 anos. Afinal devem ser usados para alimentar pessoas ou pôr os automóveis a circular?”

Extracto da crónica de Henrique Raposo, também no EXPRESSO de hoje :

“ (...)
O “ambiente é a reencarnação da divindade impiedosa que exigia a obediência cega aos hebreus. Mais : os ecologistas garantem que o “ambiente” afogará os homens nas águas do degelo, tal como Deus afogou os homens no dilúvio (...)
Na ânsia de apaziguarem este culto apocalíptico, os políticos ocidentais acabam por fazer alguns disparates. O maior disparate verde é, sem dúvida, o etanol (gasolina “verde” destilada de cereais).Nos últimos doze meses, o preço dos cereais disparou em flecha ; o terceiro mundo está a ser varrido por uma onda de revoltas provocadas por esta súbita carestia.
(...)
Os governos ocidentais passaram a subsidiar a produção da gasolina “verde”, o etanol. E aqui reside o problema. Ao transferir os cereais para a produção de combustível, o Ocidente está a elevar de forma escandalosa o preço da comida. Isto é pornografia cerealífera : os ocidentais não podem expiar a sua culpa ambiental à custa da barriga do resto do mundo(...)
(...)
Perante o desastre provocado pela gasolina verde, os ecologistas já reconheceram o erro?. Nem pensar. Um grupo de ambientalistas francês até brincou com a situação quando disse que o etanol é “ verdadeiramente uma falsa boa ideia”. Notável.


Há cerca de 3 meses, um ilustre deputado do PS, decerto com muita sensibilidade “ambientalista”, mas com pouco conhecimento sobre os mecanismos , a dinâmica e o funcionamento do meio ambiente, apresentou um projecto de lei tonto para tornar obrigatória a emisão, nas bombas de gasolina, de um “relatório” sobre a proveniência do combustível, sempre que um condutor abastecesse a viatura. A notícia era dada assim no Diário Digital :

O projecto de lei que tem Jorge Seguro como primeiro subscritor foi entregue sexta-feira e torna obrigatória a facturação detalhada, em percentagem, das fontes de energia primária utilizadas.
A facturação detalhada deve igualmente indicar, «em local bem visível», o cálculo de emissão de CO2 e outros gases com efeito de estufa a que corresponde o respectivo consumo, refere o diploma.
«Actualmente olhamos para o número da factura que indica quando pagamos. Devemos passar a olhar também para outro número, que indica quanto é que estamos a estragar o planeta», defendeu Jorge Seguro, em declarações à Lusa.
O deputado apontou que, com a indicação na facturação detalhada das fontes energéticas e da emissão de CO2 calculada, por exemplo, por litro de gasolina, «quando for abastecer» o consumidor poderá fazer «a escolha mais verde».
«Ao mesmo tempo, consciencializa-se do contributo que o seu consumo tem para um planeta com pior ambiente», acrescentou Jorge Seguro.

neste postal eu comentara a ideia. Resta saber se, depois de serem conhecidos os efeitos muito perversos da promoção do uso de “bio-combustìveis” nos pópós, aquele senhor deputado e outros sapientes ambientalistas, ainda manterão a ideia de promover o consumo dos chamados “combustíveis” verdes .

HABILIDADES ERRÁTICAS, DEMAGOGIAS AVULSAS ...

Na sua crónica de anteontem no PUBLICO, ainda antes de conhecida a espectacular ( eventual e meramente táctica...) renúncia de Filipe Menezes, que há dias dizia que só sairia “à bomba” da liderança do PSD, escrevia Constança Cunha e Sá :

“Já sabíamos que se o PSD, por milagre, vier a formar Governo, tenciona “desmantelar” o Estado em meia dúzia de meses, impedir o fecho de qualquer organismo público durante quadtro anos, tirar a publicidade à RTP ( uns quilómetros de auto-estradas que ficam por fazer), sujeitar a política fiscal à realidade espanhola, reunir-se semanalmente com a Fenprof e outras habilidades avulsas.
Ficamos agora a saber que se, por uma chuva de milagres, o PSD tiver consigo dois terços dos deputados manda os pactos de regime às ortigas ( como aliás, já mandou) e se entretém a fazer novas constituições, consoante o humor do dia e o clima das estações “.

sexta-feira, abril 18, 2008

REFLEXÕES ESPECULATIVAS...

1.
Por entre algumas elites do PSD circulava a tese de que uma redenção do partido só seria possível depois da derrocada que seguramente ia acontecer nas próximas eleições legislativas, como consequência da desastrosa liderança de Filipe Menezes e da sua assustadora equipa. Só que, elites politicamente mais perspicazes, viram o cenário que poderia acontecer. Permanecendo toda aquela equipa à frente do PSD, a próxima bancada parlamentar do PSD iria ser escolhida por Menezes e Santana Lopes. Era quase certo que, em esmagadora maioria, a bancada iria integrar figuras políticas do tipo de Mendes Bota, Rui Gomes da Silva, Pereira Coelho, Pedro Pinto, Miguel Almeida. Além de, obviamente, Filipe Menezes e Santana Lopes. No caso de, só depois da derrocada eleitoral se dar a limpeza redentora da liderança do PSD, quem então a assumisse teria de se haver com um grupo parlamentar daquele quilate e, por isso mesmo, o PSD correria o risco de continuar sem credibilidade para ser encarado pelo eleitorado como alternativa de governo. Um eventual regresso ao poder, por parte do PSD, continuaria a ser dificil em 2013, ficando adiado para as calandas.
Terá sido este raciocínio que levou Aguiar Branco, porventura em articulação mais ou menos conspirativa com outros quadros do PSD, a avançar neste momento, contestando frontalmente, e sem mais calculismos, a desacreditada liderança de Filpe Menezes.

2.
O Primeiro – Ministro deve estar a rezar ( ou a mandar rezar por ele...) a todos os santos e santas para que Filipe Menezes, impulsionado por uma “vaga de fundo” de que estará à espera, se recandidate de novo à liderança do PSD ( o que parece muito plausível..). E que, candidatando-se, ganhe. Um PSD mais ou menos renovado e liderado por Aguiar Branco, ou mesmo por Manuel Ferreira Leite ou Rui Rio, dificilmente irá conseguir obter mais votos do que o PS nas eleições legislativas do próximo ano. Mas estará ao alcance desse PSD impedir que o PS e José Sócrates obtenham de novo maioria absoluta. O que pode vir a gerar uma situação complicada quanto à governabilidade de Portugal. De especial gravidade quando se sabe que os próximos anos vão continuar a ser dificeis, e que muitas reformas necessitam de ser completadas, e outras realizadas. Em tal caso, não sei se haverá possibilidade de, nesta fase da democracia portuguesa, se arranjarem soluções governativas do tipo da União Sagrada do tempo da 1ª República, ou do tipo do actual modelo alemão .

3.
Lenine dizia, com razão, que “ a actividade política não se parece nada com a Perspektiva Nevski “.
A Perspektiva Nevski é uma ampla avenida, linear, plana e comprida de vários quilómetros, existente em S. Petersburgo.

E DE REPENTE !...
...a vida política nacional ganha uma imensa animação, com a súbita agudização da crise da liderança do PSD, que ninguém esperaria que chegasse tão cedo. Entretanto, o Primeiro-Ministro ganhará talvez um tempo de ausência de stress político que poderá durar até Setembro. Em Junho, vem aí o europeu de futebol, que ajudará a entreter o pessoal. Logo depois, os Jogos Olímpicos. Em Julho e Agosto, o pessoal vai para férias. Em Setembro, a 9 meses das eleições, começa a sério a campanha eleitoral.

quinta-feira, abril 17, 2008

DESTAQUE...
..par este postal do blogue Camara Corporativa. Vale a pena ler o texto, admirar a fotografia, e ler também os comentários...

SEM PALAVRA, LOGO SEM CREDIBILIDADE

Não vai haver nova Lei nem novo modelo de governação dos municípios. O PSD ontem votou contra a reforma com que antes tinha concordado, e a que antes se havia comprometido.
Os municípios vão continuar a ser governados segundo o actual e aberrante sistema bi-camaral. A Câmara Municipal, mais do que um orgão executivo ( equivalente ao Governo, a nível do Estado central) continuará a ser um orgão híbrido, uma mistura entre um Governo e um Parlamento, à escala local. A Assembleia Municipal vai continuar também a ser, pela manutenção dos votos dos presidentes das juntas de freguesia, um orgão híbrido, uma mistura entre um Parlamento ( com representação proporcional) e um Senado, à americana (Nota 1)
Vai continuar tudo na mesma, porque o PSD, face a uma primeira e insignificante contestação de uma corporação constituida por 3 a 4 mil pessoas, decidiu não honrar os seus compromissos, e faltou à palavra dada. A sua liderança, protagonizada por vultos tão aterradores como Filipe Menezes, Santana Lopes, Rui Gomes da Silva e Ribau Esteves., converteu assim o actual PSD numa entidade sem honra e sem palavra. Consequentemente, sem qualquer credibilidade para desempenhar o papel que lhe caberia no processo de alternância democrática, que identifica uma democracia.
Nota 1 - Como aqui já sublinhei, o modelo vigente da Assembleia Municipal, transposta por homologia para a escala nacional, significaria que o Parlamento seria constituido pelos deputados eleitos, segundo a regra da representação proporcional, mais os trezentos e tantos presidentes das câmara municipais. Seria bonito e muito democrático, não?

quarta-feira, abril 16, 2008


NEGÓCIOS DE HOTELARIA E RESTAURAÇÃO

Será por às vezes andar muito distraido, mas eu até pensava que o Paço de Maiorca já estava restaurado e prestes a iniciar actividade no domínio do negócio da hotelaria e restauração. Tenho vagamente a ideia que tal já havia sido anunciado como iminente, vai para uns anos.
Soube ontem, pela imprensa regional, que foi agora constituida uma empresa ( uma parceria publico-privada, como modernamente soi dizer-se ...) para a exploração do Paço de Maiorca , património municipal, como unidade hoteleira . Chama-se, ou vai chamar-se, Sociedade Paço Maiorca (SPM) . São seus accionistas , o grupo coimbrão Quinta das Lágrimas (QdL), e a subsidio-dependente Figueira Grande Turismo (FGT), empresa municipal.
Segundo a notícia :
- a QdL fica com 80% do capital e a FGT com 20% ;
- no final do prazo de 15 anos, o imóvel reverte para a autarquia;
- para que o negócio de hotelaria e restauração tenha lugar, tornam-se necessárias obras no Paço de Maiorca implicando um “investimento” de 6 milhões de euros;
- para estes 6 milhões de euros, a FGT , empresa municipal, entra com 5 milhões e o parceiro privado, a QdL, entra com um milhão, em ambos os casos obtidos por empréstimos contraidos com a banca.

Há aqui alguns aspectos que escapam completamente ao meu entendimento :
- então o imóvel não pertence já à autarquia? Como é que reverte no final do período de 15 anos?
- então a QdL, com 80% do capital da SPM, vai buscar à banca 1 milhão, enquanto a FGT, com 20% do capital, vai ter de ir buscar à banca 5 milhões ?

Que me recorde, não conheço nenhum caso de dinheiros públicos directamente investidos no negócio e na actividade da hotelaria e da restauração. Pode ser que haja, mas desconheço. Da última vez que algo de semelhante aconteceu, foi nos tempos heroicos do PREC, quando até foram nacionalizadas pensões e lavandarias. De resto, creio ser de aceitação generalizada que não é vocação nem missão das Camaras Municipais, ou de outras organizações directamente delas dependentes, envolverem-se directamente nos negócios da hotelaria e da restauração.
O que o Município poderia e deveria fazer, isso sim, com toda a legitimidade, era dar de concessão um activo do seu património municipal a um privado. Para ser ele a explorar o negócio e a actividade de hotelaria, correndo por conta dele, naturalmente, todo o risco desse negócio, que sempre existe numa economia de mercado. Muito mais exótico e arriscado será que, ainda por cima, o Município se vá endividar ainda mais ( pois a FGT é uma empresa municipal, ou não será?) para entrar nesse arriscado negócio. Duvido mesmo muito que tal endividamento adicional seja permitido pela actual Lei das Finanças Locais.

Quero crer que hajam sido feitos, pelos dois accionistas, um estudo de mercado, um estudo de viabilidade económica do negócio, uma adequada análise do seu risco, e uma realista avaliação da possibilidade de retorno de todo o capital investido. Não sei. Pela minha parte, apenas me posso pronunciar recorrendo à minha intuição e à análise das minhas próprias expectativas. Só poderei assegurar uma coisa : se me viessem oferecer um lote de acções da Sociedade Paço de Maiorca correspondente a 1% do seu capital, não daria nem um euro por ele.
Caso haja, administradores da FGT, ou membros da Câmara Municipal, que tenham verdadeira fé na atractividade e na bondade do negócio, então talvez se lhes pudesse pedir para subscreverem, do seu próprio bolso, uma parte significativa do capital da Sociedade Paço de Maiorca.

terça-feira, abril 15, 2008


O MONSTRO E A PESADA HERANÇA...

Ontem, na reunião da Câmara Municipal da Figueira da Foz, foi tempo de aprovar, com os votos do PSD, as contas do exercício de 2007. Delas apenas sei, por enquanto, e através da imprensa regional, que a dívida total da Câmara Municipal, no fim do ano ( e ainda sem a consolidação das contas com as empresas municipais...) ascendia a 67,5 milhões de euros (Nota 1) .
A propósito de declarações do Vereador José Elíseo, hoje divulgadas no diário As Beiras, sobre a quem cabem as responsabilidades do elevadíssimo nível da dívida, acho oportuno apresentar o diagrama acima, mostrando a evolução da dívida total desde 1995.
À escala municipal, estamos em presença de um “monstro”, de que uma vez falou Cavaco Silva, referindo-se às contas do Estado português.
Quanto aos seus fautores, o seu a seu dono, convirá distinguir. A ascensão verificada entre 1995 e 2000, do nível dos 8 a 10 milhões de euros, até ao patamar dos 37 a 39 milhões de euros, é obra do saudoso mandato do não menos inesquecível Santana Lopes, a quem foi feito um grandioso preito de homenagem, dando o seu nome ao Centro de Artes e Espectáculos. Já o posterior empurrão da dívida do nível 37 a 39 milhões de euros, para o nível actual de 67,5 milhões de euros, ele foi dado alegremente no decorrer dos dois mandatos do actual Presidente da Câmara.
Por fim, caberá recordar que os anos de 1995 a 1997, foram os últimos do consulado de Aguiar de Carvalho.
Sublinho uma vez mais que o seu deve ser dado a seu dono...

(Nota 1) – Na Câmara de Coimbra, municipio com cerca do dobro da população da Figueira da Foz, a dívida total no final de 2007, atingiu 65 milhões de euros. É só para fazer uma comparação...
(Clicar na imagem, para a ampliar)

UM PAÍS DE CERIMÓNIAS

Está anunciado um novo grande hopital em Lisboa. Ainda bem. Será em Chelas, e vai chamar-se Hospital de Todos os Santos, soube ontem e li hoje pela comunicação social .
Como não podia deixar de ser, pois é isso o que a casa gasta, houve uma cerimónia de abertura do concurso para a construção do dito hospital, no interior de uma grande tenda desmontável. O Primeiro-Ministro esteve presente, juntamente com mais umas largas dezenas de pessoas, entre ministros, presidentes de câmara, vereadores, directores gerais, deputados, jornalistas, e muitas mais individualidades. Tudo somado, com um custo em recursos humanos equivalente aí a umas 300 horas de trabalho, calculo por baixo.
Daqui por uns tempos haverá outra cerimónia do estilo para celebrar e propagandear a adjudicação da obra. Custo provável da cerimónia : mais umas 3 ou 4 centenas de horas de trabalho de pessoal dirigente, habilitado, e bem pago. Que seria mais bem empregue a estudar dossiês, a dinamizar equipas, a tomar e fundamentar decisões, a reduzir as pilhas de documentos e processos acumuladas nas suas mesas de trabalho.
Passados mais uns meses, deverá ocorrer nova cerimónia, desta feita para lançamento da primeira pedra, com descerramento de um lápide, é quase certo. E por fim, lá para 2012, ao que se anuncia, lá teremos a cerimónia de inauguração, com grande festa e o incontornável descerramento de mais uma lápide.
O exemplo assim dado pelos responsáveis do Governo e da administração central, costuma ser amplamente replicado ao nível da administração local, nas mais de 3 centenas das nossas camaras municipais , como tem acontecido e costuma acontecer por aqui na Figueira da Foz.
Somos, sem dúvida, um país de muitas cerimónias e de muitas celebrações.

O BENAVENTISMO

A professora doutora Ana Benavente, referida nesta notícia, é uma mui sapiente especialista das complexas e modernaças ciências da educação, ensinadas, investigadas e evangelizadas em algumas escolas superiores portugas, nos Institutos Piaget, por exemplo.
A professora doutora Ana Benavente é seguramente a mais ilustre eminência portuga do “benaventismo”, castiço termo neologista engendrado pelo QuintoPoder . Como consta do registo de patente, feito aqui.

segunda-feira, abril 14, 2008

O CAUDILHO PALHAÇO

As mal educadas declarações e a posição de A.J.Jardim, no seu inigualável papel de palhaço do regime democrático, determinando que a Assembleia Regional da Madeira, da qual ela institucionalmente depende, não deveria receber oficialmente o Presidente da República, no caso o cidadão a quem uma vez chamou de Sr. Silva, não surpreenderá ninguém. A criatura é desde há muito inimputável, por razões psicológicas, pelo menos.
Surpreende-me sim, que o Presidente da República não se tenha demarcado claramente das bojardas bolsadas pela criatura. No plano institucional, deveria e poderia tê-lo feito, de uma maneira simples. Apenas dando a saber a A.J.Jardim : ai a Assembleia Regional não reune, para eu, que a tutelo, a ela me poder dirigir, como Presidente da República ?. Pois passe muito bem : assim não visitarei oficialmente a Madeira. Veria como o apalhaçado caudilho madeirense se colocava em sentido e metia o rabinho entre as pernas.
Fazendo que não é nada com ele, assobiando para o lado, e não se demarcando dos desconchavos de AJJardim, Cavaco Silva surpreende-me e decepciona-me.

A JUSTIÇA DO NACIONAL - PORREIRISMO

A justiça num país de nacional-porreirismo faz-se
assim. Com uma pena de 8 meses de prisão, de que logo se descontam dois, e em confortável prisão domiciliária...E o simpático e bondoso senhor juiz não vai ter de prestar contas a ninguem por esta sentença ?. Nem ao Conselho Superior da Magistratura ?

AUTO – ESTRADAS, TELEMÓVEIS...

De novo de regresso à lusa pátria, coloco em dia a leitura da imprensa dos últimos dias. Encontro o EXPRESSO do fim de semana com um título bombástico na primeira página : “ Lisboa é a região da UE com mais auto-estradas” . Com uma densidade de 220 km lineares por 1000 km2 ; que compara com a região a seguir, que é Bremen (Alemanha) , com 176 km por km2. Nada que me deixe surpreendido.
Já uma vez aqui comentei que não conheço nenhum país europeu como Portugal ( talvez com excepção da rica Alemanha) onde, numa faixa litoral de umas poucas dezenas de quilómetros, se pode ir de Lisboa até à fronteira norte com a Galiza, através de duas auto-estradas, alternativas, separadas entre si, em alguns troços, por escassos 4 a 5 quilómetros.
Nisto de betão, de acessos ( que em “politiquês” pífio se designam por “acessibilidades”), de rotundas, de pavilhões multiusos, de centros de espectáculos, somos um país, não duplicado, mas multiplicado . Também o mesmo sucede com o número de telemóveis por 100 habitantes, por exemplo, esse índice tão revelador do sucesso do plano tecnológico, em que estamos à frente de quase todos os países da União Europeia. E em número de fogos por habitante, racio no qual a Figueira da Foz , no contexto nacional, está seguramente muito bem posicionada, em lugar de destaque.
Na cauda, estamos em minudências e irrelevâncias sociológicas, tais como literacia , sucesso escolar, conhecimentos de matemática, cultura científica, coesão social, produtividade, sentido de pertença a comunidades, capital social, qualidade do urbanismo e da vida urbana, coesão social, respeito pelo meio ambiente, para apenas citar alguns aspectos.

quarta-feira, abril 09, 2008


O HOTEL, O APART-HOTEL E OS APARTAMENTOS...

Na Ponde do Galante, na Figueira da Foz, em terreno que foi municipal, e que o Município vendeu para nele ser construido um hotel de 4 ou 5 estrelas, continua a erguer-se, aceleradamente, uma babilónica torre que vai ter 16 andares, diz-se que destinada a um apart-hotel com trezentos quartos, trezentos, e seiscentas camas, seiscentas. Torre que vai acabar, é como cavacas, num bloco de apartamentos a serem vendidos depois a retalho, para utilização nos fins de semanas e nas 3 primeiras semanas do mês de Agosto. Entretanto, já vai no 6º andar . Mas calma, ainda vai crescer muito mais, lá para uma altura de mais de duas vezes o que por lá se vai já vendo. Para se fazer uma ideia, na foto acima, o prédio que está do outro lado da rua tem só 8 andares....

(Clicar na imagem para a aumentar)

terça-feira, abril 08, 2008

TELEVISÃO DE REFERÊNCIA...?

A notícia e o vídeo da palmada dada por um rufia a uma aluna, na Escola Profissional da Figueira da Foz, teve a subida honra de abrir o Telejornal da RTP1 desta noite, a seguir a um jogo de futebol de não sei quem, de umas equipas estrangeiras!...Está tudo doido?. É isto um exemplo de “serviço público “ de televisão? Será assim que a RTP pretende ser arvorada numa “televisão de referência” ?....

O CÃO MORDEU NO HOMEM, OU O HOMEM MORDEU NO CÃO?

Mas então isto agora também serve para fazer notícia e vir possivelmente publicado nos jornais?
Segundo aquela alegoria de saber o que é notícia, para a comunicação social, se é quando o cão mordeu no homem ou quando o homem mordeu no cão, em qual categoria caberá esta história do rapaz que deu uma palmada na nuca da rapariga?...
Sublinho que aplaudo o facto do Director da escola procurar apurar os factos, visando punir o aluno, se for caso disso. Combater e castigar a pequena indisciplina ou a pequena violência contribui para dissuadir as médias e as grandes ...O que questiono é se agora cada processo disciplinar numa escola passa a ter honras de notícia na comunicação social .

segunda-feira, abril 07, 2008

UM DISPARATE....
...obscenamente surrealista, delirante, absurdo, oportunista, demagógico.... o configurado por esta leviana proposta...

PORTUGAL À LA MADÈRE...

Se, num cenário de pesadelo, Filipe Menezes ganhasse as próximas eleições legislativas, liderando “um PSD à moda de Alberto João Jardim”, como promete, viriamos a ter um Portugal inteiramente à moda da Madeira de Alberto João Jardim . Ganharíamos, à escala nacional, não apenas um “menesismo” com Menezes, mas também um “jardinismo” sem Jardim.
Ou talvez mesmo com Jardim, se viessemos a ter tambem Alberto João, emigrado para o continente, como Presidente da República, porque não?. Portugal seria então um paraiso. Então sim, com Jardim, Portugal seria uma espécie de Venezuela da União Europeia.

RELATAR O FUTURO...

O jornal regional As Beiras, na sua edição de hoje, e na página da Figueira da Foz, publica uma “notícia “ curiosa e que dá para pensar . Começa assim:

“Miguel Almeida apresenta hoje um requerimento na Assembleia da República pedindo esclarecimentos sobre as obras da Ponte dos Arcos”

Temos assim a imprensa a noticiar/relatar, não o que aconteceu, mas o que vai acontecer. A entrega da informação faz-se portanto primeiro aos media, antes do requerimento ser entregue ao Parlamento . O que evidentemente, sendo uma indelicadeza perante o Parlamento, cheira a frete por parte do orgão de imprensa, a informação soprada, a notícia sugerida, a publicidade mais do que a relato.

O deputado tem-se desdobrado ultimamente num frenesim de actividades com efeitos mediáticos. Desta feita, e sobre a ponte dos arcos, quer obter imensas cópias de muita coisas ; desde o Estudo de Impacte Ambiental, ao Plano de Segurança da obra e à descrição do processo construtivo.
O que vai ajudar imenso para resolver o problema dos atrasos da construção da nova ponte, está-se mesmo a ver.
Cruzo as várias notícias vindas a público sobre o frenesim a que se tem vindo a dedicar aquele deputado ( nomeadamente com a criação de um blogue com a detalhadíssima narrativa dos seus feitos e actividades...), com uma outra, sobre afirmações muito recentes de Filipe Menezes : que a partir de 2009 as estruturas locais do PSD é que vão indicar os respectivos deputados ao Parlamento, em vez de tal escolha ser feita pelas cúpulas nacionais.
Este cruzamento entre as duas notícias poderá então explicar tudo. Há que chegar-se à frente e mostrar serviço, sobretudo agora, que estamos a menos de um ano dos candidatos serem escolhidos, né?...


Post Scriptum
Já agora, conviria saber quais os deputados aqui da paróquia da Figueira da Foz que estiveram hoje no debate que teve lugar na Assembleia da República, sobre o novo acordo ortográfico e as novas regras de escrita do português. Não teriam perdido nada em ter assistido, antes pelo contrário...

domingo, abril 06, 2008

DESTAQUES DE LEITURAS DO FIM DE SEMANA

(...)
A Mota-Engil integra a Lusoponte, que construiu a Vasco da Gama e a administra, assim como à 25 de Abril e, tanto pela sua grandeza, como pela posição estratégica que já ocupa, terá sempre de interesse e certamente alguma participação no projecto Chelas-Barreiro. A Lusoponte é presidida por Joaquim Ferreira do Amaral, ex-ministro das Obras Públicas do PSD, e Jorge Coelho, ex-ministro do PSS da mesma pasta, vai juntar-se na Mota-Engil a um seu antigo secretário de Estado, Luís Parreirão. É o velho Bloco Central em acção ou, se preferirmos, o Portugal político e empresarial no seu pior. Cada vez pior.

( Fernando Madrinha, in Expresso do último sábado)


(...)
Ao aceitar um lugar na administração da Mota-Engil, Coelho não cometeu qualquer ilegalidade. No geral, não fez mais nem menos do que Ferreira do Amaral ou Pina Moura, os quais também – sublinhe-se – não cometeram nenhum ilícito
(...)
A verdade é que aquilo que Jorge Coelho fez não é estimável, não é bonito. É uma vergonha!
E é uma vergonha porque Jorge Coelho, um dos políticos mais marcantes dos últimos anos, dá mais uma machadada na credibilidade dos políticos.
Não saber limitar-se, não saber restringir-se, não ter um código de ética sólido e indestrutível, destrói milhões de discursos a defender a democracia. Foi essa necessidade ética da “res publica” – actuar pelo exemplo, desinteressadamente – que ele, a quem quando ministro chamaram “caterpillar”, arrasou agora sem qualquer vergonha.

(Henrique Monteiro, in Expresso do último sábado)

(...)
Há políticos quem têm qualificações profissionais acima de qualquer suspeita e há outros que só obtêm certos empregos porque foram políticos. Há profissionais que passam pela política e há políticos profissionais, mesmo quando estão nas empresas. É um círculo vicioso onde há exemplos virtuosos.

(Luís Marques, in Expresso do último sábado)


(...)
Se [o défice das contas públicas] continuar a descer, se baixar para zero por cento dentro de dois anos, se traduzir constância nas políticas financeiras e economicas e se for o resultado de uma severidade sem demagogia, é caso para dizer que melhores tempos vêm aí. Um país e um Estado sem ou com poucas dívidas são condições de progesso. A estabilidade financeira e fiscal é uma protecção aos rendimentos das famílias e um factor de promoção do investimento.
(...)
Portugal continua atrasado. Não se deve evidentemente confundir atraso com estagnação ou ausência de mudança.Não. Portugal mudou muito.Esquecemo-nos é que os outros também e, agora, mais depressa. E nem queremos saber que os outros estão a mudar melhor. Nos países de Leste, por exemplo, a educação, o património e a vida nas cidades fazem a inveja dos portugueses.

(...)
A transformação dos dirigentes socialistas em empresários de sucesso ( na banca, na energia e na construção) é apenas um epifenómeno. Mais do que uma causa, a vacuidade plastificada do primeiro-ministro é uma consequência deste atraso.
Não é razoável considerá-los culpados do atraso, nem do antigo, nem do recente. Mas é possível responsabilizá-los por não fazerem o que devem. Ou fazerem o que não devem .


( António Barreto, in PUBLICO de hoje)

sábado, abril 05, 2008

DEVERES PRIMEIRO, DIREITOS DEPOIS

(...)
“ Eu sou contra isto. Contra uma sociedade que, em todos os domínios da vida, acha que faz parte dos direitos fundamentais do indivíduo nunca ter deveres. Pegando num exemplo recente, são os pais que acham que não têm o dever de educar os filhos e que basta dar-lhes telemóveis e iPod’s para que eles não chateiem ; são os filhos que acham que não têm o dever de obedecer e respeitar os professores na escola ; os professores e os conselhos directivos que acham que não têm o dever de impor disciplina e respeito, custe o que custar ; e os teóricos da educação que acham que não têm o dever de castigar a sério os alunos, pondo-os a fazer trabalhos para a comunidade nos dias de folga, em lugar de os suspender ou transferi-los de escola “.

in EXPRESSO de hoje, da crónica de Miguel Sousa Tavares


Uiii..credo..que horror! MST manifesta mesmo tiques autoritários, a roçar o fascismo !...Imagine-se o que vem propor!...
Obrigar as criancinhas que se portam mal a fazer trabalho escravo para a comunidade nos dias do seu merecido descanso! Tal desumano castigo iria certamente traumatizá-las muito . Acresce que isso é com certeza contra a Carta dos Direitos da Criança , contra a Carta dos Direitos do Homem, contra a Constituição da República. A aplicação de um tal castigo seria certamente objecto de uma providência cautelar ; seguia-se um julgamento em tribunal de menores, que se pronunciaria talvez no prazo de 2 anos, após várias sessões adiadas , quer por faltas das testemunhas, quer porque o senhor Juiz não queria meter-se nisso de julgar um caso tão complicado ; mas sempre acabava por conseguir botar sentença em 30 páginas repletas de citações de mestres de Direito. Enfim, depois, haveria ainda possibilidade de recurso para a Relação, primeiro; e depois para o Supremo Tribunal de Justiça e Tribunal Constitucional. Tinhamos coisa para ficar resolvida daí a 10 anos, quando o matulão do aluno que fez uma patifaria qualquer já estivesse casado e pai de filhos...

OS INCONTORNÁVEIS CONSERVADORES...

“O Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade deu parecer negativo à construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete por causa das aves aquáticas como os maçaricos-de-bico-direito, mas tambem as pistolas-de-sicone-estrábicas e os martelos-pneumáticos-de-pila-torta. O Ministério do Ambiente já resolveu o problema com a atribuição de uma licença para uma sucursal do Rei dos Frangos de Moscavide, na margem sul, que irá chamar Rei dos Maçaricos-de-bico-direito de Alcochete.”

in Inimigo Público da passada 6ª feira

sexta-feira, abril 04, 2008

O VIDEO, O ENSINO E O PAÍS

(...)
Hoje, a escola pública prolonga o lar enquanto pandemónio democrático, onde as crianças ( e os pais, e a “comunidade” ) têm direito a exprimir a sua “opinião” e, no fundo, a fazer o que a ignorância da idade lhes recomenda.
Protegidas por hordas de malucos para quem a autoridade é sinónimo de fascismo, as crianças vão fazendo. Um dia (tardio) crescem, a feia realidade desaba-lhes em cima e a ilusão democrática esvai-se . É aí que se voltam em lágrimas para os paizinhos (com pesar destes) ou, mais provavelmente, para o Estado ( com pesar nosso).
Uma coisa, assaz repetida ultimamente é certa : o vídeo do “Carolina” não reflecte o ensino. Reflecte o País . O País presente e, se tivermos o azar de lá chegar, o futuro “
( Alberto Gonçalves, in edição de hoje da revista SABADO )

SER MINISTRO OU TER SIDO MINISTRO...
Já nos tempos da minha juventude, nos escondidos mentideros do reviralho da pacata cidade de Viana do Castelo, eu ouvia dizer : o que é bom, não é ser ministro, é ter sido ministro. Demitido do governo, através do conhecido cartãozinho de agradecimento mandado por Salazar, era quase certo que ministro de que o ditador gostasse, ia direitinho para o Conselho de Administração de uma empresa, banco, seguradora, ou indústria. Porque Salazar assim o desejava, e porque assim convinha, obviamente, à empresa para onde o ex-ministro ia disfrutar da sinecura.
Outros tempos, não é?....

quinta-feira, abril 03, 2008

PRIMOS, CHEFES DE GABINETE & CONSULTORES

Na sua crónica no PUBLICO de ontem, escrevia Rui Ramos :

Em Portugal, os gabinetes de ministros e presidentes da câmara parecem, desde há demasiado tempo, uma fatalidade, tudo passa por lá, mais tarde ou mais cedo

Veio ao meu espírito esta acertada afirmação ao saber que Jorge Coelho diz ter abandonado a política e actividade de “opinion maker” em matérias da alta política, para assumir o lugar de Administrador numa grande empresa de construção civil . Com o novo aeroporto, o TGV e outras grandes e betónicas realizações que por aí decerto virão, o negócio das construtoras civis tem bom futuro, olá se tem . Essa expectativas reflectem-se na bolsa, por exemplo. Jorge Coelho segue assim o exemplo de Pina Moura, entre outros...
E lembrei-me do escrito de Rui Ramos porque reli hoje algumas descrições do percurso político de Jorge Coelho . Licenciou-se em Organização e Gestão de Empresas em 1983. A sua mulher era, e é, prima de Murteira Nabo, um vulto da nomenklatura portuga, o qual, como era Secretário de Estado de qualquer coisa, o levou para seu chefe de gabinete. Cinco anos volvidos, Murteira Nabo vai para Macau, a incontornável Macau, por onde passaram tambem inúmeros vultos que depois vieram a ser influentes na vida política lusa. Jorge Coelho vai também para Macau, uma vez mais para chefe de gabinete de Murteira Nabo que também lá foi secretário de estado, desta vez dos assuntos sociais e outras coisas mais. Através do primo , por parte da mulher, Jorge Coelho conhece António Guterres, cujos inolvidáveis governos passa a integrar, como número dois da governação.
Depois de abandonar o governo, funda uma empresa de consultoria, chamada Congetmark. Resolvi fazer uma pesquisa na internet, procurando o site desta empresa de consultoria...Nada encontrei. Aqui há coisa de um ou dois anos, fiz uma pesquisa semelhante, e encontrei um site quase vazio, praticamente sem conteúdo algum. Não consegui na altura ficar a saber o que fazia, o que tinha feito ou para quem trabalhava de facto a empresa Congetmark. Soube ontem, através de um debate televiso, que era desde há muito consultora da Mota-Engil, para a qual estaria a preparar um “plano de desenvolvimento estratégico”, uma coisa que cá para mim soa a muito transcendente e muito esotérica, logo complicada de entender para o meu bestunto.
Resta acrescentar uma nota importante : apesar de se ter demitido de todos de todos os cargos executivos dentro do PS, Jorge Coelho continua a ser membro da sua Comissão Política.
Ah..e além disso é muito, muito amigo, de Dias Loureiro.

quarta-feira, abril 02, 2008

UM “ISMO” EM VEZ DE UM “ÊS”...

É verdade que se vulgarizou e banalizou o uso do termo “eduquês” . O que parece abespinhar muito algumas santas criaturas que, por coincidência, são normalmente extremosas defensoras do mesmo. Aquilo a que se começou a chamar o “eduquês” ( e creio ter sido o Prof . Marçal Grilo o seu padrinho) não era mais do que uma linguagem, um modelo de discurso, um jargão muito usado pelos psicólogos, psiquiatras, sociólogos e “cientistas” das pedagogias pós-modernas . Por vezes no dialecto “cascalhês” do encantador falar da Professora Doutora Joana Amaral Dias.
Mas hoje em dia, a palavra “eduquês” passou a designar um paradigma, um corpo de ideias, sobre a pedagogia, sobre o modelo e o papel da educação das puras e angelicais criancinhas, ainda que na variante matulona.
Se o tomarmos em homologia a outros “quês” , como o “politiquês ( com a variante “autarquês”...) , o “economês”, o “consultês” e o “futebolês”, o termo “politiquês” talvez esteja então a ser mal aplicado.
Em Portugal, a Professora Doutora Ana Benavente foi, e porventura será ainda, um dos mais prestigiados pilares e farois do referido paradigma e daquelas fulgurantes e mal sucedidas teorias pedagógicas, que ainda alumiam a cultura dominante nos corredores do Ministério da Educação e, por mor disso, numa maioria das esolas portuguesas.
Aquele paradigma e corpo de ideias será mais um “ismo” do que um “ês”. Será por isso apropriado e justo passar a usar, em tal contexto, o termo “benaventismo” em substituição do já gasto e mal usado termo “eduquês”.

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