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terça-feira, abril 15, 2008

UM PAÍS DE CERIMÓNIAS

Está anunciado um novo grande hopital em Lisboa. Ainda bem. Será em Chelas, e vai chamar-se Hospital de Todos os Santos, soube ontem e li hoje pela comunicação social .
Como não podia deixar de ser, pois é isso o que a casa gasta, houve uma cerimónia de abertura do concurso para a construção do dito hospital, no interior de uma grande tenda desmontável. O Primeiro-Ministro esteve presente, juntamente com mais umas largas dezenas de pessoas, entre ministros, presidentes de câmara, vereadores, directores gerais, deputados, jornalistas, e muitas mais individualidades. Tudo somado, com um custo em recursos humanos equivalente aí a umas 300 horas de trabalho, calculo por baixo.
Daqui por uns tempos haverá outra cerimónia do estilo para celebrar e propagandear a adjudicação da obra. Custo provável da cerimónia : mais umas 3 ou 4 centenas de horas de trabalho de pessoal dirigente, habilitado, e bem pago. Que seria mais bem empregue a estudar dossiês, a dinamizar equipas, a tomar e fundamentar decisões, a reduzir as pilhas de documentos e processos acumuladas nas suas mesas de trabalho.
Passados mais uns meses, deverá ocorrer nova cerimónia, desta feita para lançamento da primeira pedra, com descerramento de um lápide, é quase certo. E por fim, lá para 2012, ao que se anuncia, lá teremos a cerimónia de inauguração, com grande festa e o incontornável descerramento de mais uma lápide.
O exemplo assim dado pelos responsáveis do Governo e da administração central, costuma ser amplamente replicado ao nível da administração local, nas mais de 3 centenas das nossas camaras municipais , como tem acontecido e costuma acontecer por aqui na Figueira da Foz.
Somos, sem dúvida, um país de muitas cerimónias e de muitas celebrações.

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