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sexta-feira, abril 18, 2008

REFLEXÕES ESPECULATIVAS...

1.
Por entre algumas elites do PSD circulava a tese de que uma redenção do partido só seria possível depois da derrocada que seguramente ia acontecer nas próximas eleições legislativas, como consequência da desastrosa liderança de Filipe Menezes e da sua assustadora equipa. Só que, elites politicamente mais perspicazes, viram o cenário que poderia acontecer. Permanecendo toda aquela equipa à frente do PSD, a próxima bancada parlamentar do PSD iria ser escolhida por Menezes e Santana Lopes. Era quase certo que, em esmagadora maioria, a bancada iria integrar figuras políticas do tipo de Mendes Bota, Rui Gomes da Silva, Pereira Coelho, Pedro Pinto, Miguel Almeida. Além de, obviamente, Filipe Menezes e Santana Lopes. No caso de, só depois da derrocada eleitoral se dar a limpeza redentora da liderança do PSD, quem então a assumisse teria de se haver com um grupo parlamentar daquele quilate e, por isso mesmo, o PSD correria o risco de continuar sem credibilidade para ser encarado pelo eleitorado como alternativa de governo. Um eventual regresso ao poder, por parte do PSD, continuaria a ser dificil em 2013, ficando adiado para as calandas.
Terá sido este raciocínio que levou Aguiar Branco, porventura em articulação mais ou menos conspirativa com outros quadros do PSD, a avançar neste momento, contestando frontalmente, e sem mais calculismos, a desacreditada liderança de Filpe Menezes.

2.
O Primeiro – Ministro deve estar a rezar ( ou a mandar rezar por ele...) a todos os santos e santas para que Filipe Menezes, impulsionado por uma “vaga de fundo” de que estará à espera, se recandidate de novo à liderança do PSD ( o que parece muito plausível..). E que, candidatando-se, ganhe. Um PSD mais ou menos renovado e liderado por Aguiar Branco, ou mesmo por Manuel Ferreira Leite ou Rui Rio, dificilmente irá conseguir obter mais votos do que o PS nas eleições legislativas do próximo ano. Mas estará ao alcance desse PSD impedir que o PS e José Sócrates obtenham de novo maioria absoluta. O que pode vir a gerar uma situação complicada quanto à governabilidade de Portugal. De especial gravidade quando se sabe que os próximos anos vão continuar a ser dificeis, e que muitas reformas necessitam de ser completadas, e outras realizadas. Em tal caso, não sei se haverá possibilidade de, nesta fase da democracia portuguesa, se arranjarem soluções governativas do tipo da União Sagrada do tempo da 1ª República, ou do tipo do actual modelo alemão .

3.
Lenine dizia, com razão, que “ a actividade política não se parece nada com a Perspektiva Nevski “.
A Perspektiva Nevski é uma ampla avenida, linear, plana e comprida de vários quilómetros, existente em S. Petersburgo.

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