<$BlogRSDUrl$>

domingo, abril 06, 2008

DESTAQUES DE LEITURAS DO FIM DE SEMANA

(...)
A Mota-Engil integra a Lusoponte, que construiu a Vasco da Gama e a administra, assim como à 25 de Abril e, tanto pela sua grandeza, como pela posição estratégica que já ocupa, terá sempre de interesse e certamente alguma participação no projecto Chelas-Barreiro. A Lusoponte é presidida por Joaquim Ferreira do Amaral, ex-ministro das Obras Públicas do PSD, e Jorge Coelho, ex-ministro do PSS da mesma pasta, vai juntar-se na Mota-Engil a um seu antigo secretário de Estado, Luís Parreirão. É o velho Bloco Central em acção ou, se preferirmos, o Portugal político e empresarial no seu pior. Cada vez pior.

( Fernando Madrinha, in Expresso do último sábado)


(...)
Ao aceitar um lugar na administração da Mota-Engil, Coelho não cometeu qualquer ilegalidade. No geral, não fez mais nem menos do que Ferreira do Amaral ou Pina Moura, os quais também – sublinhe-se – não cometeram nenhum ilícito
(...)
A verdade é que aquilo que Jorge Coelho fez não é estimável, não é bonito. É uma vergonha!
E é uma vergonha porque Jorge Coelho, um dos políticos mais marcantes dos últimos anos, dá mais uma machadada na credibilidade dos políticos.
Não saber limitar-se, não saber restringir-se, não ter um código de ética sólido e indestrutível, destrói milhões de discursos a defender a democracia. Foi essa necessidade ética da “res publica” – actuar pelo exemplo, desinteressadamente – que ele, a quem quando ministro chamaram “caterpillar”, arrasou agora sem qualquer vergonha.

(Henrique Monteiro, in Expresso do último sábado)

(...)
Há políticos quem têm qualificações profissionais acima de qualquer suspeita e há outros que só obtêm certos empregos porque foram políticos. Há profissionais que passam pela política e há políticos profissionais, mesmo quando estão nas empresas. É um círculo vicioso onde há exemplos virtuosos.

(Luís Marques, in Expresso do último sábado)


(...)
Se [o défice das contas públicas] continuar a descer, se baixar para zero por cento dentro de dois anos, se traduzir constância nas políticas financeiras e economicas e se for o resultado de uma severidade sem demagogia, é caso para dizer que melhores tempos vêm aí. Um país e um Estado sem ou com poucas dívidas são condições de progesso. A estabilidade financeira e fiscal é uma protecção aos rendimentos das famílias e um factor de promoção do investimento.
(...)
Portugal continua atrasado. Não se deve evidentemente confundir atraso com estagnação ou ausência de mudança.Não. Portugal mudou muito.Esquecemo-nos é que os outros também e, agora, mais depressa. E nem queremos saber que os outros estão a mudar melhor. Nos países de Leste, por exemplo, a educação, o património e a vida nas cidades fazem a inveja dos portugueses.

(...)
A transformação dos dirigentes socialistas em empresários de sucesso ( na banca, na energia e na construção) é apenas um epifenómeno. Mais do que uma causa, a vacuidade plastificada do primeiro-ministro é uma consequência deste atraso.
Não é razoável considerá-los culpados do atraso, nem do antigo, nem do recente. Mas é possível responsabilizá-los por não fazerem o que devem. Ou fazerem o que não devem .


( António Barreto, in PUBLICO de hoje)

This page is powered by Blogger. Isn't yours?