sexta-feira, novembro 28, 2003
O líder forte
Pode gostar-se ou detestar-se George W. Bush.
Pode ridicularizar-se o Presidente dos Estados Unidos ( uma democracia, recorde-se a alguns anti americanos obsessivos e compulsivos...) , chamando-lhe cow-boy , ignorante ou grande satã...
Sem embargo , terá de reconhecer-se que são gestos como o da sua visita à tropas americanas no Iraque , no dia de Acção de Graças , que tornam um líder forte e carismático .
Não querendo fazer comparações despropositadas , sublinho que a História faz registo de vários exemplos .
Winston Churchill ( a quem , nos anos 30 do século XX , chamavam de bêbedo ) queria à viva força pisar o solo de França , na Normandia , logo no dia seguinte ao dia D do desembarque aliado ( 6 de Junho de 1944) .
Era um gesto de excessiva temeridade . Não o deixaram concretizá-lo .
Porém , três ou quatro dias depois , Churchill , de charuto na boca , visitava as tropas britânicas, canadianas e americanas na pequena faixa do território francês( pouco mais de 10 km de largura ) conquistado ao ocupante nazi .
Napoleão , quando na frente de combate , comia da mesma comida dos seus soldados .
Alexandre recusava o cavalo para atravessar meio mundo , e caminhava como os seus soldados .
Muitos dos nossos dirigentes políticos , locais ou nacionais , assim como muitos líderes das nossas empresas ou organizações deveriam reflectir um pouco nisto, consideradas , obviamente , as adequadas proporções de escala .
Fazer com que o exemplo venha de cima para baixo , e dar evidência a tal gesto, não é populismo nem demagogia . É saber liderar .
Li algures uma sugestiva definição para líder forte :
Aquele que faz os outros quererem aquilo que ele quer
e não apenas
que os outros façam aquilo que ele pretende .
E muito menos um líder forte será aquele que faz aquilo que os outros querem que ele faça .
Pode gostar-se ou detestar-se George W. Bush.
Pode ridicularizar-se o Presidente dos Estados Unidos ( uma democracia, recorde-se a alguns anti americanos obsessivos e compulsivos...) , chamando-lhe cow-boy , ignorante ou grande satã...
Sem embargo , terá de reconhecer-se que são gestos como o da sua visita à tropas americanas no Iraque , no dia de Acção de Graças , que tornam um líder forte e carismático .
Não querendo fazer comparações despropositadas , sublinho que a História faz registo de vários exemplos .
Winston Churchill ( a quem , nos anos 30 do século XX , chamavam de bêbedo ) queria à viva força pisar o solo de França , na Normandia , logo no dia seguinte ao dia D do desembarque aliado ( 6 de Junho de 1944) .
Era um gesto de excessiva temeridade . Não o deixaram concretizá-lo .
Porém , três ou quatro dias depois , Churchill , de charuto na boca , visitava as tropas britânicas, canadianas e americanas na pequena faixa do território francês( pouco mais de 10 km de largura ) conquistado ao ocupante nazi .
Napoleão , quando na frente de combate , comia da mesma comida dos seus soldados .
Alexandre recusava o cavalo para atravessar meio mundo , e caminhava como os seus soldados .
Muitos dos nossos dirigentes políticos , locais ou nacionais , assim como muitos líderes das nossas empresas ou organizações deveriam reflectir um pouco nisto, consideradas , obviamente , as adequadas proporções de escala .
Fazer com que o exemplo venha de cima para baixo , e dar evidência a tal gesto, não é populismo nem demagogia . É saber liderar .
Li algures uma sugestiva definição para líder forte :
Aquele que faz os outros quererem aquilo que ele quer
e não apenas
que os outros façam aquilo que ele pretende .
E muito menos um líder forte será aquele que faz aquilo que os outros querem que ele faça .
quinta-feira, novembro 27, 2003
Um caso de Excelência
Também há casos de Excelência em Portugal . Felizmente !
Um deles , bem conhecido, é o da equipa de cirurgia cardio - torácica
do Prof. Manuel Antunes , dos Hospitais da Universidade de Coimbra .
Um verdadeiro exemplo de padrão de referência para efeitos de benchmarking .
Tem listas de espera da ordem das duas a três semanas .
Realizou há dias o primeiro transplante cardíaco em Coimbra .
Tem como objectivo realizar à roda de 25 por ano.
Assim não lhe faltem os recursos necessários para suportar as dificuldades logísticas que rodeiam cada operação de transplante cardíaco.
Uma ou duas horas de festas carnavalescas darão para pagar esses custos.
Para além de salvar a vida a outros tantos portugueses , o esforço servirá também para melhorar a auto estima dos portugueses em geral , e das gentes de Coimbra em particular.
Bem precisam uns e outros .
Também há casos de Excelência em Portugal . Felizmente !
Um deles , bem conhecido, é o da equipa de cirurgia cardio - torácica
do Prof. Manuel Antunes , dos Hospitais da Universidade de Coimbra .
Um verdadeiro exemplo de padrão de referência para efeitos de benchmarking .
Tem listas de espera da ordem das duas a três semanas .
Realizou há dias o primeiro transplante cardíaco em Coimbra .
Tem como objectivo realizar à roda de 25 por ano.
Assim não lhe faltem os recursos necessários para suportar as dificuldades logísticas que rodeiam cada operação de transplante cardíaco.
Uma ou duas horas de festas carnavalescas darão para pagar esses custos.
Para além de salvar a vida a outros tantos portugueses , o esforço servirá também para melhorar a auto estima dos portugueses em geral , e das gentes de Coimbra em particular.
Bem precisam uns e outros .
Mais doutores...
Desta feita tratam-se de doutores em cavalgaduras.
Portaria n.º 1313/2003. DR 275 SÉRIE I-B de 2003-11-27
Ministério da Ciência e do Ensino Superior
Altera o plano de estudos do curso de bacharelato em Produção e Utilização de Cavalos ministrado pela Escola Superior Agrária de Elvas do Instituto Politécnico de Portalegre
Desta feita tratam-se de doutores em cavalgaduras.
Portaria n.º 1313/2003. DR 275 SÉRIE I-B de 2003-11-27
Ministério da Ciência e do Ensino Superior
Altera o plano de estudos do curso de bacharelato em Produção e Utilização de Cavalos ministrado pela Escola Superior Agrária de Elvas do Instituto Politécnico de Portalegre
quarta-feira, novembro 26, 2003
O beija mão
O Primeiro Ministro foi assistir ao jogo entre o FC Porto e o Partizan.
Completamente a despropósito , dir-se-à . Nada disso .
Era preciso sossegar Pinto da Costa , não fosse ele , qual gauleiter da região
norte , pensar que o Primeiro Ministro não tinha ido à inauguração do estádio do dragão como reacção à grosseria de excluir , ostensiva e publicamente , o Presidente da Assembleia da República e o Presidente da Câmara Municipal do Porto , da lista de convidados para a inauguração do mesmo.
Por quem é!...Não senhor, Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa , nada disso .
O Primeiro Ministro não pôde comparecer , porque lamentavelmente , estava ausente na Bolívia .
Queira V.Exª estar descansado . Nunca tal desfeita seria feita a V.Exª por parte do Primeiro Ministro.
Muito respeitosamente , subscreve-se o Primeiro Ministro , muito atento e obrigado.
Chama-se a isto não ter mesmo vergonha nenhuma e colocar-se de cócoras .
Depois queixe-se , Sr. Primeiro Ministro , que é assobiado nos estádios de futebol .
O Primeiro Ministro foi assistir ao jogo entre o FC Porto e o Partizan.
Completamente a despropósito , dir-se-à . Nada disso .
Era preciso sossegar Pinto da Costa , não fosse ele , qual gauleiter da região
norte , pensar que o Primeiro Ministro não tinha ido à inauguração do estádio do dragão como reacção à grosseria de excluir , ostensiva e publicamente , o Presidente da Assembleia da República e o Presidente da Câmara Municipal do Porto , da lista de convidados para a inauguração do mesmo.
Por quem é!...Não senhor, Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa , nada disso .
O Primeiro Ministro não pôde comparecer , porque lamentavelmente , estava ausente na Bolívia .
Queira V.Exª estar descansado . Nunca tal desfeita seria feita a V.Exª por parte do Primeiro Ministro.
Muito respeitosamente , subscreve-se o Primeiro Ministro , muito atento e obrigado.
Chama-se a isto não ter mesmo vergonha nenhuma e colocar-se de cócoras .
Depois queixe-se , Sr. Primeiro Ministro , que é assobiado nos estádios de futebol .
Protocolos....
A coqueluche do momento actual é assinar protocolos .
É o que está a dar . Assinam-se protocolos por tudo e por nada .
Muitas das vezes não são mais que palavrosas listagens de piedosas intenções , em linguagem vaga e não comprometedora .
Com valor semelhante aos dos compromissos dos programas eleitorais , que como se sabe pouco valem e cada vez valem menos .
A coqueluche do momento actual é assinar protocolos .
É o que está a dar . Assinam-se protocolos por tudo e por nada .
Muitas das vezes não são mais que palavrosas listagens de piedosas intenções , em linguagem vaga e não comprometedora .
Com valor semelhante aos dos compromissos dos programas eleitorais , que como se sabe pouco valem e cada vez valem menos .
A corajosa e heróica luta dos cadeados nas portas...
A manif de ontem , em Coimbra , contra as propinas e contra a revisão de outros aspectos da vida universitária ( paridade dos estudantes no Senado e sistema de prescrições) , não reuniu , ao que parece , mais de 300 a 400 indivíduos .
No Porto , eram mais os jornalistas presentes do que manifestantes .
Em Lisboa , nem se deu por nada.
Chega assim ao fim a saga desta chamada luta estudantil .
Em contexto e clima de opereta .
De todas as lamentáveis cenas que ultimamente acompanharam este processo , retenho a da imagem , passada na comunicação social , de um Reitor da Universidade de Coimbra a sacudir água do capote , de voz titubeante , aspecto hesitante , amedrontado e complexado , quase parecendo pedir desculpa de ser Magnífico Reitor e colocar-se de cócoras perante os estudantes, na sua luta corajosa e heroica de colocarem cadeados nas portas ...
A manif de ontem , em Coimbra , contra as propinas e contra a revisão de outros aspectos da vida universitária ( paridade dos estudantes no Senado e sistema de prescrições) , não reuniu , ao que parece , mais de 300 a 400 indivíduos .
No Porto , eram mais os jornalistas presentes do que manifestantes .
Em Lisboa , nem se deu por nada.
Chega assim ao fim a saga desta chamada luta estudantil .
Em contexto e clima de opereta .
De todas as lamentáveis cenas que ultimamente acompanharam este processo , retenho a da imagem , passada na comunicação social , de um Reitor da Universidade de Coimbra a sacudir água do capote , de voz titubeante , aspecto hesitante , amedrontado e complexado , quase parecendo pedir desculpa de ser Magnífico Reitor e colocar-se de cócoras perante os estudantes, na sua luta corajosa e heroica de colocarem cadeados nas portas ...
domingo, novembro 23, 2003
Santana Lopes já em campanha eleitoral
Contrariando orientações e compromissos assumidos dentro dos órgãos dirigentes do PSD , Santana Lopes não anda agora apenas a chegar-se à frente na corrida da sua candidatura para Presidente da República .
Iniciou mesmo a sua pré-campanha eleitoral . Este fim de semana foi fazer uns comícios no Alentejo , com o pretexto de fazer mobilização partidária , na qualidade de Vice-Presidente do PSD .
Começa a haver , no seio do PSD quem se inquiete e se dê conta do perigo , como é o caso de Marques Mendes .
Na sua estratégia de populismo centrado na sua pessoa , Santana Lopes adianta propostas verdadeiramente anedóticas , como é o da criação de um Senado-Câmara Corporativa onde , pasme-se , desde já teriam assento garantido representantes dos jornalistas , e que , a concretizar-se , transformaria Portugal num caso único e arcaico entre as democracias européias .
Isto tudo depois de uma revisão constitucional , processo que o PSD deixou que Santana Lopes se apoderasse da liderança e representação partidária .
Santana Lopes sabe muito bem que todo o conjunto de propostas mais ou menos disparatadas, daquele teor , são inconsequentes e terminarão no cesto dos papeis .
Entretanto , o estar à frente do processo , por parte do PSD , dá-lhe visibilidade mediática e popularidade fácil junto de algumas tribos com influência na opinião pública , como jornalistas e artistas de teatro de revista .
É assustador imaginar como Presidente da República alguém como Santana Lopes , com tamanha habilidade populista , malabarismo político e instabilidade emocional .
O hipotético cenário tem algumas semelhanças com o fenômeno e a experiência Color de Melo , no Brasil , aqui há uma dezena de anos . Que deu para o torto , como é de recordar .
Se o cenário passar de hipotético a provável , e se Santana Lopes conseguir que o PSD o apresente como candidato ( em aliança como o seu amigo e aliado Paulo Portas ) , então será imperioso ir à Travessa do Possolo arrancar Cavaco Silva do conforto de senador da República , confrontando-o com o seu dever cívico e patriótico de avançar com uma candidatura independente para Presidente da República .
Contrariando orientações e compromissos assumidos dentro dos órgãos dirigentes do PSD , Santana Lopes não anda agora apenas a chegar-se à frente na corrida da sua candidatura para Presidente da República .
Iniciou mesmo a sua pré-campanha eleitoral . Este fim de semana foi fazer uns comícios no Alentejo , com o pretexto de fazer mobilização partidária , na qualidade de Vice-Presidente do PSD .
Começa a haver , no seio do PSD quem se inquiete e se dê conta do perigo , como é o caso de Marques Mendes .
Na sua estratégia de populismo centrado na sua pessoa , Santana Lopes adianta propostas verdadeiramente anedóticas , como é o da criação de um Senado-Câmara Corporativa onde , pasme-se , desde já teriam assento garantido representantes dos jornalistas , e que , a concretizar-se , transformaria Portugal num caso único e arcaico entre as democracias européias .
Isto tudo depois de uma revisão constitucional , processo que o PSD deixou que Santana Lopes se apoderasse da liderança e representação partidária .
Santana Lopes sabe muito bem que todo o conjunto de propostas mais ou menos disparatadas, daquele teor , são inconsequentes e terminarão no cesto dos papeis .
Entretanto , o estar à frente do processo , por parte do PSD , dá-lhe visibilidade mediática e popularidade fácil junto de algumas tribos com influência na opinião pública , como jornalistas e artistas de teatro de revista .
É assustador imaginar como Presidente da República alguém como Santana Lopes , com tamanha habilidade populista , malabarismo político e instabilidade emocional .
O hipotético cenário tem algumas semelhanças com o fenômeno e a experiência Color de Melo , no Brasil , aqui há uma dezena de anos . Que deu para o torto , como é de recordar .
Se o cenário passar de hipotético a provável , e se Santana Lopes conseguir que o PSD o apresente como candidato ( em aliança como o seu amigo e aliado Paulo Portas ) , então será imperioso ir à Travessa do Possolo arrancar Cavaco Silva do conforto de senador da República , confrontando-o com o seu dever cívico e patriótico de avançar com uma candidatura independente para Presidente da República .
A reforma das fórmulas e dos ritos
João Deus Pinheiro é o responsável pela Unidade de Missão encarregada de acompanhar e dinamizar a reforma da Administração Pública.
Em Novembro de 2001 , preferiu na Assembleia Figueirense uma interessantíssima conferência subordinada ao tema O desafio europeu e o impacto para o cidadão comum , na qual fez demonstração de uma invejável clareza de exposição e de capacidade comunicacional .
Recordo-me dele ter referido que , quando passou por um dos governos de Cavaco Silva, havia proposto , aparentemente com algum empenhamento , que no âmbito da actividade da Administração Pública se acabasse de todo com a utilização de títulos académicos tais como doutor ou engenheiro .
E reconhecia, com algum desalento , não ter tido sucesso .
Talvez possa desta feita materializar a sua antiga proposta.
Começando , por exemplo , por uma acção meramente simbólica .
Qual seja a de arranjar maneira de se acabar com a prática de utilizar fórmulas tão salazarentas e burossáuricas como Exmo Senhor e V. Exª em tudo quanto é requerimento do cidadão à Administração Pública , nacional ou local .
Ou ainda para se terminar com esta outra , ridícula e parola , de colocar o dr ou o engº , dentro de parênteses , por baixo das assinaturas do Presidente ou de um Vereador , a terminar um qualquer ofício ou Edital de uma Câmara Municipal .
Dir-se-à que são apenas fórmulas e rituais , e que a reforma da Administração Pública não se pode limitar a isso . Evidentemente que não .
Dir-se-à que são a cultura , o sistema e as mentalidades que criam as fórmulas e os rituais e nunca o contrário .
Nisto não estarei de acordo .
Existe muitas e muitas vezes , entre conteúdo e forma , uma relação de interacção dialética , fazendo com que um influencia e/ou condiciona o desenvolvimento do outro , e vice versa .
Há muito que em Espanha se abandonou , no dia a dia das relações entre as pessoas , o uso das velhas fórmulas de tratamento da Castela profunda e senhorial , retomadas pelo fascismo franquista .
Já ninguém é designado por Dom e , entre os espanhóis com menos de 40
anos , já toda a gente se trata por tu .
Não terá sido só por isso que o país nosso vizinho se tenha tornado a 3ª ou 4ª potência económica europeia . Mas isso também terá sido um valioso contributo
João Deus Pinheiro é o responsável pela Unidade de Missão encarregada de acompanhar e dinamizar a reforma da Administração Pública.
Em Novembro de 2001 , preferiu na Assembleia Figueirense uma interessantíssima conferência subordinada ao tema O desafio europeu e o impacto para o cidadão comum , na qual fez demonstração de uma invejável clareza de exposição e de capacidade comunicacional .
Recordo-me dele ter referido que , quando passou por um dos governos de Cavaco Silva, havia proposto , aparentemente com algum empenhamento , que no âmbito da actividade da Administração Pública se acabasse de todo com a utilização de títulos académicos tais como doutor ou engenheiro .
E reconhecia, com algum desalento , não ter tido sucesso .
Talvez possa desta feita materializar a sua antiga proposta.
Começando , por exemplo , por uma acção meramente simbólica .
Qual seja a de arranjar maneira de se acabar com a prática de utilizar fórmulas tão salazarentas e burossáuricas como Exmo Senhor e V. Exª em tudo quanto é requerimento do cidadão à Administração Pública , nacional ou local .
Ou ainda para se terminar com esta outra , ridícula e parola , de colocar o dr ou o engº , dentro de parênteses , por baixo das assinaturas do Presidente ou de um Vereador , a terminar um qualquer ofício ou Edital de uma Câmara Municipal .
Dir-se-à que são apenas fórmulas e rituais , e que a reforma da Administração Pública não se pode limitar a isso . Evidentemente que não .
Dir-se-à que são a cultura , o sistema e as mentalidades que criam as fórmulas e os rituais e nunca o contrário .
Nisto não estarei de acordo .
Existe muitas e muitas vezes , entre conteúdo e forma , uma relação de interacção dialética , fazendo com que um influencia e/ou condiciona o desenvolvimento do outro , e vice versa .
Há muito que em Espanha se abandonou , no dia a dia das relações entre as pessoas , o uso das velhas fórmulas de tratamento da Castela profunda e senhorial , retomadas pelo fascismo franquista .
Já ninguém é designado por Dom e , entre os espanhóis com menos de 40
anos , já toda a gente se trata por tu .
Não terá sido só por isso que o país nosso vizinho se tenha tornado a 3ª ou 4ª potência económica europeia . Mas isso também terá sido um valioso contributo
Arcas encoiradas...
CONVITE
O Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz , Dr. Pedro Santana Lopes , tem a honra de convidar V.Exª a assistir à Apresentação do Anteprojecto do Centro de Congressos da Figueira da Foz , pelo seu autor Sr. Arqº Ricardo Bofill , que irá ter lugar no início da Sessão da Assembleia Municipal do próximo dia 28 de Setembro de 2001 , pelas 16 horas, no Salão Nobre do Edifício dos Paços do Concelho .
CONVITE
O Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz , Dr. Pedro Santana Lopes , tem a honra de convidar V.Exª a assistir à Apresentação do Anteprojecto do Centro de Congressos da Figueira da Foz , pelo seu autor Sr. Arqº Ricardo Bofill , que irá ter lugar no início da Sessão da Assembleia Municipal do próximo dia 28 de Setembro de 2001 , pelas 16 horas, no Salão Nobre do Edifício dos Paços do Concelho .
sexta-feira, novembro 21, 2003
A explicação do terrorismo
Confesso que não posso deixar de ter um sentimento de repugnância ao ouvir alguns comentadores travestidos de homens de esquerda .
Como é possível , perante a manifestação de barbárie que hoje atingiu Istambul , aparecerem imbecis a relativizar e a explicar os fenómenos do fundamentalismo islâmico e do terrorismo ?
Quase me assalta a tentação de desejar que um dia um familiar chegado ( a esposa, os filhos...) dessa gente seja atingido por um acto de barbárie terrorista . Decerto que lhes passava o charme discreto da esquerda de caviar e a vontade de relativizar ...
Para esses cavalheiros , a ETA não é um bando terrorista , mas sim uma organização de separatistas bascos .
Para esses cavalheiros , o culpado dos atentados de hoje em Istambel é de Tony Blair . Não tinha nada que convidar o Bush a visitar a Inglaterra . Se o não tivesse convidado , os movimentos islâmicos radicais não teriam assassinado aquelas três dezenas de pessoas .
É a lógica do mais repugnante e do mais animalesco nacional socialismo germânico , derrotado em 1945 , felizmente . Mas que parece estar a ganhar um novo alento , por muito que esses travestis - comentadores queiram disfarçar .
Confesso que não posso deixar de ter um sentimento de repugnância ao ouvir alguns comentadores travestidos de homens de esquerda .
Como é possível , perante a manifestação de barbárie que hoje atingiu Istambul , aparecerem imbecis a relativizar e a explicar os fenómenos do fundamentalismo islâmico e do terrorismo ?
Quase me assalta a tentação de desejar que um dia um familiar chegado ( a esposa, os filhos...) dessa gente seja atingido por um acto de barbárie terrorista . Decerto que lhes passava o charme discreto da esquerda de caviar e a vontade de relativizar ...
Para esses cavalheiros , a ETA não é um bando terrorista , mas sim uma organização de separatistas bascos .
Para esses cavalheiros , o culpado dos atentados de hoje em Istambel é de Tony Blair . Não tinha nada que convidar o Bush a visitar a Inglaterra . Se o não tivesse convidado , os movimentos islâmicos radicais não teriam assassinado aquelas três dezenas de pessoas .
É a lógica do mais repugnante e do mais animalesco nacional socialismo germânico , derrotado em 1945 , felizmente . Mas que parece estar a ganhar um novo alento , por muito que esses travestis - comentadores queiram disfarçar .
As avenças...
Os Vereadores não executivos da Câmara Municipal da Figueira da Foz pediram finalmente informações sobre os contratos de avença vigentes nos serviços municipais .
Têm toda a legitimidade para o fazer , e espero que as informações requeridas cheguem também ao conhecimento de todos os munícipes . Em nome do princípio da transparência da administração pública , cuja aplicação nem sempre agrada aos políticos que dela são responsáveis . É uma chatice , mas tem de ser assim mesmo .
Todavia , mais interessante será depois avaliar se a presente situação dos contratos de avença , na sua globalidade , traduz um agravamento ou uma melhoria relativamente a Janeiro de 2002 , quando o actual elenco camarário iniciou o seu mandato .
Por aquela altura havia nos serviços municipais dependentes directamente da Câmara Municipal , um total de 32 contratos de prestação de serviços (avenças) , representando uma despesa mensal de 5400 contos .
Havia algumas avenças com justificações um tanto esotéricas e não menos anedóticas .
Vejam-se dois exemplos.
Numa delas , o feliz contratado auferia , já desde Abril de 1999 , a módica quantia de 350 contos por mês aparentemente pela tarefa de
assessoria , coordenação e acompanhamento de estudo prévio e plano director de desenvolvimento do projecto do aeródromo Municipal da Figueira da Foz
Num outro , o feliz contratado cobrava , desde Dezembro de 2000 , nada menos que 276 contos por mês pela fantástica e virtual tarefa de
levantamento dos terrenos municipais localizados no Concelho da Figueira da Foz , respectiva identificação e delimitação para posterior inventariação por parte dos serviços municipais , bem como a colaboração e apoio técnico a prestar às freguesias do Concelho nesta mesma área .
Ao que foi prometido , o Presidente da Câmara irá disponibilizar os elementos requeridos .
Aguardemos então , para comparar e para um mais fundamentado juízo político .
Os Vereadores não executivos da Câmara Municipal da Figueira da Foz pediram finalmente informações sobre os contratos de avença vigentes nos serviços municipais .
Têm toda a legitimidade para o fazer , e espero que as informações requeridas cheguem também ao conhecimento de todos os munícipes . Em nome do princípio da transparência da administração pública , cuja aplicação nem sempre agrada aos políticos que dela são responsáveis . É uma chatice , mas tem de ser assim mesmo .
Todavia , mais interessante será depois avaliar se a presente situação dos contratos de avença , na sua globalidade , traduz um agravamento ou uma melhoria relativamente a Janeiro de 2002 , quando o actual elenco camarário iniciou o seu mandato .
Por aquela altura havia nos serviços municipais dependentes directamente da Câmara Municipal , um total de 32 contratos de prestação de serviços (avenças) , representando uma despesa mensal de 5400 contos .
Havia algumas avenças com justificações um tanto esotéricas e não menos anedóticas .
Vejam-se dois exemplos.
Numa delas , o feliz contratado auferia , já desde Abril de 1999 , a módica quantia de 350 contos por mês aparentemente pela tarefa de
assessoria , coordenação e acompanhamento de estudo prévio e plano director de desenvolvimento do projecto do aeródromo Municipal da Figueira da Foz
Num outro , o feliz contratado cobrava , desde Dezembro de 2000 , nada menos que 276 contos por mês pela fantástica e virtual tarefa de
levantamento dos terrenos municipais localizados no Concelho da Figueira da Foz , respectiva identificação e delimitação para posterior inventariação por parte dos serviços municipais , bem como a colaboração e apoio técnico a prestar às freguesias do Concelho nesta mesma área .
Ao que foi prometido , o Presidente da Câmara irá disponibilizar os elementos requeridos .
Aguardemos então , para comparar e para um mais fundamentado juízo político .
quarta-feira, novembro 19, 2003
Rapaziadas à portuguesa
As explicações dadas pelo treinador da selecção nacional de futebol de sub-21 , ao tentar desculpar o indesculpável , são simplesmente patéticas .
Devia ter vergonha .
A Federação deveria de imediato despedi-lo com justíssima causa .
As explicações dadas pelo treinador da selecção nacional de futebol de sub-21 , ao tentar desculpar o indesculpável , são simplesmente patéticas .
Devia ter vergonha .
A Federação deveria de imediato despedi-lo com justíssima causa .
Derrocada política... de quem?...
Quando li a noticia na figueira.net , nem queria acreditar na transcrição feita de uma notícia do Correio da Figueira .
O Presidente da Comissão Concelhia do PSD , José Elíseo , augura a Duarte Silva uma derrocada política para 2005 , num comunicado emitido pela dia CC !!
Como era possível?
Por isso fui comprar aquele semanário local .
E lá vinha , efectivamente , a incrível declaração .
Ora senão vejamos . Leia-se e dividam-se as orações , e confirme-se se lá se escreve ou não que Vitor Cunha
...se deixe de inventar factos políticos , de chicana e demagogia política e que colabore com o Presidente da Câmara , homem sério , honesto e competente , que está a dar o litro para resolver os problemas do nosso Concelho e melhorar a qualidade da vida dos figueirenses e talvez assim vá a tempo de, no mínimo , atenuar a derrocada política que lhe auguro para 2005 .
O lhe assim perdido , no final de uma frase tão extensa , deve referir-se ao último sujeito nomeado. Ou não seria assim?
Só que , depois, fui também ler a notícia sobre o mesmo assunto no
Diário As Beiras . E neste órgão da imprensa regional a transcrição do comunicado é bastante diferente , nela constando , referindo-se também a
Vítor Cunha ,
...que se deixe de inventar factos políticos e demagogia e colabore com o Presidente da Câmara na resolução dos problemas do Concelho , e , assim , talvez ainda vá a tempo de atenuar a derrocada política que lhe auguramos para 2005 .
E aqui, a derrocada augurada é , sem dúvida , não a do actual Presidente da Câmara , mas a de Vítor Cunha .
Qual será afinal a transcrição fiel do comunicado ?
Fica o mistério .
Quando li a noticia na figueira.net , nem queria acreditar na transcrição feita de uma notícia do Correio da Figueira .
O Presidente da Comissão Concelhia do PSD , José Elíseo , augura a Duarte Silva uma derrocada política para 2005 , num comunicado emitido pela dia CC !!
Como era possível?
Por isso fui comprar aquele semanário local .
E lá vinha , efectivamente , a incrível declaração .
Ora senão vejamos . Leia-se e dividam-se as orações , e confirme-se se lá se escreve ou não que Vitor Cunha
...se deixe de inventar factos políticos , de chicana e demagogia política e que colabore com o Presidente da Câmara , homem sério , honesto e competente , que está a dar o litro para resolver os problemas do nosso Concelho e melhorar a qualidade da vida dos figueirenses e talvez assim vá a tempo de, no mínimo , atenuar a derrocada política que lhe auguro para 2005 .
O lhe assim perdido , no final de uma frase tão extensa , deve referir-se ao último sujeito nomeado. Ou não seria assim?
Só que , depois, fui também ler a notícia sobre o mesmo assunto no
Diário As Beiras . E neste órgão da imprensa regional a transcrição do comunicado é bastante diferente , nela constando , referindo-se também a
Vítor Cunha ,
...que se deixe de inventar factos políticos e demagogia e colabore com o Presidente da Câmara na resolução dos problemas do Concelho , e , assim , talvez ainda vá a tempo de atenuar a derrocada política que lhe auguramos para 2005 .
E aqui, a derrocada augurada é , sem dúvida , não a do actual Presidente da Câmara , mas a de Vítor Cunha .
Qual será afinal a transcrição fiel do comunicado ?
Fica o mistério .
Coisas de rapazes...ou a má representação de Portugal
A Federação Portuguesa de Futebol não deverá , a meu ver , esperar pela sanção da UEFA , como consequência do selvagem comportamento dos jovens jogadores portugueses nos balneário do estádio em França .
Em defesa do bom nome de Portugal, deverá pura e simplesmente castigar a equipa de futebol de sub-21 , não a deixando ir representar Portugal ao campeonato europeu . Ou seja , cancelando a sua participação .
A Federação Portuguesa de Futebol não deverá , a meu ver , esperar pela sanção da UEFA , como consequência do selvagem comportamento dos jovens jogadores portugueses nos balneário do estádio em França .
Em defesa do bom nome de Portugal, deverá pura e simplesmente castigar a equipa de futebol de sub-21 , não a deixando ir representar Portugal ao campeonato europeu . Ou seja , cancelando a sua participação .
A situação na Universidade de Coimbra
Aleluia!... Finalmente fez-se ouvir uma voz inteligente e corajosa de um Professor da Universidade de Coimbra , sobre a lamentável situação de irresponsabilidade e infantilismo que ali se vive .
E que é fomentada por essa ambiciosa figura de intelectual e de democrata , com ar de bétinho , o Vitor Sequeira , que fala com o estilo e o timbre de um jogador de futebol , sem ofensa para os jogadores de futebol .
Foi o Prof. Carlos Reis , na SIC Notícias desta noite .
Os actuais estudantes da Universidade de Coimbra que se cuidem .
Como o Prof Carlos Reis sublinhou , a cotação dos futuros licenciados no mercado de trabalho corre o sério risco de diminuir muito, com a imagem que se está a criar da Universidade de Coimbra na opinião pública.
Aleluia!... Finalmente fez-se ouvir uma voz inteligente e corajosa de um Professor da Universidade de Coimbra , sobre a lamentável situação de irresponsabilidade e infantilismo que ali se vive .
E que é fomentada por essa ambiciosa figura de intelectual e de democrata , com ar de bétinho , o Vitor Sequeira , que fala com o estilo e o timbre de um jogador de futebol , sem ofensa para os jogadores de futebol .
Foi o Prof. Carlos Reis , na SIC Notícias desta noite .
Os actuais estudantes da Universidade de Coimbra que se cuidem .
Como o Prof Carlos Reis sublinhou , a cotação dos futuros licenciados no mercado de trabalho corre o sério risco de diminuir muito, com a imagem que se está a criar da Universidade de Coimbra na opinião pública.
terça-feira, novembro 18, 2003
Leituras do Diário da República...
Portaria n.º 1280/2003. DR 261 SÉRIE I-B de 2003-11-11
Ministério da Ciência e do Ensino Superior
Altera o plano de estudos do curso de bacharelato em Fotografia ministrado pela Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Tomar.
Portaria n.º 1262/2003. DR 256 SÉRIE I-B de 2003-11-05
Ministério da Ciência e do Ensino Superior
Autoriza o Instituto Superior da Maia a conferir o grau de mestre na especialidade de Sexologia.
Portaria n.º 1267/2003. DR 256 SÉRIE I-B de 2003-11-05
Ministério da Ciência e do Ensino Superior
Aprova o plano de estudos do curso de bacharelato em Gestão de Espaços Verdes da Escola Superior Agrária de Elvas, do Instituto Politécnico de Portalegre.
É só doutores....
Portaria n.º 1280/2003. DR 261 SÉRIE I-B de 2003-11-11
Ministério da Ciência e do Ensino Superior
Altera o plano de estudos do curso de bacharelato em Fotografia ministrado pela Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Tomar.
Portaria n.º 1262/2003. DR 256 SÉRIE I-B de 2003-11-05
Ministério da Ciência e do Ensino Superior
Autoriza o Instituto Superior da Maia a conferir o grau de mestre na especialidade de Sexologia.
Portaria n.º 1267/2003. DR 256 SÉRIE I-B de 2003-11-05
Ministério da Ciência e do Ensino Superior
Aprova o plano de estudos do curso de bacharelato em Gestão de Espaços Verdes da Escola Superior Agrária de Elvas, do Instituto Politécnico de Portalegre.
É só doutores....
domingo, novembro 16, 2003
O Orçamento Municipal
Segundo reza a Lei , no mês de Novembro deve ser apresentado e aprovado o orçamento municipal para o ano seguinte .
Será pois a altura de fazer contas. E como estas são de todos nós , cidadãos figueirenses , representados na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal , aguardo com expectativa a proposta de orçamento para 2004 .
Espera-se que aqueles dois órgão municipais , e todos os seus membros , possam apreciar a proposta apresentada ( e eventualmente aprova-la )dispondo de todos os elementos numéricos indispensáveis para uma deliberação fundamentada .
Mandam as boas práticas que , ao iniciar-se a elaboração de um orçamento
( municipal ou de outra escala ) se comece pelo lado das receitas estimadas , prestando obediência ao chamado princípio da prudência : as receitas devem ser realizáveis num cenário conservador , ou pelo menos moderado .
Enfim, admite-se um certo coeficiente de ambição , sem todavia ser atingido o nível da fantasia ou da esquizofrenia...
No entanto , acontece muitas vezes , sobretudo na gestão autárquica indígena , que se começa pelo lado das despesas.
Ou seja . Apura-se quanto se precisa , quanto custariam as promessas feitas , as expectativas criadas e os compromissos assumidos ( tantas vezes no calor de um comício ou de uma festa , ou à sobremesa de um bom jantar...) , soma-se tudo , e aí se tem uma verba , às vezes bem gorda .
Depois, vai-se ao lado das receitas, e vá de se lançar umas estimativas mais ou menos fantasiosas , por forma a que a soma das receitas bata certo com a das despesas anteriormente calculada .
Se , no decorrer da execução orçamental , não se confirmarem todas ou algumas das fantasiosas estimativas eventualmente feitas , acontece com frequência uma de duas coisas : uma situação de tesouraria muito tensa, com sempre eminente perigo de rotura , ou o avolumar das dívidas aos fornecedores .
Ou seja, neste último caso, o aumento do comportamento caloteiro do Município .
E assim sendo , os problemas , as preocupações e os constrangimentos dos responsáveis pelo Município são transferidos para o exercício seguinte .
E , de exercício em exercício, aqueles problemas , preocupações e constrangimentos transferem-se para o próximo mandato , ou para quem depois vier , e que se desenrasque.
Entendo por isso que para a Câmara Municipal e/ou a Assembleia Municipal poderem fazer uma prudente , conscenciosa e fundamentada apreciação de uma proposta de orçamento municipal , deverão exigir , ao executivo da Câmara Municipal , a indicação detalhada da execução orçamental , pelo menos e sobretudo do lado das receitas , até final de Outubro do ano em curso .
Tais elementos não são difíceis de compilar e apresentar , pois a gestão orçamental das receitas é basicamente uma gestão de fluxos de tesouraria .
E seria um saudável exercício de transparência .
Segundo reza a Lei , no mês de Novembro deve ser apresentado e aprovado o orçamento municipal para o ano seguinte .
Será pois a altura de fazer contas. E como estas são de todos nós , cidadãos figueirenses , representados na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal , aguardo com expectativa a proposta de orçamento para 2004 .
Espera-se que aqueles dois órgão municipais , e todos os seus membros , possam apreciar a proposta apresentada ( e eventualmente aprova-la )dispondo de todos os elementos numéricos indispensáveis para uma deliberação fundamentada .
Mandam as boas práticas que , ao iniciar-se a elaboração de um orçamento
( municipal ou de outra escala ) se comece pelo lado das receitas estimadas , prestando obediência ao chamado princípio da prudência : as receitas devem ser realizáveis num cenário conservador , ou pelo menos moderado .
Enfim, admite-se um certo coeficiente de ambição , sem todavia ser atingido o nível da fantasia ou da esquizofrenia...
No entanto , acontece muitas vezes , sobretudo na gestão autárquica indígena , que se começa pelo lado das despesas.
Ou seja . Apura-se quanto se precisa , quanto custariam as promessas feitas , as expectativas criadas e os compromissos assumidos ( tantas vezes no calor de um comício ou de uma festa , ou à sobremesa de um bom jantar...) , soma-se tudo , e aí se tem uma verba , às vezes bem gorda .
Depois, vai-se ao lado das receitas, e vá de se lançar umas estimativas mais ou menos fantasiosas , por forma a que a soma das receitas bata certo com a das despesas anteriormente calculada .
Se , no decorrer da execução orçamental , não se confirmarem todas ou algumas das fantasiosas estimativas eventualmente feitas , acontece com frequência uma de duas coisas : uma situação de tesouraria muito tensa, com sempre eminente perigo de rotura , ou o avolumar das dívidas aos fornecedores .
Ou seja, neste último caso, o aumento do comportamento caloteiro do Município .
E assim sendo , os problemas , as preocupações e os constrangimentos dos responsáveis pelo Município são transferidos para o exercício seguinte .
E , de exercício em exercício, aqueles problemas , preocupações e constrangimentos transferem-se para o próximo mandato , ou para quem depois vier , e que se desenrasque.
Entendo por isso que para a Câmara Municipal e/ou a Assembleia Municipal poderem fazer uma prudente , conscenciosa e fundamentada apreciação de uma proposta de orçamento municipal , deverão exigir , ao executivo da Câmara Municipal , a indicação detalhada da execução orçamental , pelo menos e sobretudo do lado das receitas , até final de Outubro do ano em curso .
Tais elementos não são difíceis de compilar e apresentar , pois a gestão orçamental das receitas é basicamente uma gestão de fluxos de tesouraria .
E seria um saudável exercício de transparência .
Um avião à disposição
Entrevistada pela sua empresa de televisão , a jornalista da SIC que foi ferida numa perna no Iraque mencionou que o Governo português tinha colocado
à disposição um avião do INEM para a ir buscar ao Koweit .
Imagino que a SIC , ou uma companhia seguradora irá pagar a elevada despesa com esta deslocação do avião para trazer de volta a jornalista .
Ou não irá ser assim? Nem me passa pela cabeça que o avião tenha sido mesmo colocado à disposição no sentido literal da expressão .
É que se foi, já irei viajar mais descansado para a Jordânia ou para o Dubai nas férias do próximo ano .
Se tiver um acidente , fôr agredido, ou outra coisa má me acontecer, poderei contar com a ajuda do Governo para me pagar o regresso são e salvo à terra pátria .
Entrevistada pela sua empresa de televisão , a jornalista da SIC que foi ferida numa perna no Iraque mencionou que o Governo português tinha colocado
à disposição um avião do INEM para a ir buscar ao Koweit .
Imagino que a SIC , ou uma companhia seguradora irá pagar a elevada despesa com esta deslocação do avião para trazer de volta a jornalista .
Ou não irá ser assim? Nem me passa pela cabeça que o avião tenha sido mesmo colocado à disposição no sentido literal da expressão .
É que se foi, já irei viajar mais descansado para a Jordânia ou para o Dubai nas férias do próximo ano .
Se tiver um acidente , fôr agredido, ou outra coisa má me acontecer, poderei contar com a ajuda do Governo para me pagar o regresso são e salvo à terra pátria .
terça-feira, novembro 11, 2003
Cuidadinho, cuidadinho...
O conhecido político Pereira Coelho , num inflamado discurso proferido no passado fim de semana em Santana , mandou um sério ralhete á imprensa local e regional , censurando-a pelo seu desempenho na cobertura informativa dos recentes casos políticos ocorridos na Câmara Municipal da Figueira da Foz.
A imprensa local e regional que se cuide . Não arrepie caminho, não tenha juizinho e não se porte bem , e ainda fica sem editais , avisos e publicidade da autarquia local e de orgãos do governo regional actualmente com muito poder .
E depois quero ver como se aguenta financeiramente...
O conhecido político Pereira Coelho , num inflamado discurso proferido no passado fim de semana em Santana , mandou um sério ralhete á imprensa local e regional , censurando-a pelo seu desempenho na cobertura informativa dos recentes casos políticos ocorridos na Câmara Municipal da Figueira da Foz.
A imprensa local e regional que se cuide . Não arrepie caminho, não tenha juizinho e não se porte bem , e ainda fica sem editais , avisos e publicidade da autarquia local e de orgãos do governo regional actualmente com muito poder .
E depois quero ver como se aguenta financeiramente...
segunda-feira, novembro 10, 2003
O sentido das proporções...
A realização da cimeira ibérica foi , sem quaisquer margem para dúvida , uma coisa boa para Figueira .
Os hoteis estiveram de lotação esgotada . A cidade foi visitada por muitas dezenas de jornalistas , nacionais e espanhois. As televisões passaram imagens , as rádios falaram e os jornais escreveram sobre a Figueira . Tudo isto tem óbviamente valor publicitário .
Dando de barato que o facto dela ter tido lugar na Figueira se deveu à eventual capacidade de lobbying e de influência política do Presidente da Câmara sobre os orgãos de governo nacional , será justo remeter-lhe o devido crédito político .
O espectacular evento terá também servido como uma espécie de massagem ao seu ego e à sua vaidade pessoal , de que talvez andasse necessitado .
Convirá no entanto não exagerar . A Figueira não passa a ser outra depois da cimeira . Nem esta lhe veio abrir um radioso horizonte de projecção internacional , de progresso e de felicidade .
Desde logo, o relevo que a imprensa nacional espanhola deu à cimeira foi bastante reduzido . O nome da Figueira aparece , quando muito , aqui e além mencionado , embebido e algo perdido no seio dos textos das notícias . E quase o mesmo se pode verificar na imprensa portuguesa. Nesta , como é natural , muito maior relevo foi dado aos anunciados ( e algo mirabolantes ) planos de não sei quantas ligações ferroviárias a Espanha , lá para daqui a quase duas décadas ...
A presença de Figo , há uns anos , no stand da Figueira da Foz numa feira de turismo de Madrid ( uma hábil iniciativa de Santana Lopes , reconheça-se...) teve seguramente mais impacte promocional do que a cimeira .
Depois, recorde-se que cimeiras ibéricas já tiveram lugar em terras tão pacatas como Elvas , Cáceres ou Ciudad Rodrigo .
E não consta que estas cidades tenham , por esse facto , sido posteriormente bafejadas com formidáveis surtos de progresso ou com inundações de turistas .
Importa por isso manter o sentido das proporções .
Os créditos da política espectáculo não podem sobrepor-se aos débitos dos desempenhos e das execuções das coisas, das obras e das melhorias verdadeiramente substantivas .
A realização da cimeira ibérica foi , sem quaisquer margem para dúvida , uma coisa boa para Figueira .
Os hoteis estiveram de lotação esgotada . A cidade foi visitada por muitas dezenas de jornalistas , nacionais e espanhois. As televisões passaram imagens , as rádios falaram e os jornais escreveram sobre a Figueira . Tudo isto tem óbviamente valor publicitário .
Dando de barato que o facto dela ter tido lugar na Figueira se deveu à eventual capacidade de lobbying e de influência política do Presidente da Câmara sobre os orgãos de governo nacional , será justo remeter-lhe o devido crédito político .
O espectacular evento terá também servido como uma espécie de massagem ao seu ego e à sua vaidade pessoal , de que talvez andasse necessitado .
Convirá no entanto não exagerar . A Figueira não passa a ser outra depois da cimeira . Nem esta lhe veio abrir um radioso horizonte de projecção internacional , de progresso e de felicidade .
Desde logo, o relevo que a imprensa nacional espanhola deu à cimeira foi bastante reduzido . O nome da Figueira aparece , quando muito , aqui e além mencionado , embebido e algo perdido no seio dos textos das notícias . E quase o mesmo se pode verificar na imprensa portuguesa. Nesta , como é natural , muito maior relevo foi dado aos anunciados ( e algo mirabolantes ) planos de não sei quantas ligações ferroviárias a Espanha , lá para daqui a quase duas décadas ...
A presença de Figo , há uns anos , no stand da Figueira da Foz numa feira de turismo de Madrid ( uma hábil iniciativa de Santana Lopes , reconheça-se...) teve seguramente mais impacte promocional do que a cimeira .
Depois, recorde-se que cimeiras ibéricas já tiveram lugar em terras tão pacatas como Elvas , Cáceres ou Ciudad Rodrigo .
E não consta que estas cidades tenham , por esse facto , sido posteriormente bafejadas com formidáveis surtos de progresso ou com inundações de turistas .
Importa por isso manter o sentido das proporções .
Os créditos da política espectáculo não podem sobrepor-se aos débitos dos desempenhos e das execuções das coisas, das obras e das melhorias verdadeiramente substantivas .
domingo, novembro 09, 2003
Méritos alheios
Segundo li na imprensa regional , o Presidente da Câmara da Figueira da Foz
terá há dias mencionado , como exemplos de obras realizadas ou em realização durante o seu mandato , os casos do estudo para o prolongamento do molhe norte, do reforço dos postos de atracação na marina , da linha regular de contentores , e do “Portinho” da Gala .
Ora , que se saiba , nem aqueles investimentos são realizados com verbas municipais , nem as referidas obras/projectos são da responsabilidade da Câmara Municipal , nem as competências dos Municípios foram alargados para abranger uns e outros . E não é bonito alguém apropriar-se de méritos alheios .
Além do mais , é uma esperteza perigosa.
De facto, se o Presidente da Câmara reivindica para si o mérito e a responsabilidade pela realização das referidas obras/projectos , então também terá de assumir responsabilidades pela não realização de muitas outras , como por exemplo a remodelação da ponte dos arcos ou a variante de Tavarede à EN 109 , constituídas como promessas eleitorais durante a sua campanha eleitoral autárquica de Dezembro de 2001 .
Segundo li na imprensa regional , o Presidente da Câmara da Figueira da Foz
terá há dias mencionado , como exemplos de obras realizadas ou em realização durante o seu mandato , os casos do estudo para o prolongamento do molhe norte, do reforço dos postos de atracação na marina , da linha regular de contentores , e do “Portinho” da Gala .
Ora , que se saiba , nem aqueles investimentos são realizados com verbas municipais , nem as referidas obras/projectos são da responsabilidade da Câmara Municipal , nem as competências dos Municípios foram alargados para abranger uns e outros . E não é bonito alguém apropriar-se de méritos alheios .
Além do mais , é uma esperteza perigosa.
De facto, se o Presidente da Câmara reivindica para si o mérito e a responsabilidade pela realização das referidas obras/projectos , então também terá de assumir responsabilidades pela não realização de muitas outras , como por exemplo a remodelação da ponte dos arcos ou a variante de Tavarede à EN 109 , constituídas como promessas eleitorais durante a sua campanha eleitoral autárquica de Dezembro de 2001 .
sexta-feira, novembro 07, 2003
Os autarcas e o futebol
Passei ontem os olhos distraídos pela transmissão televisiva do jogo de futebol entre o Benfica e uma equipa norueguesa , possivelmente mais ou menos amadora , de que nem fixei o nome.
Houve uma novidade . O jogo foi comentado em directo por Fernando Seara , Presidente da Câmara de Sintra .
Ora bem . Se a moda pega , um destes dias vamos ver e ouvir Santana Lopes a comentar um jogo do Sporting , Mesquita Machado a comentar um do Braga , Valentim Loureiro a comentar um do Boavista , Carlos Encarnação a comentar um da Académica e até Duarte Silva a comentar um jogo da Naval...
Assim vai indo a boa “convivência” entre o mundo do futebol e o mundo da política, sobretudo autárquica . O pessoal gosta e acha bem.
Não estou a imaginar, no entanto, Rui Rio a comentar um jogo do Efe Ce Pê .
Pinto Costa passava-se...Eu também.
Mas o Presidente da Câmara do Porto já tem dados provas bastantes para me alimentar a esperança de que tal nunca venha de facto a suceder .
Passei ontem os olhos distraídos pela transmissão televisiva do jogo de futebol entre o Benfica e uma equipa norueguesa , possivelmente mais ou menos amadora , de que nem fixei o nome.
Houve uma novidade . O jogo foi comentado em directo por Fernando Seara , Presidente da Câmara de Sintra .
Ora bem . Se a moda pega , um destes dias vamos ver e ouvir Santana Lopes a comentar um jogo do Sporting , Mesquita Machado a comentar um do Braga , Valentim Loureiro a comentar um do Boavista , Carlos Encarnação a comentar um da Académica e até Duarte Silva a comentar um jogo da Naval...
Assim vai indo a boa “convivência” entre o mundo do futebol e o mundo da política, sobretudo autárquica . O pessoal gosta e acha bem.
Não estou a imaginar, no entanto, Rui Rio a comentar um jogo do Efe Ce Pê .
Pinto Costa passava-se...Eu também.
Mas o Presidente da Câmara do Porto já tem dados provas bastantes para me alimentar a esperança de que tal nunca venha de facto a suceder .
terça-feira, novembro 04, 2003
A conferência de imprensa …
A Figueira da Foz está de novo no mapa , a julgar pelo volume noticioso e pela atenção que lhe têm sido dedicados , nas últimas semanas , pelos orgãos da comunicação social , escrita , falada e televisiva .
A conferência de imprensa convocada pelo Presidente da Câmara para o final da manhã de hoje , afinal virou sessão de esclarecimento , se não mesmo comício .
O que não me parece o mais prudente , nos tempos que correm de muita perturbação no executivo camarário .
O salão nobre dos Paços do Concelho estava repleto , com muito pessoal dos serviços camarários , autarcas das Juntas de Freguesia e militantes do PSD . E uma dezena de jornalistas , nem tanto .
Uma grande curiosidade assalta o meu espírito : estaria presente a totalidade dos vereadores executivos da Câmara Municipal ?
Um contexto daquela natureza , proporcionando uma atmosfera com algum calor e tensão , não é decerto o mais apropriado para o exercício de um jornalismo sereno, livre e isento dos constrangimentos que sempre existem na dependência entre a imprensa local e o poder autárquico local .
Parece-me ,assim , que à Câmara Municipal interessaria que os jornalistas presentes pudessem formular todas as perguntas que entendessem fazer , por muito incómodas que pudessem ser, sem que ficasse a pairar a dúvida quanto à existência de qualquer constrangimento daquele tipo .
Teria sido essa a melhor e mais transparente forma de esclarecer todas as dúvidas e desfazer todos os possíveis equívocos .
Já tive oportunidade de ler o texto da declaração do Presidente da Câmara , com que foi aberta a conferência de imprensa / sessão de esclarecimento .
Fico agora na expectativa de conhecer quais foram as perguntas que os jornalistas , sobretudo os da imprensa local , colocaram ao Presidente da Câmara .
E , obviamente , também as suas respostas .
A Figueira da Foz está de novo no mapa , a julgar pelo volume noticioso e pela atenção que lhe têm sido dedicados , nas últimas semanas , pelos orgãos da comunicação social , escrita , falada e televisiva .
A conferência de imprensa convocada pelo Presidente da Câmara para o final da manhã de hoje , afinal virou sessão de esclarecimento , se não mesmo comício .
O que não me parece o mais prudente , nos tempos que correm de muita perturbação no executivo camarário .
O salão nobre dos Paços do Concelho estava repleto , com muito pessoal dos serviços camarários , autarcas das Juntas de Freguesia e militantes do PSD . E uma dezena de jornalistas , nem tanto .
Uma grande curiosidade assalta o meu espírito : estaria presente a totalidade dos vereadores executivos da Câmara Municipal ?
Um contexto daquela natureza , proporcionando uma atmosfera com algum calor e tensão , não é decerto o mais apropriado para o exercício de um jornalismo sereno, livre e isento dos constrangimentos que sempre existem na dependência entre a imprensa local e o poder autárquico local .
Parece-me ,assim , que à Câmara Municipal interessaria que os jornalistas presentes pudessem formular todas as perguntas que entendessem fazer , por muito incómodas que pudessem ser, sem que ficasse a pairar a dúvida quanto à existência de qualquer constrangimento daquele tipo .
Teria sido essa a melhor e mais transparente forma de esclarecer todas as dúvidas e desfazer todos os possíveis equívocos .
Já tive oportunidade de ler o texto da declaração do Presidente da Câmara , com que foi aberta a conferência de imprensa / sessão de esclarecimento .
Fico agora na expectativa de conhecer quais foram as perguntas que os jornalistas , sobretudo os da imprensa local , colocaram ao Presidente da Câmara .
E , obviamente , também as suas respostas .
domingo, novembro 02, 2003
A única cidade de Portugal...
As televisões ontem , e o jornal Publico e hoje , deram notícia que uma dúzia de broncos portistas , prosélitos de Jorge Costa ( habitual e reverentemente tratado pela comunicação social por Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa ) dirigiram insultos ao Presidente da Câmara do Porto, Rui Rio .
Um desses broncos proferiu a seguinte frase que o jornalista estranhamente classificou de pouco simpática :
Esta é a única cidade da Europa que tem um presidente como tu .
A afirmação é , quanto a mim , um grande elogio a Rui Rio , pecando apenas por exagerada num ponto . É que se em vez de dizer Europa houvesse dito Portugal , o elogio era inteiramente merecido e tinha o meu entusiástico aplauso .
Rui Rio é de facto , no universo dos autarcas e governantes portugueses , um exemplo muito raro de seriedade política , de coerência e de verticalidade .
Sobre o mesmo acontecimento , escreve Ana Sá Lopes numa crónica publicada na mesma edição do Público :
Resistir ao beija-mão aos cardeais do futebol português é um acto corajoso e , em Portugal , o rosto dessa resistência é , evidentemente , o Presidente da Câmara do Porto , Rui Rio , que fez do combate à promiscuidade entre o futebol e as estruturas partidárias um programa político, muito antes da sua candidatura à Câmara do Porto
O grande incentivador do ódio é , objectivamente , Pinto da Costa , que continua a ter disponível , para genuflexões várias , boa parte da classe política portuguesa .
As televisões ontem , e o jornal Publico e hoje , deram notícia que uma dúzia de broncos portistas , prosélitos de Jorge Costa ( habitual e reverentemente tratado pela comunicação social por Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa ) dirigiram insultos ao Presidente da Câmara do Porto, Rui Rio .
Um desses broncos proferiu a seguinte frase que o jornalista estranhamente classificou de pouco simpática :
Esta é a única cidade da Europa que tem um presidente como tu .
A afirmação é , quanto a mim , um grande elogio a Rui Rio , pecando apenas por exagerada num ponto . É que se em vez de dizer Europa houvesse dito Portugal , o elogio era inteiramente merecido e tinha o meu entusiástico aplauso .
Rui Rio é de facto , no universo dos autarcas e governantes portugueses , um exemplo muito raro de seriedade política , de coerência e de verticalidade .
Sobre o mesmo acontecimento , escreve Ana Sá Lopes numa crónica publicada na mesma edição do Público :
Resistir ao beija-mão aos cardeais do futebol português é um acto corajoso e , em Portugal , o rosto dessa resistência é , evidentemente , o Presidente da Câmara do Porto , Rui Rio , que fez do combate à promiscuidade entre o futebol e as estruturas partidárias um programa político, muito antes da sua candidatura à Câmara do Porto
O grande incentivador do ódio é , objectivamente , Pinto da Costa , que continua a ter disponível , para genuflexões várias , boa parte da classe política portuguesa .
As delegações na Câmara Municipal
A anunciada delegação de poderes do Presidente da Câmara em dois dos
seus colaboradores directos , é politicamente infeliz , no mínimo , e indicia um preocupante estado de perturbação por que passa actualmente o executivo camarário .
Sintoma disso mesmo é a forma como , segundo o jornal Publico , o Presidente da Câmara responde ao jornalista que o questionou :
O pelouro é meu , eu faço a gestão da forma que entendo que é conveniente e ponto final .
A decisão tomada suscita-me , além disso , algumas perplexidades e reflexões .
Uma destas , é a de eu não entender porque é que as pessoas que agora recebem os poderes delegados , não foram , desde o início , incluídos na lista candidata concorrente às eleições autárquicas de Novembro de 2001 .
Chegados à situação presente , é-se facilmente levado a concluir que melhor teria sido se tal tivesse sucedido .
Uma das explicações possíveis é conhecida . Ao tempo da preparação da lista o então candidato Duarte Silva terá porventura considerado ( não sei se bem se mal) que Lídio Lopes e José Elíseo haviam criado muitos anticorpos no seio de partes significativas do eleitorado natural do PSD , se não mesmo no interior das estruturas locais do próprio PSD , bem como junto de candidatos às Juntas de Freguesia .
Por isso, não lhe terá parecido prudente inclui-los na lista final apresentada a sufrágio .
Caso deseje candidatar-se a novo mandato nas eleições autárquicas previstas para finais de 2005 , será melhor desta vez inclui-los mesmo nas listas candidatas à Câmara Municipal . A não ser assim , o eleitorado irá óbvia e legitimamente desconfiar .
As referidas personalidades ficam assim com funções de vereadores de facto , pois terão necessariamente tutela sobre os dirigentes e chefias dos serviços e serão interface entre os Presidentes das Juntas e o Presidente da Câmara Municipal .
Que não com funções de vereadores de jure , presumo .
Com efeito , penso que de jure a delegação não pode produzir quaisquer efeitos .
Assinale-se que , nos termos da Lei nº 169/99 , o Presidente da Câmara e os vereadores podem delegar ou sub-delegar as suas competências no pessoal dirigente , no tocante a algumas matérias , mas só no dirigente máximo da respectiva área orgânica .
De qualquer modo, a ser assim , e porque em política “ o que parece é...” , tudo se passará como se houvesse dois tipos de vereadores : os que são só de facto , e os que são simultaneamente de jure e de facto , ou seja, os eleitos pelo eleitorado .
O que será estranho e curioso , no meio desta trapalhada toda , é que não se saberá se serão ou não os vereadores só de facto a terem mais poder de facto dos que os de facto & de jure , ou seja , os eleitos .
A anunciada delegação de poderes do Presidente da Câmara em dois dos
seus colaboradores directos , é politicamente infeliz , no mínimo , e indicia um preocupante estado de perturbação por que passa actualmente o executivo camarário .
Sintoma disso mesmo é a forma como , segundo o jornal Publico , o Presidente da Câmara responde ao jornalista que o questionou :
O pelouro é meu , eu faço a gestão da forma que entendo que é conveniente e ponto final .
A decisão tomada suscita-me , além disso , algumas perplexidades e reflexões .
Uma destas , é a de eu não entender porque é que as pessoas que agora recebem os poderes delegados , não foram , desde o início , incluídos na lista candidata concorrente às eleições autárquicas de Novembro de 2001 .
Chegados à situação presente , é-se facilmente levado a concluir que melhor teria sido se tal tivesse sucedido .
Uma das explicações possíveis é conhecida . Ao tempo da preparação da lista o então candidato Duarte Silva terá porventura considerado ( não sei se bem se mal) que Lídio Lopes e José Elíseo haviam criado muitos anticorpos no seio de partes significativas do eleitorado natural do PSD , se não mesmo no interior das estruturas locais do próprio PSD , bem como junto de candidatos às Juntas de Freguesia .
Por isso, não lhe terá parecido prudente inclui-los na lista final apresentada a sufrágio .
Caso deseje candidatar-se a novo mandato nas eleições autárquicas previstas para finais de 2005 , será melhor desta vez inclui-los mesmo nas listas candidatas à Câmara Municipal . A não ser assim , o eleitorado irá óbvia e legitimamente desconfiar .
As referidas personalidades ficam assim com funções de vereadores de facto , pois terão necessariamente tutela sobre os dirigentes e chefias dos serviços e serão interface entre os Presidentes das Juntas e o Presidente da Câmara Municipal .
Que não com funções de vereadores de jure , presumo .
Com efeito , penso que de jure a delegação não pode produzir quaisquer efeitos .
Assinale-se que , nos termos da Lei nº 169/99 , o Presidente da Câmara e os vereadores podem delegar ou sub-delegar as suas competências no pessoal dirigente , no tocante a algumas matérias , mas só no dirigente máximo da respectiva área orgânica .
De qualquer modo, a ser assim , e porque em política “ o que parece é...” , tudo se passará como se houvesse dois tipos de vereadores : os que são só de facto , e os que são simultaneamente de jure e de facto , ou seja, os eleitos pelo eleitorado .
O que será estranho e curioso , no meio desta trapalhada toda , é que não se saberá se serão ou não os vereadores só de facto a terem mais poder de facto dos que os de facto & de jure , ou seja , os eleitos .
Os dirigentes académicos de antes e de agora...
No canal Parlamento , assisti a uma reunião entre senhores deputados e alguns dirigentes de associações académicas de Universidades portuguesas .
O tema em discussão era a nova Lei do ensino superior .
As reivindicações das associações académicas não se resumem afinal às questões das propinas e da assistência social .
Também querem que se mantenha o actual regime de paridade numérica e de peso decisório , nos Senados universitários , entre estudantes e docentes.
Em minha opinião , o regime vigente , introduzido de forma irresponsável , facilitista e demagógica , há não sei quantos anos , é infantilmente idiota .
Ouvi alguns dos dirigentes académicos produzir , por vezes com intolerável arrogância , verdadeiros balbuciamentos de lugares comuns , que não fazem qualquer sentido . Ouvi por exemplo afirmações de que aquela paridade é fundamental para a democracia portuguesa !...E disse um deles : a pouca democracia que existia nas universidades , deixará de haver...
Outro defendeu que os financiamentos altos deviam ser para as escolas com fraco desempenho , e baixos financiamentos para as de excelente desempenho .
E por aí adiante , com muitos prontos e portantos pelo meio .
Mas há mais .
Os dirigentes académicos também são contra a introdução de um regime de prescrições , manifestando preferir que os estudantes possam permanecer anos e anos nos bancos e nas salas de aulas , num alegre e irresponsável prolongamento de uma tardia adolescência .
Recordo-me de, pelos finais dos anos 60 , ouvir Orlando de Carvalho , ilustre professor de Direito da Universidade de Coimbra , defender um regime de prescrições ainda mais severo do que aquele que existia na altura . Passava-se isso , em plena ditadura , que ele afrontava com coragem , ombro com ombro com os estudantes universitários desse tempo .
Se alguns dirigentes estudantis de hoje o ouvissem , provavelmente não deixariam de o rotular de anti democrata , se não mesmo de perigoso fascista ...
No canal Parlamento , assisti a uma reunião entre senhores deputados e alguns dirigentes de associações académicas de Universidades portuguesas .
O tema em discussão era a nova Lei do ensino superior .
As reivindicações das associações académicas não se resumem afinal às questões das propinas e da assistência social .
Também querem que se mantenha o actual regime de paridade numérica e de peso decisório , nos Senados universitários , entre estudantes e docentes.
Em minha opinião , o regime vigente , introduzido de forma irresponsável , facilitista e demagógica , há não sei quantos anos , é infantilmente idiota .
Ouvi alguns dos dirigentes académicos produzir , por vezes com intolerável arrogância , verdadeiros balbuciamentos de lugares comuns , que não fazem qualquer sentido . Ouvi por exemplo afirmações de que aquela paridade é fundamental para a democracia portuguesa !...E disse um deles : a pouca democracia que existia nas universidades , deixará de haver...
Outro defendeu que os financiamentos altos deviam ser para as escolas com fraco desempenho , e baixos financiamentos para as de excelente desempenho .
E por aí adiante , com muitos prontos e portantos pelo meio .
Mas há mais .
Os dirigentes académicos também são contra a introdução de um regime de prescrições , manifestando preferir que os estudantes possam permanecer anos e anos nos bancos e nas salas de aulas , num alegre e irresponsável prolongamento de uma tardia adolescência .
Recordo-me de, pelos finais dos anos 60 , ouvir Orlando de Carvalho , ilustre professor de Direito da Universidade de Coimbra , defender um regime de prescrições ainda mais severo do que aquele que existia na altura . Passava-se isso , em plena ditadura , que ele afrontava com coragem , ombro com ombro com os estudantes universitários desse tempo .
Se alguns dirigentes estudantis de hoje o ouvissem , provavelmente não deixariam de o rotular de anti democrata , se não mesmo de perigoso fascista ...