segunda-feira, novembro 10, 2003
O sentido das proporções...
A realização da cimeira ibérica foi , sem quaisquer margem para dúvida , uma coisa boa para Figueira .
Os hoteis estiveram de lotação esgotada . A cidade foi visitada por muitas dezenas de jornalistas , nacionais e espanhois. As televisões passaram imagens , as rádios falaram e os jornais escreveram sobre a Figueira . Tudo isto tem óbviamente valor publicitário .
Dando de barato que o facto dela ter tido lugar na Figueira se deveu à eventual capacidade de lobbying e de influência política do Presidente da Câmara sobre os orgãos de governo nacional , será justo remeter-lhe o devido crédito político .
O espectacular evento terá também servido como uma espécie de massagem ao seu ego e à sua vaidade pessoal , de que talvez andasse necessitado .
Convirá no entanto não exagerar . A Figueira não passa a ser outra depois da cimeira . Nem esta lhe veio abrir um radioso horizonte de projecção internacional , de progresso e de felicidade .
Desde logo, o relevo que a imprensa nacional espanhola deu à cimeira foi bastante reduzido . O nome da Figueira aparece , quando muito , aqui e além mencionado , embebido e algo perdido no seio dos textos das notícias . E quase o mesmo se pode verificar na imprensa portuguesa. Nesta , como é natural , muito maior relevo foi dado aos anunciados ( e algo mirabolantes ) planos de não sei quantas ligações ferroviárias a Espanha , lá para daqui a quase duas décadas ...
A presença de Figo , há uns anos , no stand da Figueira da Foz numa feira de turismo de Madrid ( uma hábil iniciativa de Santana Lopes , reconheça-se...) teve seguramente mais impacte promocional do que a cimeira .
Depois, recorde-se que cimeiras ibéricas já tiveram lugar em terras tão pacatas como Elvas , Cáceres ou Ciudad Rodrigo .
E não consta que estas cidades tenham , por esse facto , sido posteriormente bafejadas com formidáveis surtos de progresso ou com inundações de turistas .
Importa por isso manter o sentido das proporções .
Os créditos da política espectáculo não podem sobrepor-se aos débitos dos desempenhos e das execuções das coisas, das obras e das melhorias verdadeiramente substantivas .
A realização da cimeira ibérica foi , sem quaisquer margem para dúvida , uma coisa boa para Figueira .
Os hoteis estiveram de lotação esgotada . A cidade foi visitada por muitas dezenas de jornalistas , nacionais e espanhois. As televisões passaram imagens , as rádios falaram e os jornais escreveram sobre a Figueira . Tudo isto tem óbviamente valor publicitário .
Dando de barato que o facto dela ter tido lugar na Figueira se deveu à eventual capacidade de lobbying e de influência política do Presidente da Câmara sobre os orgãos de governo nacional , será justo remeter-lhe o devido crédito político .
O espectacular evento terá também servido como uma espécie de massagem ao seu ego e à sua vaidade pessoal , de que talvez andasse necessitado .
Convirá no entanto não exagerar . A Figueira não passa a ser outra depois da cimeira . Nem esta lhe veio abrir um radioso horizonte de projecção internacional , de progresso e de felicidade .
Desde logo, o relevo que a imprensa nacional espanhola deu à cimeira foi bastante reduzido . O nome da Figueira aparece , quando muito , aqui e além mencionado , embebido e algo perdido no seio dos textos das notícias . E quase o mesmo se pode verificar na imprensa portuguesa. Nesta , como é natural , muito maior relevo foi dado aos anunciados ( e algo mirabolantes ) planos de não sei quantas ligações ferroviárias a Espanha , lá para daqui a quase duas décadas ...
A presença de Figo , há uns anos , no stand da Figueira da Foz numa feira de turismo de Madrid ( uma hábil iniciativa de Santana Lopes , reconheça-se...) teve seguramente mais impacte promocional do que a cimeira .
Depois, recorde-se que cimeiras ibéricas já tiveram lugar em terras tão pacatas como Elvas , Cáceres ou Ciudad Rodrigo .
E não consta que estas cidades tenham , por esse facto , sido posteriormente bafejadas com formidáveis surtos de progresso ou com inundações de turistas .
Importa por isso manter o sentido das proporções .
Os créditos da política espectáculo não podem sobrepor-se aos débitos dos desempenhos e das execuções das coisas, das obras e das melhorias verdadeiramente substantivas .