sábado, setembro 27, 2003
A avaliação do mérito pedagógico
Dei uma rápida leitura aos dados publicados pelo Expresso deste fim de semana , sobre os desempenhos das escolas secundárias portuguesas .
Como salienta o Prof. Marçal Grilo , no mesmo órgão de informação ,
“ a apresentação pública dos resultados é importante a dois títulos : porque , no mesmo ano, as escolas se podem comparar entre si . Mas também para que cada escola , ao longo dos anos , se possa analisar a si própria “ .
Em cerca de 560 estabelecimentos de ensino , as Escolas Secundárias da Figueira da Foz ficaram-se pelo terço superior , o que não é mau de todo.
Na posição 74 lugar a Joaquim de Carvalho , na 109 a Cristina Torres e na 175 a Bernardino Machado .
As médias gerais dos exames foram respectivamente 118,6 , 114,8 e 111,3 .
As diferenças não têm , a meu ver , grande significado .
Os três resultados podem considerar-se praticamente idênticos .
No entanto , já talvez seja pertinente uma análise das razões porque , na Figueira da Foz , a E.S. Joaquim de Carvalho alcança sempre uma posição superior às das outras duas escolas locais.
Haverá diferenças na composição dos respectivos corpos de alunos que , por razões sócio-culturais , possam justificar tal registo ?
E não as havendo , como presumo aconteça , que outras razões explicativas se deverão apontar ?
A diferença é todavia considerável relativamente às 10 escolas com mais pontuação a nível nacional , todas privadas , à excepção de uma .
Uma assimetria assinalável chamou especialmente a minha atenção .
Na disciplina de Matemática , uma Escola Secundária de Vila Nova de Fozcôa , no Portugal interior , ficou em 7º lugar , com uma pontuação de 134,6 .
Valha a verdade que a média é calculada a partir de um universo de apenas 13 exames .
Ainda assim, parece-me ser um caso a merecer uma criteriosa análise .
Tratando-se , com certeza , de um número reduzido de professores de Matemática , talvez se esteja perante um exemplo de excelência pedagógica.
E se tal for , o mérito deverá ser reconhecido e recompensado .
Estou curioso . Gostaria de conhecer os nomes dos professores de Matemática daquela Escola Secundária de Fozcoa .
Dei uma rápida leitura aos dados publicados pelo Expresso deste fim de semana , sobre os desempenhos das escolas secundárias portuguesas .
Como salienta o Prof. Marçal Grilo , no mesmo órgão de informação ,
“ a apresentação pública dos resultados é importante a dois títulos : porque , no mesmo ano, as escolas se podem comparar entre si . Mas também para que cada escola , ao longo dos anos , se possa analisar a si própria “ .
Em cerca de 560 estabelecimentos de ensino , as Escolas Secundárias da Figueira da Foz ficaram-se pelo terço superior , o que não é mau de todo.
Na posição 74 lugar a Joaquim de Carvalho , na 109 a Cristina Torres e na 175 a Bernardino Machado .
As médias gerais dos exames foram respectivamente 118,6 , 114,8 e 111,3 .
As diferenças não têm , a meu ver , grande significado .
Os três resultados podem considerar-se praticamente idênticos .
No entanto , já talvez seja pertinente uma análise das razões porque , na Figueira da Foz , a E.S. Joaquim de Carvalho alcança sempre uma posição superior às das outras duas escolas locais.
Haverá diferenças na composição dos respectivos corpos de alunos que , por razões sócio-culturais , possam justificar tal registo ?
E não as havendo , como presumo aconteça , que outras razões explicativas se deverão apontar ?
A diferença é todavia considerável relativamente às 10 escolas com mais pontuação a nível nacional , todas privadas , à excepção de uma .
Uma assimetria assinalável chamou especialmente a minha atenção .
Na disciplina de Matemática , uma Escola Secundária de Vila Nova de Fozcôa , no Portugal interior , ficou em 7º lugar , com uma pontuação de 134,6 .
Valha a verdade que a média é calculada a partir de um universo de apenas 13 exames .
Ainda assim, parece-me ser um caso a merecer uma criteriosa análise .
Tratando-se , com certeza , de um número reduzido de professores de Matemática , talvez se esteja perante um exemplo de excelência pedagógica.
E se tal for , o mérito deverá ser reconhecido e recompensado .
Estou curioso . Gostaria de conhecer os nomes dos professores de Matemática daquela Escola Secundária de Fozcoa .
sexta-feira, setembro 26, 2003
O anonimato na blogesfera
Passaram pela blogosfera f igueirense ( opalhinhas , amicus ficaria e canto da sereia) umas curtas referências e reflexões em torno da questão do anonimato dos blogs . Desejo juntar mais umas tantas.
Não sei se um blog , pela sua natureza e pela lógica do seu funcionamento , diversas da comunicação escrita mediada pela imprensa , alguma vez poderia deixar de ser anónimo no sentido que habitualmente é dado ao termo .
Por não ter um ou vários nomes lá escritos ?
A esmagadora maioria dos blogs , dos milhares que se podem ler pelo enorme cyber universo , será então “anónima”.
No quintopoder até consta um nome : Napoleão Bonaparte . Como é óbvio , não sou eu . Além daquele nome , poderia estar lá escrito Alberto Caeiro , António Gedeão , António Silva ou José Barroso .
Deixaria por isso de ser anónimo ?
O quintopoder não se considera anónimo , no sentido tradicional da palavra .
Sucede , isso sim , que o quintopoder não está explicitamente identificado .
Não é do meu feitio colocar-me em bicos dos pés , fazer auto
publicidade , ou forçar à viva força o aparecimento da minha imagem para a fotografia ou para as câmaras de televisão .
Um grande parte do círculo mais próximo de familiares , amigos , colegas ou conhecidos , sabe que o quintopoder é da minha lavra . Foi para eles que comecei a escrever , numa espécie de caderno de apontamentos , onde vou anotando os meus comentários , que depois partilho com eles .
Não fiz nem faço nenhum segredo sobre a minha identidade . Nem peço ou pedi qualquer reserva quanto a poderem informar outros interessados sobre quem é o autor do quintopoder . Alguns o terão feito .
Por outro lado , se alguém mo perguntar , pessoalmente ou por outro meio , confirmarei , sem qualquer hesitação , que o autor sou eu .
Um princípio ético defini para mim próprio , ao qual tenho dado e continuarei a prestar rigorosa obediência : não escreverei nada que não pudesse escrever e subscrever num qualquer órgão da imprensa convencional .
Penso que igual princípio está presente no espírito dos autores de outros
blogs , identificados ou não , da blogosfera figueirense .
Num curioso e louvável processo de auto regulação , creio estarem criadas já uma certa blogoética e uma certa blogo-etiqueta .
As quais ,exceptuando um ou outro caso mais doentio e repugnante , como
o do muitomentiroso , têm sido , a meu ver , razoávelmente cumpridas pela generalidade dos blogs nacionais .
Passaram pela blogosfera f igueirense ( opalhinhas , amicus ficaria e canto da sereia) umas curtas referências e reflexões em torno da questão do anonimato dos blogs . Desejo juntar mais umas tantas.
Não sei se um blog , pela sua natureza e pela lógica do seu funcionamento , diversas da comunicação escrita mediada pela imprensa , alguma vez poderia deixar de ser anónimo no sentido que habitualmente é dado ao termo .
Por não ter um ou vários nomes lá escritos ?
A esmagadora maioria dos blogs , dos milhares que se podem ler pelo enorme cyber universo , será então “anónima”.
No quintopoder até consta um nome : Napoleão Bonaparte . Como é óbvio , não sou eu . Além daquele nome , poderia estar lá escrito Alberto Caeiro , António Gedeão , António Silva ou José Barroso .
Deixaria por isso de ser anónimo ?
O quintopoder não se considera anónimo , no sentido tradicional da palavra .
Sucede , isso sim , que o quintopoder não está explicitamente identificado .
Não é do meu feitio colocar-me em bicos dos pés , fazer auto
publicidade , ou forçar à viva força o aparecimento da minha imagem para a fotografia ou para as câmaras de televisão .
Um grande parte do círculo mais próximo de familiares , amigos , colegas ou conhecidos , sabe que o quintopoder é da minha lavra . Foi para eles que comecei a escrever , numa espécie de caderno de apontamentos , onde vou anotando os meus comentários , que depois partilho com eles .
Não fiz nem faço nenhum segredo sobre a minha identidade . Nem peço ou pedi qualquer reserva quanto a poderem informar outros interessados sobre quem é o autor do quintopoder . Alguns o terão feito .
Por outro lado , se alguém mo perguntar , pessoalmente ou por outro meio , confirmarei , sem qualquer hesitação , que o autor sou eu .
Um princípio ético defini para mim próprio , ao qual tenho dado e continuarei a prestar rigorosa obediência : não escreverei nada que não pudesse escrever e subscrever num qualquer órgão da imprensa convencional .
Penso que igual princípio está presente no espírito dos autores de outros
blogs , identificados ou não , da blogosfera figueirense .
Num curioso e louvável processo de auto regulação , creio estarem criadas já uma certa blogoética e uma certa blogo-etiqueta .
As quais ,exceptuando um ou outro caso mais doentio e repugnante , como
o do muitomentiroso , têm sido , a meu ver , razoávelmente cumpridas pela generalidade dos blogs nacionais .
Estou sem assessor de blogesfera...
Do ponto de vista do seu grafismo, este blog é uma desgraça .
Não sei como reduzir o tamanho das letras , para tornar os textos mais
legíveis , ainda não consegui colocar nele um contador de visitas , nem um hyperlink que facilite um contacto directo de e-mail , para poder receber comentários, sugestões , censuras ou insultos .
Ainda por cima , o meu assessor de blogesfera apresentou-me a demissão .
Acusa-me de coimbrofobia , lá porque transcrevi do Abrupto dois posts carregadinhos de veneno para a cultura académica coimbrã .
É um ingrato . Promovi-o de caloiro a colega , depois de , na qualidade de governador civil da Rua da Fonte , ter prestado um inestimável serviço nas últimas eleições autárquicas .
Depois de regressar da Coreia do Norte , vou tentar dissuadi-lo .
Afinal , há custos políticos que é conveniente não pagar, né?
Do ponto de vista do seu grafismo, este blog é uma desgraça .
Não sei como reduzir o tamanho das letras , para tornar os textos mais
legíveis , ainda não consegui colocar nele um contador de visitas , nem um hyperlink que facilite um contacto directo de e-mail , para poder receber comentários, sugestões , censuras ou insultos .
Ainda por cima , o meu assessor de blogesfera apresentou-me a demissão .
Acusa-me de coimbrofobia , lá porque transcrevi do Abrupto dois posts carregadinhos de veneno para a cultura académica coimbrã .
É um ingrato . Promovi-o de caloiro a colega , depois de , na qualidade de governador civil da Rua da Fonte , ter prestado um inestimável serviço nas últimas eleições autárquicas .
Depois de regressar da Coreia do Norte , vou tentar dissuadi-lo .
Afinal , há custos políticos que é conveniente não pagar, né?
Juntar um puzzle ,em jeito de breve crónica ...
1 . Final do verão de 1997 : o Partido Socialista local escolhe o seu candidato à Câmara Municipal da Figueira da Foz . O Sr. Aguiar de Carvalho é preterido em favor do Sr. Carlos Beja .
2. Outono de 1997 : O Sr. Santana Lopes anuncia a sua candidatura à Câmara Municipal da Figueira da Foz .
3 . Outono de 1997 : O Sr. Aguiar de Carvalho afasta-se ostensivamente do processo eleitoral em curso para a eleição da Câmara Municipal da Figueira da Foz , deixando transpirar , aqui e ali , que dava o seu apoio ao Sr. Santana Lopes .
4 . Dezembro de 1997 : O Sr. Santana Lopes é eleito Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz .
5 . 1998 a 2001 : O Sr. Santana Lopes diz da anterior gestão autárquica do Partido Socialista, realizada pelo Sr. Aguiar de Carvalho , o que Mahomet não diria do toucinho .
6 . Dezembro de 2001 : O Sr. Santana Lopes é eleito Presidente da Câmara Municipal de Lisboa , ficando como seu Vice-Presidente o Sr. Carmona Rodrigues .
7 . Princípios de 2003 : O Sr. Carmona Rodrigues deixa o lugar de Vice-Presidente do Sr. Santana Lopes e é nomeado Ministro com tutela sobre a CP .
8 . O Sr. Aguiar de Carvalho está presente na cerimónia em que é dado o nome do Sr. Santana Lopes ao Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz , fazendo na oportunidade afirmações à imprensa de que considerava de elementar justiça aquele gesto de gratidão do Município ao Sr. Santana Lopes .
9 . Setembro-Outubro de 2003 : O Sr. Aguiar de Carvalho é indigitado para Vogal do Conselho de Administração da CP .
1 . Final do verão de 1997 : o Partido Socialista local escolhe o seu candidato à Câmara Municipal da Figueira da Foz . O Sr. Aguiar de Carvalho é preterido em favor do Sr. Carlos Beja .
2. Outono de 1997 : O Sr. Santana Lopes anuncia a sua candidatura à Câmara Municipal da Figueira da Foz .
3 . Outono de 1997 : O Sr. Aguiar de Carvalho afasta-se ostensivamente do processo eleitoral em curso para a eleição da Câmara Municipal da Figueira da Foz , deixando transpirar , aqui e ali , que dava o seu apoio ao Sr. Santana Lopes .
4 . Dezembro de 1997 : O Sr. Santana Lopes é eleito Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz .
5 . 1998 a 2001 : O Sr. Santana Lopes diz da anterior gestão autárquica do Partido Socialista, realizada pelo Sr. Aguiar de Carvalho , o que Mahomet não diria do toucinho .
6 . Dezembro de 2001 : O Sr. Santana Lopes é eleito Presidente da Câmara Municipal de Lisboa , ficando como seu Vice-Presidente o Sr. Carmona Rodrigues .
7 . Princípios de 2003 : O Sr. Carmona Rodrigues deixa o lugar de Vice-Presidente do Sr. Santana Lopes e é nomeado Ministro com tutela sobre a CP .
8 . O Sr. Aguiar de Carvalho está presente na cerimónia em que é dado o nome do Sr. Santana Lopes ao Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz , fazendo na oportunidade afirmações à imprensa de que considerava de elementar justiça aquele gesto de gratidão do Município ao Sr. Santana Lopes .
9 . Setembro-Outubro de 2003 : O Sr. Aguiar de Carvalho é indigitado para Vogal do Conselho de Administração da CP .
quinta-feira, setembro 25, 2003
Comentários...críticas...sugestões
Ainda não consegui , nem tempo nem conhecimento , para colocar aqui um hiper link destinado a receber comentários, críticas , sugestões , censuras ou outros contributos , que alguem queira ter a pachorra de enviar .
Para já , fica aqui a indicação do endereço para o qual o leitor ( se é que o haverá...) poderá fazê-lo :
quintopoder_8@hotmail.com
Não será a mesma coisa , mas serve de momento .
Ainda não consegui , nem tempo nem conhecimento , para colocar aqui um hiper link destinado a receber comentários, críticas , sugestões , censuras ou outros contributos , que alguem queira ter a pachorra de enviar .
Para já , fica aqui a indicação do endereço para o qual o leitor ( se é que o haverá...) poderá fazê-lo :
quintopoder_8@hotmail.com
Não será a mesma coisa , mas serve de momento .
quarta-feira, setembro 24, 2003
O destempero do Sr. Juiz
Se as coisas se passarem em obediência à boa lógica e ao bom senso , o Sr. Juiz Desembargador Presidente da Relação de Lisboa , não deverá chegar a Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça .
O Sr. Juiz foi protagonista daquela lamentável e chocante cena com uma jornalista da SIC , insistente e intensivamente transmitida e glosada por aquele canal televisivo .
O Sr. Juiz demonstrou carecer da serenidade , e da capacidade de
auto-controlo em situações de tensão psicológica , presumivelmente requeridos para um Sr. Juiz Conselheiro do Supremo.
Verdade seja que , muitas e muitas vezes, não haverá pachorra para aturar as impertinências e má educação de bastantes jornalistas das nossas televisões .
Mas , como bem salientou o advogado Dr. António Marinho , também em entrevista à SIC , tratava-se de um titular de um órgão de soberania , presente num acto público para o qual fora autorizada a presença de câmaras de televisão , quiçá mesmo convidadas a comparecer.
Em tais circunstâncias , não lhe caberia nunca o direito de exigir não ser filmado . E muito menos o direito de mandar àquela parte a jornalista . Tudo ficou gravado , e as imagens , em casos como este, são impiedosas .
Já quanto à prestação de declarações , tinha obviamente todo o direito de se recusar a fazê-lo .
Face a uma insolente insistência da jornalista , como de facto aconteceu , poderia e deveria limitar-se a dizer-lhe , com ar sério , para não ser mal educada e não insistir.
Assim, um momento de perda de paciência e de mau humor , pode ter-lhe comprometido a carreira . É a vida . São os ossos do que deveria ser um difícil ofício, o de juiz.
Ou talvez não . Talvez acabe mesmo por chegar a Juiz Conselheiro .
Têm-se visto coisas piores .
Se as coisas se passarem em obediência à boa lógica e ao bom senso , o Sr. Juiz Desembargador Presidente da Relação de Lisboa , não deverá chegar a Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça .
O Sr. Juiz foi protagonista daquela lamentável e chocante cena com uma jornalista da SIC , insistente e intensivamente transmitida e glosada por aquele canal televisivo .
O Sr. Juiz demonstrou carecer da serenidade , e da capacidade de
auto-controlo em situações de tensão psicológica , presumivelmente requeridos para um Sr. Juiz Conselheiro do Supremo.
Verdade seja que , muitas e muitas vezes, não haverá pachorra para aturar as impertinências e má educação de bastantes jornalistas das nossas televisões .
Mas , como bem salientou o advogado Dr. António Marinho , também em entrevista à SIC , tratava-se de um titular de um órgão de soberania , presente num acto público para o qual fora autorizada a presença de câmaras de televisão , quiçá mesmo convidadas a comparecer.
Em tais circunstâncias , não lhe caberia nunca o direito de exigir não ser filmado . E muito menos o direito de mandar àquela parte a jornalista . Tudo ficou gravado , e as imagens , em casos como este, são impiedosas .
Já quanto à prestação de declarações , tinha obviamente todo o direito de se recusar a fazê-lo .
Face a uma insolente insistência da jornalista , como de facto aconteceu , poderia e deveria limitar-se a dizer-lhe , com ar sério , para não ser mal educada e não insistir.
Assim, um momento de perda de paciência e de mau humor , pode ter-lhe comprometido a carreira . É a vida . São os ossos do que deveria ser um difícil ofício, o de juiz.
Ou talvez não . Talvez acabe mesmo por chegar a Juiz Conselheiro .
Têm-se visto coisas piores .
terça-feira, setembro 23, 2003
A deriva populista...
No último fim de semana , o Dr. Pereira Coelho desdobrou-se em declarações na defesa do povo . Cito a imprensa regional.
Na reunião da Câmara Municipal , e na qualidade de seu Vice-Presidente , afirmou que o bom povo da Figueira não tem uma elite condizente com ele . E logo a seguir , que ”o mal do povo é que participa muito pouco , exige muito pouco e verga-se demais perante os poderosos da cidade .
Mais adiante, acrescentou que servir o povo da Figueira não é servir os interesses poderosos da cidade .
No sábado , já na qualidade de mero cidadão , e no almoço em sua homenagem , voltaria a afirmar que ainda há muitos interesses instalados e o povo tem de dizer não , insistindo depois que o povo tem de dizer que já chega , que já mandaram demais .
O populismo caracteriza-se , além de outras coisas , por uma prática política ,e
pode ser indiciado por um modelo de discurso político em que o uso da palavra povo é intensiva e insistente .
A deriva populista é uma grave enfermidade que pode infectar as democracias , quando estas se tornam vulneráveis , por efeito de um desencanto relativamente à acção política dos partidos , ou devido a uma crescente desconfiança para com parte ou a totalidade da classe política .
O perigo do populismo não pende somente sobre paises da América Latina , como os casos de Perón e Menem na Argentina , de Color de Melo no Brasil ou de Hugo Chavez na Venezuela .
Pode mesmo afectar democracias tão consolidadas como a Holanda ( veja-se o caso do sucesso obtido pelo político holandês assassinado aqui há 2 anos , de que agora não me ocorre o nome ) , a Bélgica flamenga , a Itália de Berlusconi , a Áustria de Haider , ou a França dos anos 50 , com o fenómeno do poujadismo .
Felizmente que na maioria das democracias episodicamente atingidas , o populismo pode ser combatido e corrigido com recurso a mecanismos de correcção naturais , próprios das democracias.
O Dr. Santana Lopes é reconhecido , fora e dentro do PSD , como tendo uma propensão para o populismo . Disso será porventura indicação um pequeno e singelo pormenor : a ênfase quase obsessiva com que teima em dizer PPD/PSD , e não simplesmente PSD , como toda a gente diz.
Ser popular não significa necessariamente ser populista . Nem um partido popular é necessariamente populista .
Todavia , já o Dr. Paulo Portas tem uma linguagem que poderá configurar uma propensão para o populismo .
Tem um verbo escorreito , fácil , incisivo e eficaz .
Está incrivelmente à vontade , como peixe na água , quando , despido o blazer e retirada a camisa às riscas azuis , visita os mercados , acompanha pescadores a alta madrugada , finge estar a vindimar , abraça velhinhas e beija criancinhas .
Sabe puxar , e puxa com muita freqüência , um discurso sedutor para os reformados , para os ex-combatentes , ou para os desempregados ( leia-se também descamisados...) .
Como o fez no último congresso do Partido Popular , sabe agitar a imigração como bode expiatório para explicar a situação daqueles .
Em nota de rodapé , deverá registar-se o facto de que o Dr. Pereira Coelho parece ser o dirigente de topo do PSD normalmente de serviço e destacado ( noblesse oblige”...) quando , no plano das relações institucionais entre este partido e o PP , se torna necessário dar uma satisfação de presença , ou um gesto de solidariedade ao partido parceiro da coligação .
Esteve presente , por exemplo, como representante da direcção do PSD , naquele extravagante comício de desagravo ao Dr. Paulo Portas , promovido pelo PP e realizado no Largo do Caldas .
Tornou a estar presente , também em representação do PSD , no encerramento do último Congresso do Partido liderado pelo Dr. Paulo Portas .
Será tudo isto mera casualidade ou coincidência ? Ou terá, pelo contrário, algum significado político ?
No último fim de semana , o Dr. Pereira Coelho desdobrou-se em declarações na defesa do povo . Cito a imprensa regional.
Na reunião da Câmara Municipal , e na qualidade de seu Vice-Presidente , afirmou que o bom povo da Figueira não tem uma elite condizente com ele . E logo a seguir , que ”o mal do povo é que participa muito pouco , exige muito pouco e verga-se demais perante os poderosos da cidade .
Mais adiante, acrescentou que servir o povo da Figueira não é servir os interesses poderosos da cidade .
No sábado , já na qualidade de mero cidadão , e no almoço em sua homenagem , voltaria a afirmar que ainda há muitos interesses instalados e o povo tem de dizer não , insistindo depois que o povo tem de dizer que já chega , que já mandaram demais .
O populismo caracteriza-se , além de outras coisas , por uma prática política ,e
pode ser indiciado por um modelo de discurso político em que o uso da palavra povo é intensiva e insistente .
A deriva populista é uma grave enfermidade que pode infectar as democracias , quando estas se tornam vulneráveis , por efeito de um desencanto relativamente à acção política dos partidos , ou devido a uma crescente desconfiança para com parte ou a totalidade da classe política .
O perigo do populismo não pende somente sobre paises da América Latina , como os casos de Perón e Menem na Argentina , de Color de Melo no Brasil ou de Hugo Chavez na Venezuela .
Pode mesmo afectar democracias tão consolidadas como a Holanda ( veja-se o caso do sucesso obtido pelo político holandês assassinado aqui há 2 anos , de que agora não me ocorre o nome ) , a Bélgica flamenga , a Itália de Berlusconi , a Áustria de Haider , ou a França dos anos 50 , com o fenómeno do poujadismo .
Felizmente que na maioria das democracias episodicamente atingidas , o populismo pode ser combatido e corrigido com recurso a mecanismos de correcção naturais , próprios das democracias.
O Dr. Santana Lopes é reconhecido , fora e dentro do PSD , como tendo uma propensão para o populismo . Disso será porventura indicação um pequeno e singelo pormenor : a ênfase quase obsessiva com que teima em dizer PPD/PSD , e não simplesmente PSD , como toda a gente diz.
Ser popular não significa necessariamente ser populista . Nem um partido popular é necessariamente populista .
Todavia , já o Dr. Paulo Portas tem uma linguagem que poderá configurar uma propensão para o populismo .
Tem um verbo escorreito , fácil , incisivo e eficaz .
Está incrivelmente à vontade , como peixe na água , quando , despido o blazer e retirada a camisa às riscas azuis , visita os mercados , acompanha pescadores a alta madrugada , finge estar a vindimar , abraça velhinhas e beija criancinhas .
Sabe puxar , e puxa com muita freqüência , um discurso sedutor para os reformados , para os ex-combatentes , ou para os desempregados ( leia-se também descamisados...) .
Como o fez no último congresso do Partido Popular , sabe agitar a imigração como bode expiatório para explicar a situação daqueles .
Em nota de rodapé , deverá registar-se o facto de que o Dr. Pereira Coelho parece ser o dirigente de topo do PSD normalmente de serviço e destacado ( noblesse oblige”...) quando , no plano das relações institucionais entre este partido e o PP , se torna necessário dar uma satisfação de presença , ou um gesto de solidariedade ao partido parceiro da coligação .
Esteve presente , por exemplo, como representante da direcção do PSD , naquele extravagante comício de desagravo ao Dr. Paulo Portas , promovido pelo PP e realizado no Largo do Caldas .
Tornou a estar presente , também em representação do PSD , no encerramento do último Congresso do Partido liderado pelo Dr. Paulo Portas .
Será tudo isto mera casualidade ou coincidência ? Ou terá, pelo contrário, algum significado político ?
Ano municipal sem estacionamento em dupla fila...na Rua da República
Não irei ao ponto de chamar ao mediático evento uma palhaçada , como o faz opalhinhas.
Concordo porém com a opinião expressa no editorial de hoje do Publico , onde o dia europeu sem carros é qualificado de brincadeira ( " Para brincadeira já chega " )
À escala da nossa cidade , creio que teria sido preferível instituir , não um dia mas sim a semana municipal sem estacionamento em dupla fila ...na Rua da República “ .
O que por lá se vê , todos os dias , é um singelo testemunho do clima generalizado de impunidade que reina na nossa cidade , em matéria de estacionamento . Seja em dupla fila , ou sobre os passeios , ou em locais claramente sinalizados como sendo de estacionamento proibido.
Comportamentos que , em primeiro lugar revelam a má educação das pessoas que os adoptam.
Mas cujo carácter sistemático atesta igualmente a incapacidade e o demissionismo das autoridades locais , autárquicas ou policiais , que face ao mesmo parecem assobiar para o lado .
A Figueira da Foz é uma cidade com muitos espaços e muitos lugares de estacionamento . O que estes não estão , para alguns , é mesmo ali à porta da loja , do banco ou da casa a que se quer dar um saltinho . Mas facilmente se encontram a uma ou duas centenas de metros , e faz bem caminhar .
O estacionamento em dupla fila na Avenida da República , mesmo à entrada da cidade , é todavia a de maior visibilidade para os habitantes da Figueira da Foz e para quem a visita .
Por isso reforço a minha sugestão : institucionalize a Câmara Municipal o ano municipal sem estacionamento em dupla fila...na Rua da República , e terá o meu aplauso .
Tal não será uma mera brincadeira , antes uma medida a sério , um pequeno passo para disciplinar o transito na cidade e dar-lhe maior fluidez .
Também a bem da autoridade do estado democrático , que continua com pouca credibilidade , não obstante o guterrismo ter sido já afastado do poder há mais de um ano .
Não irei ao ponto de chamar ao mediático evento uma palhaçada , como o faz opalhinhas.
Concordo porém com a opinião expressa no editorial de hoje do Publico , onde o dia europeu sem carros é qualificado de brincadeira ( " Para brincadeira já chega " )
À escala da nossa cidade , creio que teria sido preferível instituir , não um dia mas sim a semana municipal sem estacionamento em dupla fila ...na Rua da República “ .
O que por lá se vê , todos os dias , é um singelo testemunho do clima generalizado de impunidade que reina na nossa cidade , em matéria de estacionamento . Seja em dupla fila , ou sobre os passeios , ou em locais claramente sinalizados como sendo de estacionamento proibido.
Comportamentos que , em primeiro lugar revelam a má educação das pessoas que os adoptam.
Mas cujo carácter sistemático atesta igualmente a incapacidade e o demissionismo das autoridades locais , autárquicas ou policiais , que face ao mesmo parecem assobiar para o lado .
A Figueira da Foz é uma cidade com muitos espaços e muitos lugares de estacionamento . O que estes não estão , para alguns , é mesmo ali à porta da loja , do banco ou da casa a que se quer dar um saltinho . Mas facilmente se encontram a uma ou duas centenas de metros , e faz bem caminhar .
O estacionamento em dupla fila na Avenida da República , mesmo à entrada da cidade , é todavia a de maior visibilidade para os habitantes da Figueira da Foz e para quem a visita .
Por isso reforço a minha sugestão : institucionalize a Câmara Municipal o ano municipal sem estacionamento em dupla fila...na Rua da República , e terá o meu aplauso .
Tal não será uma mera brincadeira , antes uma medida a sério , um pequeno passo para disciplinar o transito na cidade e dar-lhe maior fluidez .
Também a bem da autoridade do estado democrático , que continua com pouca credibilidade , não obstante o guterrismo ter sido já afastado do poder há mais de um ano .
domingo, setembro 21, 2003
Coimbra , capital da cultura...
Vale a pena transcrever um recente post do Abrupto .
Fardados de estudantes, meia dúzia de dirigentes académicos de Coimbra foram entregar uma pilha de papel higiénico, equivalente ao valor das propinas que recusam pagar, em frente ao Ministério do Ensino Superior. É um bom retrato de como está a Universidade de Coimbra – os estudantes revêem-se elegantemente no papel higiénico como metáfora. Não lhes passa pela cabeça levar uma pilha de livros e dizer “estes são os livros que não posso comprar”. Mas não. Eles acham que são irreverentes e engraçadinhos sendo ordinários, e esquecem-se que, no que deixam, se retratam a si próprios.
Importa cruzar este comentário de Pacheco Pereira com um outro , tambem publicado no Abrupto , por volta do dia 9 de Agosto passado , e que rezava assim :
"(...) um grupo de estudantes duma Tuna de uma faculdade técnica da Universidade de Coimbra, a elite da nação, de capa e batina negras à torreira do sol, cantam alegremente “é o branco, é o tinto que me faz levantar de manhã” e fazem umas piruetas por cima uns dos outros. É difícil mostrar tão bem todo o esplendor do nosso atraso." .
Exemplos como estes poderão encontrar-se muitos...
Vale a pena transcrever um recente post do Abrupto .
Fardados de estudantes, meia dúzia de dirigentes académicos de Coimbra foram entregar uma pilha de papel higiénico, equivalente ao valor das propinas que recusam pagar, em frente ao Ministério do Ensino Superior. É um bom retrato de como está a Universidade de Coimbra – os estudantes revêem-se elegantemente no papel higiénico como metáfora. Não lhes passa pela cabeça levar uma pilha de livros e dizer “estes são os livros que não posso comprar”. Mas não. Eles acham que são irreverentes e engraçadinhos sendo ordinários, e esquecem-se que, no que deixam, se retratam a si próprios.
Importa cruzar este comentário de Pacheco Pereira com um outro , tambem publicado no Abrupto , por volta do dia 9 de Agosto passado , e que rezava assim :
"(...) um grupo de estudantes duma Tuna de uma faculdade técnica da Universidade de Coimbra, a elite da nação, de capa e batina negras à torreira do sol, cantam alegremente “é o branco, é o tinto que me faz levantar de manhã” e fazem umas piruetas por cima uns dos outros. É difícil mostrar tão bem todo o esplendor do nosso atraso." .
Exemplos como estes poderão encontrar-se muitos...
A vulgata da ciência pedagógica
Excelente e de uma exemplar lucidez é a crônica de Henrique Monteiro no Expresso deste fim de semana .
Sob o título A vulgata do regresso às aulas , Henrique Monteiro desmistifica , sem complexos , a vulgata que alguns especialistas da educação nos querem impor . Muito na linha do que , em prosa sempre brilhante , vem fazendo de vez em quando Maria Filomena Mônica.
Henrique Monteiro denuncia o rosário de lugares-comuns politicamente correctos sobre a escola e a espécie de cartilhas pseudo-psicológicas que as ciências da educação adoptaram quando se trata de crianças .
A praga destas teses e destas cartilhas , e a fauna dos seus intelectuais defensores , não são exclusivos da chamada esquerda ; espalham-se mesmo por um mais amplo espectro ideológico e partidário , que chega a significativas franjas da direita . Mas afecta muito o Partido Socialista, caberá reconhece-lo .
Para ser um partido com credibilidade e poder aparecer como alternativa ao actual governo ,como é indispensável que aconteça , o Partido Socialista deverá purgar-se daquela fauna .
Estou a referir-me , por exemplo, à Drª Ana Benavente , que nos anos do guterrismo , e porventura ainda agora , protagoniza e dinamiza a defesa daquelas modernaças teses.
Com vencimento dentro e fora do PS , até ao momento, como é bem sabido .
E cujas consequências estão bem à vista, se atentarmos ao nível médio de preparação cultural e científica com que os jovens chegam hoje em dia às universidades .
Excelente e de uma exemplar lucidez é a crônica de Henrique Monteiro no Expresso deste fim de semana .
Sob o título A vulgata do regresso às aulas , Henrique Monteiro desmistifica , sem complexos , a vulgata que alguns especialistas da educação nos querem impor . Muito na linha do que , em prosa sempre brilhante , vem fazendo de vez em quando Maria Filomena Mônica.
Henrique Monteiro denuncia o rosário de lugares-comuns politicamente correctos sobre a escola e a espécie de cartilhas pseudo-psicológicas que as ciências da educação adoptaram quando se trata de crianças .
A praga destas teses e destas cartilhas , e a fauna dos seus intelectuais defensores , não são exclusivos da chamada esquerda ; espalham-se mesmo por um mais amplo espectro ideológico e partidário , que chega a significativas franjas da direita . Mas afecta muito o Partido Socialista, caberá reconhece-lo .
Para ser um partido com credibilidade e poder aparecer como alternativa ao actual governo ,como é indispensável que aconteça , o Partido Socialista deverá purgar-se daquela fauna .
Estou a referir-me , por exemplo, à Drª Ana Benavente , que nos anos do guterrismo , e porventura ainda agora , protagoniza e dinamiza a defesa daquelas modernaças teses.
Com vencimento dentro e fora do PS , até ao momento, como é bem sabido .
E cujas consequências estão bem à vista, se atentarmos ao nível médio de preparação cultural e científica com que os jovens chegam hoje em dia às universidades .
A minha aposta no Engº José Sócrates
Tenho franca simpatia política pelo Engº José Sócrates .
Sendo embora , de algum modo , uma criação do guterrismo , tem ,
com o estilo e com a prática deste, bastantes linhas de ruptura , que importa sublinhar .
Tem convicções, e é politicamente determinado , como o demonstrou no decorrer de todo o processo da tentativa de fazer vencer o método da co-incineração , enfrentando com coragem a mais repugnante demagogia usada por alguma Nomenklatura coimbrã no debate daquele tema .
Como também veio a demonstra-lo quando , tendo vindo à Figueira da Foz intervir num colóquio partidário , enfrentou sem complexos uma audiência hostil que o acusava de ter licenciado um aterro para resíduos banais previsto para Maiorca , afirmando que voltaria a faze-lo .
É afirmativo, sem ser dogmático . Admite o diálogo e o contraditório , mas sabe tomar a decisão quando o tempo da decisão chegou .
Do ponto de vista da sua imagem mediática , tem um discurso claro, linear e sem significativa obediência aos cânones do politiquês pechisbeque .
Tem uma expressão facial serena , sem o ar de quem está sempre com azia , como acontece com o Dr. Ferro Rodrigues .
Fala e discursa sem ser aos gritos e aos solavancos , como faz o actual Secretário Geral do Partido Socialista .
O Engº José Sócrates apresenta assim características pessoais e imagem política que fazem dele um potencial bom candidato à liderança do PS , com hipóteses de vitória em próximas eleições legislativas .
E que lhe podem permitir protagonizar a transformação do PS num partido de esquerda moderno , libertado das gangas e das teias de aranha ideológicas , dos tiques , vícios e complexos do soarismo , e das práticas políticas feitas de indecisão , paralizante diálogo e permanente cedência ao facilitismo e ao imediatismo , que caracterizaram o guterrismo .
Por tudo isto me causam desapontamento algumas declarações suas de tentativa de branqueamento e reabilitação do guterrismo ( por favor...Engº Guterres nunca mais...) assim como o deixar-se acompanhar ( por exemplo, na actual direcção da sua bancada na Assembleia da República ) por personalidades de tão fraca qualidade política e tão desacreditadas como Acácio Barreiros , José Magalhães , Manuel Maria Carrilho , Maria Santos ou Leonor Coutinho .
Tenho franca simpatia política pelo Engº José Sócrates .
Sendo embora , de algum modo , uma criação do guterrismo , tem ,
com o estilo e com a prática deste, bastantes linhas de ruptura , que importa sublinhar .
Tem convicções, e é politicamente determinado , como o demonstrou no decorrer de todo o processo da tentativa de fazer vencer o método da co-incineração , enfrentando com coragem a mais repugnante demagogia usada por alguma Nomenklatura coimbrã no debate daquele tema .
Como também veio a demonstra-lo quando , tendo vindo à Figueira da Foz intervir num colóquio partidário , enfrentou sem complexos uma audiência hostil que o acusava de ter licenciado um aterro para resíduos banais previsto para Maiorca , afirmando que voltaria a faze-lo .
É afirmativo, sem ser dogmático . Admite o diálogo e o contraditório , mas sabe tomar a decisão quando o tempo da decisão chegou .
Do ponto de vista da sua imagem mediática , tem um discurso claro, linear e sem significativa obediência aos cânones do politiquês pechisbeque .
Tem uma expressão facial serena , sem o ar de quem está sempre com azia , como acontece com o Dr. Ferro Rodrigues .
Fala e discursa sem ser aos gritos e aos solavancos , como faz o actual Secretário Geral do Partido Socialista .
O Engº José Sócrates apresenta assim características pessoais e imagem política que fazem dele um potencial bom candidato à liderança do PS , com hipóteses de vitória em próximas eleições legislativas .
E que lhe podem permitir protagonizar a transformação do PS num partido de esquerda moderno , libertado das gangas e das teias de aranha ideológicas , dos tiques , vícios e complexos do soarismo , e das práticas políticas feitas de indecisão , paralizante diálogo e permanente cedência ao facilitismo e ao imediatismo , que caracterizaram o guterrismo .
Por tudo isto me causam desapontamento algumas declarações suas de tentativa de branqueamento e reabilitação do guterrismo ( por favor...Engº Guterres nunca mais...) assim como o deixar-se acompanhar ( por exemplo, na actual direcção da sua bancada na Assembleia da República ) por personalidades de tão fraca qualidade política e tão desacreditadas como Acácio Barreiros , José Magalhães , Manuel Maria Carrilho , Maria Santos ou Leonor Coutinho .
sexta-feira, setembro 19, 2003
Três em um...
Não há fome que não dê em fartura . Depois de um interregno de quase 3 semanas , aí estão , de uma vez só, 3 posts . Que afinal são um só...
Quando quiz publicar este novo post , apareceu-me um sinal de erro , que não soube interpretar . E assim voltei a repetir o clique para publicação. Sairam-me três réplicas de uma assentada ...
Peço por isso desculpa ao paciente leitor , se é que o haverá .
Não há fome que não dê em fartura . Depois de um interregno de quase 3 semanas , aí estão , de uma vez só, 3 posts . Que afinal são um só...
Quando quiz publicar este novo post , apareceu-me um sinal de erro , que não soube interpretar . E assim voltei a repetir o clique para publicação. Sairam-me três réplicas de uma assentada ...
Peço por isso desculpa ao paciente leitor , se é que o haverá .
Blogar de novo sobre tema velho...
O fim das férias traz – nos de volta às desventuras indígenas , bem como aos desencontros, tricas , e escaramuças da nossa Clochemerle local .
Com frequência , como desta vez, toma um pouco mais de tempo entrar de novo no passo certo do quotidiano profissional e pessoal .
Voltar a blogar , exige o esforço prévio de rever a agenda , abrir todo o correio , ler , na medida do possível , toda a imprensa atrasada , limpar a mesa de trabalho , rememorar os casos deixados pendentes ou a aboborar , vencer enfim a preguiça mental dos primeiros dias .
Distante das pátrias terras , liguei-me cibernéticamente a elas por duas vezes em duas semanas através dos sítios do Público e de As Beiras , bem como , obviamente , de opalhinhas .
Fui assim tomando conhecimento das duas polémicas que estalaram na vida autárquica local nestas duas últimas semanas .
Sei delas apenas o que captei da leitura da imprensa regional e daquele blog , bem como de mais alguns rumores e malediciências que aqui e acolá fui ouvindo nos mentideros da vila .
Embora os casos tenham perdido actualidade , não resisto a deixar um registo pessoal de umas dicas com respeito a um deles : o da Escola Profissional da Figueira da Foz ( EPFF) .
Esta Escola Profissional foi um dos activos armadilhados herdados da gestão do Dr. Santana Lopes.
No início do mandato do actual executivo camarário , a castanha quente passou para as mãos da Vereadora Drª Teresa Machado . A qual deparou com uma situação algo assustadora e muito preocupante , nos planos financeiro e pedagógico , que decerto lhe deverá ter tirado algumas horas de sono .
Mas , como entendeu que o Município tem de ser uma pessoa de bem , e que , como pessoa colectiva ( independentemente de quem o governa na conjuntura) , tinha responsabilidades na situação criada , empenhou-se , com serena sabedoria , a consertar e remendar aquela o melhor que soube e pôde .
No que terá sido relativamente bem sucedida , a julgar pelo teor de um documento da DREC de Maio passado . Como refere a imprensa , citando literalmente a Srª Vereadora , aquele documento da DREC indica ter havido melhorias e sublinha que a EPFF apresenta um projecto educativo satisfatório .
Ao que penso poder concluir , a opinião de que a Câmara Municipal não tem vocação para deter e gerir uma Escola Profissional merece consenso generalizado no seio dos membros executivos da Câmara Municipal . Tal consenso estender-se-à mesmo aos restantes vereadores , ditos da oposição .
No que talvez exista um certa linha de fractura é quanto à forma da Câmara Municipal se descartar das responsabilidades herdadas e assumidas .
Dentro da equipa dos membros executivos , haverá uma linha defendendo que , sim senhor , o Município deverá libertar-se da Escola Profissional , mas transferindo-a , de forma transparente e consertada das suas maleitas , para o âmbito de uma parceria eventualmente a constituir com outras entidades públicas e/ou privadas.
Enquanto uma outra linha , ( não sei se maioritária , mas pelo menos com mais peso político ) defenderá que , pura e simplesmente , o Município se deve libertar da Escola Profissional o mais rapidamente possível , deixando-a entrar , sem lhe dar a mão , por um plano inclinado de progressivo desfalecimento.
Terá sido então esta linha de fractura que , a meu ver , esteve na origem do incidente ocorrido em plena sessão camarária e do ambiente de cortar à faca que nela parece ter-se respirado .
Há um ponto mais a merecer uma referência .
Acho insólito ( para dizer o mínimo) que esta questão haja sido levantada no momento em que o foi . Por que carga de água é que o Diário As Beiras publica subitamente duas páginas inteiras sobre o chamado problema da Escola Profissional ? Das quais , a primeira é toda ela dedicada a uma entrevista à Srª Directora da DREC , militante do PSD , da distrital do PSD de Coimbra .
E metade da segunda página é dedicada , não à Escola Profissional da Figueira da Foz , mas sim ao INTEP .
Como e porquê este inusitado interesse do Diário As Beiras para dar tratamento jornalístico àquele tema ?
Presumo tratar-se de meros critérios editoriais , sobre os quais a direcção do jornal é obviamente soberana .
Mas que , na minha qualidade de leitor , confesso não perceber .
O fim das férias traz – nos de volta às desventuras indígenas , bem como aos desencontros, tricas , e escaramuças da nossa Clochemerle local .
Com frequência , como desta vez, toma um pouco mais de tempo entrar de novo no passo certo do quotidiano profissional e pessoal .
Voltar a blogar , exige o esforço prévio de rever a agenda , abrir todo o correio , ler , na medida do possível , toda a imprensa atrasada , limpar a mesa de trabalho , rememorar os casos deixados pendentes ou a aboborar , vencer enfim a preguiça mental dos primeiros dias .
Distante das pátrias terras , liguei-me cibernéticamente a elas por duas vezes em duas semanas através dos sítios do Público e de As Beiras , bem como , obviamente , de opalhinhas .
Fui assim tomando conhecimento das duas polémicas que estalaram na vida autárquica local nestas duas últimas semanas .
Sei delas apenas o que captei da leitura da imprensa regional e daquele blog , bem como de mais alguns rumores e malediciências que aqui e acolá fui ouvindo nos mentideros da vila .
Embora os casos tenham perdido actualidade , não resisto a deixar um registo pessoal de umas dicas com respeito a um deles : o da Escola Profissional da Figueira da Foz ( EPFF) .
Esta Escola Profissional foi um dos activos armadilhados herdados da gestão do Dr. Santana Lopes.
No início do mandato do actual executivo camarário , a castanha quente passou para as mãos da Vereadora Drª Teresa Machado . A qual deparou com uma situação algo assustadora e muito preocupante , nos planos financeiro e pedagógico , que decerto lhe deverá ter tirado algumas horas de sono .
Mas , como entendeu que o Município tem de ser uma pessoa de bem , e que , como pessoa colectiva ( independentemente de quem o governa na conjuntura) , tinha responsabilidades na situação criada , empenhou-se , com serena sabedoria , a consertar e remendar aquela o melhor que soube e pôde .
No que terá sido relativamente bem sucedida , a julgar pelo teor de um documento da DREC de Maio passado . Como refere a imprensa , citando literalmente a Srª Vereadora , aquele documento da DREC indica ter havido melhorias e sublinha que a EPFF apresenta um projecto educativo satisfatório .
Ao que penso poder concluir , a opinião de que a Câmara Municipal não tem vocação para deter e gerir uma Escola Profissional merece consenso generalizado no seio dos membros executivos da Câmara Municipal . Tal consenso estender-se-à mesmo aos restantes vereadores , ditos da oposição .
No que talvez exista um certa linha de fractura é quanto à forma da Câmara Municipal se descartar das responsabilidades herdadas e assumidas .
Dentro da equipa dos membros executivos , haverá uma linha defendendo que , sim senhor , o Município deverá libertar-se da Escola Profissional , mas transferindo-a , de forma transparente e consertada das suas maleitas , para o âmbito de uma parceria eventualmente a constituir com outras entidades públicas e/ou privadas.
Enquanto uma outra linha , ( não sei se maioritária , mas pelo menos com mais peso político ) defenderá que , pura e simplesmente , o Município se deve libertar da Escola Profissional o mais rapidamente possível , deixando-a entrar , sem lhe dar a mão , por um plano inclinado de progressivo desfalecimento.
Terá sido então esta linha de fractura que , a meu ver , esteve na origem do incidente ocorrido em plena sessão camarária e do ambiente de cortar à faca que nela parece ter-se respirado .
Há um ponto mais a merecer uma referência .
Acho insólito ( para dizer o mínimo) que esta questão haja sido levantada no momento em que o foi . Por que carga de água é que o Diário As Beiras publica subitamente duas páginas inteiras sobre o chamado problema da Escola Profissional ? Das quais , a primeira é toda ela dedicada a uma entrevista à Srª Directora da DREC , militante do PSD , da distrital do PSD de Coimbra .
E metade da segunda página é dedicada , não à Escola Profissional da Figueira da Foz , mas sim ao INTEP .
Como e porquê este inusitado interesse do Diário As Beiras para dar tratamento jornalístico àquele tema ?
Presumo tratar-se de meros critérios editoriais , sobre os quais a direcção do jornal é obviamente soberana .
Mas que , na minha qualidade de leitor , confesso não perceber .
quinta-feira, setembro 18, 2003
Blogar de novo sobre tema velho...
O fim das férias traz – nos de volta , agoniadamente , às desventuras indígenas , bem como aos desencontros, tricas , e escaramuças da nossa Clochemerle local .
Com frequência , como desta vez, toma um pouco mais de tempo entrar de novo no passo certo do quotidiano profissional e pessoal .
Voltar a blogar , exige o esforço prévio de rever a agenda , abrir todo o correio , ler , na medida do possível , toda a imprensa atrasada , limpar a mesa de trabalho , rememorar os casos deixados pendentes ou a aboborar , vencer enfim a preguiça mental dos primeiros dias .
Distante das pátrias terras , liguei-me cibernéticamente a elas por duas vezes em duas semanas através dos sítios do Público e de As Beiras , bem como , obviamente , de opalhinhas .
Fui assim tomando conhecimento das duas polémicas que estalaram na vida autárquica local nestas duas últimas semanas .
Sei delas apenas o que captei da leitura da imprensa regional e daquele blog , bem como de mais alguns rumores e malediciências que aqui e acolá fui ouvindo nos mentideros da vila .
Embora os casos tenham perdido actualidade , não resisto a deixar um registo pessoal de umas dicas com respeito a um deles : o da Escola Profissional da Figueira da Foz ( EPFF) .
Esta Escola Profissional foi um dos activos armadilhados herdados da gestão do Dr. Santana Lopes.
No início do mandato do actual executivo camarário , a castanha quente passou para as mãos da Vereadora Drª Teresa Machado . A qual deparou com uma situação algo assustadora e muito preocupante , nos planos financeiro e pedagógico , que decerto lhe deverá ter tirado algumas horas de sono .
Mas , como entendeu que o Município tem de ser uma pessoa de bem , e que , como pessoa colectiva ( independentemente de quem o governa na conjuntura) , tinha responsabilidades na situação criada , empenhou-se , com serena sabedoria , a consertar e remendar aquela o melhor que soube e pôde .
No que terá sido relativamente bem sucedida , a julgar pelo teor de um documento da DREC de Maio passado . Como refere a imprensa , citando literalmente a Srª Vereadora , aquele documento da DREC indica ter havido melhorias e sublinha que a EPFF apresenta um projecto educativo satisfatório .
Ao que penso poder concluir , a opinião de que a Câmara Municipal não tem vocação para deter e gerir uma Escola Profissional merece consenso generalizado no seio dos membros executivos da Câmara Municipal . Tal consenso estender-se-à mesmo aos restantes vereadores , ditos da oposição .
No que talvez exista um certa linha de fractura é quanto à forma da Câmara Municipal se descartar das responsabilidades herdadas e assumidas .
Dentro da equipa dos membros executivos , haverá uma linha defendendo que , sim senhor , o Município deverá libertar-se da Escola Profissional , mas transferindo-a , de forma transparente e consertada das suas maleitas , para o âmbito de uma parceria eventualmente a constituir com outras entidades públicas e/ou privadas.
Enquanto uma outra linha , ( não sei se maioritária , mas pelo menos com mais peso político ) defenderá que , pura e simplesmente , o Município se deve libertar da Escola Profissional o mais rapidamente possível , deixando-a entrar , sem lhe dar a mão , por um plano inclinado de progressivo desfalecimento.
Terá sido então esta linha de fractura que , a meu ver , esteve na origem do incidente ocorrido em plena sessão camarária e do ambiente de cortar à faca que nela parece ter-se respirado .
Há um ponto mais a merecer uma referência .
Acho insólito ( para dizer o mínimo) que esta questão haja sido levantada no momento em que o foi . Por que carga de água é que o “Diário As Beiras” publica subitamente duas páginas inteiras sobre o chamado problema da Escola Profissional ? Das quais , a primeira é toda ela dedicada a uma entrevista à Srª Directora da DREC , militante do PSD , da distrital do PSD de Coimbra .
E metade da segunda página é dedicada , não à Escola Profissional da Figueira da Foz , mas sim ao INTEP .
Como e porquê este inusitado interesse do Diário As Beiras para dar tratamento jornalístico àquele tema ?
Presumo tratar-se de meros critérios editoriais , sobre os quais a direcção do jornal é obviamente soberana .
Mas que , na minha qualidade de leitor , confesso não perceber .
O fim das férias traz – nos de volta , agoniadamente , às desventuras indígenas , bem como aos desencontros, tricas , e escaramuças da nossa Clochemerle local .
Com frequência , como desta vez, toma um pouco mais de tempo entrar de novo no passo certo do quotidiano profissional e pessoal .
Voltar a blogar , exige o esforço prévio de rever a agenda , abrir todo o correio , ler , na medida do possível , toda a imprensa atrasada , limpar a mesa de trabalho , rememorar os casos deixados pendentes ou a aboborar , vencer enfim a preguiça mental dos primeiros dias .
Distante das pátrias terras , liguei-me cibernéticamente a elas por duas vezes em duas semanas através dos sítios do Público e de As Beiras , bem como , obviamente , de opalhinhas .
Fui assim tomando conhecimento das duas polémicas que estalaram na vida autárquica local nestas duas últimas semanas .
Sei delas apenas o que captei da leitura da imprensa regional e daquele blog , bem como de mais alguns rumores e malediciências que aqui e acolá fui ouvindo nos mentideros da vila .
Embora os casos tenham perdido actualidade , não resisto a deixar um registo pessoal de umas dicas com respeito a um deles : o da Escola Profissional da Figueira da Foz ( EPFF) .
Esta Escola Profissional foi um dos activos armadilhados herdados da gestão do Dr. Santana Lopes.
No início do mandato do actual executivo camarário , a castanha quente passou para as mãos da Vereadora Drª Teresa Machado . A qual deparou com uma situação algo assustadora e muito preocupante , nos planos financeiro e pedagógico , que decerto lhe deverá ter tirado algumas horas de sono .
Mas , como entendeu que o Município tem de ser uma pessoa de bem , e que , como pessoa colectiva ( independentemente de quem o governa na conjuntura) , tinha responsabilidades na situação criada , empenhou-se , com serena sabedoria , a consertar e remendar aquela o melhor que soube e pôde .
No que terá sido relativamente bem sucedida , a julgar pelo teor de um documento da DREC de Maio passado . Como refere a imprensa , citando literalmente a Srª Vereadora , aquele documento da DREC indica ter havido melhorias e sublinha que a EPFF apresenta um projecto educativo satisfatório .
Ao que penso poder concluir , a opinião de que a Câmara Municipal não tem vocação para deter e gerir uma Escola Profissional merece consenso generalizado no seio dos membros executivos da Câmara Municipal . Tal consenso estender-se-à mesmo aos restantes vereadores , ditos da oposição .
No que talvez exista um certa linha de fractura é quanto à forma da Câmara Municipal se descartar das responsabilidades herdadas e assumidas .
Dentro da equipa dos membros executivos , haverá uma linha defendendo que , sim senhor , o Município deverá libertar-se da Escola Profissional , mas transferindo-a , de forma transparente e consertada das suas maleitas , para o âmbito de uma parceria eventualmente a constituir com outras entidades públicas e/ou privadas.
Enquanto uma outra linha , ( não sei se maioritária , mas pelo menos com mais peso político ) defenderá que , pura e simplesmente , o Município se deve libertar da Escola Profissional o mais rapidamente possível , deixando-a entrar , sem lhe dar a mão , por um plano inclinado de progressivo desfalecimento.
Terá sido então esta linha de fractura que , a meu ver , esteve na origem do incidente ocorrido em plena sessão camarária e do ambiente de cortar à faca que nela parece ter-se respirado .
Há um ponto mais a merecer uma referência .
Acho insólito ( para dizer o mínimo) que esta questão haja sido levantada no momento em que o foi . Por que carga de água é que o “Diário As Beiras” publica subitamente duas páginas inteiras sobre o chamado problema da Escola Profissional ? Das quais , a primeira é toda ela dedicada a uma entrevista à Srª Directora da DREC , militante do PSD , da distrital do PSD de Coimbra .
E metade da segunda página é dedicada , não à Escola Profissional da Figueira da Foz , mas sim ao INTEP .
Como e porquê este inusitado interesse do Diário As Beiras para dar tratamento jornalístico àquele tema ?
Presumo tratar-se de meros critérios editoriais , sobre os quais a direcção do jornal é obviamente soberana .
Mas que , na minha qualidade de leitor , confesso não perceber .
Blogar de novo sobre tema velho...
O fim das férias traz – nos de volta , agoniadamente , às desventuras indígenas , bem como aos desencontros, tricas , e escaramuças da nossa Clochemerle local .
Com frequência , como desta vez, toma um pouco mais de tempo entrar de novo no passo certo do quotidiano profissional e pessoal .
Voltar a blogar , exige o esforço prévio de rever a agenda , abrir todo o correio , ler , na medida do possível , toda a imprensa atrasada , limpar a mesa de trabalho , rememorar os casos deixados pendentes ou a aboborar , vencer enfim a preguiça mental dos primeiros dias .
Distante das pátrias terras , liguei-me cibernéticamente a elas por duas vezes em duas semanas através dos sítios do Público e de As Beiras , bem como , obviamente , de opalhinhas .
Fui assim tomando conhecimento das duas polémicas que estalaram na vida autárquica local nestas duas últimas semanas .
Sei delas apenas o que captei da leitura da imprensa regional e daquele blog , bem como de mais alguns rumores e malediciências que aqui e acolá fui ouvindo nos mentideros da vila .
Embora os casos tenham perdido actualidade , não resisto a deixar um registo pessoal de umas dicas com respeito a um deles : o da Escola Profissional da Figueira da Foz ( EPFF) .
Esta Escola Profissional foi um dos activos armadilhados herdados da gestão do Dr. Santana Lopes.
No início do mandato do actual executivo camarário , a castanha quente passou para as mãos da Vereadora Drª Teresa Machado . A qual deparou com uma situação algo assustadora e muito preocupante , nos planos financeiro e pedagógico , que decerto lhe deverá ter tirado algumas horas de sono .
Mas , como entendeu que o Município tem de ser uma pessoa de bem , e que , como pessoa colectiva ( independentemente de quem o governa na conjuntura) , tinha responsabilidades na situação criada , empenhou-se , com serena sabedoria , a consertar e remendar aquela o melhor que soube e pôde .
No que terá sido relativamente bem sucedida , a julgar pelo teor de um documento da DREC de Maio passado . Como refere a imprensa , citando literalmente a Srª Vereadora , aquele documento da DREC indica ter havido melhorias e sublinha que a EPFF apresenta um projecto educativo satisfatório .
Ao que penso poder concluir , a opinião de que a Câmara Municipal não tem vocação para deter e gerir uma Escola Profissional merece consenso generalizado no seio dos membros executivos da Câmara Municipal . Tal consenso estender-se-à mesmo aos restantes vereadores , ditos da oposição .
No que talvez exista um certa linha de fractura é quanto à forma da Câmara Municipal se descartar das responsabilidades herdadas e assumidas .
Dentro da equipa dos membros executivos , haverá uma linha defendendo que , sim senhor , o Município deverá libertar-se da Escola Profissional , mas transferindo-a , de forma transparente e consertada das suas maleitas , para o âmbito de uma parceria eventualmente a constituir com outras entidades públicas e/ou privadas.
Enquanto uma outra linha , ( não sei se maioritária , mas pelo menos com mais peso político ) defenderá que , pura e simplesmente , o Município se deve libertar da Escola Profissional o mais rapidamente possível , deixando-a entrar , sem lhe dar a mão , por um plano inclinado de progressivo desfalecimento.
Terá sido então esta linha de fractura que , a meu ver , esteve na origem do incidente ocorrido em plena sessão camarária e do ambiente de cortar à faca que nela parece ter-se respirado .
Há um ponto mais a merecer uma referência .
Acho insólito ( para dizer o mínimo) que esta questão haja sido levantada no momento em que o foi . Por que carga de água é que o Diário As Beiras publica subitamente duas páginas inteiras sobre o chamado problema da Escola Profissional ? Das quais , a primeira é toda ela dedicada a uma entrevista da Srª Directora da DREC , militante do PSD , da distrital do PSD de Coimbra .
E metade da segunda página é dedicada , não à Escola Profissional da Figueira da Foz , mas sim ao INTEP .
Como e porquê este inusitado interesse do Diário As Beiras para dar tamanho tratamento jornalístico àquele tema ?
Presumo tratar-se de meros critérios editoriais , sobre os quais a direcção do jornal é obviamente soberana .
Mas que , na minha qualidade de leitor , confesso não perceber .
O fim das férias traz – nos de volta , agoniadamente , às desventuras indígenas , bem como aos desencontros, tricas , e escaramuças da nossa Clochemerle local .
Com frequência , como desta vez, toma um pouco mais de tempo entrar de novo no passo certo do quotidiano profissional e pessoal .
Voltar a blogar , exige o esforço prévio de rever a agenda , abrir todo o correio , ler , na medida do possível , toda a imprensa atrasada , limpar a mesa de trabalho , rememorar os casos deixados pendentes ou a aboborar , vencer enfim a preguiça mental dos primeiros dias .
Distante das pátrias terras , liguei-me cibernéticamente a elas por duas vezes em duas semanas através dos sítios do Público e de As Beiras , bem como , obviamente , de opalhinhas .
Fui assim tomando conhecimento das duas polémicas que estalaram na vida autárquica local nestas duas últimas semanas .
Sei delas apenas o que captei da leitura da imprensa regional e daquele blog , bem como de mais alguns rumores e malediciências que aqui e acolá fui ouvindo nos mentideros da vila .
Embora os casos tenham perdido actualidade , não resisto a deixar um registo pessoal de umas dicas com respeito a um deles : o da Escola Profissional da Figueira da Foz ( EPFF) .
Esta Escola Profissional foi um dos activos armadilhados herdados da gestão do Dr. Santana Lopes.
No início do mandato do actual executivo camarário , a castanha quente passou para as mãos da Vereadora Drª Teresa Machado . A qual deparou com uma situação algo assustadora e muito preocupante , nos planos financeiro e pedagógico , que decerto lhe deverá ter tirado algumas horas de sono .
Mas , como entendeu que o Município tem de ser uma pessoa de bem , e que , como pessoa colectiva ( independentemente de quem o governa na conjuntura) , tinha responsabilidades na situação criada , empenhou-se , com serena sabedoria , a consertar e remendar aquela o melhor que soube e pôde .
No que terá sido relativamente bem sucedida , a julgar pelo teor de um documento da DREC de Maio passado . Como refere a imprensa , citando literalmente a Srª Vereadora , aquele documento da DREC indica ter havido melhorias e sublinha que a EPFF apresenta um projecto educativo satisfatório .
Ao que penso poder concluir , a opinião de que a Câmara Municipal não tem vocação para deter e gerir uma Escola Profissional merece consenso generalizado no seio dos membros executivos da Câmara Municipal . Tal consenso estender-se-à mesmo aos restantes vereadores , ditos da oposição .
No que talvez exista um certa linha de fractura é quanto à forma da Câmara Municipal se descartar das responsabilidades herdadas e assumidas .
Dentro da equipa dos membros executivos , haverá uma linha defendendo que , sim senhor , o Município deverá libertar-se da Escola Profissional , mas transferindo-a , de forma transparente e consertada das suas maleitas , para o âmbito de uma parceria eventualmente a constituir com outras entidades públicas e/ou privadas.
Enquanto uma outra linha , ( não sei se maioritária , mas pelo menos com mais peso político ) defenderá que , pura e simplesmente , o Município se deve libertar da Escola Profissional o mais rapidamente possível , deixando-a entrar , sem lhe dar a mão , por um plano inclinado de progressivo desfalecimento.
Terá sido então esta linha de fractura que , a meu ver , esteve na origem do incidente ocorrido em plena sessão camarária e do ambiente de cortar à faca que nela parece ter-se respirado .
Há um ponto mais a merecer uma referência .
Acho insólito ( para dizer o mínimo) que esta questão haja sido levantada no momento em que o foi . Por que carga de água é que o Diário As Beiras publica subitamente duas páginas inteiras sobre o chamado problema da Escola Profissional ? Das quais , a primeira é toda ela dedicada a uma entrevista da Srª Directora da DREC , militante do PSD , da distrital do PSD de Coimbra .
E metade da segunda página é dedicada , não à Escola Profissional da Figueira da Foz , mas sim ao INTEP .
Como e porquê este inusitado interesse do Diário As Beiras para dar tamanho tratamento jornalístico àquele tema ?
Presumo tratar-se de meros critérios editoriais , sobre os quais a direcção do jornal é obviamente soberana .
Mas que , na minha qualidade de leitor , confesso não perceber .