quinta-feira, dezembro 16, 2010
A SAIDA DO EURO, OS APRENDIZES DE FEITICEIROS E O CAOS
Há já uns meses, deixei neste poste uma simulação de um cenário de saída de Portugal do Euro, com regresso ao escudo. Tratou-se obviamente de um prosaico exercício académico, feito quase por redução ao absurdo, para evidenciar o desastre social que decorreria desse cenário.
A hipótese é de vez em quando discutida e analisada. A generalidade dos economistas mais experientes, como Silva Lopes, não se coíbem de sublinhar que a saída de Portugal do Euro, sobretudo por opção própria, seria pura e simplesmente o completo caos.
Há já uns meses, deixei neste poste uma simulação de um cenário de saída de Portugal do Euro, com regresso ao escudo. Tratou-se obviamente de um prosaico exercício académico, feito quase por redução ao absurdo, para evidenciar o desastre social que decorreria desse cenário.
A hipótese é de vez em quando discutida e analisada. A generalidade dos economistas mais experientes, como Silva Lopes, não se coíbem de sublinhar que a saída de Portugal do Euro, sobretudo por opção própria, seria pura e simplesmente o completo caos.
Há todavia por aí uns aprendizes de feiticeiros que aparentemente defendem a bondade de uma tal terapia. É o que se pode concluir lendo este poste do blogue Ladrões de Bicicletas, onde escrevem alguns jovens do BE, fascinados por um esquerdilhismo queque, mas que bem no fundo dão cobertura (porventura inconscientemente) a uns escondidos defensores do mais puro e duro trotskismo, estranhamente associado a um ainda mais puro e duro estalinismo. Pode ler-se então naquele referido post :
Uma decisão dessa natureza [a saída do Euro] teria de ser convenientemente preparada, mantida em sigilo, e executada com rapidez e determinação, por forma a impedir a fuga de capitais e a corrida aos bancos. Isso implicaria o seu controle público durante algum tempo. Aliás, com a experiência adquirida na introdução da moeda única, deve ser possível uma passagem rápida e organizada para o escudo. É certo que, mesmo com um controle administrativo dos preços bem apertado, a inflação seria inicialmente elevada. Mas a breve trecho tenderia a ficar controlada como ilustra a recente experiência da Islândia. O grande problema seria sem dúvida o congelamento do financiamento externo. Estariam a China, o Brasil, e alguns fundos soberanos disponíveis para ajudar durante algum tempo?
Comentário de um leitor :
"Uma decisão dessa natureza teria de ser convenientemente preparada, mantida em sigilo,..."
Em ditadura, se bem percebo
E logo de um outro :
Em ditadura, se bem percebo.
e porque não? com guilhotina electrónica.
Ainda sobre o mesmo assunto, leia-se no blogue Aliás este delicioso, imaginativo e sarcástico texto
Os aprendizes de feiticeiros sempre foram, e são, como se sabe, muito perigosos. E muito mais se, com prosápia, pretenderem ter conhecimento e experiência que não têm, e utilizarem a demagogia como instrumento para enfeitiçarem os mais crédulos.