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terça-feira, outubro 26, 2010

O DISCURSO DE CAVACO SILVA

Não penso que Cavaco Silva, no anúncio da sua recandidatura, haja feito o discurso que eu esperaria e se exigiria no grave momento que se vive actualmente em Portugal, e que mais dramático ainda será no próximo futuro.
Teria preferido um discurso com menos enunciação das suas capacidades, competências, e desempenhos passados, mas com um registo bastante mais próximo do pronunciado por Winston Churchill ao povo britânico, através do Parlamento, em Maio de 1940.

(...)
Direi ao Parlamento, como já disse aos que se quiseram juntar a este governo : “ Não tenho nada mais para vos oferecer senão sangue, árduo trabalho, suor e lágrimas”.
Temos na nossa frente um desafio do mais doloroso tipo. Temos na nossa frente muitos, muitos longos meses de combate e de sofrimento. Perguntam, qual é a nossa política? Posso dizer : é empreender a guerra, por mar, terra e ar, com toda a nossa força e toda a energia que Deus nos puder dar ; empreender a guerra contra uma monstruosa tirania, nunca ultrapassada no tenebroso e lamentável inventário do crime humano . É essa a nossa política.
Perguntam, qual é o nosso desígnio ? Posso responder numa só palavra : é a vitória, vitória a qualquer custo, vitória apesar de todo o terror, por muito longa e duro que o caminho possa ser; porque sem vitória não há sobrevivência.(…)

Insisto que, deste discurso, gostaria apenas que Cavaco Silva adoptasse não estritamente o conteúdo, mas o tom e o registo. Obviamente que seria indispensável ter em devida conta as distâncias entre os níveis de dramatismo da situação inglesa em 1940, e da situação portuguesa em 2010, bem como o papel que cabe ao Presidente da República, nos termos da Constituição.
Sobre o mesmo tema, já assim aqui escrevi em 2008.

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