<$BlogRSDUrl$>

quarta-feira, dezembro 16, 2009

(FGT/CAE) = (FGT) + (CAE)

Neste anterior post, manifestei qual era a minha opinião sobre o que fazer com a FGT e o CAE. Era e continua a ser basicamente a seguinte:

Podem os actuais responsáveis camarários dar as voltas que quiserem dar ; fazer exercícios de re-engenharia organizacional que quiserem, separando aqui, juntando acolá, passando isto para este pelouro e aquilo para outro. A verdade nua e crua é que o Município da Figueira da Foz não tem, nem vai ter dinheiro para poder continuar a “enterrar” entre 1,5 e 2 milhões de euros por ano no CAE e na Figueira Grande Turismo (FGT) . É lamentável, será injusto, mas pura e simplesmente não tem. Há outras prioridades, bem mais urgentes e essenciais, para aplicar estas verbas.
Por isso não vejo que haja outra solução que não seja :
- extinguir a FGT, como de resto era o que defendiam os vereadores do PS no mandato anterior;
- congelar durante 3 a 4 anos o uso do CAE para proporcionar a umas poucas centenas de beneficiários ( de resto, a grande maioria vinda de Coimbra...) espectáculos de muita qualidade e muita valia cultural, mas em que as receitas não dão em geral para cobrir os cachets.
O CAE poderia eventualmente abrir para acolher eventos organizados e pagos por privados, em especial no fim de semana, desde que tal não cause despesa líquida para as finanças municipais.

A Câmara Municipal pretende agora fazer os tais “exercícios de re-engenharia organizacional”, propondo-se autonomizar a actvidade do CAE da FGT. Estranhamente, a FGT assim libertada da “carga” do CAE passa a ter 5 administradores em vez dos 3 que tinha antes. Vá lá alguém explicar melhor porquê, que eu não entendo.
Pouco importa, de resto. A mim, como munícipe e como contribuinte, o que me importa é opinar que, venham lá a dar as voltas que quiserem dar, não deve haver dinheiro para se poder injectar anualmente entre 1,5 e 2,0 milhões de euros (Nota 1) no conjunto da FGT (Figueira Grande Turismo) mais CAE (Centro de Artes e Espectáculos). Fiquem eles juntos numa única empresa (que “tem constituido um sorvedouro de dinheiro” - Nota 1), fiquem eles separados, sujeitos a duas gestões diferentes. E não é uma poupança nuns trocos em senhas de presença, se é que vai existir, que vai alterar a situação.
Isso deverá a meu ver ficar bem claro quando da preparação , que estará iminente, do Orçamento municipal para 2010, se este for feito de acordo com as boas práticas e princípios de bem preparar orçamentos de forma responsável .
Estou muito curioso em ver como a coisa vai ser feita . Como é que as receitas vão ser estimadas e como é que o executivo camarário vai encaixar o “rossio da despesa na betesga da receita”. Isso sem recurso a novos empréstimos que, aliás, a lei não deverá permitir, e os actuais responsáveis decerto não farão, para prestarem coerência a anteriores declarações suas quanto ao intolerável grau de endividamento do Município... E isso se se quiser fazer face a um nível de despesa de capital semelhante ao de 2008, a um conjunto de despesas para as quais já há compromissos assumidos, e à prometida redução da dívida a fornecedores.

De resto, segundo escrevia o actual Vereador António Tavares há poucos meses, a empresa (entenda-se a FGT de 2009, ou seja, com o CAE incorporado) “não obtém, numa perspectiva optimista, receitas superiores a meio milhão de euros, pelo que os serviços que adquire não podem ser superiores a este valor ”, não se estando “ a contabilizar (nas contas) outros custos que a empresa tem, como com o pessoal ou com a administração, por exemplo” (Nota 2) .
O que pode deixar entender que, pura e simplesmente, a tal injecção de recursos municipais para “operacionalizar” a FGT e o CAE, poderá ser reduzida a zero.
Se tal acontecer, serei o primeiro a aplaudir.

Nota 1
Ver “Figueira da Foz-Erros do passado, soluções para o futuro”, de António Tavares e João Vaz, edição dos autores, página 149.

Nota 2
Ver obra citada, página 151.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?