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segunda-feira, maio 19, 2008

CONTENÇÃO NAS HOSSANAS E NOS FOGUETES

Fez anteontem exactamente um ano, publiquei aqui no QuintoPoder o seguinte postal :


O SEU A SEU DONO...
O governo e dirigentes politicos do PS, festejaram com vivas e foguetes, o reconfortável facto do PIB nacional do primeiro trimestre de 2007 ter sido superior em 2,1 % ao PIB do trimestre homólogo de 2006. Há muito tempo que não se verificava um valor tão elevado.
O aumento dá consolo e alguma esperança para o próximo futuro, haverá que reconhecer.Mas o governo e os dirigentes do PS enganam os portugueses ao anunciar, ou pelo menos ao insinuar, que lhes cabem os créditos da melhoria das actividade económica e exportadora que estiveram na base daquele aumento.
Alguns lhes caberão . Todavia relativamente poucos, convirá ser sério e realista.
O seu a seu dono. A principal razão para aquele crescimento residirá, em larguíssima escala, na melhoria e na reanimação da actividade económica dos parceiros comunitários mais importantes, designadamente a Alemanha e a Espanha ( nos trimestres comparados, o PIB espanhol cresceu em cerca de 4% , por exemplo).Não creio, de todo, ter decorrido tempo suficiente para que as reformas e as medidas correctivas colocadas em prática, e bem, pelo actual governo, nomeadamente quanto ao menor desequilíbrio das contas do Estado, à promoção do investimento e à modernização do tecido produtivo, tivessem começado já a dar os esperados frutos.Virão a dar, decerto, mas não num tão curto prazo.
Por isso, em nome da seriedade política, conviria aos actuais governantes nacionais serem um pouco mais contidos nos vivas, nas hossanas e nos foguetes.


As últimas estimativas do próprio Governo para 2008 são agora pessimistas e apontam para uma forte travagem do crescimento do produto interno. Como consequência, para conter o deficit relativo das contas do Estado, no limite anunciado de 2,4% do PIB, o deficit absoluto ( em milhões de euros) terá de ser reduzido. O que significa ter de travar as despesas de investimento, logo a criação de emprego.
No seu íntimo, o Ministro das Finanças já estará convencido que, em face da cada vez mais dificil conjuntura internacional e europeia, a taxa de desemprego irá aumentar ainda em 2008, e porventura mais em 2009 ; e que o mesmo acontecerá à taxa de inflacção, como resultado do galopante e imparável aumento do preço do petróleo, dos combustíveis, e logo da energia.
Perante a provável ocorrência de um tal cenário, o Primeiro-Ministro, o Governo e os dirigentes do PS irão admitir que isso deva ser levado a seu débito, que isso seja obra sua, e que tal seja consequência do seu desempenho governativo? Em homologia e boa concordância com as hossanas que cantaram há um ano, quando o PIB cresceu de 2,1 % , deverão admiti-lo .
Ou não será assim?...Ou será que quando a economia vai bem, o mérito é do Governo ; e quando vai mal, o demérito é da conjuntura económica externa?
Confirmo assim que já era altura dos governantes serem mais contidos na explosão de hossanas às suas obras e aos seus desempenhos, medidos estes pelos sucessos conjunturais das suas políticas económicas.
Será mais prudente e sábio haver um pouco mais de contenção. Para que, pregando a economia real partidas destas, não lhes saia o tiro pela culatra...

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