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quarta-feira, janeiro 18, 2006

O FUNDAMENTALISMO DOS RECEM CONVERTIDOS

Correndo embora o risco de parecer presunçoso, o Quinto Poder acha por bem recordar haver já previsto o que poderia vir a acontecer quando, num postal de há 2 meses, escreveu o seguinte, a propósito da surpreendente reencarnação de Pereira Coelho na sua nova personagem de político ressabiadamente apostado no rigor financeiro e na contenção das despesas municipais.

(...)
Abri então a boca de espanto ao ler declarações do Vice-Presidente da Câmara Pereira Coelho (...) tais como : “é de cima que deve vir o exemplo “ e “ enquanto eu estiver na Câmara, os cortes são a valer, doa a quem doer”.
Verdadeiramente estupefacto e comovido fico com a súbita conversão de Pereira Coelho a tais simplórias “preocupações economicistas”, e a tais princípios de contenção e de gestão financeira de dinheiros públicos.
(...)
As conversões e os actos de arrependimento são sempre de saudar com cristã paciência e caridosa compreensão.
Manda todavia a prudência duvidar um pouco da fé dos cristãos-novos e dos recem convertidos.
Para melhor se afirmarem, e para mais facilmente ser branqueado o seu passado, com muita frequência resvalam desse novo estado de alma para o de zelotas fundamentalistas e obstinados.

Aqui poderá ler-se o postal na íntegra.

Pois dois meses volvidos, aí o temos feito um assumido zelota fundamentalista.
Na última sessão camarária, mostrou discordância e quase votava contra ( não fora estar distraido...) uma proposta para isentar de taxas, no valor de 19 mil Euros, a Misericórdia-Obra da Figueira.
Já não se tratava de discordar de um subsídio proveniente dos cofres municipais para aquela Instituição de Solidariedade Social, como muitos dos que têm sido concedidos a actividades de tamanho interesse social como concertos rock ou deslocações de ranchos folclóricos ao Brasil (Nota) .
Tratava-se tão somente de reconhecer à Misericórdia o direito inalienável que lhe cabe , pelo seu estatuto e papel no tecido social figueirense, de ser isentada de taxas, à semelhança das centenas de casos em que tal tem acontecido (como prevê o próprio Regulamento), e de não ser tratada de forma discriminatória relativamente a um qualquer clube de futebol ou a uma qualquer organização de moto cross.
Direito que Pereira Coelho parece não reconhecer, vestida que agora tem a nova pele de "ayatola" estrénuo defensor do rigor financeiro.
A não ser que, como suspeito, tenha escolhido a Misericórdia como primeiro alvo desta sua nova sanha, por outras razões, que não propriamente decorrentes do significado da isenção ou do valor dela.

Nota :
A Misericórdia-Obra da Figueira vai ter em execução durante o corrente ano um programa de investimentos em novas infra-estruturas dedicadas ao exercício do papel de apoio social a quem dele necessita.
Salvaguardadas as mais que devidas proporções, mandará o mais elementar critério de justiça que receba do Município um apoio financeiro da mesma escala da que o mesmo Município antes concedeu a outras instituições de índole semelhante existentes na Figueira da Foz.

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