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quarta-feira, novembro 16, 2005

UMA SÚBITA CONVERSÃO AO RIGOR FINANCEIRO

A colocar em dia a leitura da imprensa local e regional da última semana, dou de caras com uma notícia do Diário As Beiras de há cerca de oito dias, sobre política municipal na Figueira da Foz, sob o surpreendente título “ Cortes na despesa corrente já começaram” .
Estimulado pelo título, li avidamente todo o corpo da notícia.
Abri então a boca de espanto ao ler declarações do Vice-Presidente da Câmara, Pereira Coelho, directamente citadas na notícia, tais como :
é de cima que deve vir o exemplo

e
enquanto eu estiver na Câmara, os cortes são a valer, doa a quem doer”.

Verdadeiramente estupefacto e comovido fico com a súbita conversão de Pereira Coelho a tais simplórias “preocupações economicistas”, e a tais princípios de contenção, e de gestão financeira de dinheiros públicos.
Cuja escassez, no caso da Câmara Municipal da Figueira, desde há muito se sabia ( ou deveria saber) que cedo ou tarde iria atingir proporções dramáticas e alarmantes, como agora parece estar a acontecer.
Ora a necessidade de conter e reduzir a despesa corrente desde há muito que era manifesta e deveria ter sido assumida. Desde há muitos anos.
Mas foram anos seguidos a fazer despesas correntes à solta, de forma alegre e despreocupada, sem curar de saber que um dia aqueles recursos iriam fazer falta para aplicações e utilizações prioritárias e verdadeiramente essenciais.

As conversões e os actos de arrependimento são sempre de saudar com cristã paciência e caridosa compreensão.
Manda todavia a prudência duvidar um pouco da fé dos cristãos-novos e dos recem convertidos.
Para melhor se afirmarem, e para mais facilmente ser branqueado o seu passado, com muita frequência resvalam desse novo estado de alma para o de zelotas fundamentalistas e obstinados

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