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quinta-feira, janeiro 13, 2011

UUFF…AINDA NÃO FOI DESTA

Uuuff !!!..…ainda não foi desta, é o que deve ter suspirado muito boa gente com sentido de responsabilidade, tanto a nível nacional como europeu, quando se soube que o Estado português tinha conseguido vender obrigações da sua dívida soberana com juro inferior àquele que se temia e que se anunciava.
Perante a notícia, o Primero-Ministro chamou à coisa “um grande sucesso”, embandeirou em arco, fez a festa, deitou os foguetes, ainda foi apanhar as canas, numa manifestação de falta de suficiente maturidade política para as responsabilidades que carrega sobre os ombros, com que ultimamente vem habituando a opinião pública. Continua sem acertar com o registo apropriado entre o tom da mensagem de confiança de esperança que deve transmitir, e a indispensável necessidade de manifestar um sábio realismo e de falar aos portugueses a crua linguagem da verdade.

Remeto novamente para o Winston Churchill do tempo da grande guerra. Até Novembro de 1942, os ingleses só tinham somado derrotas militares. Deu-se então a primeira grande vitória das tropas inglesas sobre as tropas nazis de Rommel, em El Alamein, no Egipto. A partir daí, a sorte da guerra virou. No Parlamento, Churchill fez então mais um dos seus discursos históricos que foram mantendo em nível alto o moral do povo inglês. Ficaram célebres as suas palavras: “ Isto não é o fim, não é sequer o princípio do fim. Mas é, talvez, o fim do princípio”.
As situações são objectivamente de escala diferente. José Sócrates está decerto muito longe de ter a estatura de Churchill enquanto homem de Estado. Mas poderá e faria bem nele beber alguma inspiração, se disso fosse capaz. De resto, na política portuguesa, não será o único a evidenciar essa necessidade .

Ainda sobre a muito festejada notícia de ontem, permito-me fazer duas reflexões:
- o leilão da dívida teria corrido como correu, se no dia anterior tivesse havido notícia de uma sondagem indicando Manuel Alegre, candidato entusiasticamente apoiado pelo BE, como podendo passar à 2ª volta das eleições presidenciais? ;
- o leilão da dívida teria corrido como correu, se Cavaco Silva houvesse afirmado, no dia anterior, “ que não podemos excluir que aconteça uma crise grave, não só económica e social, mas também política” ?. (Nota)

Nota
Pela minha parte, posso assegurar que “ também penso que não podemos excluir que aconteça uma crise grave, não só económica e social, mas também política”. Será quase um truísmo afirmá-lo. Posso até dizer mais : creio que vai mesmo haver “uma crise grave, económica, social e política”. Financeira e económica, já aí está; social vem já a seguir ; logo depois, a política é inevitável
Mas eu não sou Presidente da República nem candidato a tal. Livra!....E duvido muito que os nossos credores europeus, americanos e chineses, os chamados “mercados”, leiam o QuintoPoder….

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