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quinta-feira, janeiro 06, 2011

PROMISCUIDADES…

Ao actualizar a leitura da imprensa local e regional, dou de caras, no diário As Beiras de anteontem, com uma notícia cujo título e subtítulo me despertaram a atenção, e cujo conteúdo me suscitou depois algumas reflexões.
Líder distrital do PS vai pedir contas ao secretário de Estado” é o subtítulo. A responsabilidade por este deve ser inteirinha do jornalista. Mas já não o facto propriamente dito. O qual, como é costume nestes casos de promiscuidade entre políticos e jornalistas, deve ter sido soprado ao jornalista pelo político, ou seja pelo tal líder distrital. Descrito no corpo da notícia, que começa assim :

“ O líder distrital é recebido hoje, em Lisboa, pelo secretário de Estado dos Transportes. Em causa o imbróglio do metro. Até final da semana, vai também reunir-se com José Sócrates. Desta vez, a política, em geral, vai ser a tónica”.

E mais disse o líder distrital : que ia “exigir” uma explicação sobre o que se está a passar com o processo do Metro Mondego. Assim mesmo : exigir...
Um líder partidário, local ou distrital, tem todo o direito e mais um para reunir com o líder nacional máximo do seu partido. É também legítimo que almoce, converse ou reúna, quando muito bem entenda, com o camarada (se for o caso...) Correia da Fonseca, nome do tal actual secretário de Estado, ou com outro qualquer.
Já não é legítimo que, na qualidade de líder partidário distrital, reúna com o secretário de Estado dos Transportes, ou com qualquer outro para tratar de assuntos da governação. Poderia legitimamente fazê-lo, se ao menos fosse deputado pelo círculo eleitoral. Mas não é.
E assim se constata uma outra, muito feia e inaceitável promiscuidade. Desta feita entre gestão partidária e gestão do governo do Estado. Infelizmente frequente, para desastroso descrédito da Política, com P grande, e da classe política, com p pequeno.

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