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segunda-feira, janeiro 24, 2011

AUSÊNCIA E ABSTENÇÃO NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

Nunca percebi porque se designa por abstenção a diferença entre 100 e o valor da percentagem de votantes. Será mais acertado chamar-lhe “taxa de ausência/alheamento/abandono”. Coisa bem diferente da “abstenção activa”, medida pela percentagem de votos brancos (Nota).
A "ausência/alheamento/abandono" merece censura, sanção social. E até sanção mais institucional, noutros regimes nada menos democráticos que o nosso. A “abstenção activa” tem inteira legitimidade e é civicamente participativa.
Ambas são todavia sintomas do mesmo mal-estar e doença de que vai crescentemente padecendo a vida política no nosso regime democrático. Resultante de um “mix” de desconfiança, alheamento, náusea, com que ela é encarada pelos cidadãos-eleitores-contribuintes.
O quadro acima ilustra a evolução da “taxa de ausência”, e das percentagens de votos “não expressos” nos candidatos, nas eleições presidenciais, desde os idos de 1976.
A eleição do último domingo trouxe uma outra novidade. Um significativo aumento da percentagem do agregado de votos brancos e nulos, exprimindo, esta sim, a verdadeira escala da “abstenção activa”, claramente manifestada.
De assinalar que, na Figueira da Foz, a percentagem do agregado de votos brancos e nulos foi de 8,4%, superior em duas unidades percentuais ao valor à escala nacional.

Nota
Os votos nulos também representam, em parte, essa “abstenção activa”. Muitos deles resultam porém de meros erros de preenchimento dos boletins de voto, não significando intencionalidade na manifestação da vontade do eleitor.


(clicar na imagem para a ampliar)

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