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domingo, dezembro 05, 2010

A SABOTAGEM

Na sequência do poste anterior, reproduzo do blogue Da Literatura :

«Há-de haver um dia em que, por mais democráticas que sejam as sociedades, algumas profissões serão totalmente militarizadas e dirigidas de forma totalitária pelos estados. Esse é o caminho que está ser preparado por algumas corporações que, usando a arma da indispensabilidade para o funcionamento da sociedade, reivindicam um estatuto de excepcionalidade todo ele feito de direitos.
Um dia, os cidadãos comuns não vão tolerar a existência dessas castas e muito facilmente aceitarão que o estado retire os direitos de cidadania a esse tipo de profissionais. É isso que resulta do protesto dos controladores aéreos espanhóis. E isto é apenas um exemplo.»

Texto que, por sua vez, é transcrito do blogue Camara Corporativa.

Também registo esta outra opinião do blogue Ladroes de Bicicletas, onde costumam escrever uns betinhos do bloco da “esquerda “ queque, tal como José Guilherme Gusmão, deputado à Assembleia da República e Marisa Matias, deputada ao Parlamento Europeu :

«Controladores aéreos em greve. Entrevistas na TV com passageiros histéricos virados contra os controladores em greve. Todos contra todos. Ninguém com toda a razão. Estado de emergência (ou de alarme ou lá o que é) decretado pelo governo de turno. Aeroportos tomados por militares incapazes de operar as funções de controlo aéreo. Controladores obrigados a trabalhar com pesadas ameaças de prisão.
Dentro em pouco estará reposta a normalidade, mas só até à próxima excepção. São as engrenagens do austeritarismo em movimento. Estado de alarme sim, mas pelos sinais evidentes de perigo para a democracia. »

Acho sobretudo deliciosa e sintomática esta última tirada : de que há perigos para a democracia por ter sido decretado o plano de alarme/emergência.
A greve, enquanto exercício de manifestação de protesto e de reivindicação, está legal e constitucionalmente consagrada na democracia a que aqueles betinhos costumam e gostam de designar como "burguesa". Não era autorizada, isso, sim, nas "democracias populares", assim também chamadas por alguns dos mesmos. Quem nelas se atrevesse a fazer greve, tirava um passaporte para um gulag em terra distante e inóspita ou, em versão pós-moderna, para um qualquer hospital psiquiátrico.

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