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sexta-feira, agosto 06, 2010


A REDACÇÃO DO PEDRINHO

A imagem acima é retirada, com a devida vénia , do colega local Politica de Choque.
A deliciosa crónica mais parece uma redacção de um aluno do 11º ano da actual escolaridade obrigatória (aritmétcamente equivalente ao antigo 7º ano do Liceu). Ou, melhor dizendo, de um aluno do antigo 2º ano do Liceu, a quem tivessem entregue um folheto turístico da Figueira da Foz para poder fazer copy-paste das frases publicitárias mais lindinhas que dele constassem.
O que me surpreende, pois Santana Lopes, quando se empenha, até escreve bem, e com substância, sem cair naquelas banalidades e truismos.
A saudosa Guidinha do “Diário de Lisboa” do final dos anos 60 escreveria assim : a Figueira é uma praia muito grande, com muita areia e onde se pode jogar à bola, tem também uma loja de gelados muito bons e com muitas cores, a Figueira tem umas fábricas que deitam maus cheiros, às vezes vejo grandes barcos a passar no rio, a caminho do mar ; a Figueira é uma cidade muito linda, eu gosto muito de passar férias na Figueira.

Agora mais a sério.
Compartilho da opinião de que a Figueira da Foz tem efectivamente potencialidades para “subir para outro patamar”.
Se nela mandarem políticos que não tenham a mania das grandezas, que tenham os pés bem assentes na terra, que dela se não sirvam como trampolim para satisfazerem outras ambições, ou que não digam, em registo de serôdio e saudosista provincianismo, que “(...)trabalhamos diariamente para atingir patamares de excelência que devolvam ao nosso Concelho o brilho que teve nos anos 50 e 60, quando a nossa terra era escolhida como destino de eleição tanto por Portugueses como por muitos estrangeiros (...)” .
Se for abandonada a ideia de ser terra com uma brilhante vocação para o turismo, para a reinação, a animação e o cachondeo ; de terra que gosta mais de ser cigarra e não de ser formiga. Já agora, acrescente-se, se for substancialmente reduzida a escala do “monstro” que é enorme dívida acumulada pelo seu Município, precisamente por ter andado muitos anos a fazer figura de cigarra.
E se, em alternativa radical e claramente assumida, for para ela pensado o papel de centro de uma espécie de pequena área-de-Sines da região centro, com desenvolvimento de uma cultura industrial e laboral, traduzida no seu modo de viver e nas opções propostas por quem a governa.

De resto, sublinhe-se, não foi por Sines se ter transformado, de linda praia de veraneio, em centro de um mega-polo industrial, que a sua praia deixou de ser frequentada por muitos veraneantes que a procuram e enchem no mês de Agosto, ou que tenha deixado de ter turistas que a visitam.
(clicar na imagem para a ampliar)

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