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quarta-feira, agosto 04, 2010

LIBERAL OU CORPORATIVISTA ?

Num parágrafo de mais uma longa crónica, escrita no seu habitual estilo de grande erudição e esoterismo, o blogue figueirense Rua da Liberdade (RdL) põe-se de novo a tentar dar-me nas canelas, por causa de opiniões por mim expressas sobre a gestão do actual executivo camarário da Figueira da Foz.

Em post aqui publicado há dias, eu interrogava-me porque é que o blogue RdL, se queria dar-me nas canelas, não ia rebuscar no meu passado, até à 1ª metade da década de 50 do século passado, altura em que pertenci à Mocidade Portuguesa, tendo chegado ao posto de chefe de quina... O autor do RdL gostou da ideia e deve ter ido pesquisar . E das suas investigações, parece ter concluido que eu poderei ser “um corporativista, um defensor (...) de uma Câmara corporativa que apenas serviu como retaguarda ideológica para a “ditadura inteligente” impor um “viver habitualmente” aos portugueses (...).
É certo que admite, como alternativa, que afinal eu possa ser um “liberal (...) defensor de um estado mínimo”. Vá lá, concede-me o benefício da dúvida de poder ser um liberal, talvez neo. Do mal o menos.

São divertidos alguns dos argumentos e das expressões que o RdL usa neste último post ....perdão..crónica, e noutras anteriores, como que tentando emular as “farpas” do nosso consagrado Ramalho (olha... botei uma de erudição, também...) .
Tambem acho pilhéria a certas homologias que me ocorrem. Com o devido respeito, e salvas as devidas proporções, o RdL parece assumir-se como uma espécie de blogue oficioso da actual maioria camarária. Um pouco assim a jeito do que eram os jornais “Novidades” e “ Diário da Manhã” relativamente ao governo do Salazar. Como dizia o mesmo Salazar (sem aliás ser original nesse dito...) “em política, o que parece, é” . No caso do RdL, resta saber se é, ou se só parece.

Já agora, acho que o autor do RdL deveria ser mais cuidadoso e estudar melhor a história de Portugal, dos tempos que não viveu, quando quiser mostrar conhecimento sobre ela e pretender botar erudição. Aquela de citar o nome de Henri Massis, deve ser para este efeito. Só pode.
Ainda gostava de saber de que é que está a pensar quando fala de “ uma câmara corporativa que apenas serviu de rectaguarda ideológica para a ditadura inteligente” ?. Na ditadura, quer na fase de Salazar, quer na de Caetano, a chamada “camara corporativa” não era rectaguarda ideológica de coisa nenhuma, não riscava nem servia absolutamente para nada. Rien. Os seus procuradores eram meros “Alípios Abranhos”.

Mais dois exemplos, neste saboroso naco de prosa :

(...) um antigo seminarista, filho de agricultores de Santa Comba Dão, chegou à chefia do Governo civil (sic...) , depois de ter sido eleito (sic...) Ministro das Finanças em 1928.

Eis porque , lanço ao RdL, não um repto, mas um conselho :sempre que tiver alguma dúvida ou questão relevante a colocar sobre a história de Portugal dos tempos da ditadura de Salazar, peço-lhe o favor que me dirija as questões que desejar, eu terei o maior gosto em esclarecê-lo ; assim, evita-se que escreva algum dislate infundado, algo que é, até, desagradável para a credibilidade dos seus escritos.

Pronto. Desta feita vou ser eu a ser alcunhado de provedor do Estado Novo. Paciência...Não vou gritar que aqui d'El Rei que me insultam, não senhor. Vou achar pilhéria.

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