<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, julho 20, 2010

POST ABERTO....
...ao blogue Rua da Liberdade

Este post é aberto, porque é abertamente que gosto de escrever e dizer aquilo que penso. E não através de posts, e-mails, ou comentários não identificados, não identificáveis ou anónimos. Prezo muito assumir responsabilidade por aquilo que escrevo ou digo, seja em on-the-record, seja em off-the-record.
Regressado à Figueira e à sua blogosfera, fui alertado para um post do blogue Rua da Liberdade (RdL) no qual o meu nome era trazido à colação em termos nada simpáticos e pouco elegantes.
Impelido possivelmente por um entranhado amor pela Verdade (a sua...), o autor do RdL queria à viva força arranjar forma de me dar nas canelas a propósito das minhas opiniões sobre o Centro de Artes e Espectáculos (CAE), responsabilizando-me tambem pelos efeitos do seu continuado funcionamento. Vai daí, foi desenterrar um facto antigo de oito anos. Nem sei como não recuou ainda mais, por exemplo até ao início dos anos oitenta, ou até ao fim dos anos sessenta, quando emigrei para a a Figueira da Foz, ou mesmo até à primeira metade da década de cinquenta do século passado, período durante o qual fui da Mocidade Portuguesa.

Numa parte do seu extensíssimo post , assim reza o RdL :

O Centro de Artes e Espectáculos, obra de Santana Lopes e do Governo da República, foi inaugurado em 2002, já Duarte Silva e o seu Executivo seguiam ao leme desta cidade.
Curiosamente, a esta maioria - talvez, mais irresponsável e incompetente que a anterior - pertencia um tal de Vereador Saraiva Santos. Ou seja, um autarca e "empresário de show-business", pertencente ao Executivo que contratou técnicos de sonoplastia, iluminação e mecânica de cena para o CAE!

Trocando por miudos : para insinuar que há incoerência na opinião que manifestei sobre as avenças com 3 técnicos para o CAE, o RdL acusa esse “um tal de Vereador Saraiva Santos “
( registe-se a elegância do tratamento...) de ter responsabilidade partilhada na contratação de técnicos idênticos, há 8 anos, por pertencer ao Executivo que os contratou.
O que é manifestamente falso.
Isto para não dizer que é mentira. A mentira é a falsidade dita com má fé e dolo. Mas por agora, dou de barato que não tenha havido má fé na afirmação ; talvez tão somente ignorância, desconhecimento ou confusão...

Terminada a sua construção (cuja pressa nunca entendi...), a inauguração do CAE foi em 1 de Junho de 2002, um sábado. No dia 3 de Junho seguinte, ao fim do dia, devolvi ao Presidente da Câmara os pelouros e competências que me haviam sido atribuidas. Na reunião camarária de 4 de Junho, a devolução foi tornada oficial. Não tenho por isso de assumir nem partilhar responsabilidades por tudo o que foi acontecendo depois, quer ao CAE em particular, quer à gestão financeira do Municipio em geral.

Longe de mim afirmar que tenha havido um nexo causal directíssimo entre a inauguração e a devolução dos pelouros. Mas não se tratou tão pouco de mera coincidência. Como na altura foi público e publicado, já há uns tempos que eu vinha a manifestar posições críticas quanto à continuada política de despesismo adoptada pela maioria camarária, e ao excessivo poder que nela vinha exercendo o então Vice-Presidente da Câmara .
Como em todos os processos acumulativos, há sempre uma última gota que faz transbordar um copo. No caso da minha decisão, é certo que essa gota teve mais a ver com a inequívoca confirmação daquele referido excessivo poder. Mas não pode ser desligada da minha posição crítica quanto ao modelo despesista que em minha opinião não fazia clara ruptura com o passado do consulado santanista.

Mais adiante, o RdL compara-me a um académico. O que muito me lisonjeia. Se o RdL o diz e quer, serei então um académico. Mas seguramente sem a erudição e sem o grande talento literário exibidos pelo autor do RdL, nas suas habituais extensas e algo esotéricas considerações preambulatórias com que antecede os seus posts...perdão..as suas crónicas.

Quanto à matéria de fundo e de facto.
A minha opinião sobre o CAE é a mesma desde há muito. A continuidade do seu funcionamento, sob responsabilidade do Municipio, e enquanto espaço dedicado ao “show business”, com o nível de despesa dos últimos 8 anos, é insustentável para uma terra da dimensão da Figueira da Foz, bem como para um município com os limitados recursos financeiros de que pode efectivamente dispor. Que são escassos para fazer face à sua verdadeira missão como município, e às responsabilidades que por isso lhe cabem.
Apenas numa escala realmente minimalista poderá porventura ter um mínimo de sustentabilidade, na crítica situação em que se encontram os compromissos do Município, as suas finanças e as suas dívidas. Costuma dizer-se que os factos são muito teimosos.
Até agora, ainda não vi sinais suficientes de haver verdadeiros esforços para , tendencialmente, reduzir a escala daquela despesa para o tal nível minimalista. E a não se fazer essa significativa e talvez dolorosa redução, penso que cedo ou tarde irão faltar recursos financeiros para acudir a outras responsabilidades do Município. Cedo, direi melhor, pois já faltam.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?