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sábado, julho 24, 2010

ESTADO SOCIAL E PAÍS EM BANCARROTA

Manuel Alegre, entrevistado pelo PUBLICO (edição de ontem) , declarou a certa altura :

“(...)
Uma política de rigor financeiro é necessária - e não é a mesma coisa que uma política de austeridade. A consolidação das finanças públicas não é fazer uma política de direita. É uma politica necessária até para a preservação dos serviços públicos e do apoio social. Se o país cair na bancarrota não há Estado social que sobreviva ”

Pode ser que o defeito seja meu, e que tenha andado distraido. Mas é caso para exclamar um Aleluia!.
Não me recordo de ter lido afirmação tão clara de Manuel Alegre, ultrapassando a mera retórica poética e a música celestial do seu habitaul discurso político.
Logo acrescenta depois um “mas” :

“ Mas é também preciso conjugar isso com políticas de crescimento económico e emprego”.

A frase é um truismo, melhor não diria o Sr. de La Pallice.
De um político com as aspirações e o histórico de intervenção política de Manuel Alegre esperava-se mais. Exige-se que seja um pouco menos vago e muito mais concreto . Dando pelos menos umas pistas para se ficar a saber como se há-de fazer aquela desejável conjugação.

Vale a pena citar o exemplo do que aconteceu a Correia de Campos.
Correia de Campos foi um ministro da saúde competente, eficiente e corajoso. Queria tornar o SNS perfeitamente sustentável, sem o que o próprio Estado Social ( ou modelo social europeu) não será sustentável. Teve algum sucesso nessa sua cruzada, enquanto o deixaram ser ministro. Foi vilipendiado, insultado.... por vezes de forma miserável e demagógica (incluindo pelo PSD), por levar à prática medidas de racionalização e optimização das despesas com o SNS. Medidas “economicistas” clamavam algumas almas carpideiras, enquanto, por outro lado, e ao mesmo tempo, protestavam contra o aumento descontrolado da despesa do Estado. Por fim, foi “saneado”, em cedência ao clamor da rua e dos “populares”.
Foi substituido por uma senhora de rosto doce e voz meiga, excelente médica pediatra, que ia prometendo e dizendo que sim a tudo, recuando em várias frentes, desfazendo algumas das medidas tomadas no tempo de Correia de Campos.
O resultado está à vista. Aumentaram brutalmente a despesa e as dívidas do SNS. Há quem diga que estará perto da bancarrota.
Se fosse possível ir à Casa da Moeda e acelerar intensamente a velocidade da rotativa de imprimir notas, era o que se faria. Mas não é.

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