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quinta-feira, julho 01, 2010

AS SCUTS E A PASTA DE DENTES

Alguém disse que a despesa pública era como a pasta de dentes. Esta, é muito fácil de retirar da bisnaga; basta uma leve pressão dos dedos. Mas é muitíssimo dificil metê-la de novo lá dentro.
O mesmo se poderá dizer das SCUTS, essa genial invenção do governo de António Guterres, particularmente do seu ministro João Cravinho. José Sócrates tambem ajudava então à missa. Era o ovo de colombo, uma invença muita porreira, pá. Convenciam-se uns patos bravos a adiantarem o cacau e a construirem as auto-estradas. Para depois as usar, o pessoal não tinha de pagar nada, por ora. O Governo prometia pagar depois, logo se via ; entretanto, fazia um vistaço sem gastar um tostão.

É um lindo serviço o que para aí vai, agora que o Estado está mesmo de tanga e não tem dinheiro para pagar o que tem de pagar. Um enrolado novelo de interesses, regionalismos, bairrismos, vícios instalados, fáceis demagogias, cobardias políticas, vai quase de certeza fazer com que, tal como não se pode meter a pasta de dentes de novo dentro da bisnaga, não se possa terminar com a ilusão das SCUTS, a não ser com muito músculo e com alguma trolha à mistura. Creio que ninguém sabe muito bem como desenrolar esse novelo e como se vai sair desta trapalhada, na qual José Sócrates e o seu Governo dão evidentes sinais de desorientação. Talvez fosse agora altura de irem consultar António Guterres e João Cravinho, para eles darem opinião quanto ao que fazer.

O PSD, por seu lado, ora diz que sim, que é forçoso terminar com a coisa , ora diz que não, assim nunca, tem de ser de outro modo, não dando quaisquer pistas sobre como será esse tal outro modo. Se estivesse no poder também não saberia como descalçar a bota, e porventura acabaria por não a descalçar de todo. O que abona pouco quanto à seriedade e ao sentido de Estado que a sua nova liderança quiz começar a mostrar.

Bem vistas as coisas, há um modo de tornar a meter a pasta de dentes na bisnaga. Coloca-se um pequeno funil na sua boca. Lança-se a pasta de dentes no funil. E com um pequeno êmbolo, faz-se pressão para ela entrar. Com algum esforço , acabará por entrar. São necessárias força, determinação e paciência.
Mas a pasta de dentes e a bisnaga são dotados de alguma plasticidade . O mesmo não acontece de todo com a despesa pública, em momento de dificil crise. Nem com a opinião pública e eleitorado ameaçadoramente crispados e manipulados por demagogias regionalistas e por pescadores de águas turvas.

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