quarta-feira, junho 02, 2010
OS CÁLCULOS DAS MULTIDÕES
Ninguem poderá negar que a manifestação organizada pela CGTP no passado sábado, em Lisboa, reuniu muitas dezenas de milhar de pessoas. Nem que a grande maioria delas têm inteira razão para daquela forma manifestarem os seus sentimentos de indignação e revolta. Nem que, na actual situação social, nenhuma organização, excepto a Igreja Católica ou a CGTP, tem uma tão grande capacidade de mobilização.
Alguém lançou ao vento o valor de 300 000 para quantificar o número de manifestantes.
O número ficou, transformado em verdade inquestionável , qual dogma, e é repetido por não sei quanta gente, por comentadores, por politicos, por jornalistas, por politicólogos, sem ser objecto de qualquer análise crítica. Chama-se a isso emprenhar pelos ouvidos. Ora não seria mau fazer ums continhas simples.
O Terreiro do Paço é uma praça praticamente quadrada. Terá à roda de 150 m de largura, o que dá uma área total de 22500 m2 . À cunha, totalmente cheio de manifestantes, com uma densidade de 2 pessoas por metro quadrado, conterá cerca de 50 000. Se puderem caber 3 pessoas por metro quadrado, a lotação da praça sobe para 75 000 . Mesmo 2 pessoas/metro quadrado é uma densidade muito elevada e desconfortável por quem nela participe. Não dá para as duas pessoas estarem encostadas, mas tambem será dificil não se tocarem, mal se virarem um pouco.
A Avenida da Liberdade tem uma extensão à roda de 1,5 km . A sua faixa central, nela incluindo os passeios, terá uma largura de 40 metros, se tanto. O que dá cerca de 60 000 m2. Se contarmos toda a largura da mesma avenida, que estimo em 80 m, digamos, a área total do espaço para conter os manifestantes seria da ordem dos 120 000 m2. Ficando todo esse espaço preenchido por uma multidão, e com uma densidade de 1 pessoa por m2, teríamos 120 mil pessoas. Ora, nas imagens transmitidas e vistas nas televisões, a densidade da multidão não era, nem de perto, nem de longe, semelhante a 1 pessoa/m2. De resto, faz parte das “boas práticas” da organização uma manif, dar bastante espaço entre as sucessivas filas de manifestantes. Desse modo, uma fotografia tirada em perspectiva cavaleira, resulta sempre numa foto sugerindo uma gigantesca multidão.
Por isso, como se pode então falar, sem provocar o riso, de 300 000 manifestantes? Para conter tal multidão, de forma compacta quase inimaginável, seriam necessários pelo menos 4 a 5 Terreiros do Paço , e 2 a 3 avenidas da Liberdade preenchidas, à cunha ,de cima a baixo, e de um lado a outro.
Ninguem poderá negar que a manifestação organizada pela CGTP no passado sábado, em Lisboa, reuniu muitas dezenas de milhar de pessoas. Nem que a grande maioria delas têm inteira razão para daquela forma manifestarem os seus sentimentos de indignação e revolta. Nem que, na actual situação social, nenhuma organização, excepto a Igreja Católica ou a CGTP, tem uma tão grande capacidade de mobilização.
Alguém lançou ao vento o valor de 300 000 para quantificar o número de manifestantes.
O número ficou, transformado em verdade inquestionável , qual dogma, e é repetido por não sei quanta gente, por comentadores, por politicos, por jornalistas, por politicólogos, sem ser objecto de qualquer análise crítica. Chama-se a isso emprenhar pelos ouvidos. Ora não seria mau fazer ums continhas simples.
O Terreiro do Paço é uma praça praticamente quadrada. Terá à roda de 150 m de largura, o que dá uma área total de 22500 m2 . À cunha, totalmente cheio de manifestantes, com uma densidade de 2 pessoas por metro quadrado, conterá cerca de 50 000. Se puderem caber 3 pessoas por metro quadrado, a lotação da praça sobe para 75 000 . Mesmo 2 pessoas/metro quadrado é uma densidade muito elevada e desconfortável por quem nela participe. Não dá para as duas pessoas estarem encostadas, mas tambem será dificil não se tocarem, mal se virarem um pouco.
A Avenida da Liberdade tem uma extensão à roda de 1,5 km . A sua faixa central, nela incluindo os passeios, terá uma largura de 40 metros, se tanto. O que dá cerca de 60 000 m2. Se contarmos toda a largura da mesma avenida, que estimo em 80 m, digamos, a área total do espaço para conter os manifestantes seria da ordem dos 120 000 m2. Ficando todo esse espaço preenchido por uma multidão, e com uma densidade de 1 pessoa por m2, teríamos 120 mil pessoas. Ora, nas imagens transmitidas e vistas nas televisões, a densidade da multidão não era, nem de perto, nem de longe, semelhante a 1 pessoa/m2. De resto, faz parte das “boas práticas” da organização uma manif, dar bastante espaço entre as sucessivas filas de manifestantes. Desse modo, uma fotografia tirada em perspectiva cavaleira, resulta sempre numa foto sugerindo uma gigantesca multidão.
Por isso, como se pode então falar, sem provocar o riso, de 300 000 manifestantes? Para conter tal multidão, de forma compacta quase inimaginável, seriam necessários pelo menos 4 a 5 Terreiros do Paço , e 2 a 3 avenidas da Liberdade preenchidas, à cunha ,de cima a baixo, e de um lado a outro.