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quarta-feira, junho 23, 2010

DIFAMAÇÕES...

A dona Manuela Guedes acha-se muito enxofrada e difamada por o Primeiro-Ministro ter afirmado que o “noticiário” por ela antes bolsado às 6ªs feiras na TVI, era “ um jornal travestido, um espaço noticioso que tem como único objectivo o ataque pessoal, feito de ódio e perseguição pessoal”.
Vai daí, moveu um processo ao PM, facto político que logo faz aparecer uma grande berraria, ganhando a atenção de uma comunicação social ávida de títulos sensacionais, para ter mais “share” ou para vender mais. Na blogosfera é capaz de suceder o mesmo, não sei, apenas imagino, ainda não tive tempo para ir lá cuscar.
Era isso mesmo o que a dona Manuela Guedes pretendia. Ela sentia-se no direito de, no seu programa de lixo televisivo (Nota 1) , insultar do piorio quem muito bem entendesse, ou quem por lá aparecesse. Se alguem lhe diz alguma coisinha aligeirada, ó pai, ó pai, aqui d’el Rei que estou a ser difamada, ai é, então toma lá uma queixa judicial para me teres respeitinho, que eu sou uma dona casada com o Moniz. Como diria o ilustre jornalista desportivo Rui Santos, “mas então que raio de democracia é esta” ?

No fundo, no fundo, José Sócrates até agradece a iniciativa da dona Manuela Guedes. Enquanto durarem os ecos deste caso, menos se falará das medidas de austeridade e menos se criticará o seu mau desempenho como PM , e as várias trapalhadas da sua actual governação. E mais ele alimenta o processo da sua vitimização.
Se a moda pega e o facto político ganha estatuto de precedente, vamos ter no futuro muitas acções judiciais movidas contra ministros e primeiro-ministros, actuais ou futuros. Um pouco assim como a moda das “providências cautelares”. O que também deverá agradar muitos aos magistrados judiciais, que assim poderão ganhar reverência social e mediatismo nas televisões.

Por falar neste mediatismo. Eu também vou “difamar” a dona Manuela Guedes, acusando-a de fazer jornalismo de sarjeta ; de que o tal programa das sextas-feiras era “um jornal travestido, um espaço noticioso que tem como único objectivo o ataque pessoal, feito de ódio e perseguição pessoal” ; de que ela é um belíssimo exemplo de como não deve ser o comportamento de um jornalista ; de que ela não é pessoa a quem eu compre um carro em segunda mão ; de que o dito processo judicial por ela movido é totalmente idiota.

Fico agora, com muita esperança, aguardando que a dita dona me mova um processo judicial. Oh!...seria os momentos da minha suprema glória, aparecer no tribunal, tendo em meu redor inúmeras câmaras de televisão com os seus holofotes ligados, uma chusma de fotógrafos disparando flashes, resmas de microfones quase me tapando a boca, e impedindo-me de caminhar para me dirigir, com ar de desafio e um sorriso nos lábios, para a sala do tribunal, enquanto ia balbuciando que “lamento, mas não presto declarações, muito obrigado”....Para depois, à noite, olhar embevecido para essas grandiosas imagens nos telejornais das televisões, tendo antes prevenido todos os meus amigos para não deixarem de me irem ver.

Nota 1
Já sei que algumas almas, angustiadas e impregnadas de um anti-socratismo primário e obsessivo, não vão gostar desta designação, achando ser um lugar comum e um termo gasto. Paciência. Não encontrei melhor e hoje não estou muito inspirado, porque dentro de dias vou vadiar um pouco mais.

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