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segunda-feira, maio 31, 2010

VIVER PARA A POLITICA, OU DA POLITICA? ...

À escala local , regional ou nacional, não é nada bom para a dignidade da vida político-partidária, ser eleito para a liderar alguém que , na sua vida pessoal, fica directamente dependente dessa mesma actividade partidária. Alguém que não tenha uma profissão ou um modo de vida estável , “refúgio” no qual se possa apoiar , para o qual possa recuar, e que lhe sirva de garantia de vida independente e de subsistência, quando os ventos mudarem e a sua sorte na política levar um virote. Em democracia, o exercício do poder, ou a confortável presença junto dele, são efémeros, como ensina a experiência.
Exemplos de tais escolhas é o que se vê cada vez mais, por aí , na vida partidária nacional e local, sobretudo através do chamado “carreirismo jota”. Por vezes com rejeição de candidatos que não precisam em nada da vida político-partidária para assegurarem a sua subsistencia pessoal.
Quando assim acontece, os líderes eleitos têm tendência ( diria natural...) para prudentemente se auto defenderem, acomodando-se à tutela dominante, que seguem com exemplar e farisaica dedicação. Não vá o chefe ou os chefes zangarem-se e promoverem a retirada da saborosa sinecura de que disfrutam, ou do lugarzinho de deputado. E portanto, será melhor bater baixinho a bola da contestação, da divergência e do pensar pela própria cabecinha, antes alinhando cuidadosamente pela vontade e pelas opções orientadas pelos pastores do rebanho.
Assim se passa a viver, dedicadamente, da actividade política ; e não, com dedicação, para a actividade política.
O que naturalmente tem consequências negativas na qualidade e na credibilidade da vida partidária . Logo, no desgaste da imagem da própria actividade política, a qual, nos planos teórico e cívico, se reveste de inquestionável nobreza.

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