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terça-feira, maio 04, 2010

O TGV PARA MADRID

Na Europa e na União Europeia, Portugal tem uma posição geográficamente periférica. O que, por um lado tem sido bom. Por exemplo, manteve-nos afastados das guerras europeias. Mas por outro lado é mau : reduz a nossa mobilidade para o “centro” da Europa, onde as coisas se decidem e acontecem.
Deixarmos Portugal totalmente desligado da nova rede ferroviária europeia de alta velocidade, em crescente desenvolvimento, permitindo que a mesma terminasse ali em Badajoz, à entrada do nosso território, seria um erro estratégico muito grave. Teria consequências negativas para as futuras gerações de portugueses. Sendo naturalmente justo que caiba também a estas pagar, em parte, os custos de uma infra-estrurura de que vêm a usufruir. E tanto mais que, neste momento, existem verbas europeias que importa aproveitar para ajudar a suportar os seus custos.
Por isso, pela minha parte, entendo que vale a pena um esforço financeiro acrescido para instalar a linha de alta velocidade entre a fronteira espanhola e Lisboa. Nem que o mesmo tenha de passar por um adicional aumento de impostos, se tal for indispensável, e sabendo eu bem como uma tal decisão será objecto de muita crítica e impopular.

Não está de modo nenhum demonstrado que a linha de TGV não venha a ser rentável e que os seus custos não venham a ter retorno. Há “sábios” e “especialistas” defensores de tal tese, de forma veementemente categórica, que costumam fazer extrapolações lineares, projectando directamente para o futuro os desempenhos medidos no presente, sem entrarem em conta com as dinâmicas desencadeadas pela entrada em cena de certas infra-estruturas.
Coisa semelhante se dizia do TGV entre Madrid e Sevilha, vai para 20 anos. Hoje os comboios andam (ou andavam antes da crise...) sempre cheios, e as receitas cobrem confortavelmente os custos de operação. Um economista espanhol que ontem interveio no programa “Pros e Contras” teve oportunidade de revelar que os comboios de TGV em Espanha tinham criado, no seio da sociedade e da economia espanholas, uma valiosa dinâmica de mobilidade .

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