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quarta-feira, março 10, 2010

O NÓ GÓRDIO GREGO

A lenda faz parte da mitologia grega. Vai para quase 3000 anos, Górdio, um simples camponês da Frígia, que chegara à capital numa carrossa de bois, acabou coroado rei.
Para lembrar o feito, e em jeito de preito aos deuses, foi colocar a carrossa no templo de Zeus, amarrando-a a uma coluna com um nó impossível de desatar.
Mais tarde, quando o seu filho Midas morreu, o Oráculo declarou que aquele que desatasse o nó de Górdio viria a ser imperador de toda a vasta região em redor da Frígia ( no interior do actual território asiático da Turquia).
Passaram-se 500 anos, a lenda foi durando e ninguém desatava o nó. Eis quando Alexandre, o Grande, chegou lá . Foi ao templo de Zeus ouvir a lenda e ver o nó de Górdio. Depois de meditar um pouco, puxou da espada e cortou-o.
Alguns anos depois, Alexandre seria senhor, não só de toda a Ásia Menor, mas de todo o mundo então conhecido.

Veio-me à ideia esta mitológica história depois de ler o texto seguinte, numa newsletter que regularmente recebo por e-mail de uma entidade bancária :

Se há algo de verdadeiramente insofismável relativamente à situação da Grécia, é que, a solução para os seus problemas envolve muito mais do que simples retórica.
Neste momento, os mercados financeiros não aceitam outro cenário que não a garantia de saneamento rápido e efectivo das finanças públicas. A pressão exercida sobre a Grécia pelos mercados financeiros e pelos parceiros europeus, levou a que, o Governo grego apresentasse um pacote de consolidação orçamental sem precedentes no pós-guerra.
Desse programa constam o aumento dos impostos directos e indirectos, a redução dos salários dos funcionários públicos, cortes na despesa pública - corrente e de capital - e a contracção do aparelho burocrático do Estado. A estas medidas somaram-se outras atinentes à alteração do modelo de governance das instituições públicas, o que permitirá reduzir o importante défice de credibilidade do Estado.
A capacidade que o Governo grego revelou em apresentar um programa credível, mas brutalmente austero, mereceu o aplauso conjunto dos parceiros europeus, do BCE e, porventura mais importante, das agências de rating e dos investidores.

Como "prémio", o Tesouro grego conseguiu colocar uma emissão de dívida no montante de 5 mil milhões de euros a 10 anos, aliviando, assim, as suas necessidades de financiamento para o corrente ano. Tal como a Irlanda anteriormente, a determinação das autoridades gregas teve o mérito de mitigar o risco sistémico que pairava sobre a área do euro e, por arrasto, sobre o sistema financeiro internacional.
Contudo, a contundência dos planos de austeridade irlandês e grego estabelece um padrão de grande rigor para os países que venham a encontrar-se em situação orçamental difícil. Para esses, fica o alerta.

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