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terça-feira, março 30, 2010

ILUDIR O ELEITOR

A senhora deputada Inês de Medeiras (com partícula....), residente em Paris, e eleita pelo círculo de Lisboa, sob proposta do PS, ficou toda abespinhada por a ensaista Helena Matos, numa crónica do PUBLICO, a ter acusado que :

- “recorreu a um estratagema muito comum quando se quer iludir o Estado : dá-se outra morada
- “dando outra morada, Inês Medeiros conseguiu eleger-se por Lisboa.Mas agora a senhora deputada quer ainda ser compensada por essa sua esperteza e diz que que não paga as viagens que já efectuou

Numa carta de “direito de resposta” reproduzida no PUBLICO de hoje, a deputada anuncia mesmo ir recorrer a “todos os mecanismos legais” para repor o seu bom nome.
Dou de barato que ela não terá de facto “dado outra morada” e que efectivamente indicou como sua morada a cidade de Paris. Permanece todavia o essencial. E este é que, tendo o PS desejado “decorar” a sua lista por Lisboa com alguém dotado de alguma auréola de artista, ainda por cima com o nome “Medeiros”, a cidadã Inês de Medeiros ( com partícula..), vivendo em Paris, não teve qualquer pejo ou sombra de vergonha em “dar o seu nome” como candidata por Lisboa. Cidade onde não reside, cujas condições de vida e quotidiano não tem de suportar, em partilha com os eleitores residentes em Lisboa, os quais esperariam ter uma deputada no Parlamento , que fosse “sua”, deles eleitores de Lisboa.
Este não é, obviamente, caso único na colecção de candidatos paraquedistas que vão pousar como deputados a paragens com as quais não estão minimamente identificados. Há uns anos, aqui da Figueira, algumas figuras benquistas, e gente de mão do poder do PSD da altura, foram “despachadas” para deputados paraquedistas que foram pousar a terras tão distantes como Faro, por exemplo.
Não me recordo, porém, de ter havido porém um caso tão vergonhoso como este : ser deputado por Lisboa e viver em Paris. E o cúmulo da desfaçatez será, ainda por cima, reclamar que os contribuintes lhe paguem as viagens de ida e volta, de avião, em classe executiva.
Formalmente, admito que o Estado não tenha sido iludido. Até porque é um orgão de soberania desse Estado que promove e aceita tal comportamento. Mas, fora de qualquer dúvida, foram iludidos os eleitores.

Post Scriptum
By the way...a deputada Inês de Medeiros é membro da Comissão de Ética, Sociedade e Cultura, da Assembleia da República. Leram bem...ética...

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