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domingo, março 14, 2010

FINGIMENTOS

José Sócrates insiste em mostrar propensão para a arte do fingimento. Desta feita, ao apresentar o PEC, quer fingir que não vai aumentar a carga fiscal sobre os contribuintes. Pretende estar a referir-se à circunstância de não haver alteração das taxas e dos escalões do IRS a pagar por cada contribuinte com rendimento anual inferior a 150 mil euros.
Mas vai, isso sim, diminuir a “descarga” fiscal que estava autorizado a fazer, como dedução. O que vai dar exactamente no mesmo, ou seja, pagar ao fisco mais do que pagava antes.
Retiro um exemplo do EXPRESSO de ontem. O Sr. João Duarte, reformado, aufere uma pensão de 1469 euros por mês. Ficará sujeito à mesma taxa de IRS do antecedente, é verdade. Mas estima-se que vá deixar de poder deduzir 180 euros ( o equivalente a 15 euros por mês). Em termos concretos, e em contas de balanço simples, vai pagar mais 180 euros de IRS do que no antecedente.
Lamentávelmente, este fingimento adicional de José Sócrates será mais um golpe no seu já reduzido capital de confiança e de credibilidade.
Seria sem dúvida mais sério, mais pedagógico, e mais apreciado pelo eleitorado, reconhecer que sim senhor, se torna inevitável aumentar a carga fiscal, porque não há outro remédio. Já poderia e deveria tê-lo admitido na campanha eleitoral para as últimas legislativas. Em política feita com fingimentos, chega sempre a hora da verdade, quando aqueles se desfazem.
Todos teremos muita sorte se ficarmos por aqui. Não me admirava se daqui a uns meses vier por aí um aumento do IVA para 21% ou 22%.

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