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domingo, março 14, 2010

ARTE DO POSSÍVEL E NÃO RAMO DA MORAL

(...)
Não há uma lei que diga que o facto de um primeiro-ministro ter mentido ao Parlamento, ou noutro local qualquer, o obrigue a deixar o Governo. Como é óbvio, a sensação de que a política se vai fazendo através da mentira, de que não se governa o país com honra - independentemente de ser injusta ou justa - corrói a autoridade e o exemplo necessários, sobretudo em tempos de crise. Mas, tão certo como isso, é o facto de essa avaliação - que é totalmente política - caber apenas ao Presidente e à Assembleia da República e a ninguém mais.
Ora aqui reside o busílis da questão - ainda que o Parlamento ou o Presidente concluissem que Sócrates não pode continuar, o que fariam? Existe uma legislatura sem eleições? Não parece. Havendo eleições, não voltaria o primeiro-ministro a ser o mesmo? Tudo indica (apesar de um novo líder do PSD poder alterar esta premissa).
Eis, pois, a conclusão que já há séculos, tantos retiraram. A política não é um ramo da moral. É apenas a arte do possível.

(in Editorial do EXPRESSO de ontem)

Assino por baixo, enquanto constatação da realidade ; não enquanto afirmação de concordância ou de definição de como deveria ser a actividade política, à luz de padrões éticos.
Já Lenine dizia que a política ( leia-se actividade política) não se parecia nada com a Perspectiva Nevski, a longa e rectilínea avenida de São Petersburgo.

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