sábado, fevereiro 06, 2010
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DA SUSPEITA
Confrontado com os últimos desenvolvimentos e acusações sobre o caso da alegada conjura para compra da TVI pela PT, e outros negócios, à qual aparece associado o nome de José Sócrates, o Ministro Jorge Lacão declarou, ontem à noite (cito de memória) que o Governo estava de consciência tranquila e que portanto não tinha de dar explicações nenhumas.
Pela minha parte, confesso que já tive momentos na minha vida, em que estando de consciência totalmente tranquila, mesmo assim me senti na obrigação de dar explicações.
Passa pela minha imaginação que, todavia, possa haver algo para ler nas entrelinhas da declaração do Ministro. Assim do género : sou mais ou menos porta-voz do Governo, não do Primeiro-Ministro; o Governo, enquanto orgão de soberania colegial, nunca teve ou tem nada a ver com o caso ; este nunca foi minimamente discutido ao nível do Governo; e portanto, pela minha voz, este declara que para além destas explicações que agora dou, não terei de dar mais nenhumas.
O que remeteria para a necessidade de explicações por parte do Primeiro-Ministro, pessoalmente visado pelas acusações do semanário SOL. A meu ver, é imperioso e urgente que as dê.
Confrontado com os últimos desenvolvimentos e acusações sobre o caso da alegada conjura para compra da TVI pela PT, e outros negócios, à qual aparece associado o nome de José Sócrates, o Ministro Jorge Lacão declarou, ontem à noite (cito de memória) que o Governo estava de consciência tranquila e que portanto não tinha de dar explicações nenhumas.
Pela minha parte, confesso que já tive momentos na minha vida, em que estando de consciência totalmente tranquila, mesmo assim me senti na obrigação de dar explicações.
Passa pela minha imaginação que, todavia, possa haver algo para ler nas entrelinhas da declaração do Ministro. Assim do género : sou mais ou menos porta-voz do Governo, não do Primeiro-Ministro; o Governo, enquanto orgão de soberania colegial, nunca teve ou tem nada a ver com o caso ; este nunca foi minimamente discutido ao nível do Governo; e portanto, pela minha voz, este declara que para além destas explicações que agora dou, não terei de dar mais nenhumas.
O que remeteria para a necessidade de explicações por parte do Primeiro-Ministro, pessoalmente visado pelas acusações do semanário SOL. A meu ver, é imperioso e urgente que as dê.
Para o caso, cuja gravidade se situa no plano político, muito mais do que no plano criminal, pouco importa a forma ilícita, porventura criminosa, e de qualquer forma repugnante, como o semanário tabloide obteve ou comprou as informações que lhe permitem sustentar as acusações que faz. Isso também merecerá avaliação, em sede de investigação criminal , e/ou no plano da ética e da deontologia profissional da classe jornalística.
O que é absolutamente insustentável é a permanência no cargo de Primeiro-Ministro de um político sobre o qual pesam suspeitas daquela natureza, por parte da opinião pública, e sem que a esta lhe sejam prestadas quaisquer explicações. Tanto mais que Portugal atravessa um momento verdadeiramente dramático, muito perto do caos financeiro, como consequência do rigoroso ( e porventura injusto) escrutínio que as instâncias financeiras internacionais fazem sobre a nosa vida política.
Caso o Primeiro-Ministro não esteja em condições de desmentir e negar , de forma transparente, categórica e definitiva, as acusações que lhe são feitas, ele não terá condições políticas objectivas para permanecer no cargo
Uma solução terá de ser então encontrada, urgentemente, a curtíssimo prazo.
A meu ver, e por exemplo, ela poderia passar pela ascensão do actual Ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, a Primeiro-Ministro, com explícito e assegurado apoio do PS, e com um compromisso de um ou mais partidos da oposição de cumprirem uma trégua nas hostilidades de desgaste político e de guerrilha, durante um dilatado período de tempo. Por dever patriótico, mais não seja.