segunda-feira, fevereiro 15, 2010
AINDA ARRUMANDO IDEIAS...
As denúncias tornadas públicas pela comunicação social de negociatas , em atmosfera e contexto muito conspirativos, tentadas e manobradas por dois administradores da PT nomeados pelo Governo, ou são falsas ou são verdadeiras.
Se são falsas, os factos nelas relatados deveriam ser claramente desmentidos. Em primeiro lugar pelos visados. Em segundo lugar, pela própria Administração da PT .
(Esta, pela boca do seu Presidente, já veio no entanto declarar que, no respeitante a essas negociatas, se sentia “encornado”. O que já diz muito, se não quase tudo).
Os visados terão então legitimidade para demandar criminalmente os media denunciantes. Provada a razão dos visados, os media em causa passariam de denunciantes a caluniadores do bom nome alheio. Criminosos, portanto. Logo, a merecer condenação.
Se são verdadeiras, então os visados devem ser chamados a prestar explicações pelos seus actos. Em duas linhas :
As denúncias tornadas públicas pela comunicação social de negociatas , em atmosfera e contexto muito conspirativos, tentadas e manobradas por dois administradores da PT nomeados pelo Governo, ou são falsas ou são verdadeiras.
Se são falsas, os factos nelas relatados deveriam ser claramente desmentidos. Em primeiro lugar pelos visados. Em segundo lugar, pela própria Administração da PT .
(Esta, pela boca do seu Presidente, já veio no entanto declarar que, no respeitante a essas negociatas, se sentia “encornado”. O que já diz muito, se não quase tudo).
Os visados terão então legitimidade para demandar criminalmente os media denunciantes. Provada a razão dos visados, os media em causa passariam de denunciantes a caluniadores do bom nome alheio. Criminosos, portanto. Logo, a merecer condenação.
Se são verdadeiras, então os visados devem ser chamados a prestar explicações pelos seus actos. Em duas linhas :
- em primeira linha, ao Conselho de Administração do PT e ao seu Presidente, caso estes se possam considerar “encornados” ; e logo a seguir a todos os accionistas da PT, reunidos em Assembleia Geral ;
- em segunda linha, ao representante (o Governo) do accionista Estado , que os nomeou e neles delegou.
Quanto à primeira linha, o Presidente do CA da PT já anunciou que irá tratar do caso internamente, o que poderia passar, de facto, pela realização de uma Assembleia Geral.
É perante esta que o Conselho de Administração terá de prestar contas pelas negociatas que ela , ou alguns membros dela, andaram por aí a tramar.
A menos que me seja de todo impossível, não deixarei de estar presente... Embora tão sómente na lógica da fábula do colibri, que queria apagar o fogo na floresta com a água transportada no seu biquito.... Vai ser espectáculo interessante de assistir, um pouco mais por dentro dos sombrios escaninhos do poder económico...
Quanto à segunda linha, haverá dois cenários a considerar:
- Primeiro cenário :
O delegante ( o Governo) não teve nada a ver com o comportamento abusivo dos delegados (os boys administradores da PT..). Sendo assim, teria de repudiar, categóricamente, não só as manigâncias por eles manobradas, mas também, por serem alegadamente falsas as alusões à intervenção do Primeiro-Ministro nas negociatas. Interferências que, sendo verdadeiras, são tanto mais graves pelo facto de se pretender fazer intervir a PT em negócios ligados à comunicação social - TVI, e orgãos de imprensa escrita. ( Interferências e maroscas que foram detectadas por meios ilícitos, condenáveis, intoleráveis, é certo. Mas isso é matéria para análise e condenação noutra sede). E sendo assim, o Governo ( o Primeiro-Ministro...) deveria imediatamente retirar a sua confiança aos ditos boys, convidando-os ou forçando-os à demissão.
- Segundo cenário :
Os delegados ( os boys...) seguiam instruções, explicitas ou implíciats, do delegante (Governo, Primeiro-Ministro...), circunstância que colhe vencimento na opinião pública, por aqueles não poderem ou não conseguirem demonstrar o contrário, de forma convincente. Aí se colocaria/ colocará a questão no grande plano da política nacional. Com grande gravidade, pelo facto do Governo ou o PM terem tido comportamentos intoleráveis num Estado de direito democrático. Por eles deverão responder perante o Parlamento.
Se este entender que aqueles comportamentos colocam em causa a legitimidade do PM para permanecer no cargo, por dano irreparável causado á sua credibilidade enquanto governante, então tem duas actuações possíveis :
- o Parlamento considera que essa será a melhor solução, no momento, aprova uma moção de censura, por forma a retirar-lhes a sua confiança política;
- o Parlamento considera que essa solução, adoptada neste momento, causa maiores danos ao interesse nacional, e em obediência ao princípio da escolha do mal menor, suspende a manifestação da sua desconfiança até melhor oportunidade, quando menos danos forem causados a esse mesmo interesse nacional.
Nesta última hipótese, teremos assim um Primeiro-Ministro com “contrato” a prazo. Não de uma legislatura de quatro anos, mas a prazo incerto. Não sei se poderá haver bom governo, por parte de um Primeiro-Ministro, com imagem pessoal muito desgastada, e se souber que o seu prazo é incerto. Penso que não. Tanto mais que o interesse nacional vai forçosamente requerer que ele, a curto e incerto prazo, lidere a tomada de medidas seguramente muito impopulares, susceptíveis de causarem bastante agitação social.
Uma variante deste segundo cenário requereria patriotismo e sentido de Estado por parte do actual Primeiro-Ministro . Seria ele se manter no cargo até serem aprovados o Orçamento Geral do Estado, pelo parlamento, assim como o PEC, por parte da Comissão Europeia.
E sair depois de cena, sem mais traumas e maus sinais dados às instâncias financeiras, deixando as rédeas do Governo a alguêm que continue a merecer o aval político do PS. Como já antes opinei, poderia ser Teixeira dos Santos, a acumular com o cargo de Ministro das Finanças. Era solução que talvez fosse encarada como um bom e tranquilizador sinal, naquelas instâncias. Iria requerer também, obviamente, sacrifício, patriotismo e sentido de Estado, por parte de Teixeira dos Santos.