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quinta-feira, janeiro 14, 2010

SEPARATISMO E TERRORISMO

Chega a ser comovente o desvelo e a brandura com que muitos dos media e dos jornalistas portuguesas se têm referido aos dois terroristas espanhois presos há dias em Portugal, e aguardando extradição para Espanha.
Muito respeitosamente, e em rigorosa obediência ao politicamente muito correcto, aludem quase sempre a “alegados membros da ETA”, ou a “suspeitos de pertencerem à ETA” , ou a “presumíveis etarras”, ou a “arguidos de nacionalidade espanhola”. Encontrei vários exemplos deste hiper cauteloso cuidado na RTP, na SIC Notícias, na LUSA e no PUBLICO.
Isto para não falar já dos cuidados terminológicos adoptados, quando se referem à ETA, com muita frequência, como “separatistas bascos” e quase nunca como “grupo terrorista basco”.
Esta última designação é sistemáticamente usada, sem pruridos, e com justificada razão, por todos os media espanhois. Com excepção, evidentemente, por aqueles que manifestam “simpatia” ( como o advogado defensor em Portugal dos dois terroristas) com o que designam por “causa basca”. Para o caso, simpatia que se confunde, fácilmente, com cumplicidade com os criminosos actos terroristas que os chamados “etarras” têm levado a cabo.

Na grande maioria dos casos, em Portugal, não creio que a utilização daquela terminologia, por parte dos media e de jornalistas, resulte propriamente de “simpatia” pela “causa basca”. Em geral, trata-se de mera ignorância, incompetência e estupidez.

Caso mais grave, porventura a merecer consideração criminal, foi o facto de um ou vários desses media ( já não me recordo quais ) terem escarrapachado os nomes dos dois juizes da Relação de Lisboa que estão encarregados de julgar o pedido de extradição dos dois presos para Espanha, fazendo uso do mandato de extradição europeu. Só faltava darem também notícia informativa mais detalhada sobre aqueles senhores juizes, contendo os seus endereços, números de telefone, matrículas das suas viaturas, fotografias, deles e dos membros da família, local de trabalho das esposas, escolas onde os filhos andam a estudar. Seria em nome da “simpatia pela causa basca”, né?...

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