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quarta-feira, janeiro 20, 2010

DEVERES E DIREITOS

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Há mais de trinta anos que o conteúdo do discurso político fala quase exclusivamente em direitos, olvidando os deveres. Ao longo do tempo, criou-se, no inconsciente colectivo, a ideia errada de que qualquer frustração do indivíduo se devia a um direito que ainda não estava conquistado, e a solução libertadora residia em reivindicá-lo.
Confunde-se, pois, direitos com aspirações. E, mesmo que sejam dadas todas as oportunidades, se porventura houver alguém que não alcança uma aspiração, isso raramente é atribuido a um fracasso pessoal, mas a uma discriminação, mesmo que muitas vezes nem sequer tenha havido qualquer esforço para se obter sucesso.
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A nossa sociedade não tem vindo a ser preparada para os sacrifícios que a presente crise económica irá obrigar. Pelo contrário, foi iludidida com um consumismo desenfreado, sustentado por um crédito abundante que agora acabou. Com isto disseminou-se uma síndroma de baixa tolerância à frustração, surgindo a percepção de que tudo se poderá alcançar de forma fácil e instantânea.
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(Pedro Afonso, médico psiquiatra, numa crónica do PUBLICO de ontem)

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