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domingo, dezembro 13, 2009

SE E QUANDO NOS VIRMOS GREGOS...
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Se a Grécia não ultrapassar rapidamente esta situação com um programa de estabilização das contas públicas(...) algo de sinistro vai acontecer. E, nesse caso quase impensável, dois caminhos possíveis estão à sua frente.
Num primeiro cenário, a Grécia torna-se num protectorado financeiro da Alemanha e da França, de facto, ou da UE, formalmente. Estes países vão em socorro da Grécia e impõem condições draconianas para pôr em ordem as contas públicas da Grécia.
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Num outro cenário, porque a Grécia recusa ou porque a França e a Alemanha se marimbam, a Grécia cessa pagamentos. De facto, fica sem crédito internacional e sem possibilidade de pagar a dívida com outra dívida. (...)
Na impossibilidade de se endividar também não pode ter défices, por definição : só gasta mais do que recebe, só fica a dever, quem tem crédito. E a Grécia nesse cenário não terá; ou seja, teremos o equilíbrio instantãneo das contas públicas com as mesmas medidas do cenário anterior, mas de forma desordenada : só haverá a despesa na exacta medida em que se receba. Por outras palavras, os funcionários só recebem e as pensões só são pagas nos meses em que houver receitas. E acabam-se os investimentos, fecham-se equipamentos públicos por falta de manutenção...e pela natureza da situação o reequilíbrio das contas públicas é automático, socialmente injusto e politicamente dramático.
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Mas se um dia nos virmos gregos com falta de financiamento ( ou financiamento absurdamente caro), é bom que saibam que não serão os políticos - do Governo ou da oposição - que vão sofrer : somos todos nós que nos veremos gregos para pagar as contas no final do mês.
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É bom que a Grécia antiga seja o nosso passado, mas que a Grécia moderna não seja o nosso futuro : isso ficará claro nos próximos meses.
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( Luís Campos e Cunha, na sua crónica no PUBLICO de 6ª feira passada)

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