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terça-feira, novembro 03, 2009

TRAIÇÕES

Volto ao facto que tem agitado ultimamente a vida política figueirense. Tanto quanto creio, um Presidente de Junta eleito em lista do PS foi-o na qualidade de independente. O mesmo aconteceu com mais do que um dos candidatos à AM apresentados na lista do PS. Estavam os ditos independentes formalmente agarrados por uma férrea disciplina partidária e obrigados a votar a lista para a Mesa apresentada pelo candidato que encabeçou a lista para a AM ? Se não , porque se terá então de pensar em traição, falta de unidade ou falta de carácter por parte de militantes do PS integrados no chamado “grupo parlamentar do PS” se acaso tiverem eventualmente votado apenas de acordo com a sua consciência ?
Sendo a votação secreta, do seu resultado apenas se pode retirar uma conclusão. A votação na lista apresentada com o primeiro candidato da lista mais votada nas eleições autárquicas não fez o pleno de todos os deputados municipais que haviam sido eleitos ( para a Assembleia ou para as freguesias) em listas apoiantes do candidato João Ataíde. Quantos destes votaram de forma dissonante com o candidato Luís Tovim, não se pode saber. Podem ter sido apenas dois, podem ter sido mais. Quem pode garantir, por exemplo, que os deputados eleitos pelo PCP ou pelo BE votaram em branco? Quem pode garantir que não houve votos de deputados eleitos do PSD que não foram para a lista derrotada?
Tudo o que se diga sobre estas transferências ou transfúgios não passará de mera adivinhação ou especulação.

Esta obsessão com a “traição” releva de uma concepção demasiado “partidocrática” , primária e doentia, do funcionamento da democracia. Na cultura anglo-saxónica, nos EUA ou na Inglaterra por exemplo, ninguém se espanta ou grita que “aqui d’el Rei houve traição” se um deputado ou senador democrata votar contra uma decisão de um Presidente democrata, ou se um PM (Parliament Member) do Partido Trabalhista votar episódicamente em desconformidade com a posição do governo trabalhista. E na muito nossa Assembleia da República, não houve também já casos desses?

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