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quarta-feira, novembro 25, 2009

O AUMENTO INEVITÁVEL

Anteontem, o Governador do Banco de Portugal veio dizer o óbvio : que teria de haver aumento de impostos se Portugal quiser reduzir num período de 2 a 3 anos o racio do deficit/PIB em cerca de 5 a 6 pontos percentuais. Caiu o Carmo e a Trindade. Logo vieram diligentes líderes dos partidos das oposições clamar que ai Jesus, não podia ser, seria intolerável. Vitor Constâncio ontem veio deitar água na fervura, dizer que foi mal interpretado, e apenas se referiu a um hipotético cenário, se e se...O Ministro das Finanças e o Primeiro -Ministro vieram fazer coro, reafirmando que não senhor, a consolidação orçamental não podia passar pelo aumento da receita mas sim pela redução da despesa. O mesmo proclamaram os ditos geniais líderes dos partidos das oposições. Nenhum deles, todavia, adianta a mais leve pista indicando onde, como e quanto se deverá cortar na despesa.
O velho professor Silva Lopes, com a sua consabida sagesse, pensando pela sua cabeça, e sem papas na língua, veio reafirmar o óbvio : não será possível reduzir aqueles 5 a 6 pontos percentuais apenas reduzindo as despesas. A fazer-se tal, em tal escala, seria de uma violência que provocaria autênticos motins sociais de graves consequências. Logo, um aumento da receita, por via de um aumento dos impostos será inevitável. Ficará para se saber quanto, como, onde e a quem.
É verdade que, se lá para o final de 2010 o actual Governo vier a acenar ou a propor o aumento de impostos, nenhum outro partido aceitará compartilhar essa responsabilidade . O Governo irá cair no Parlamento, declarando-se impotente para equilibrar as finanças públicas. Haverá certamente novas eleições. Resultante destas, um novo Governo não terá alternativa. Terá de aumentar os impostos. Seja ele do PS, do PSD, de uma coligação PCP+BE ou de qualquer outra imaginosa composição. É tão certo como dois e dois serem quatro, ou como a noite se seguir ao dia.

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