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terça-feira, novembro 10, 2009

DEITAR FORA O BÉBÉ COM A ÁGUA DO BANHO...

Depois de ler o PUBLICO de hoje, tenho para mim que está mais que visto. O que os sindicatos corporativos dos professores exigem não é só a suspensão do modelo de avaliação de desempenho. Exigem a revogação de tudo o que a anterior Ministra alterou. Isso mesmo, TUDO.... Mais nada...

O desempenho da antiga Ministra da Educação foi desastroso na escolha do modelo de avaliação dos professores. Encomendou a um consultor, a algum académico teórico, ou a algum dos muitos especialistas sobre ciências da educação que pululam pelo Ministério, a preparação do modelo, e a primeira versão deste saiu um procedimento administrativista, burocrático, à boa tradição dos “burossáurios” portugas.
Colocado no terreno, não funcionou. Não tinha condições para poder funcionar. Envolvia imensa papelada, muito bla-bla-bla, redacção de objectivos para aqui e para acolá, tinha orientações que ninguem percebia, fazia a cabeça em água aos professores. Perante a contestação, o Ministério teve de ir recuando. De recuo em recuo, a contestação foi sendo aproveitada pelos habituais caciques corporativo-sindicais no sentido de a estender para outras correcções introduzidas, de velhos vícios da vida e do funcionamento das escolas, que necessitavam de reformas. Por exemplo, a existência de uma hierarquia dentro de cada Escola, como existe numa Universidade ou numa qualquer organização.

A tal ponto que a certa altura se espalhou pela opinião pública a ideia de que os professores o que não queriam era ser avaliados através de um modelo que distinguisse os bons dos assim-assim e dos maus. A julgar por algumas declarações agora ouvidas, dos sindicatos e de partidos políticos autoproclamados de muito progressistas, o que querem é um modelo e um estatuto da carreira através dos quais os professores sejam todos - insisto, todos -“ muita porreiros, pá”...
O primeiro modelo foi tendo os seus muitos defeitos algo mitigados à medida que a anterior Ministra ia recuando. É muito possível que ainda necessite de mais e profundas correcções, para ser razoavelmente operacional. Pois façam-se à medida que se vai colhendo experiência. Procurem-se contributos nos modelos usados no ensino privado, por exemplo. Ou nos modelos adoptados noutros países europeus.

Haja porém um mínimo de bom senso e de sentido de responsabilidade. Nesta altura do campeonato, suspender e deitar fora tudo o que se avançou até agora, será “deitar fora o bébé com a água do banho” . Se tal for feito, que ninguém tenha ilusões : tão cedo não será possível, de todo, fazer qualquer avaliação eficaz do desempenho profissional dos professores . Nem com o modelo actual corrigido e adaptado, nem com qualquer outro.

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