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quarta-feira, setembro 09, 2009

CLAREZA E SERIEDADE

Francisco Loução reclama frequentemente para si próprio o estatuto do mais claro, sério e verdadeiro dirigente partidário. Vejamos alguns exemplos que deitam por terra tal fanfarrice.
Na entrevista que ontem deu ao PUBLICO, podem ler-se algumas respostas suas a perguntas claras do entrevistador.

Pergunta: Duas forças que se dissolveram no BE mantêm a sua identidade, o PSR e UDP. No site do PSR, por exemplo, encontram-se relações com a IV Internacionnal. Por que é que esse relacionamento e essa identidade não são mais claros para o eleitorado?
Resposta : No BE há uma diversidade de opiniões. E há correntes históricas que fazem parte de trajectórias políticas das pessoas. Eu represento o BE. Falo pelo BE, não falo por nenhuma sensibilidade.
Como se pode ver, um exemplo de meridiana clareza. A pergunta é feita sobre alhos, Louçã assobia para o ar e responde sobre bugalhos.

Pergunta : Mas não deixou de ter relações ao mais alto nível na IV Internacional.
Resposta : Tenho as opiniões que tinha desde os 15 anos. Sou dirigente do BE, não faço parte de outros orgãos de direcção. Fui, desde novo, um socialista à esquerda.
Outro belo exemplo de clareza. Assobio para o ar, pergunta sobre alhos, resposta sobre bugalhos

Pergunta : Hoje continua a ser um revolucionário?
Resposta : Sou socialista. E sou contra o capitalismo. O socialismo em Portugal, para nós, é um projecto anticapitalista, com todo o gosto pelas palavras e com toda a clareza..
Outro belo exemplo de clareza . Assobio para o ar, pergunta sobre alhos , resposta sobre bugalhos

Pergunta : Foi um revolucionário. Hoje já não é?
Resposta : Sou o que sempre fui. Aprendi muito, em muitas questões. Aprendi, mais do que tudo, que é preciso uma política que seja clara. (...)
Outro magnífico exemplo de clareza. Pergunta sobre alhos, resposta sobre bugalhos.


Vamos agora à seriedade .
No debate de ontem com José Sócrates, Francisco Louçã acusou José Sócrates de ser responsável por uma alegada e condenável concessão à empresa de construção civil, presidida por Jorge Coelho, por ajuste directo, da auto-estrada Oliveira de Azeméis e Coimbra . José Sócrates veemente negou que tal fosse verdade. Com a sua habitual pesporrência, Louçã quase jurou a pés juntos que era verdade . Não era, como hoje se veio a confirmar.
«Confirmo que as Estradas de Portugal não adjudicaram a empreitada e portanto não corresponde à verdade a afirmação feita», afirmou à agência Lusa Almerindo Marques, referindo-se ao troço da auto-estrada de Oliveira de Azeméis e Coimbra . Ou seja, não só a afirmação de Louçã era falsa, como poderei concluir ter sido mesmo mentira, por ter havido dolo político ao insistir na acusação.
Sobre a seriedade de Francisco Louçã, estamos portanto conversados.

Esta lamentável imagem de Louçã não serve obviamente para contaminar muitos e muitos bons e honestos cidadãos que militam ou se revêm politicamente/eleitoralmente no Bloco de Esquerda . Mas talvez fosse a altura de começarem a interrogar-se se não se sentirão mal ao ter como líder uma pessoa assim tão clara e tão séria...

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